No dia seguinte, na Ilha dos Perdidos, um pequeno grupo se divertida provocando confusão pelo centro comercial da Ilha, cantando, atormentando a vida alheia e roubando coisas. Ninguém se dava ao trabalho de tentar para-los, todos sabiam que isso seria um erro, aqueles eram os filhos dos vilões mais temidos de todos os tempos, e ninguém gostaria de tocar nas crianças deles.

O grupo era liderado por Maison, filho de Malévola, o mais malvado dos dois, que se divertia pichando as paredes e muros em volta.

Julie, filha de Jafar, uma garota de porte mediano mas muito atlética chamava atenção facilmente pela pele morena naquele lugar frio e sem sol e pelo estranho fato de as coisas sumirem sempre que ela estava por perto.

O tentador Ethan, com seus cabelos azuis, era o filho da rainha má, ele mexia com o coração de todas as meninas da Ilha, e adorava quebra-los.

O membro mais jovem do grupo era uma garota de cabelos bicor, Carlotta, filha de Cruella de Vil, era alta, magra e desastrada. Geralmente vivia tropeçando nos próprios pés e se enrolando nas palavras, mas isso não era pretexto para ninguém mexer com ela na Ilha. Todos sabiam que ela era tão cruel quanto qualquer um dos outros.

O restante, não é importante. Apenas outras crianças que queriam ser tão más quanto nossos amigos e os seguiam. Maison riu quando uma mulher passou com um garotinho em um carrinho de mão, tomou o doce da criança e levantou para cima como um premio, se virando para o grupo atrás dele, que de repente saiu correndo. Deixando apenas os outros três onde estavam.

—Mãe – ele falou, em um tom levemente reverente, se virando. Sua mãe saiu de trás dos dois ogros, quer dizer, capangas, que vinham em frente a ela.

—Roubando doces Maison? Sério? – Malévola encarou o garoto – Que decepção...

—Era de um bebê – ele justificou, estendendo o doce para ela.

—Esse sim é o meu garoto – Malévola sorriu, pegando o doce, cuspindo e enfiando em baixo do braço, e em seguida entregando a um dos capangas – Devolva para à criatura medonha!

—Mãe! – ele protestou, mas ela não lhe deu atenção.

—Logo você vai aprender que são os pequenos detalhes, querido, que fazem a diferença entre ser mesquinho, e ser realmente cruel – ela anunciou, acenando para a mãe do bebe – Na sua idade meu filho, eu já amaldiçoava...

—Amaldiçoada reinos inteiros – ele concluiu.

—Só quero que você aprenda comigo o mesmo que aprendi com a minha mãe – ela falou, afastando-se um pouco dos outros – Como dar seu pior!

—Eu sei, eu sei – ele falou – Estou dando o meu pior!

—AH! Tem novidade! – ela anunciou, se afastando – Vocês quatro foram escolhidos por uma escola diferente, em Auradon!

Maison se virou a tempo de ver os capangas de sua mãe segurando os outros três, que tentavam inutilmente escapar dos brutamontes nojentos que s seguravam. Sua mãe não esperava que ele acabasse como aqueles caras, certo?

—O que? – ele perguntou, sem acreditar – Eu não vou para um internato lotado de príncipes presunçosos e patetas!

—E princesas ricas – falou Ethan, sonhadoramente, enquanto o outro lhe encarava – Ugh.

—É, e eu não curto uniformes – falou Julie – Não são bons para correr, sabe?

—Li que eles permite cachorros em Auradon – Falou Carlotta, sobre o ombro de Maison, para Malévola – A mamãe falou que são animais selvagens que comem arrancam nossos olhos e comem nossos cabelos! Ou era ao contrário...?

—AU! – Julie gritou no ouvido da outra, que pulou no colo de Ethan.

—Sai – Falou o de cabelos azuis, colocando Carlotta de volta no chão.

—Desculpa mãe, mas não vai rolar – ele falou decididamente, enquanto os outros três discutiam atrás dele.

