Dark Angel

Capítulo 24 - Minha melhor amiga morre.


- Não, são apenas crenças, a verdade é que a Estrela do Caos é ligado ao povo cherokee, que muitas vezes tem a magia limpa e do bem, em parte o povo cherokee é muito poderoso e famoso por conhecer a magia pura e verdadeira, ou a fonte dela, eles tem uma afinidade muito grande com os 5 elementos: ar, terra, fogo, água e espirito. Porém eles também conhecem a mais negra das trevas. - Cass explicou e eu continuei sem entender nada.

- O que isso significa em relação à mim? - Perguntei.

- Eu ainda não sei... Sei bem pouco. Mas se ela está aí é por alguma razão, e se ela está aí é por que você tem a mais concreta das magias correndo pelas suas veias.

Me senti enjoada e maravilhada ao mesmo tempo.

- Qual delas? - Stephanie perguntou apreensiva e se sentou ao meu lado enquanto colocava seu braço direito nos meus ombros.

- Bom... Se ela está aí... As duas, a pura e a das trevas. - Cass falou suspirando.

Eu tinha magia do mal correndo nas minhas veias? Mas que droga! Nos mais impossíveis sonhos eu nunca imaginara que um dia ia ter uma magia dessas dentro de mim.

- M-m-mas eu posso controlar ela, certo? - Falei entre gaguejos me referindo a magia do mal.

Cass me encarou e eu encarei ele por longos minutos, cada segundo eu sentia meu coração bater mais rápido, cada segundo eu sentia-me mais enjoada, cada segundo eu ficava com medo, de tudo, de todos, e principalmente de uma pessoa: Eu.

E se eu não puder controlar? O que eu vou fazer? O que vai ser de mim? Cass me tirou dos meus momentaneos devaneios dizendo:

- Nós teremos que trabalhar nisso.

- Mas Stephanie é metade demonio, e não é má. - Falei procurando uma salvação para mim mesma.

- Ela só tem o poder de um, mas isso não influência o que ou quem ela quer ser. As decisões são dela. - Sam explicou.

- Mas eu também posso tomar uma decisão.

- Você não entende. A magia que você tem é tão antiga quanto Deus. - Cass disse.

- Isso quer dizer muito. - Dean finalmente falou algo.

Olhei para o chão obviamente com vontade de chorar e deitar no colo da minha mãe, o que com certeza não seria possível já que a minha verdadeira mãe é um fantasma e a que me criou esteve mentindo para mim des de que eu nasci!

- Vai dar tudo certo. - Stephanie disse.

E foi apartir dessa frase tão comum, mas mesmo assim tão cheia de significado para mim que saiu pelos lábios de Stephanie que eu tomei minha decisão: Eu vou lutar, essa não é hora para ser fraca ou ter um piti como uma patricinha do Upper East Side.

Respirei fundo e exigi que toda a fraqueza e medo fossem expulsados do meu corpo. Levantei e me pus perto do circulo.

- O que eu tenho que fazer? - Perguntei inexpressiva.

Cass pegou minha mão e entrou dentro do círculo com cuidado para não borrar ou bater em nenhuma das ervas e eu fiz o mesmo. Ele abaixou-se ao lado da jarra e eu sentei-me ao lado.

- Isso vai doer. - Ele avisou, abriu minha mão sobre o jarro, pegou a faca e colocou sobre a minha palma, mesmo sem fazer força a faca doía na minha pele. - Tem certeza?

- Rápido. - Falei.

Ele me obedeceu e rapidamente colocou força sobre a faca e deslizou cerca de 5 centímetros, um gemido abafado saiu pela minha boca.

E DOEU PRA CACETE! ERA TIPO UMAS MIL VEZES PIOR DO QUE CORTE DE PAPEL!

Inspirei todo o ar que meus pulmões aguentaram e fechei os olhos. Esperei a dor se acalmar enquanto Cass virava minha mão e apertava levemente.

- É o suficiente. - Cass avisou e largou minha mão.

