Remember me?

POV Angel

Adeus, meu amor. – Pensei comigo mesmo. Mantinha os olhos fechados em um semblante de negação, até ouvir sua voz, baixa, porém ainda doce.

Levantei meus olhos para encontrar os seus, ela me olhou curiosamente, deu-me um pequeno sorriso, e lentamente, começou a falar.

- Angel – disse ela, meu nome sendo pronunciado de uma forma que somente ela poderia. – Eu preciso dizer algumas coisas a você antes... – ela parou e respirou assim como eu ela preferia não ter que utilizar a palavra, mas o fez ainda assim – antes, de morrer.

Seus olhos estavam tristes, quase frios, eu podia ver a centelha de vida esvaindo-se dela, e a única vez que havia sentido o mesmo sentimento fora quando havia ido ao Oraculos e pedido a eles que engolissem o dia.

Sentia uma necessidade imensa de abraçá-la, salvá-la, mantê-la segura em meus braços. Mas eu não podia, não havia o porque salvá-la agora, Buffy já estava com 64 anos e eu ainda a amava tanto quanto eu havia a visto pela primeira vez ao 15 anos chorando em frente ao espelho de seu quarto em L.A.

- É claro, você pediu que eu viesse, meu amor. Como poderia não vir? – Disse sentando ao seu lado e segurando sua pequena mão entre a minha.

- Eu quero que você saiba que eu nunca deixei de amá-lo, Angel. Eu sempre te amei. A ironia é que afinal de contas Spike estava certo, nós nunca poderíamos ser verdadeiramente amigos, o amor nos consumiria nos mataria.. e o fez. – Disse fechando os olhos deixando uma lágrima deslizar por seu rosto.

- Buffy, eu sei. – Falei deitando-me ao seu lado, não me importava mais, nada mais, se ela me pedisse eu ficaria e morreria junto a ela, mas não, Buffy jamais o faria. Ao contrario ela virou seu rosto encontrando meus olhos e reafirmou uma de suas frases, uma que ela havia me dito quando ainda estávamos juntos, quando eu ainda podia segurá-la em meus braços, acariciar seus cabelos e sentir seu aroma peculiar.

- Nós nos encontraremos novamente, eu prometo.

- Eu sei meu amor, eu sei.

Enquanto conversávamos eu a segurei pela ultima vez, depois de duas horas ela partiu e com uma lágrima solitária e um beijo em seus lábios, também parti. Para qualquer um ela parecia estar dormindo, mas eu sentia já o cheiro da morte no pequeno quarto hospitalar. Nunca mais voltei a Califórnia.

Isso foi há quase 200 anos atrás. Agora estou fazendo o que eu sempre fiz, oh desculpe não contei sobre o meu trabalho antes? Deixei LA no mesmo ano, logicamente e decidi perder o contato com todos os amigos que eu ainda tinha e também os seus filhos e filhas, era simplesmente demais para mim. Mudei-me para a Irlanda e, desde então, eu trabalho como um sentinela para o Conselho. Existe outra coisa que deve ser mencionada, de todas as mudanças que a Scooby Gang e a AI fizeram, uma delas foi criar uma espécie de “PAZ” entre todas as raças ou seja criaturas mágicas, humanos, demônios e vampiros. Eu sempre achei isso uma grande ladainha.. mas vocês sabe humanos.. tão ingênuos.

Então eu me encontrava agora treinando garotas e garotos para serem caçadoras. Sabe isso é tão de volta para o passado ou sei lá... chega até a me dar náuseas.. não que vampiros tenham náuseas.. lógico que não... ah vocês entenderam, né? Mas eu se eu estava achando ruim cuidar desses pródigos aqui, eu realmente não sabia o que me aguardava.

Recebi uma ligação de meus superiores e eles “delicadamente” estavam me mandando para NLA (New Los Angeles) para trabalhar com cerca de vinte ou trinta pessoas. Então era isso. De volta ao Lar doce, lar.