Capítulo Dezenove: Tarde Agitada

Não havia como alguém odiar mais ter que correr pelo castelo como Sirius odiava. Algo estranho de se pensar, levando em consideração que ele vivia correndo para fugir das consequências de suas travessuras. Mas nesses casos eram ossos do ofício.

Também odiava não haver um meio de falar com Frida a distância e saber onde ela estava. Passou pela biblioteca e a procurou por lá, onde não a encontrou. Bufou em frustração e saiu correndo novamente, agora mudando seu rumo para a torre de astronomia.

Subiu as escadas já mais devagar enquanto recuperava o fôlego. Mesmo sendo um atleta, a distância de um ponto ao outro era bem grande, o que fez ele cansar facilmente. Caminhou por alguns instantes até chegar ao topo, parando na entrada. Avistou Frey encostada no parapeito, observando o sol quase se pondo no horizonte. O rapaz se aproximou e a abraçou pelas costas. Pôde ouvir um suspiro cansado vindo dela após abraçar os braços que a rodeavam.

—Não te vi mais cedo _ele começou ainda um pouco ofegante pela correria, encaixando seu rosto na curva do pescoço dela._ Só durante o jogo, mas parecia que não era você.

—Só estava meio desligada _ela disse dando de ombros. Sirius olhou para a loira e ela continuou com os olhos no horizonte divagando, perdida em seus pensamentos.

—Olha para mim _ele pediu ao se soltar dela e se postar ao seu lado. Ela apenas abaixou os olhos rapidamente, depois voltou a encarar a vista._ Aconteceu alguma coisa? Frida, olhe para mim.

Ela então focou os olhos no rapaz, que se assustou. O rosto da jovem estava com o lado esquerdo marcado por manchas vermelhas e um corte superficial. Sua bochecha próxima ao olhos estava mais escura e a frieza em seu olhar era eminente. Ela desviou o olhar após mostrar o que ele tanto queria ver.

—O que aconteceu? _Ele perguntou sério._ Frida, quem fez isso?

—Se você está aqui é porque Lily te contou o que aconteceu _comentou a Malfoy sem olhar para ele.

—Você acha mesmo que a desculpa de merda que você deu para a Evans vai funcionar comigo? —Sirius perguntou irritado, fazendo-a olhar para ele com raiva pela forma que estava falando.— Foi o desgraçado do Greengrass, não foi? _Ela não respondeu e apenas sustentou o olhar irritado dele.— Me responda, Frida.

Ela conseguiu sustentar seu olhar até que ele desse um passo em sua direção, sem desfazer o contato. A proximidade fez com que logo a Malfoy não aguentasse mais e apenas desviasse o olhar para o chão, o que foi o suficiente para que o rapaz entendesse.

Ele saiu andando de uma lado para o outro na torre, passando os dedos pelo cabelo. O nervosismo e a raiva subindo e nublado sua mente. Passou os dedos entre os cabelos respirando fundo tentando manter o controle.

Sirius socou com força uma parede próxima a ele, o que fez Frida se assustar e se virar para olhar o moreno. O olhar dela se entristeceu por míseros segundos até ficar irritada com a situação.

—O que você pensa que está fazendo? _Frida perguntou irritada, caminhando irritada até o rapaz, puxando-o pelo braço para que olhasse para ela.

—Eu vou matar aquele desgraçado _ele ameaçou estridente e começou a andar em passos pesados até a escadaria, livrando-se da mão que o segurava. Frida correu atrás dele para o impedir.

—Você não vai fazer absolutamente nada _ela ordenou entrando na frente do moreno. Ele nem olhou para a garota e já desviou da mesma. Novamente ela foi atrás dele, dessa vez segurando os seus braços com força. Sabia que provavelmente não surtiria efeito medir forças com ele, mas também sabia que ele não usaria força contra ela

—Deixe-me passar, Frida _ele ordenou frio. A garota estranhou o tom do rapaz e o empurrou para afastá-lo da saída.

—Você não vai sair daqui _ela declarou alto e irritada.

—Aquele imundo precisa receber o que merece _cada vez mais que ele falava, mais alterado o rapaz parecia.

—Não! _Ela brigou._ Isso é um problema meu e você não irá se meter na minha vida.

—Problema seu? _Ele perguntou e soltou uma gargalhada com escárnio. Deu mais um passo em direção a ela, que o impediu de se aproximar mais colocando as mãos sobre o peito do Black._ Você está tentando proteger esse maldito após tudo que ele fez com você?

—Não estou protegendo ninguém _Frida respondeu irritada empurrando o rapaz._ Estou evitando que você arranje mais problemas para a droga da minha vida.