Trouxe ela para mim e avaliei o quão profundo era o corte. Dean enrolou com gase meu machucado e fez um rápido curativo.

- E agora? - Perguntei.

- Fique aqui. - Ele saiu do circulo e falou tão rápido tantas palavras em latim que eu fiquei tonta, literalmente tonta.

E cada vez mais tonta... Eu não entendia o que estava acontecendo, meus olhos pareciam pesar 50 kilos, a luz pareceu ficar mais fraca, tudo ficou tão escuro... Senti o baque das minhas costas no chão e depois disso eu não ouvi mais nada.

Eu estava em um lugar escuro, tudo preto. De repente algumas luzes se acenderam denunciando que era uma floresta. As luzes pareciam ser raios de sol.

- O que...? - Vi o índio que vi antes no meu sonho e sobressaltei, assim como ele ao me ver. - O que está acontecendo? Como você me prendeu aqui? Como você chegou nesse reino? - Ele parecia preocupado.

- Preciso saber do leilão que você falava. Quando vai ser? E onde?

Ele parou perto de mim, ele ainda estava apenas com a tanga jeans, e com alguns desenhos de índios espalhados pelo corpo. Ele levantou sua mão na altura das minhas bochechas e insinouo tocá-las, mas instintivamente desviei.

- Sexta, na lua cheia. Flórida, São Petersburgo. - Ele falou desapontado e se virou, andou lentamente até o tronco de uma árvore proxima.

Percorri seu corpo com os olhos, na altura de cima da bacia, nas costas, a estrela do caos pairava grande e soberana, era um tipo de degradê que ia do preto mais escuro ao branco mais claro, passando pelo cinza nebuloso.

- Quem é... - Comecei a falar e a imagem toda fraquejou.

- Você? - Terminei a frase já acordada. Eu estava exausta, como se eu tivesse nadado ou corrido uma maratona.

Tentei me levantar com dificuldade e tive a ajuda de Dean, ele me segurou e me ajudou a sentar na cama, todos permaneciam em silêncio.

- O que aconteceu? - Perguntei e só agora percebi que estava arfando.

- Leticya. - Stephanie veio até mim de olhos arregalados e praticamente pulou em cima de mim me abraçando, o que fez eu cair de costas na cama.

- Ok... O que aconteceu? - Perguntei elevando minha voz cansada.

Stephanie fazendo isso? É uma daquelas profecias maias? Agente está em 2012 por acaso?

- Você morreu! - Stephanie quase gritou nos meus ouvidos enquanto ainda me abraçava. E tão derepente como ela havia criado esse abraço ela se afastou, provavelmente reparando que estava demonstrando carinho, um pecado para ela.

Ri com esse pensamento e então lembrei-me do que ela havia dito: Você morreu!

- Eu morri? - Perguntei confusa. - Eu pareço estar morta?

- E-eu não sei o que aconteceu. Você simplesmente morreu por 2 minutos! - Sam explicou perplexo.

- É o 5º elemento. - Cass disse atraindo a atenção de todos.

- Oi? - Falei brilhantemente.

- O 5° elemento ligado ao povo cherokee: O espírito.

Encarei a face de todo mundo esperando ouvir um: "Ei, é brincadeira!" Mas isso não aconteceu. O reino que o indio havia falado era o reino dos mortos? O reino do céu?

- Sexta, Flórida, São Petersburgo. - Falei trocando de assunto, eu me sentia uma estranha! - Nós vamos ter que ir em um leilão. - anunciei.

- Para exatamente...? - Sam disse cruzando os braços, intrigado.

- Pegar um tipo de amuleto ou sei lá, que fortalece os meus poderes, se não o mundo já era.

- Eu vou ter que usar salto de novo? E aqueles vestidos apertados? - Stephanie disse fazendo careta.

- Bom, é. Cadê o vestido que eu te dei? - franzi as sombrancelhas.