—Você pensa muito pequeno, docinho – falou Malévola – Não se trata apenas de vocês, isso é sobre a dominação do mundo! Lacaios!

Os homens de Malévola a seguiram enquanto ela andava para casa, ela se virou, encarnado o filho que ainda estava atordoado com todo aquilo, assim como os amigos.

—MAISON! – gritou Malévola quando já estava a alguns passos de distância.

—To indo – ele falou, seguindo a mãe junto com os outros três.

...

Já dentro de casa, Malévola estava sentada em seu trono improvisado lixado as longas unhas que melhor seriam chamadas de garras, enquanto os quatro lhe encaravam perplexos.

—Vocês irão, e acharão a fada madrinha – ela falou – Depois, pegarão a varinha mágica dela e trarão para mim. Fácil, não?

—E o que a gente ganha com isso? – perguntou Maison, desconfiado.

—Tronos combinados, um par de coroas reais, o domínio de Auradon... – ela falou, desfazendo com a mão.

—Acho que ela quis dizer nós – Carlotta apontou para o grupo de adolescentes em si.

Malévola fez um gesto com a mão, e Maison se aproximou. – Isso é só entre nós, meu querido. Você por acaso não gosta de ver gente inocente sofrendo?

—E alguém não gosta? – ele perguntou, rindo.

—Traga a varinha, e poderemos ver isso todos os dias durante o café da manhã- Malévola falou, sonhadoramente – Com aquela varinha, e o meu cetro, eu enfim serei capaz de ter o bem e o mal disponíveis infinitamente ao meu dispor!

—Nosso dispor – falou a Rainha Má, no outro canto da sala, e Jafar e Cruella se viraram, concordando.

—Meu dispor, nosso dispor, enfim, vocês entenderão – ela acenou com a mão, e se virou para Maison – Está entendendo a importância disso? E que, se recusar, vai ficar de castigo pelo resto da vida?

—O que... Não... – Ele começou a argumentar, mas com um gesto Malévola o calou e mãe e filho se encararam enquanto os olhos brilhavam em um verde fluorescente até que Maison desistisse – Tá, pode ser, tanto faz.

—Venci – Malévola anunciou, e depois adicionou – Como sempre...

—ETHAN! – Chamou a Rainha Má – Meu malvadinho em treinamento, já imaginou você casando com uma princesa muito rica, com um grande castelo, com uma ala inteirinha para a sogra...

—E muitos, muitos espelhos – falaram juntos. Ele sorriu de lado.

—Não faça isso, seu rosto vai ficar desregular – falou a rainha, apreensivamente.

—Ah, minha Carlotta aqui ninguém leva, como eu iria sobreviver sem ela? – Cruela passou a mão pelo rosto da filha.

—Está falando sério, mãe? – Carlotta se admirou.

—Claro que sim – Cruella anunciou – Quem mais teria suas mãos de anjo para pentear meus casacos e raspar os calos dos meus pés?

—De repente Auradon não deve ser tão ruim assim – a garota murmurou .

—Minha querida, você faz ideia de quantos cães devem ter em Auradon? – Perguntou Cruella – Centenas... Milhares, até!

—Eu não vou – falou ela, se abraçando na mãe.

Malévola fez um som impaciente.

—Pois Julie também não vai, eu não tenho idade para correr por ai, quem iria me ajudar com a loja? – Jafar perguntou, e se afastou com o filho – O que trouxe?

Julie começou a tirar os mais diversos itens de dentro de suas roupas e entregando ao pai, entre eles uma lâmpada.

—UMA LAMPADA! – anunciou Jafar, eufórico, esfregando com o máximo de energia possível o pequeno objeto.

Malévola revirou os olhos.

—Pai, não me faz passar vergonha – falou Julie, tirando a lâmpada das mãos dele – Não vai funcionar, certo?

—Ethan não vai a lugar nenhum até fazer a barba – falou a Rainha Má.

