Capítulo 25 - O casal Simon.

- O mesmo que você, creio. - Ele falou dando seu sorriso metidinho. - Preciso daquela jóia, e eu vou tê-la.

- Lucas? - Leticya perguntou um pouco alto de mais abrindo um sorriso enorme.

- Os senhores querem dar algum lance? - A voz do homem ao microfone soou pelo enorme teatro, a pergunta direcionada diretamente á mim, Lucas, e Leticya.

- Não senhor, só estou conversando com a minha esposa. - Lucas sorriu e colocou seus braços sobre o meu ombro.

Ri desajeitadamente.

- Vocês são casados? - O senhor perguntou.

- Diga que sim e a jóia é sua. - Ele sussurrou sem mexer os lábios.

- É claro. - Falei colocando minha mão sobre a sua e sorrindo.

- Bom, silêncio por favor. - Ele nos repreendeu e seguiu com o leilão.

- O que...? - Dean falou em pé em frente ao Lucas.

- Ahn, Lucas, Dean... Dean, Lucas. - Apresentei ambos.

- O lugar é meu. - Dean quase gritou.

- Shhh! Senta logo! - Leticya sussurrou e puxou ele para o seu outro lado que estava com a cadeira vaga.

- Oi Leticya. - Lucas disse pegando sua mão e a beijando, não pude conter um pensamento direcionado à ele: Galinha!

- Oi Lucas. Sonhei com você um dia desses. - Ela sussurrou perto do seu rosto.

- Não diga! - Ele se fez de surpreso e disse enquanto dava uma pequena piscadela: - Eu também, aliás, creio que seja o mesmo sonho...

Leticya ficou confusa mas preferiu não prolongar o assunto.

Depois de vários resmungos de ambos os Winchesters, o senhor falou:

- Agora temos um lindo talisman, com um lindo significado. - Ele pegou um medalhão realmente lindo de prata cheio de lindas gavinhas que terminavam em pequenas ondas com um símbolo no meio. - Talisman de origem cherokee que simboliza a vida, a morte e o renascimento. Também simboliza as cinco forças do universo: terra, água, fogo, ar, e espirto. Em um todo tem dois níveis: físico, e espiritual, seu circulo representa a eternidade e interrelaciona os três niveis formando um só.

Talisman:

http://imageshack.us/photo/my-images/32/aumuleto.jpg/

Antes mesmo do homem estipular um preço inicial, Lucas gritou:

- 250 MIL.

- Aí esta um preço bem amigável. - O senhor sorriu.

- 300. - Leticya rebateu.

- 485. - Uma mulher lá do fundo propôs.

- 550. - Lucas rebateu novamente.

- 800! - Dean gritou meio emburrado.

- 850. - Lucas rebateu.

- 950. - Sam gritou também emburrado.

- 1MILHÃO! - Gritei rindo com toda aquela confusão.

O senhor que devia ter seus 55 anos arfou e colocou a mão no peito.

Lucas me juntou mais ao seu corpo apertando com seu braço meus ombros, eu me senti surpreendemente bem ali, eu estava quente, alegre, e aquilo soava tão familiar que eu poderia dormir ou ficar ali por bastante tempo, bastante mesmo.

- Dou-lhe uma... - O homem começou a contar.

- 1 milhão e meio! - Dean disse.

- Dou-lhe duas...

- 2 milhões. - Lucas disse.

- Dou-lhe três! Vendido para o casal.

Bati palmas e ri junto com Lucas, o fato do homem ter nos chamado de casal soou tão familiar que quase não reparei.

- Vem. - Lucas me puxou e me tirou do salão.

Fui com ele sem medo ou desconfiança nenhuma, parecia tudo tão normal, tudo tão como antes de tudo acontecer...

Ele me puxou para dentro de uma sala onde havia um armário, uma mesa, umas vassouras, e uns produtos de limpeza. Ele piscou os dedos e uma luz fraca acima de nós se acendeu.

Ele me empurrou contra a parede. Eu uma hora parecia nem me lembrar dele, quando ele chegava e fazia um furacão com os meus sentimentos. Ele me pressionava contra a parede, segurando a minha cintura.