- É complicado. - Ao fim da pequena frase lhe lancei um olhar feroz. - Olha, se eu vou ter que usar salto então é melhor eu aprender a caminhar com eles, antes que eu caia em alguma hora inapropriada.

- Ok, amanhã eu te ensino. Você terá que ficar o dia inteiro de salto. - disse enquanto esfregava os olhos, estava exausta. - Você tem algum? Esquece, eu tenho.

Ela gesticulou um "sim" com a cabeça.

- Bom, esta tarde, não? - Sam se pronunciou.

- É. Provavelmente não conseguiremos um quarto para Leticya e você dormirem sozinhas. - Dean disse.

- Vou ver. - Cass disse e em um segundo desapareceu. Ficamos em silêncio durante mais alguns segundos quando ele voltou.

- Só tem mais 1 quarto com 1 cama de solteiro. - Cass balançou a chave na mão.

- Eu... - Stephanie começou a falar.

- Você vai dormir com eles como antes, e eu fico com o quarto. - cortei-a e caminhei de encontro a Cass, e logo depois peguei chave de sua mão.

- Não to muito afim de dormir aqui com eles... Talvez eu me teletransporte para algum lugar que tenha uma cama bem macia e quente.

- Não! - todos falaram em coro.

- Calmem. Eu sou tão importante assim? - ela disse com um meio sorriso.

- É. - todos falaram em coro de novo.

- Parem de falar juntos. Vocês me assustam.

- Fique aqui! E tente não matar eles, ok? - falei, porém não fui ironica.

Ela deu um sorriso fraco em resposta.

- E aliás, sim você tem que salvar o mundo, não o shopping. - desapareci no corredor escuro.

(...)

PDV Stephanie

Eu estava indo em direção ao quarto de Leticya com o sapato que ela havia me dado em mãos, bati na porta e ninguém atendeu, abri ela pois estava destrancada e ouvi barulho no chuveiro, ela devia estar tomando banho.

Sentei na cama dela, em frente havia um espelho, não sei bem porque, mas lembrei-me do que Cass disse em relação à eu ser parecida com Lisa e Ruby, procurei algum traço e o maximo que eu consegui foi o cabelo de Lisa e o jeito de se vestir de Ruby, o resto era completamente diferente, especialmente a minha pele que era um tom mais claro que de Kim Kardashian.

A porta se abriu e vi Leticya sair do quarto apenas de toalha.

- Ei. - Falei e sorri.

- Oi. - Ela respondeu indiferente.

Ela estava sem emoçoes e inexpressiva desde ontem.

- Vim treinar. - Falei levantando os sapatos até a altura da minha cabeça.

- Ótimo. - Ela abaixou-se na bolsa delea onde havia jogado algumas roupas quando teletransportei ela para sua casa, quando a sua mãe havia saido para procurar por ela.

- Falou com a sua mãe? - Perguntei.

- Não.

- Você precisa falar com ela.

- Não importa mais. - Ela falou enquanto avaliava se sua calça jeans combinava com a sua blusa listrada.

- Não importa mais? - Repeti. - Como você pode não se importar com a sua mãe?

- Como você pôde esfaquear a sua? - Ela me encarou séria enquanto colocava a calça jeans. Quando eu estava preparando-me para chingá-la e fazer uma saída triunfal ela deu de ombros e disse: - Desculpa. Só que eu estou com alguns problemas ultimamente.

Decidi deixar para lá, eu não queria brigar com ela.

- Vamos começar? - Ela perguntou enquanto botava um all star, sem salto!

Perguntei-me se devia me preocupar.

- Aham.

Ela parou em minha frente e avaliou o tamanho do salto, balançou a cabeça em negativo e mexeu na sua bolsa, pegou um sapato com provavelmente 10 cm, sussurrou um "perfeito" apenas para ela e disse para eu colocá-lo.

- Primeiro pare de frente para o espelho. - Ela disse me colocando em posição. - Agora adapte o sapato com o seu pé. - Ajeitei meus pés dentro do sapato de um modo que ficou mais confortável. - Agora caminhe para frente e para trás com pequenos passos, tentando mudar de direção.