Sirius ignorou aparentemente tudo que ela havia dito, dando um jeito de desviar dela e seguir o a entrada da torre.

—Se você sair por essa porta, nem pense em voltar —ameaçou Frida quando ele já estava próximo a sair._ Não irei mais olhar para a sua cara.

O Black pareceu ponderar por um momento. Até que soltou um grito de completa frustração e bater na parede da saída com força, logo voltando até a loira com passos pesados, que se manteve impassível.

—Ele não pode fazer o quê fez com o que é meu e sair impune _declarou Sirius ao parar diante da Malfoy.

—A questão é que eu não sou sua, Black _lembrou Frida com frieza. O olhar de Sirius vacilou por alguns segundos com a declaração. Talvez um tapa tivesse doído menos. A loira suspirou.

Ela então levou as mãos até o rosto do rapaz. Sirius ainda estava com ódio no olhar, mas ao ver os olhos serenos da mais baixa, suavizou um pouco a expressão.

—Ele é problema meu e você não tem que se preocupam com isso _ela disse mansamente tentando acalmar o moreno de olhos cinzentos. Sirius apenas bufou em frustração, desviando os olhos dela.— Já aconteceu. Não mudaria nada você ir atrás dele.

—Claro que mudaria! Aquele merda engomadinho nunca mais ousaria pôr a mão em você se eu lhe desse uma surra.

—Não, Sirius _refutou ela._ Isso só traria mais problemas para mim e no fundo você sabe disso. Greengrass é quase um comensal. Poderia fazer qualquer coisa comigo ou até mesmo com você.

—Eu não tenho medo de Edward Greengrass.

—Pois deveria ter.

Sirius se soltou de Frida e começou a caçar em seus bolsos algum cigarro perdido. A raiva dele era totalmente visível para a loira, que se sentia culpada por isso após sua irritação com ele diminuir. Ela estava angustiada por ver o rapaz naquele estado. Aquele deveria ser o momento onde ela cortaria toda e qualquer relação que tinha com o rapaz. Já havia causado muitos problemas e aquele fora sem dúvidas o maior. Não aditava mais cortar o mal pela raiz, porém ainda tinha tempo antes que fosse tarde demais.

Depois de muito procurar ele achou um cigarro e o colocou na boca. Pegou seu isqueiro zippo e tentou acender, mas a tarefa estava complicada devido às suas mãos estarem tremendo de raiva. Frida então se aproximou e pegou o isqueiro do rapaz, acendendo o cigarro do mesmo.

Ele encarou o gesto dela e analisou o rosto da mesma. Estava sendo quase impossível encarar o rosto dela e não sentir ódio, mas ele tentava manter a calma. Frida guardou o isqueiro no bolso da calça do rapaz e depois olhou para cima, fitando os olhos do mesmo.

Frida pegou a mão do moreno e notou os nós dos dedos dele surrados. Estavam vermelhos e cortados devido às pancadas na parede. Ele puxou a mão das dela e massageou as têmporas. Estava irritado demais e ficar tão próximo a ela só piorava a situação. Todas as vezes que via o rosto dela era como um soco em seu estômago.

Ela novamente segurou o rosto dele entre as mãos e ele suspirou. Sirius tirou o cigarro da boca e deixou entre os dedos, apoiando as mãos na cintura dela. Colou a testa junto a da mais baixa e fechou os olhos.

—Eu ainda quero matar aquele imbecil _ele declarou.

—Pois você não vai _informou ela com certa autoridade. Suspirou pesadamente e afagou o rosto do Black. Já havia o visto irritado, porém não tanto como daquele jeito. Isso a deixou triste por saber que era a causa daquela situação._ Eu só quero que você se acalme. Por favor. Fique aqui comigo.

Frida beijou o rapaz suavemente. Achava que assim pudesse acalmar o mesmo e o fizesse esquecer de ir atrás de Edward Greengrass. Sirius apenas guiou a garota até a parede mais próxima e a prensou ali com certa urgência e brutalidade. Jogou o cigarro no chão e levou as mãos até as coxas da loira, levantando-a e a prendendo na parede. Sirius tornou o beijo urgente e voraz. Estava tentando descontar a raiva.

Beijou-a com um desejo absurdo. As mãos dele estavam entre as coxas e a bunda da loira e as dela arranhavam a nuca do moreno. Ambos descontavam todas suas frustrações e desejos naquele beijo. Sirius apenas queria que Edward assistisse toda aquela cena e visse o quê ele nunca teria: a loira em seus braços.

