Dead or Alive?!?!

POV Angel

Levantei-me de manhã após a ligação, fiz a minha bagagem, comprei a passagem e esperei o avião. Era quase meio-dia quando eu finalmente ouvi a aeromoça chamando os passageiros:

\"Vôo número 1245 saindo de Irlanda para Nova Los Angeles irá decolar em 15 minutos, por favor, vá até a portão de embarque 5, a Forever\'s Company deseja a você uma excelente viagem\"

É claro que você esta ciente de que nós vampiros ainda temos algumas vantagens sobre os humanos, por exemplo, eu não sinto borboletas no estômago toda vez que pego um avião, já não posso dizer o mesmo ao pobre coitado sentado a minha frente é terceira vez que o vejo levantar para ir ao banheiro. Porém isso não significa que não podemos ter uma dor de cabeça, como estou tendo agora, provavelmente a sensação ridícula de dejá vu que estava começando a sentir.

Preferi não contar as horas, eu não podia ou simplesmente não queria. Quando cheguei a NLA ainda era noite, talvez somente uma hora antes do nascer do sol. Eu sabia disso, pois podia sentir a alvorada chegando. Então eu tenho uma epifania, honestamente eu estou cansado de ser algo que odeio, repugno, mesmo que todos me aceitem agora, afinal é lei, vivendo eu uma espécie de “HARMONIA”... caramba era ridículo até para mim.

Enquanto eu caminhava pelas ruas da minha antiga cidade, eu estava vendo e revivendo tudo, as imagens passavam como um borrão em minha mente. Até certo momento. Encontrei-me no mesmo local onde havia achado minha linda e adorada Buffy, no dia ao qual lhe foi retirado, às vezes eu penso que foi este dia que me manteve vivo todos esses anos. A memória de seu toque, seu cheiro, o gosto de seus lábios e de seu corpo, o jeito suave ao qual gemia e sussurrava meu nome ao mesmo tempo, uma vez duas, sem parar como se ela no fundo soubesse que iria perder aquele dia também.

Parei em frente ao píer da praia e respirei uma ação desnecessária já que sou um vampiro, mas naquele momento eu senti também o ar da brisa fria da cidade, o cheiro a água do mar, a areia, o barulho de um carro a distância, um cachorro latindo, mas nada disso importava, porque durante aqueles milésimos de segundos eu estava pensando nela, eu finalmente ia encontrá-la, amá-la, fica com ela ou talvez para a minha infelicidade eu jamais a encontraria novamente.

Enquanto eu vivia os meus últimos momentos na terra, fechei meus olhos para o pior, afinal eu iria entrar em combustão humana a qualquer minuto. Outra respiração desnecessária, uma última olhada ao meu redor e com uma ultima visão de seu rosto cruzou os meus olhos.

Silêncio...

Luz...

Escuridão...

BATIMENTO CARDÍACO??

Que diabos acabou de acontecer? Onde eu estava?

Eu podia sentir alguém tocar meu pescoço à procura de um batimento cardíaco, em seguida, um minuto depois, agitando o meu braço fazendo perguntas ao mesmo tempo, ela ... espera era uma garota?

Eu finalmente abrir os olhos para ver a estranha que parecia extremamente preocupada

comigo, xingando baixinho enquanto retirava todos os pertences de sua bolsa. Finalmente entendi o que ela estava fazendo quando ouço:

- Oi, sim É um cara, talvez 25 anos, ele parece ... hum .. ele esta inconsciente, ou qualquer coisa do tipo! – Diz elevando a voz - Não, eu não conheço o cara!

A outra pessoa na linha disse: Por favor, procure por uma carteira .. Com isso, ela perde seu temperamento.

- Escuta aqui porra! Porcaria, merda, bosta de máquina idiota! Claro! O cara ta quase morrendo aqui e você espera que eu encontre a porra da carteira dele! Puta merda mesmo! Onde estão as pessoas?? Coloca alguém na porcaria da linha!

- Por favor, aguarde um segundo Senhorita. – disse a voz eletrônica.

- Eu não vou aguardar porcaria.... ! Alo? Alo? – Ela literalmente gritou fechando com raiva o pequeno aparelho celular.

- Merda! Cara, às vezes eu odeio NLA!

Ok, tudo bem. Essa a voz, ela me faz lembrar de alguém. Meus olhos finalmente se abriram para que eu pudesse ver a minha salvadora. Ela não era muito alta,tinha longos cabelos castanho escuro, e gosto interessante para roupas, embora não pudesse ver seu rosto, pois ela estava de costas para mim, sentei-me e senti a minha cabeça girando como se fosse um maldito pião.