Fiz o que ela disse e quase caí umas três vezes no mínimo.

- Não dobre os joelhos tanto assim! - Ela quase gritou e me obrigou a ficar parada, ficou rodando em volta de mim, quando parou atrás de mim ela segurou minhas costas e empurrou meus ombros para trás de modo que fiquei com a postura certa. - Pés retos.

Ajeitei meus pés de forma que ficaram milimétricamente retos. E então ela continuou:

- Ombros abertos, peito para fora. - Ela parou em minha frente e mais uma vez continuou: - Braços junto ao corpo. Agora ande até a porta.

Ela ordenou, a porta estava a mais ou menos um metro e meio de distância. Respirei fundo e segui como ela disse: Pés retos, postura adequada, ombros abertos, peito para fora e braços junto ao corpo. E eu posso resumir como foi: doloroso.

No primeiro passo eu caí de quatro no chão, o que não foi nada agradável para os meus joelhos e mãos. Levantei-me sem a ajuda de Leticya, que era sempre tão gentil e tão doce, ou pelo menos era.

- Acho que eu não consigo, desculpa. - Falei tirando os sapatos enquanto sentava ao lado de Leticya na cama. - Desisto.

- Ótimo, desista. O pior que pode acontecer é você deixar o mundo pegar fogo e todo mundo morrer, isso, desista! - Ela falou jogando os braços para o ar enquanto bufava e revirava os olhos.

"O QUE ESTAVA ACONTECENDO COM ELA?" Era o que eu me perguntava a cada palavra saída da boca dela.

- O que está acontecendo com você afinal? - Perguntei quase gritando.

- Eu cresci. - Ela falou dura se pondo de mãos na cintura na minha frente, levantei-me e fiz o mesmo.

- Não, você virou uma hipócrita egoísta sem vontade de viver e impaciente que não é mais gentil ou doce! - Gritei.

- Você não é gentil. - Ela rebateu.

- Por que essa é minha personalidade, é o que eu sou. Você não é assim!

- Eu posso ser se quiser.

- Eu sei que pode, e sei que você não quer. Você está bancando a durona que consegue lidar com toda merda que foi jogada no ventilador sozinha, mas você precisa de mim, você precisa da sua mãe e principalmente precisa tirar essa máscara e ser quem você é. - Falei esbravejando.

Eu esperava ouvir mais do seu discurso "Eu não me importo com nada porque eu sou forte o bastante." Mas o que eu ouvi foi apenas soluços histéricos de lágrimas apostando corrida enquanto Leticya me abraçava.

- OK... - Foi o que saiu da minha inteligente boca. - Vai ficar tudo bem.

- Eu não quero ser mágica! Eu não quero ser parte disso! Eu não quero ter poderes do mal correndo na minha veia, eu não quero ter partes ancestrais do mal comigo!

- Calma Leticya, você é do bem, e disso ninguém duvida. - Falei retribuindo seu abraço. - Ninguém. - Repeti.

(...)

- Esse vestido encomoda. - Falei enquanto tentava arrumá-lo ao meu corpo.

Ele era vermelho puxado para um bordô, porém eu não podia reclamar pois Leticya sempre, SEMPRE, tem dois vestidos reserva, então era esse ou o curto que eu me neguei solenemente à usar. O sapato era preto e o salto não era lá dos maiores, ainda bem.

Vestido:

http://imageshack.us/photo/my-images/259/leilaosteph.png/

- Estou pronta! - Leticya disse enquanto saia linda com o incrivelmente curto vestido dela. - Nossa, você está linda! - Ela disse.

O vestido dela era um nude que quase ganhava cor por ela ser branca daquele jeito, o sapato era bem mais alto que o meu, o qual eu também me neguei á usar.

Vestido Leticya:

http://imageshack.us/photo/my-images/830/leilo.jpg/

- Uau, vocês estão lindas! - Sam disse da porta do quarto, e eu tenho certeza que um rápido pensamento do tipo "Isso me faz um pedófilo?" passou pela sua mente. Ri com esse pensamento. - Vamos?

