Dark Angel

Capítulo 21 - you and i


Me teletransportei de novo para onde os Winchester estavam, engatei o braço neles meio sem jeito, e teletransportei eles para o impala.

- Ahn, para onde nós vamos? - Sam perguntou sentando ao lado de Dean no banco do passageiro.

- Kansas - disse me deitando - e eu como sempre, vou me deitar aqui - disse retirando os sapatos - e dormir, ja que ninguém mais senta do meu lado aqui atras. - atirei uma indireta praticamente no rosto de Sam. Fechei os olhos. Quem me dera ele estivesse ali atras comigo. Eu deitada em seu ombro, com aquele pum-pum natural de sua artéria, e aquele cheiro exótico do seu pescoço. Ele segurando minha mão, e brincando com meus dedos... Adormeci emergida naqueles pensamentos.

Eu e Sam estavamos sentados em um lindo parque cujo eu não conhecia, ele repousava seu braço direito em cima do meu ombro. Eu estava com a cabeça no ombro dele, com uma das minhas mãos sobre uma das suas pernas. Um pingo de algo avermelhado e eemal cheiroso pingou na minha mão, ergui minha cabeça e vi Sam com uma bala no meio da sua testa.

Sobresaltei, levantei do banco e fiquei olhando para aquela horrivel cena, ouvi risadas tão perto da minha orelha que soou quase como uma gargalhada alta. Antes de eu me virar senti o toque familiar na minha cintura me virando ao seu encontro.

- Lucas. - Falei séria e ele colocou minhas mãos no seu pescoço, entrelacei meus dedos.

- Oi Stephanie. Você escolheu? - Ele sorriu.

- Escolheu o que? - Perguntei ainda atordoada pela cena de Sam morto.

- Eu, ou algum deles? - Ele perguntou.

- Você me quer? - Perguntei sorrindo triunfante.

- Você me quer? - Ele respondeu com outra pergunta.

- Isto está acontecendo e você é você, ou é apenas um sonho? - Perguntei estreitando os olhos.

- É real. - Ele respondeu sério.

Nossa, ele ficava lindo com a luz do sol no seu rosto.

- Prove. - Falei.

Ele parou por um momento e pensou. Ele colou meu corpo no seu e eu deixei.

- Feche os olhos. - Ele falou e eu obedeci.

Ele afastou meus cabelos do pescoço e quando eu achei que ele iria me beijar ele mordeu meu pescoço, não uma mordida fatal, uma mordida cheia de lúxuria, leve.

Acordei

- O que houve? - disse me sentando.

- Ah, nada. - ele olhou pelo retrovisor - achei bom não deixar Dean dirigir na chuva. Ele é meio insano sabe, ainda mais depois de beber umas quantas chapagnes - nós rimos.

- O que é aquilo? - disse apertando os olhos, ao ver luzes a uns 500 metros de distância do carro. Conforme dos aproximavamos consegui vislumbrar 3 carros, e uns 5 homens combrindo a passagem da estrada.

- São os federais? - disse meio assustada.

- Droga. É. - ele bateu no braço de Dean. - Dean. Dean! Cara acorda, tem federais ali na frente. - ele apontou.

- Não fui eu! - ele disse se sentando rápido na cadeira. Dei uma leve risada, notei ele sorrir pelo retrovisor. Dean remecheu o porta-luvas. - O que os federais querem aqui senhor Walter? - ele entregou uma identidade, e uma carteira de motorista falsa para Sam.

- Eu supostamente sou o que? Prima de vocês?

- É, fica quietinha aí prima e finge que ta dormindo. - Dean respondeu.

Revirei os olhos e fiz o que ele pediu. O carro parou. Ouvi o vidro do carro abrir.

- Boa noite senhores. Posso ver suas identidades?

- Ahn, claro. - Sam respondeu.

- Vocês são irmãos?

- Sim, os irmãos Walter. - Sam disse, quase pude sentir Dean dar um de seus sorriso falsos.

- Bom senhores, a estrada está fechada. Acabou de cair uma arvore e pelo menos 3 metros de espessura, e os guinchos chegam só pela manhã. Vão ter que passar a noite na cidade mais próxima.

Depois de um minuto de silêncio Sam disse.

- A estrada vai estar aberta novamente que horas da amanhã?

- Bom, pelo visto as 9h ja está pronto. - Espiei e os pingos caiam fortemente em sua capa de chuva.

- Obrigado agente ...

- Willians. Igualmente senhores.

Sam fechou a janela do Impala e deu meio volta.

- Pode acordar priminha. - ele disse irônico.

- Para de me chamar assim! - fiz uma cara emburrada.

- Desculpa amorzinho. - rimos, Sam ficou com uma expressão séria no rosto.

- Idiota - demos uma risada fraca.

