Desejo Oculto - TDA

《 Capítulo quarenta e quatro 》


— Eu já disse que não quero saber daquela vaga... De Victória! - se corrigiu rapidamente. - Eu só quero esquecer que vocês existem!

— Assim é melhor, Osvaldo! - começou a soltá-lo. - Eu estou de olho em você! - e sem mais saiu o deixando ali.

Osvaldo gemeu e sentou olhando para onde eles tinham saído e seus olhos eram puro ódio.

— Eu odeio vocês! - proferiu com um olhar nada bom.

(...)

DIAS DEPOIS...

Victória não quis sair de casa naqueles dias e tudo a assustava fazendo com que ela acordasse no meio da noite se sobressaltando e acordando junto a ela, Heriberto. Ele naqueles dias tratou de cuidar de seu amor mais sempre estando de olho em Osvaldo que não foi embora como tinha dito a eles, mas estava ali por um contrato de trabalho que foi comprovado por ele e Ângelo que também seguia todos seus passos para que nada acontecesse a sua filha, estavam se cuidando como a família que eram e sempre dando a Victória a atenção necessária porque sabiam que tinha acontecido muito naqueles últimos meses e ela poderia se entregar a uma depressão.

Naquele dia ela estava com o filho no jardim e eles tomavam sol com o pequeno adormecido em seus braços, ela o ninava acariciando seu corpinho e dizia sempre o quanto o amava e que iria sempre protegê-lo de tudo e de todos. A empregada veio de dentro de casa com o telefone na mão e parou ao lado dela.

— Me desculpe atrapalhar, senhora, mas Oscar precisa falar urgentemente com a senhora!

Victória respirou fundo e pegou o telefone colocando no ouvido e o ouviu atentamente ficando de pé no mesmo momento e logo foi para dentro de casa depois de entregar o telefone a ela e pedir que ela a seguisse, ela deu o bebê nos braços dela e pediu que ela o vestisse enquanto ia para o banho tudo muito rápido. Minutos depois ela saiu de casa com seu pequeno já que Heriberto estava no hospital e assim seguiu para a empresa junto a seu motorista e segurança. Quando adentrou a empresa cumprimentou apenas algumas pessoas e seguiu para o seu andar, Oscar já a esperava próximo ao elevador e a ajudou com as coisas assim que a viu.

— Me diz que isso não é verdade!

— Me desculpe ter que te dar essa noticia nesse momento, mas é verdade! - suspirou a olhando dentro da sala.

Victória colocou o filho sobre o sofá e sentou em sua cadeira para analisar os papeis que ele deu a ela.

— Meu Deus, mas isso é muito dinheiro! - se desesperou.

— Com esse rombo em nossas contas podemos decretar falência nesse momento! - falou o real estado.

Ela negou no mesmo momento e novamente ficou em pé sem conseguir segurar seu desespero, era impossível que aquilo estivesse acontecendo naquele momento e como uma luz seu interior se iluminou e ela o encarou novamente.

- Quero que alerte as autoridades e que não permita que nem Osvaldo e muito menos sua noiva Luci saiam do país! - trincou os dentes. - Malditos desgraçados!

— Eles estão aqui investigando já, mas irei fazer o que me pede!

— Mande que investigue os dois antes que eles saiam do país com o meu dinheiro! - não gritou, pois o filho estava ali mais sua vontade era essa. - Por favor, ande logo!

Ele assentiu e saiu de imediato dali, ela passou as mãos no cabelo e olhou o filho que dormia alheio a tudo e como se ouvisse seu chamado Pepino entrou pela porta.

— Rainha, que inferno é esse? - falou afobado.

Ela o olhou e segurou suas mãos.

— Cuide de Matheus que eu preciso resolver uma coisa! - pegou a bolsa.

— Aonde vai assim cheia de pressa? - impediu que ela fosse.

— Eu volto antes que ele precise mamar! - e sem maiores explicações saiu o deixando ali.

(...)