- Claro. - Eu e Leticya falamos em coro.

Dean adentrou o quarto e eu vi o momento em que ele embasbacou e quase ficou boquiaberto, tentei andar sem cair naquele salto até à porta do banheiro para impressioná-lo mais ainda, e ele não me acompanhou com os olhos, segui sua visão e vi que ele olhava não para mim, mas sim para Leticya que andava ingenuamente até o lado de Sam sem perceber Dean à secando. Bufei.

Leticya arrumou o terno levemente inclinado para direita de Sam no seu corpo, deixando-o perfeitamente reto. Foi até o Dean e ajeitou sua gravata borboleta, enquanto ela fazia ele olhava diretamente para seus olhos, o que é raro já que ele sempre olha para o corpo das mulheres.

- Pronto. - Ela disse sorridente. - Está pronta Stephanie?

Inspirei e expirei o ar, Leticya encostou no braço de Sam que encostou no braço de Dean. Encostei minha mão no ombro de Leticya, fechei os olhos e visualisei o local, a fachada dele, ou como eu imaginava ser. Abri os olhos sentindo uma leve brisa roçar minha pele, e lá estava nós 4 parados diante de uma enorme placa: Leilão, tenha coisas caras em suas mãos.

A frase da placa, que era pra ser engraçada, proporcionou a todos uma leve risada, exceto a mim.

- O que que foi? Você está quieta - Dean me olhou confuso.

- É, o que foi? - Leticya disse também.

- Não interessa. - disse olhando para Dean, logo após sussurei para Leticya. - Eu só quero pegar essa porcaria de medalhão, sair desse lugar e me livrar desse vestido. Santo Deus, se quer consigo mecher no meu cabelo cheia desse spray! - disse levantando as mãos perto da cabeça, e fazendo uma careta.

Caminhei atras de Sam, Dean e Leticya enquanto iamos por um corredor cor de vinho, que fazia curvas bastante acentuadas para a esquerda, o que fazia não conseguirmos enchergar o fim do corredor. Ao longo dele havia alguns quadros pequenos.

- Senhores? - Uma mulher com uniforme com a mesma cor da parede parou a gente.

- Sim? - Leticya falou com o seu tom de superioridade para intimidá-la, ela intimidaria qualquer um assim.

- Nomes, por favor.

- Ahn... - Leticya ficou parada por um momento e recolocou sua máscara continuando: - Ashley DiLaurentis. - Ela apontou para si mesma e continuou: - Genevive Swan. - Ela apontou para mim e continuou: - Jensen Weber. - Ela apontou para Dean, e continuou apontando para Sam: - Jared Martin.

- Ok... E cadê os convites? - A mulher de uniforme perguntou.

- Você pode me mostrar algum deles? - Leticya perguntou ingenuamente.

- Claro. - Ela remexeu nos seus bolsos e mostrou para Leticya.

- Você pode me dar quatro?

- Não é da política... - A mulher não terminou a frase, me postei em sua frente e segurei suas mãos, Leticya automaticamente se pôs do lado da mulher, e observou enquanto eu dizia:

- Você não nos encontrou, você não nos viu, você não nos conhece.

Leticya me observava com uma expressão de espanto, provavelmente Sam e Dean também.

A mulher seguiu em frente como se nada tivesse acontecido. Havia mesmo dado certo. O que mais eu poderia fazer se abrisse a minha mente e usasse a imaginação? Me diverti com a descoberta.

Continuei caminhando pelo corredor, e gesticulei para que viessem atras de mim, o que eles fizeram. Encontramos um homem em um tipo de bancada e lhe entreguei os 4 convites.

Olhei apra eles e sorri. Eles me olhavam confusos, eu disse:

- Depois.

- Perai, você está mascando chiclete? - Leticya disse e notei que se controlou para não gritar.

- Ahn, bom, é .. - disse com uma pontada de vergonha.

