Dean Bow

O garoto estranho


Antes de abrir a gaveta, eu penso e olho para uma fresta de uma cortina da janela, a noite começou a cair ou seja agora já era noite, isso deixa esse lugar cada vez mais assustador. Enfim volto a me concentrar na gaveta e vejo o que há dentro dela, há uma foto minha que tinha eu, minha mãe, meu pai, tia Grace e o Senhor Meia Noite:

—Oh, minha querida família! Vou guardar esta foto com a minha vida!

A guardo no bolso e então pego a outra coisa que tinha na gaveta. Era uma corrente que meu pai iria me dar quando crescesse mais um pouco. É uma corrente de prata com uma flecha cravada da sua cabeça até o seu queixo. Isso meio que seria o símbolo de minha juventude dizia meu pai:

— Minha correntinha! Melhor usa – lá bem – falo já a colocando no meu pescoço.

Então olho do lado do criado mudo no chão a mochila de meu pai. A pego mesmo vazia e já a coloco nas costas por precaução. Então volto para o outro cômodo onde estava a criança e vou a sua frente, antes de falar com ele olho na parede do lado de sua cama, e nela tem uma lista igual à que está na minha cama, só que a dele está escrito Phil, provavelmente era seu nome:

— Olá, Phil! Me chamo Dean. - Falo amigavelmente.

— Olá... – diz ele com um pouco de desânimo para mim. Phil é uma criança comum com cabelos lisos que jogados para a frente para os lados e para trás, e está usando um pijama comum azul.

—Sabe de alguma saída? – Digo já sendo um pouco mais rígido

—A saída está desaparecida, é impossível encontra – lá..., mas eu tenho algo que pode te ajudar.

—O que é?

Ele olha para a parede e vai até ela tira um crucifixo e dá para mim:

— Por que me deu isso? – Pergunto

—Você vai precisar, acredite – ele olha para baixo – sabe todos dizem que estou doente.

Guardo o crucifixo na mochila e digo:

—Eles são apenas idiotas – digo – eles sempre dizem isso.

—Você está indo embora hoje à noite?

Me espanto um pouco pensando em como ele sabe de meu plano, talvez ele tenha me escutado pensando alto:

—Eu preciso encontrar meu gato tchau – digo tentando me afastar de problemas

—Você é igual meu pai... – a palavra pai me dá um calafrio – eu sei que você não quer falar sobre isso pois tem medo que eu te dedure – me viro assustado com o garoto – mas para provar que não estou nem aí eu digo... o escritório é a chave.

O garoto já estava me dando medo:

—Eu tenho que ir, a gente se vê em breve, tchau – digo apressado pois queria parar com aquela conversa agora.

—Tem algo dentro de você que é diferente...

—Diferente do que? – Digo com curiosidade

—Diferente do medo... bom, mas eu ainda não terminei, eu vi o médico escrevendo um código secreto.

—Um código secreto? – Falo com curiosidade – para abrir uma porta amarela, ou coisa do tipo?

—Ele não quer que eu conte para você...

—Quem?

—Ele... – ele aponta para um vão atrás de mim me viro e não vejo nada.

Sinto o ar ficando mais frio, isso provavelmente não é bom sinal. Então um portal roxo se abre e de lá sai aquela voz do meu sonho que de perto é mais grossa ainda. A criatura é um crânio de vaca todo ensanguentado e o resto de seu corpo é todo preto, tirando o fato de que só estou vendo sua cabeça. Ele tem garras e presas muito afiadas, e até que resolve dizer:

—AS PORTAS ESTÃO FECHADAS. VOCÊ É UM PRISIONEIRO DOS MEUS JOGOS... – Ele dizia relutante de chegar perto parecia que algo o afastava – E NINGUEM IRA TE AJUDAR A FUGIR...

Com essas últimas palavras ele vai embora voltando para o portal. Eu até pensei em chorar mas segurei essa vontade e disse:

—Me deixe em paz, EU TE ODEIO... – Digo para o nada, mas eu sei que ele está ouvindo – mamãe... papai... eu preciso tanto de vocês agora... não! Eu não irei deixar aquele monstro me parar.