- Será que uma vez eu poderia ficar na frente? - nós rimos, ele me virou e o prendi na parede. Eu sentia vontade de beija-lo, fazer tudo o que faziamos antigamente. De repente notei o medo que eu tinha de me separar dele ali, e não ve-lo mais. Ou talvez nunca mais conseguir um tempo á sos com ele.

Ele me olhava nos olhos, e de repente colocou a parte do meu cabelo que não estava preso atrás das costas. Eu sorri e ele sorriu em resposta. Ouvi um "eu podia olha-lá para sempre, tê-la para sempre" porém não vi seus lábios se mecherem ao proferirem as palavras. Eu estava na mente dele.

- Você ainda me ama - observei. Ele ficou quieto, conscentindo a minha pergunta.

- Mas você também.

- Não. - respondi. Ele não se abalava.

- Ah, qual é. Eu sei. Tanto que você ainda pensa pensa em me escolher no final.

- Não. - repeti

- Mentiras e mais mentiras. Eu posso ver dentro da sua mente: você ainda sente algo por mim.

Ele se aproximava de mim, e eu não podia dete-lo. Não queria. Minha vontade de beija-lo era enorme. Ele pousou suas mão diante da parte esquerda do meu rosto, e eu no lado de sua barriga. Nossos lábios ficaram separados por não mais que 2 centimetros.

- É, você está certo.

Quando nossos lábios quase se tocaram, dei 2 passos para trás.

- Me desculpe, não posso.

Tudo aconteceu muito rápido, enfiei minha mão no bolso da sua calça e alcancei o medalhão. Eventualmente, balancei o medalhão na mão na altura da minha cabeça. Olhei para a porta e vi Sam olhando por ela entre aberta. Pisquei para ele, e estalei os dedos, teletransportei-me. A ultima coisa que ouvi foi Lucas na minha mente "Nos veremos de novo, princesa". Princesa. Era como ele me chamava quando namoravamos. De repente estava no nosso quarto de hotel, de novo. Coloquei o medalhão debaixo do travesseiro e me teletransportei novamente depois de alguns minutos.

PDV Leticya

Eles se levantaram e saíram do salão.

- Eu vou atrás deles. - Sam disse furioso.

- Não! - Quase gritei e o puxei para o meu lado. - Deixa eles.

- Mas... - Sam começou e eu o cortei:

- Não.

Ele bufou, se levantou e saiu porta afora, fui atrás dele seguida por Dean no meu flanco.

- Sam! - Gritei correndo atrás dele.

Ele diminuiu o passo e ouviu um barulho de... Não sei bem o que era, mas com certeza era Stephanie de uma das portas que havia nos enormes corredores. Ele tirou a gravata borboleta, jogou no chão, e saiu porta afora direto para a rua. Segui ele até a rua onde perdi ele no meio de tantas pessoas e carros.

- Droga! - Falei para mim mesma, virei-me e dei de cara com Dean encostado atrás de um pilar perto da porta de entrada. - Você está calmo? - Perguntei surpresa.

- Eu já imaginava que ela faria algo do tipo assim que vi Lucas. - Ele deu de ombros.

Sua expressão era tão triste, tão magoada... Nunca pensei ver Dean daquele jeito pessoalmente.

- Você gosta mesmo dela, não é? - Perguntei me encostando ao seu lado.

- Acho que sim. - Ele deu de ombros mais uma vez.

- Ela ainda não escolheu... - Quis dar esperanças para aquele rosto triste.

- Eu sei que ela não vai me escolher... - Ficamos alguns minutos em silêncio. - Porque ela não é como você? - Ele perguntou e eu fiquei tão surpresa que simplesmente paralisei. - Porque ela não é doce? Ou Gentil?

- Eu não sei. - Falei rindo. - Mas é por isso que você se apaixonou por ela, e não por mim.

- Será que ainda dá tempo do meu coração mudar de ideia? - Ele perguntou.

- Sempre há tempo. - Sorri.

- Ótimo. - Ele falou e colocou aquele sorriso torto tão lindo no seu rosto. Virou-se e parou na minha frente, fazendo uma gaiola com seus braços, na qual eu não conseguiria escapar.