- Faça um favor a todos nós: finja que sua vida é decente, como a das pessoas daqui. Só finja. - ela disse, e resolvi tirar o chiclete. Tirei-o e colei ao lado da moldura do pequeno e único quadro que havia ali. Leticya revirou os olhos, Sam e Dean riram descretamente e os três continuaram pelo corredor.

Nota mental: De agora em diante, querer é poder.

Havia em parte ficado feliz com aquilo, porém certa parte de mim ainda estava um pouco cansada, talvez deprimida.

De repente senti uma forte pontada na cabeça, e um pouco de tontura. Me encostei na parede, procurando um apoio para não cair. Fechei os olhos.

- O tempo está passando. Escolha. - ouvi a voz de Lucas, e pensei se seria só na minha mente. Olhei para frente e vi Sam, Dean e Leticya caminhando normalmente, provavelmente minha teoria estava certa: ele estava na minha mente.

- Lucas? Você entrou na minha mente?! - praticamente gritei por telepatia, o que me faria rir se não estivesse tão surpresa.

- O que foi? Você não sabia que dava pra fazer isso? - ele riu - talvez você não consiga fazer.

- Eu posso fazer tudo.

Ele hesitou um pouco, talvez procurando uma resposta e o que ele disse foi apenas.

- Escolha.

A dor parou, e eu abri os olhos.

Não conseguia mais enchergar Sam, Dean e Leticya. Ninguém parecia ter notado a minha falta. Nem me preocupei, caminhei lentamente ao longo do corredor, quando fui fazer uma curva dei de cara com Sam.

- Ei, o que você estava fazendo ai? - ele parecia confuso.

- Ahn - pensei em alguma desculpa - um pouco de dor de cabeça, apenas. - foi a brilhante resposta que consegui dar.

- Oh - ele disse, e logo pegou a minha mão , entrelaçou nossos dedos e gesticulou para que continuassemos a caminhada pelo corredor - vamos, o leilão ja vai começar.

Me senti tão feliz com o toque de Sam. Eu quase ria quando tinha aqueles pensamento. "Como se ele gostasse de mim!" era o que eu sempre pensava secretamente. Eu não queria que acontecesse a mesma coisa que aconteceu com Dean, mas eu também não queria deixar Sam. Eu não queria me precipitar nem nada, droga, meu sentimentos por ele nem se quer eram concretos.

De repente me vi diante de um grande salão, que parecia mais um teatro. Havia lustres grandes e graciosos, fileiras de bancos ricamente acolchoados, e ao fundo um enorme palco com cortinas vermelhas. Procurei Dean e Leticya pelo salão, não demorei mais que uns 4 segundos para acha-los sentados na primeira fileira, um do lado do outro. Leticya acenou e dei um sorriso tão fraco em resposta que talvez ela nem o tivesse visto. Vislumbrei de lado Dean observar eu e Sam caminharmos pelo salão, até que não me importei ao lado de quem ele estivesse, nem o quanto ele olhasse.

Sentei-me do outro lado de Dean e Sam do meu lado, de modo que ficasse da direita para esquerda: Leticya, Dean, Eu, e Sam.

- Eu preciso ir no banheiro. - Ouvi Dean sussurrando para Leticya.

- Vai correndo! - Ela sussurrou em resposta.

Ele se levantou e saiu correndo, quase caiu ao tropeçar no tapete vermelho que se estendia pelo curto corredor de cadeiras.

- Vamos começar então. - O homem falou no microfone que estava em cima da bancada que estava em cima do enorme palco com telões atrás. - Aqui temos este lindo quadro de 1956 de um ninfo da floresta tocando sua linda flauta feita de bambu enquanto...

Minha atenção foi tirada do homem quando um homem sentou ao meu lado, no lugar de Dean.

- Com licença, já tem gente sentad... - Minha voz foi perdendo o volume quando olhei para o rosto do sujeito. - Lucas? O que diabos você está fazendo aqui? - Sussurrei em um grito.