Phil volta a olhar para o mesmo lugar... o chão e decido não falar com ele mais, talvez ele tenha alguma ligação com esse demônio, vejo um boneco de ação no canto da sala vou até ele e digo:

—Eu costumava ter um igual você...

Me afasto dele e vou até o cavalo. Acho que já ficou claro que eu gosto de falar com objetos inanimados:

— Você está se divertindo senhor cavalo de madeira?

Sorrio e volto aquela lista grudada na parede e começo a ler:

“Nome: Philmor Bronston

Idade: 8 anos

História: ele veio para o sanatório Oswald com sua mãe Rachel Bronston. O garoto desenvolveu um problema de paranoia. Mas a paranoia não foi diagnosticada ainda. ”

Resolvi não ler o resto e nem perguntar onde estava sua mãe. Vejo uma cadeira branca e penso:

—Se eu sentar eventualmente irei levantar. Então para que eu vou senta?

Então continuo andando pelo cômodo e vejo uma porta nele tento abri – lá:

—Claro que está trancada. – Logo depois penso na minha correntinha pego a ponta da flecha do outro lado da caveira e tento colocar na fechadura – serve, mas tem dois buracos preciso de mais alguma coisa.

Logo saio daquele lugar e vou para o meu quarto. Mas eu passo direto por ele chegando em outro cômodo e nele tem uma velha enfermeira em sua mesa. Não muito longe de sua mesa tem uma cadeira de rodas olho para ela e digo para mim mesmo:

—Minhas pernas estão ótimas graças a Deus.

E também tem um pequeno armário ali devagar abro a porta sem ela perceber e vejo o que tem:

—Garrafas vazias, copos vazios e nada útil. – Penso, e olho no outro armário que tinha toalhas- toalhas? Mas eu não preciso de toalhas... eu não acho que vou usar nada disso.

Me levanto dali fecho a porta do armário e vou até a enfermeira. Ela me percebe e diz:

—Olá Dean. Bom ver que está acordado – diz a velha enfermeira. Bom melhor descreve lá ela está usando uma roupa de enfermeira tem a cara de um pouco mais de 50 anos. Seus cabelos grisalhos estão presos num coque.

—Por quanto tempo eu dormi? – Digo curioso pelo o que ela disse

—Acho que três dias... sabe sua tia veio aqui várias vezes preocupada

—Entendo mas se ela está tão preocupada por que eu ainda estou nesse lugar? – Ela dá de ombros – devo encontrar meu gato.

—Você deve estar louco ao pensar que pode sair por aí sozinho para procurar seu gato.

—Estou cansado disso, já disse que não sou louco.

—Não irei perder meu tempo batendo boca com um moleque mimado... e se quer saber o que te fez dormir por tanto tempo foi o remédio, por isso você não deve mais toma ló.

—Ok... – Digo trincando os dentes - mas você ao menos sabe se realmente o remédio me faz mal? Não diga o que não sabe...

—Sabe jovenzinho – diz ela batendo as mãos na mesa na mesa – normal jovens como você ficarem assim rebeldes

—Não quero ficar aqui ouvindo essa putaria – sabe acho que esse foi meu primeiro palavrão – irei achar um jeito de ir para casa e nenhuma puta vai me impedir.

—Não fale assim comigo seu moleque estupido. Acho que eu deveria te dar uma boa dose daquele remédio para você dormir por vários anos – ela se acalma novamente – e me desculpe se estou sendo realística! Agora vá estou trabalhando.

É o que eu faço, não quero ficar ali batendo boca com uma velha. Vou para o meu quarto e com raiva resolvo puxar a cortina para ver lá fora e relaxar. Quando tento fazer isso acabo derrubando a cortina com tamanha força. Provavelmente já deveria estar velha:

—Ah não merda. A cortina caiu – Vejo algo brilhando e quando olho para ver o que é, era o gancho que segurava a cortina. O pego e guardo na mochila.

Vou até o outro cômodo onde estava o Phil (que quero manter distância) e a porta. Vou até a porta e tento colocar o gancho lá:

—Que surpresa... não serve. Um gancho dourado que quebra cortinas não serve numa porta...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.