- Espera, espera, espera! - Falei pondo as mãos na minha boca para mantê-las livres de Dean Winchester. - Você estava falando de mim?

- Por que não? - Ele retirou minhas mãos da minha boca e eu deixei, sabendo que eu poderia atirá-lo à três metros de distância se quisesse.

- Por que eu sou a melhor amiga da Stephanie.

- Não é tão bom motivo. - Ele disse encostando sua testa na minha.

- Por que eu não quero ser alguem que você possa usar para esquecer outra pessoa.

- Eu sei que também não é isso. - Ele disse roçando seu nariz no meu.

- É por que eu tenho medo de me machucar. - Falei enquanto seus lábios nos meus encostavam no meu gentilmente, saiu da minha boca, simplesmente saiu.

Dean retrocedeu e acompanhou com os olhos Sam passar correndo direto para dentro do leilão.

- Oh, oh. - Falamos em coro e adentramos o leilão atrás dele.

Encontramos ele parado em frente a porta aberta onde Stephanie e Lucas estavam.

- Fiquem por aqui, ela vai voltar pra cá. Tchau Leticya. - Lucas disse fazendo uma pequena reverência antes de sumir.

- OK... Ahn, separar e procurar? - Perguntei.

- Ok. - Sam disse emburrado e partiu para o salão, segui ele e Dean foi para a rua.

Ele entrou em uma porta atrás do palco discretamente, subi as enormes escadas para o segundo andar daquele salão quase indentico a algum teatro.

Olhei para baixo do topo da escada e percebi o quão alto era, olhei pelas enormes janelas que eram bem distribuidas pela arquibancada ignorando os olhares mal humarodos lançados na minha direção. A rua estava quase deserta, vi uma menina morena com a pele de Kim Kardashian parada no outro lado da rua do teatro esperando os carros pararem para atravessar, vestido bordô, salto alto, e cabelos levemente cacheados, com certeza Stephanie.

Desci quase correndo as escadas e atravessei os corredores com curvas acentuadas rapidamente, porém não encontrei Stephanie.

Os carros quase não haviam mais, olhei no meu celular que eu guardava entre meus seios dentro do vestido, olhei a hora: 01:42 a.m.

- Cadê você? - Sussurrei comigo mesma. Andei por entre alguns dos enormes pilares brancos e não encontrei ninguém. - Droga.

Decidi entrar novamente no salão, estava frio lá fora, e quase deserto, quando mãos fortes me puxaram para trás de um dos prováveis 20 pilares que se encontravam ali.

- Dean? - Perguntei colocando minhas mãos no seu peito.

- Quer terminar o que começamos?

- Não. - Falei revirando os olhos, e eu divia tê-lo empurrado, mas não fiz, porque eu estava mentindo.

Ele colou seu corpo no meu corpo que estava colado no pilar frio.

- Eu preciso disso. Eu preciso saber o que está acontecendo com o meu coração e com a minha cabeça. Eu preciso saber se devo lutar pela Stephanie ou desistir agora. Por favor Leticya! - Ele falou separando nossos lábios não mais que 3,5 centímetros no máximo.

- Um beijo? - Confirmei.

- Um beijo. - Ele confirmou.

Olhei no fundo do seus olhos me perguntando se era certo ou não. Olhei para todos os lados, a rua estava deserta tirando alguns carros que passavam rapidamente pela rua. Voltei a olhar para ele, mas não contive a necessidade de olhar sua boca... Desviei meu olhar para seus olhos que esperavam meu consentimento.

"Um beijo... O que tem de mais? Eu não vou sentir nada, afinal, é apenas um único e sem importante beijo."

- Droga! - Reclamei antes de levar minha mão até sua nuca, eu iria me arrepender disso.

Ouvi passos desajeitados de salto alto bem perto da gente, virei a cabeça e encontrei Stephanie atrás de um pilar caminhando em nossa direção, porém ela não conseguia ver-nos, pois ela estava na frente do pilar que nos escondia dela.

Empurrei Dean e fui até ela, e se ela estivesse visto o que QUASE aconteceu?

- Até que enfim! - revirei os olhos, afastando minha preocupação anterior.

- Não demorei nem 10 minutos.

- Ah, claro. Foram 30!