—Todos aqui estão loucos? – Malévola perguntou, arregalando os olhos – As pessoas literalmente morriam de medo apenas ouvindo nossos nomes. Durante vinte anos, enquanto vocês se acomodavam, eu procurei miraculosamente uma forma se sair dessa ilha! Vinte anos, nos quais evitaram nossa vingança... Contra Branca de Neve e seus homenzinhos horrorosos.

—Uhg – A Rainha fez uma careta.

—Contra Aladdin e aquele gênio inchado – ela se virou para Jafar.

—Ah, eu...

—Pai – Julie escondeu o rosto nas mãos.

—Vingança contra todos aqueles dálmatas que deveriam ser belas bolsas – ela se virou para Cruella.

—Mas não pegaram o Bebê. Não pegaram... Não pegaram o Bebê. – Cruella riu loucamente falando com o casaco.

—E eu! Malévola... – Ela anunciou.

—A Louca – A Rainha formou com a boca para os outros dois.

—A mais malvada de todas – ela seguiu, arrancando o espelho das mãos da rainha – Finalmente vou me vingar da Bela Adormecida e seu príncipe implicante!

—Vilões! – ela gritou, e todos se viraram.

—Sim?

—Sim?

—Nosso dia chegou – ela falou para a Rainha Má, devolvendo o espelho – Rainha... O espelho mágico.

—Tá – falou a outra, entregando para Ethan.

—Esse é seu espelho mágico? – ele perguntou, um pouco desconfiado e decepcionado.

—Não costumava a ser assim, mas nem a gente – ela riu com Malévola – Vai ajudar a achar o que precisar.

—Como uma princesa? – perguntou Ethan.

—Como a minha cintura – falou ela.

—Como a Varinha! – Malévola a corrigiu.

—Ela também – concordou a Rainha.

—Meu livro de feitiços. Preciso do meu livro – Malévola concluiu, pensando. A Rainha apontou para a geladeira – Ah, o cofre. O cofre. Ajude-me. Nunca entendo essa coisa.

A Rainha deixou Ethan admirando o próprio reflexo e puxou uma alavanca na geladeira, a abrindo. Maison olhava tudo aquilo entediado.

—Voilá! – Anunciou a Rainha Má.

—Ah, o meu livro – ela falou – Maison, o que está fazendo ai, venha!

Ela pegou o livro de forma desajeitada por causa do quanto gelado ele estava.

—Prontinho. Não funciona nesse lugar, mas em Auradon vai funcionar – falou Malévola satisfeita. -Lembra quando espalhávamos o mal e destruíamos vidas?

—Como se fosse ontem – a Rainha Má concordou.

—Agora, filho, chegou sua vez de criar memória – Malevola lhe entregou o livro – Seguindo meu plano!

Maison revirou os olhos.

Uma busina tocou na rua.

—Vamos começar essa festa – Julie bateu palmas.

—Carlotta, comigo – falou Cruella, puxando a filha.

—Quem é a mais bela de todas? – perguntou a Rainha Má.

—Bem, mãe, sabe... – Ethan começou falar mas ela o fuzilou com os olhos – Você.

—Sim! Vamos lá. – Ela falou, sorrindo.

—Nosso lema? – Jafar perguntou para a filha.

—Eu em primeiro lugar! – ela sorriu.

—Vai logo, antes que eu comece a chorar – riu o pai.

—Bolsa – ela falou, descendo para o primeiro andar – PAAAAI!

—Estou indo querida!

...

Maison seguiu a mãe até a varando, vendo os amigos e seus pais embaixo, Auradon se erguia brilhante no horizonte distante.

—O futuro do mundo livre está nos seus ombros – Falou Malévola, sorrindo – Por favor, não estrague tudo mais uma vez.

—Sem pressão – suspirou Maison enquanto a mãe entrava.

—VAMOS! – gritou Malévola.

Ele deu uma última olhada para o que lhe esperava e desceu.