- Ei, o que é isto no seu pescoço? - Sam perguntou pelo retrovisor.

Levantei-me um pouco e vi a marca avermelhada de uma leve mordida.

- Ahn, sabe que eu não sei? Deve ser mosquitos. - Ri nervosa.

O resto do caminho foi silencioso, eu mexendo no meu celular, pensei em ligar para Leticya mas preferi mandar uma mensagem:

Tudo ok por aí?

Para: Lelesinha

[01:50am]

- Chegamos! - Sam anunciou.

Eles pegaram as malas e eu corri para dentro do motel tentando não me molhar.

- Desculpa Senhores, mas com essa chuva e com a estrada trancada, nós só temos um quarto vago. Duas camas, uma de solteiro e outra de casal. - A mulher gordinha da recepção falou.

- Sem problemas. - Dean foi o primeiro a se pronunciar.

Sam me olhou esperando meu concentimento.

- Ahn, por mim tudo bem. - Falei respondendo à silenciosa pergunta de Sam.

- Ótimo. - Sam finalizou e fomos para o quarto 23.

Admito que fiquei com preguiça de trocar de roupa e acabei deitando na cama de solteiro com o meu vestido da festa. Sam colocou pijama e Dean deitou de roupa mesmo.

Deitei na cama demasiadamente grande de solteiro, e Sam e Dean na de casal. A decoração do motel era a mais simples possível, quase tudo branco ou bege, tirando o tapete perto da porta que era vermelho.

Depois de aproximadamente meia hora eu ainda não havia conseguido dormir, cogitei a ideia de levantar e ir para algum lugar, mas sozinha? Melhor não.

Meu celular vibrou em baixo do meu travesseiro e olhei o visor:

Uma nova mensagem.

Apertei em ler:

Eu estou sozinha em casa, parece que houve um problema com... a mãe da Reneé. Quando eu cheguei já não havia ninguém, mas acho que eu estou bem :S

De: Lelesinha

[02:23am]

Achei estranho ela ter se referido à sua mãe pelo nome: Reneé. E a sua vó por: Mãe da Reneé.

Eu estava de costas para os meninos, mesmo assim ouvi alguém levantando e colocando o tênis. Fingi estar dormindo e olhei Dean sair porta afora.

Em um ato quase que impensado, levantei correndo e coloquei infelizmente o sapato que era a unica coisa que estava proxima de mim. Tomei cuidado para não acordar Sam e sai porta afora, segui Dean até a porta de saída, a chuva ainda estava forte. Ele ia em direção ao Impala correndo, segui ele correndo e quase caí pois com esses sapatos gigantes não dava para correr na chuva. Soltei um grito desafinado, o que fez ele olhar para trás. Ele entrou no impala e fez sinal com a cabeça para eu ir até lá. Sentei no banco do passageiro.

- Aonde você vai? - Perguntei após enxugar meus braços com um pano que sempre estava no porta-luvas.

- Bar. - Ele falou e sorriu maliciosamente, quase tive um flashback da noite no bar. - Quer vir? - Ele perguntou.

Pesei os prós e contras, optei por ir, afinal eu não conseguiria dormir com toda a adrenalina no corpo e conseguiria dizer "não" para ele.

- Quero. - Falei colocando o cinto.

Ele acelerou o carro.

- Você não presta.

Ignorei seu comentário. Depois de alguns segundos fui entender, dei um risada controlada.

- Vai demorar pra achar um bar.

- Ah, tudo bem. - respondi pegando meu celular. 03:15am. E eu com aquela roupa chique no bar? não sei se ia dar certo. - Ahm, posso ligar o rádio?

- Claro.

Liguei e estava chiando, provavelmente por causa da chuva. Fui tentando sintonizar, até que escutei uma batida conhecida. Parei arqueando as sombrancelhas, esperando ver que musica era. "I know you like me..." sorri e comecei a me balançar no ritmo da musica, lembrando que era Don't Cha - The Pussycat Dolls. Eu não escutava esse tipo de musica mas, era aquele tipo que toca no rádio toda hora e todo mundo escuta. Meio impossivel não decorar. Enquanto a musica tocava comecei a perceber a semelhança da musica comigo e com Dean. Eu apenas movia os lábios, sem profagar som algum, e me balançava bem levemente. De repente Dean pareceu também ter notado a semelhança, e me lançava olhares estranhos.

- Don't cha wish your girlfriend was hot like me? - comecei a cantar alto, talvez no meu subconsciente eu soubesse que era apenas uma indireta para Dean. - Don't cha wish your girlfriend was a freak like me? Don't cha ?

Soltei meu cabelo, pois havia começado a me incomodar, coloquei meu celular sobre o porta-luvas. Cantei a musica praticamente inteira, e finalmente o ultimo verso:

- Don't cha wish your girlfriend was fun like me?