PDV Stephanie

Estava parada diante da porta de entrada do salão. Pensei em onde procurar eles. Me direcionei para a rua, e quanco cheguei a unica coisa que foi grama e mais grama aparada, e completamente no escuro. Caminhei até dois pilares brancos que se destacavam graciosamente no escuro. Não havia ninguém lá. Atravessei a rua que havia na frente do teatro, para ter uma visão melhor do local. Nada. Caminhei uns 3 minutos, voltando de encontro a porta do teatro, que minutos atras havia saido.

Subi para o 3º andar. Enquanto caminhava, fazendo curvas acentuadas para a esquerda. Caminhei durante mais uns 2 minutos, sobressaltei a dar de cara com Sam, de novo.

- Nós precisamos parar de nos encontrar assim - eu sorri

- Por que você não beijou Lucas ? - as palavras sairam correndo da sua boca, direto. - Vocês estavam tão, próximos.

- Eu... eu não queria sabe. - Pensei que isso talvez fosse uma mentira, porém perto de Sam meus sentimentos por Lucas talvez tivessem desaparecido, talvez Lucas os tivesse levado junto.

- Ele ainda te ama.

- Bom, é.

- E você ama ele...

- Ahn... - enquanto procurava uma resposta Sam se pronunciou de novo.

- E provavelmente eu sou o ultimo da fila na hora de você escolher. - ele disse e notei a sinceridade e magoa que haviam nas suas palavras e na sua expressão vaga. Ele abaixou a cabeça, provavelmente triste. "Isso se você me escolher" ouvi ele dizer mentalmente. Céus, eu precisava controlar aquela coisa! Imaginei um muro sendo feito envolta da mente de Sam. Parecia ter funcionado.

Coloquei a mão em seu rosto, e o levantei na altura do meu.

- Não fale assim... Eu gosto de você. Gosto muito. - sorri tentando animá-lo.

- Você deve falar isso pra Dean e para Lucas também. - ele baixou a cabeça mais uma vez. Ele não me olhava nos olhos.

- Ei ei - disse e levantei levemente sua face de novo, na altura da minha. - Pare com isso, tudo bem? - eu praticamente acariciava suas bochechas.

Passaram-se alguns minutos de silêncio.

- Bom, a alguns dias você provavelmente nem fazia questão de estar entre as três escolhas, nem ligava se eu escolheria Dean ou não. Não dava minima. - franzi as sombrancelhas.

- Bom, é que... - ele pousou seu polegar na minha bochecha esquerda, acariciando-a. - Eu... Aquela é Leticya? - ele disse enquanto olhava pela janela.

Por que ele tinha que mudar de assunto? Suspirei. Peguei sua mão, e a segurei. Olhei pela janela e vi os dois encostados no pilar.

- Eu ja volto - proferi, me levantando. Ele parecia não querer largar minha mão. Precisei de muito força para fazer esse ato, porém finalmente soltei sua mão. Desci as escadas correndo, e continuei pelo pátio correndo.Fui de encontro a um pilar que achava ter visto os dois, e quando olhei lá estava Leticya vindo em minha direção e Dean parado.

- Até que enfim! - Leticya falou revirando os olhos.

- Não demorei nem 10 minutos.

- Ah, claro. Foram 30! - foi cortei rápido.

- Vamos? - Sam chegou ao nosso improvisado círculo.

- Claro. - Encostei a mão em Leticya e Dean que tocaram no Sam e teletransportei-nos para o quarto de hotel.

- Está aqui. - Peguei e mostrei o medalhão.

- Ótimo, vocês conseguiram. - Cass disse fazendo todos sobressaltarem.

- É. - Respondi rindo da reação de Leticya que quase caiu em cima da cama, se não fosse por Dean. - Coloque.

Fui até o pescoço de Leticya, ela levantou o cabelo e eu botei o medalhão, dois segundos depois de devidamente fechado e colocado em contato com o pescoço e pele de Leticya

Ele se iluminou por completo, a luz ofuscou todos e tudo no quarto, inclusive Cass que tapou os olhos, a luz era forte o bastante para fazer um anjo tapar os olhos.

- Mas oque...? - Foi o que eu ouvi de Leticya antes do baque dela de encontro com chão.