—Por que só ficamos assim quando estamos com algum problema? _O moreno perguntou ao se separar de um beijo e descer para o pescoço da loira, que suspirou com o ato.

Frida enlaçou os dedos nos cabelos de Sirius e com a outra mão tapou a própria boca para não emitir nenhum som. O rapaz prensou sua cintura contra o copo dela para mantê-la suspensa e levou as mãos até a barra da blusa dela, puxando de dentro da saia e em seguida começando a desabotoar os botões.

As mãos do mesmo voltaram para as coxas dela e ele se afastou da parede, agora a carregando. Virou-se e apoiou suas costas na parede, em seguida escorregou para o chão, sentando-se e mantendo a garota eu seu colo. Ele terminou de tirar a blusa de Frida enquanto voltava e beijá-la e ela o ajudava. Após a blusa ir parar em qualquer canto do chão, a loira puxou a barra da blusa de Sirius, que afastou as costas da parede para facilitar a retirada.

Quando a blusa dele se juntou a dela, Frey levou os lábios até a orelha do rapaz e desceu fazendo uma trilha de beijos. Na região do pescoço ela mordia e dava leve chupões que ficavam marcados, seguindo até o ombro. Sirius mantinha os olhos fechados e mordia o lábio inferior, suas mãos passeavam pelas coxas de Frida e as unhas dela arranhavam seu tórax.

Talvez os dois poderiam se arrepender do que estavam prestes a fazer por ser um ato impulsivo e por distração, para fugir dos problemas que os dois possuíam em comum. Mas não estavam se importando. Na verdade os dois nunca se importavam com nada quando estavam juntos. Apenas faziam o que queriam, sem se importar. Já haviam praticamente quebrado todas as regras do seu trato estranho, aquela seria apenas mais uma, que já havia sido quebrada há muito tempo, antes mesmo do trato existir.

—Era pra isso estar acontecendo? _Frida perguntou antes de voltar a beijar o rapaz.

Sirius puxou o corpo dela para mais perto e continuou a beijando. As pernas de Frey estavam uma de cada lado de Sirius e as mãos puxavam os cabelos dele, fazendo-o olhar para cima e para ela.

Apesar de já ter ficado com diversas garotas diferentes e de até ter transado algumas vezes com Marlene e outras com quem saiu mais de uma vez, ele tinha que admitir que Frida causava sensações diferentes. A garota gostava de mostrar que tinha o controle da situação e que estava no comando, mesmo não estando. E claro que isso excitava mais ainda Sirius.

As mãos dele foram para as costas dela e desceram até atingir a saia, onde ele rapidamente abriu o zíper. Frida se levantou e saiu de cima de Sirius deixando a saia cair de seu corpo. Afastou-a com um pé e sentiu o rapaz puxar sua mão, fazendo-a voltar para o colo do mesmo. A garota agora estava apenas de lingerie preta, que contrastava com sua pele pálida.

Por um instante ele apenas fitou o rosto dela que, mesmo marcado pela ira de Greengrass, continuava sendo lindo. Acariciou o rosto dela com os dedos e em seguida desceu por seu pescoço, indo até os cabelos loiros e se agarrando a eles. Sirius puxou o cabelo dela, fazendo Frida inclinar a cabeça para trás. Levou os lábios ferozmente até o pescoço dela e Frey fincou as unhas nos ombros dele, arfando.

Com a mão livre foi até o fecho do sutiã da loira e o soltou. Com a ajuda dela o removeu, jogando no chão ao lado deles.

—Eu tenho certeza que era pra isso acontecer _ele sussurrou no ouvido dela, o que fez Frida se arrepiar por inteiro, antes dele descer seus beijos até o busto dela.

Já havia se passado da hora do jantar quando Sirius voltou para o salão comunal. Subiu até seu dormitório e encontrou os amigos deitados cada um em suas camas enquanto conversavam. O moreno entrou no quarto e foi direto até sua cama pegar algumas roupas em seu malão.

—Parece que alguém se divertiu hoje _comentou James sorrindo travesso para o amigo._ Sua blusa está do avesso e seu cabelo está uma zona. Foi boa sua escapada da festa?

Sirius então se virou para o amigo e notou todos os analisando. Sorriu vitorioso para eles e respondeu:

—Você não sabe quanto.

E se retirou para o banheiro tomar um banho enquanto os amigos criavam teorias e riam. Sirius estava se sentindo nas nuvens, mas sabia que ainda haviam coisas a serem resolvidas. No dia seguinte todos iriam para Hogsmeade e seria uma boa ocasião para resolver alguns problemas pendentes.