Victória foi levada por seu motorista até o hotel em que eles estavam hospedados e sem grande esforço conseguiu subir, estava muito nervosa mais tentou se controlar e parou frente a porta do quarto e encostou mais o ouvido na porta para ver se conseguia ouvir algo e conseguiu apenas ouvir passos apressados atrás da porta e antes que pudesse bater a porta se abriu. Luci arregalou os olhos como se estivesse vendo o próprio diabo em sua frente, sua fisionomia mudou totalmente a deixando branca como papel.

— Vai a algum lugar? - olhou a mala que ela segurava.

— Me de licença que Osvaldo está me esperando! - tentou passar, mas Victória não permitiu. - Você está maluca? - se alterou um pouco.

Victória não aguentava mais toda aquela pressão sobre seus ombros desde que eles tinham aparecido e com um movimento só a pegou pelo pescoço a grudando na parede.

— Você é uma maldita desgraçada que está mordendo a mão que tanto lhe deu de comer e confiou! - berrou a olhando nos olhos.

— Me solta que você está me machucando! - falou com dificuldade segurando os braços dela.

— Onde está o meu dinheiro? - berrou ignorando as palavras dela.

— Você só pode estar ressentida por eu estar com ele e por isso está aqui!

Victória a cada palavra dela perdia ainda mais a pouca paciência que ainda lhe restava e a bateu na parede sem pena.

— Acha mesmo que eu estaria ressentida por um homem como ele? Acha mesmo que esta seguindo o caminho certo ao lado de um agressor? - gritou com ela. - Ele vai te usar e depois te jogar fora se não for isso que esta fazendo nesse momento para roubar a minha empresa e te usar como laranja!

— Isso não é verdade! - respirava com ódio por não conseguir se segurar. - Osvaldo me ama!

— E onde ele está nesse momento?

— Está me esperando para que a gente vá embora desse país!

— Com o meu dinheiro suponho para que possam por fim serem felizes! - foi cínica em suas palavras.

— Você não é o centro do mundo, Victória! - gritou e por fim conseguiu se soltar. - Estamos bem, felizes e vamos nos casar e você não vai estragar a minha felicidade vindo me envenenar, até porque eu não sei do que fala!

Victória riu dela.

— Acha mesmo que fez um bom negocio? Eu tenho certeza que nesse momento ele deve estar muito longe e você idiota aqui esperando para ser presa! - foi somente ela terminar suas palavras que três oficiais da justiça apareceram atrás dela.

Luci arregalou os olhos para tudo que se desenhava em sua frente e Victória se virou olhando para os policiais.

— Senhora Luci Costa? - ela assentiu com a cabeça. - A senhora está presa!

— Isso só pode ser loucura! - gritou e olhou para Victória. - Isso só pode ser culpa sua maldita! - terminou de falar avançando em Victória que com um único tapa a deixou no chão.

— Você é uma pobre coitada que vai pagar por aquele ser desprezível! - trincou os dentes.

— Você vai me pagar! - gritou enquanto era levada dali.

— É você quem vai pagar muito caro por tudo que me fez! - pegou a bolsa que estava no chão e saiu atrás deles.

Victória entrou em seu carro e levou as duas mãos ao rosto respirando profundamente enquanto o motorista a levava novamente para a empresa, não podia ficar nervosa daquele jeito e ao chegar foi informada de tudo sobre a investigação e que uma boa parte do dinheiro estava mesmo em uma conta no nome de Luci no exterior, mas ainda faltava outra parte que eles precisariam investigar já que não tinha registro nenhum para onde tinha sido mandado. Ela caminhou para sua sala e depois de ir ao banheiro voltou pegando o filho que já chupava os dedos querendo mamar sentou e deu a ele o seio enquanto acariciava seus pequenos cabelinhos porque ali era seu único momento de paz no meio daquele caos que se formava ao seu redor e logo Heriberto chegou para ficar com eles e brindar a ela o seu apoio.