Desliguei o rádio. Cruzei minhas pernas esquecendo que o vestido era curto e colado demais pra fazer isso, ele subiu deixando minhas coxas completamente a mostra, Dean olhou para elas, eu as descruzei, e abaixei o vestido.

- Não queria, Dean? - a unica coisa que eu conseguia lhe lançar desde que entramos no carro até aquele momento era indiretas.

Ele repetiu a frase que me fizera rir minutos atrás:

- Você não presta.

Sorri, tirando eu e Sam sozinhos no labirinto, e ver Leticya, apenas eu e Dean rindo como se tudo fosse normal, era a melhor parte desse dia. E foi apartir desse pensamento que eu me lembrei de Lucas falando: Eu, ou algum deles. Meu pensamento foi cortado pela voz de Dean:

- Tem um bar ali, Karamix. - Ele falou enquanto estacionava o carro no fim da enorme rua sem saída e deserta.

- Quem bota o nome do bar de Karamix? - Perguntei rindo.

Ele riu e desligou o carro. Ele saiu do carro e eu o acompanhei. As árvores em frente ao carro e ao redor da única coisa que havia na rua, o bar, balançavam criando estranhas e assustadoras sombras por toda a rua.

- Não é perigoso deixar o carro ali? - Perguntei estremecendo enquanto olhava as estranhas sombras.

- Acho que não, quem teria coragem de ir até lá? - Ele perguntou rindo triunfante.

- Bom ponto. - Admiti.

Entramos no bar, eu esperava encontrar homens gordos, sujos, feios e bêbados por todo o lugar. O que eu encontrei foi um bar demasiadamente limpo, o chão era de madeira cinza, as paredes eram pretas, as luzes eram coloridas, as mesas eram xadrez preto e branco, as cadeiras combinando, o bar em si era lindo, com luzes partindo de todos os lados iluminando cada bebida e barman que havia ali, as pessoas não eram sujas, gordas, feias e bebadas, ou a maioria delas.

No fundo do bar estava um palco de 1,5 metros de altura, holofotes dançavam no teto criando lindos e intrigantes desenhos no chão do palco, havia uma enorme tv, uma guitarra e uma bateria estilo Guitar Hero, e um microfone com direito à pedestal e tudo.

Em cima do palco havia um homem que deveria ter 2 metros de altura, magro, cantando Lady Gaga - Just Dance totalmente desafinado. Mas ele dançava como se houvesse uma multidão de pessoas gritando seu nome, ou que estava em um show só seu. Ele estava cantando no karaokê.

- Agora eu entendi porque de "Karamix". - Dean falou e eu concordei ainda embasbacada com tudo aquilo.

Ele foi até o bar e eu o segui me sentindo estranha por estar de vestido e salto alto.

- Ahn, me da um whisky. - Dean falou.

- E eu... quero aquela bebida colorida. - Sorri e o barman respondeu:

- É pra já linda. - Dean bufou e eu ri. Ele colocou na minha frente a bebida que ia em dêgrade de verde, amarelo e azul. - É as cores da bandeira do Brasil, e como as pessoas de lá, esse drink é forte. - Ele alertou.

- Pode dexa. - Tomei um pouco no canudinho preto e era bom, realmente bom.

- Vai com calma. - Dean avisou.

- Eu sei me cuidar. - Revirei os olhos.

- Ela sabe se cuidar. - O barman falou.

- Ei, você quer uma boa gorjeta? - Dean falou simpaticamente e eu estranhei.

- Opa, claro que sim. - O barman estendeu a mão.

- Então sai daqui. - Dean falou com cara séria e ameaçadora.

- Eu não sabia que era sua namorada. - O barman falou na defensiva.

- Eu não sou, o namorado dela está em férias. - Dean sorriu falsamente provavelmente se referindo ao Sam. - Mas estou cuidando dela já que ela tem 5 filhos para criar.

Essa ideia pareceu espantar o barman que saiu calado.

- Cinco filhos? - Falei exaspera.

Ele tomou o whisky de uma vez só e sorriu para mim dando de ombros.

O que estava cantando no karaokê acabou a música e ninguém aplaudiu.

- Vocês não vão aplaudir? Vocês estão de brincadeira com a minha poker face né? Minha voz é linda! - Ele praticamente gritava indignado no microfone.

- Não nessa encarnação. - Dean falou rindo alto de mais pois havia se criado um estranho e encômodo silencio.

- Então vem aqui machão! - O cara gritou no microfone e colocou as mãos na cintura como uma menina emburrada de 3 anos de idade.

- Eu não canto. - Ele falou sério.

