Dean Bow

A doença da mente


Ainda nesse dia que parece que não acaba, mas espera, será que eu dormi por dias ou horas? Enfim eu estou agora abrindo a mochila por curiosidade para ver o que tinha dentro. Nele havia uma carta de minha tia:

“Querido Dean:

Aqui está a mochila que você queria tanto.

Eu pensei que era melhor eu te dar.

Enquanto pensei em te dar isso lembrei que você era bem curioso e gostava de ver os objetos e de combina – lós para ver o que daria.

E eu espero que você guarde bem essa mochila e que os objetos que colocar nela sejam de bom uso.

Nunca se esqueça que a criatividade é o melhor dom que você tem.

Com amor tia Grace. ”

O doutor assente e diz:

—Ela está preocupada com você.

—Estou preocupado também, mas eu não sou louco e ainda estou aqui- digo com insatisfação.

—Pare com isso você está fora de controle jovenzinho.

—Estou cansado disto.

—Normal alguém com problemas não aceitar Dean.

—Eu não quero ficar aqui ouvindo suas baboseiras, vou para casa.

—Você poderá ir... para o seu quarto. Mas primeiro tem de tomar seus remédios.

—Qual remédio...?

—É chamado duotine, te deixara muito relaxado. Enfermeira, estamos prontos.

Pela porta entra uma enfermeira usando suas roupas de trabalho, ela é ruiva... realmente ela é bem bonitinha:

—Alguma coisa nova hoje, doutor Deern? - Diz a enfermeira

—Não, na verdade são as mesmas visões de antes.

—A entendo... aqui Dean tome seu remédio – ela aponta para mim uma bandeja com um pote de vidro com várias capsulas vermelhas dentro.

Pego uma capsula mesmo sabendo que não estou louco, só quero provar isso para aquele cara mesmo. A engulo e sinto algo estranho depois de uns 3 segundos:

—Eu não me sinto bem...-digo e logo depois disso o cenário muda.

Estou ainda no escritório, só que ouvindo os gritos de minha mãe e o doutor e a enfermeira desapareceram. Cabeças e entranhas de meus pais começam a cair do céu, enquanto uma sombra com grandes olhos brancos aparece atrás de mim, e com suas enormes garras encosta em minha cabeça e na mesma hora desmaio:

—Ah não a leve de volta para o quarto-diz o doutor Deern se abaixando para ver minha situação- e enfermeira... não deixe ele tocar nisso novamente.

*************************************

Enquanto durmo ouço uma voz grossa e assustadora:

—Cuidado, Dean Bow... você deixara a casa da loucura... e eu irei te caçar... te pegar... e trazer você de volta para a insanidade... – diz e percebo que foi embora.

Não acordo mas sinto que estou chorando, sangue provavelmente. Até que sinto uma pequena pata na minha barriga:

—Dean? Acorde. - Logo percebo quem é e sei que quem está falando comigo, sei lá como, mas é o Senhor Meia Noite – o remédio ira te ajudar a fugir! Eu estarei esperando por você na floresta! Você é o melhor amigo que um gato pode ter...

Sabe tive este sonho agora e tenho certeza, que realmente tenho que sair, Senhor Meia Noite está me esperando. Acordo no meu quarto, que não é bem meu quarto é apenas um cômodo. Os quartos são divididos em cortinas, ou seja, não temos privacidade. Vou me levantando lentamente e falo sozinho:

—Eu ainda estou aqui... lugar horrível... eu tenho que sair daqui...

Me levanto e vou andando pelo cômodo até ver um mine carrossel de brinquedo eu o ligo apertando um botão:

—Ó que legal, tem uma música legal.

Já não ligando mais para o brinquedo, vou até o criado mudo que tinha do lado da minha cama, e tento abri – ló:

—Trancado... mais uma razão para ficar curioso.

Vejo a pintura de um palhaço na parede acima do criado mudo, e começo a brincar já que obviamente sou uma criança:

—Eu vou pegar seu nariz, eu vou pegar... – fico pensando por um tempo e falo - você é um palhaço feliz? Você pode me fazer rir? É que estou com dificuldades em rir novamente...

Logo deixo para lá isso por que o palhaço não vai falar, e vejo um caderno do lado da minha cama que dizia:

“ Nome: Dean Bow

Idade: 10 anos

Gênero: masculino

História: o paciente foi encontrado perto do Oswald Asylum com sinais de psicose.

Ele teve uma tragédia em sua família.

Tratamento: Dr Marcel Deern deu remédios, mas ele teve de ser cancelados por vários efeitos colaterais”

Suspiro e percebo que talvez eu tenha realmente um problema, vejo alguns desenhos grudados na parede do lado da minha cama. Mas eles pareciam que tinham sido feitos... por mim? Será que os fiz enquanto dormia? Enfim neles havia um que tinha eu e meu gato e o remédio que o doutor me deu, e no desenho dizia: “vermelho e pequeno você está se escondendo de mim”. E outro tinha o desenho de uma cabeça de vaca, na verdade só o esqueleto dela e nos seus olhos tinham “x” e estava escrito: “eu odeio monstro”. No outro já era mais como uma carta que dizia:

“Eu tenho que encontrar o meu gatinho.

Eu tenho que encontrar o Senhor Meia Noite agora!!

Eu estou com saudade do meu gatinho, ele se esconde por que está com medo.

Ele me disse que o remédio iria me dizer onde ele está. ”

—A meu deus! Eu sinto tanto a sua falta. – Digo falando sozinho... é realmente tenho problemas- eu vou te encontrar Senhor Meia Noite! Eu prometo. Não tenha medo meu gatinho tudo vai ficar bem!

Ainda fico observando os desenhos e volto para o do monstro... será que aquela voz era dele? Não sei, não quero saber, e tenho raiva de quem sabe.

Vou para o próximo cômodo e nele estava um menino sentado na sua cama entediado, naquele cômodo só tinha um cavalinho de pau... bom nada de especial. Em baixo da cama do menino tinha um caixa e em silencio me abaixo e pego a caixa, logo percebo que está aberta:

—Está aberta boa. - Dentro Da caixa havia uma chave de ouro- uma chave deve abrir algo... dãã. Espera.

Volto para o meu “quarto” e nele vou direto ao criado mudo e tento abrir, na mesma hora a um estalo e ele se abre:

—Sim! Sim! Abriu e vejo que tem alguma coisa dentro.