- Ei! Você está bem garotão? Porque você sabe, nos dias de hoje é difícil alguém parar para ajudar.. você teve sorte.

A MEU DEUS! É a Faith? Não, é claro que não é a Faith, ela está pra lá de morta. Peraí, é ela, e não é ela ao mesmo tempo.. Jura que eu estou discutindo com a minha própria mente? Cristo, é isso que dá passar tanto tempo com garotas, acabei me acostumando com as pessoas tagarelando a minha volta. Ela esta esperando que eu diga alguma coisa? Mas é claro que ela esta esperando seu grande imbecil! Ela esta esperando que você lhe responda a pergunta.

- Sim, acho que estou bem. Obrigado.

Ela me ajuda a levantar me encarando intensamente, talvez estivesse procurando por algum tipo de ferida. Então Faith, ou alguém que se parecia com ela, falava como ela, vestia e até xingava como ela, me direcionou um sorriso, mas eu podia ver a diferença desta Faith do futuro para a minha Faith, ela tinha um brilho em seus olhos, um olhar sutil, amoroso, onde eu podia ver quem ela realmente era, algo que a minha Faith havia trabalhado anos para conseguir, algo que a Faith do futuro já possuía. Retornei seu sorriso e finalmente comecei a falar.

- Perdoe-me, onde estão minhas maneiras? Olá, primeiro gostaria de agradecê-la pela ajuda, eu sou Liam ( Eu pensei que usar meu nome humano novamente fosse a melhor idéia, afinal agora eu teria que procurar uma mini Willow para me fornecer nova CI).

- Oi gracinha! Eu sou Faith, moro nas proximidades, você teve sorte de que eu estava fazendo a minha corrida matinal, cheguei a pensar que você havia sido atacado por uma dessas criaturas adoráveis que temos por aqui. – Disse sarcasticamente, gesticulando com as mãos, algo que me lembrava muito a antiga Faith, e continuou:

- O prazer é meu, então onde você pretende ir docinho? - Disse sorrindo, a meu Deus ela esta flertando comigo? É Angel ela faznedo isso mesmo! Eu realmente devo seguir o antigo conselho da Buffy e da Cordélia e arrumar um espelho. Tentando parecer casual, falei:

- Na verdade eu preciso de um lugar para dormir, talvez um hotel, conhece algum bom?

- Claro, vamos? - Olhei para ela e para baixo onde estava minha mala, era simbólico, afinal eu iria comprar roupas quando chegasse aqui. Por isso havia trazido tão pouco.

Começamos a andar lado a lado como se nos conhecêssemos há anos, bem eu a conhecia, é bastante confuso sabe? Resolvi deixar minha mente e voltar minha atenção a ela novamente, ela estava dizendo:

- É, então eu moro aqui desde que me conheço por gente, nos temos uma turma sabe, tipo uma gangue, e vários amigos, quero dizer eles são mais família do que amigos para mim, se bem que eu acho que todos nos sentimos assim.

- Eu me lembro de uma época em que tinha isso também. – Disse em uma voz tão baixa que somente caçadoras ou vampiros como eu.. quero dizer esquece, vampiros poderiam ouvir e ela ouviu.

- Sinto muito. Sei que deve ser difícil. – Falou gentilmente, dando-me um olhar simpático apontando para o hotel a nossa frente.

- Vejo você por aí grandão! – Ela se aproximou beijou meus lábios em uma espécie de beijo de até logo, geralmente trocado entre casais. Me lembrou algo que Buffy fazia também, era um selinho e depois desaparecia. Assim que ela se afastou correndo para entrada do hotel e eu disse surpreso:

- Até!

Se essa não era uma versão nova da Faith, eu diria que era ela mesmo somente um pouco mais “normal” e aberta com as pessoas, assim como Buffy quando eu a conheci, um brilho especial, simplesmente feliz. Ouvi meu celular tocar pela primeira vez desde que cheguei em NLA, eu olhei para a tela para ter uma idéia de quem possivelmente poderia estar me ligando. Que novidade, meus superiores ou pelo menos eles pensam que são. Tolos é claro, eu tenho o meu jeito de fazer as coisas darem certo, e nenhuma deles segue as próprias regras. Mas eu tinha uma missão agora, trinta pessoas ou mais, para treinar, ensinar e se for do meu jeito guiar. Eu irei mudar o sistema que não esta funcionando a nos, é hora de uma mudança, melhorar ou pelos menos retornar ao principio de como era.

- Sr. Angel.

- Sim, mas meu nome é Liam Angelus O’ Connor, sem perguntas. Onde devo ir agora?