E todos do bar começaram a falar "Froxo!" "Marica" "Covarde" Algumas pessoas cacarejaram o que foi super estranho, e quem fala "Marica" hoje em dia?

- OK. - Ele levantou batendo pé e arrancou o microfone da mão do outro 'cantor'. Ele pigarreou e falou: - Essa é para minha... amiga.

Ele pegou o controle e começou a música que era um dueto, ele escolheu cantar Enrique e a música:

Enrique Iglesias - I Like It (feat. Pitbull

) começou.

(link:

http://www.vagalume.com.br/enrique-iglesias/i-like-it-feat-pitbull.html

)

Ele botou o microfone no pedestal e esperou a parte do Pitbull cantando passar enquanto me encarava sorrindo malicioso.

Garota, por favor, me desculpe
Se eu estou colocando muita força
Mas essa noite é a noite
Que podemos deixar rolar
Minha namorada não está na cidade
Estou completamente só
Seu namorado está de férias
E ele não precisa saber
Não, oh oh oh oh
Ninguém pode fazer o que eu quero fazer com você
Não, oh oh oh oh
Grite, berre
Deixe-me ouvir você ir!

Amor, eu gosto
Do jeito que você dança
Amor, eu gosto
Venha, me dê um pouco mais
Oh, sim, eu gosto
Gritando como nunca gritou antes
Amor, eu gosto
Eu, eu, eu gosto

Festa, festa, festa para sempre

Garota, por favor, me desculpe
Se eu estou me comportando mal
Estou tentando deixar minhas mãos de fora
Mas você está me pedindo mais
Rodando, rodando, rodando
Abaixa, abaixa, abaixa
Deixe o tempo passar
Porque nunca vamos envelhecer

Não oh oh oh oh
Ninguém pode fazer melhor, vire de costas, vou te dar
mais
Não oh oh oh oh
Grite, berre
Quero ouvir você ir

Amor, eu gosto
Do jeito que você dança
Amor, eu gosto
Venha, me dê um pouco mais
Oh, sim, eu gosto
Gritando como nunca gritou antes
Amor, eu gosto
Eu, eu, eu gosto

Não pare, amor, não pare, amor
Continue se balançando
EU não vou parar, amor, não vou parar, amor
Até você se cansar

Festa, festa, festa para sempre

Amor, eu gosto
Do jeito que você dança
Amor, eu gosto
Venha, me dê um pouco mais
Oh, sim, eu gosto
Gritando como nunca gritou antes
Amor, eu gosto!
Eu, eu, eu gosto!

Amor, eu gosto
Do jeito que você dança
Amor, eu gosto
Venha, me dê um pouco mais
Oh, sim, eu gosto
Gritando como nunca gritou antes
Amor, eu gosto!
Eu, eu, eu gosto!

Festa (sim, eu gosto)
Festa, festa pra sempre!
SIm, eu gosto!
Festa, festa (eu gosto) festa para sempre!

A letra era cheia de luxúria, ele dava em cima de mim após cada frase, ele me lançava olhares e sorrisos maliciosos e sedutores. A voz dele soava firme, alta e por incrivel que pareça: Como sinos ao vento.

Ele não tinha o mínimo respeito pelo irmão que supostamente gostava de mim. Ele não tinha o mínimo respeito por mim. Ele só tinha respeito por si mesmo. A música acabou e ele foi aplaudido por quase todo mundo em pé, menos pelo homem que havia intimado ele a cantar, que saiu bufando e batendo pé porta afora.

Em um ultimo ato ele piscou para mim e começou a descer os degraus, a ultima coisa que eu ouvi antes de sair porta afora indignada e brava, foi o barman:

- Ele cantou essa música pra você, e você tem 5 filhos para criar... uau. - Ele falou boquiaberto.

Ignorei o fato de eu quase torcer o pé umas quinze vezes e andei praticamente correndo até o impala após bater a porta do bar com uma certa força desnecessária. A chuva havia quase cessado.

Eu não sei bem porque eu havia ficado tão chateada, seria por ele desrespeitar o Sam? Seria por ele se referir ao Sam pelo meu namorado? Seria por ele se referir a sam como meu namorado e não sermos namorados? Seria por toda a cena dele e de Leticya?

Tantos pensamentos ecoavam pelo minha cabeça que eu quase não notei que eu estava na lateral do impala, no fim daquela rua sem saída e sinistra. Me apoiei na porta do carro apenas para pegar um maior impulso para tentar abri-la sem precisar destrancá-la com a chave.

- Stephanie. - Ouvi Dean gritando ao longe. E foi nesse momento que a chuva se intensificou, em uma escala de 0 à 10, eu diria 11.

Olhei para trás inúltimente, apenas para ver toneladas de pingos de chuva combinados com a escura noite embaçando minha visão. Tentei acalmar minha raiva, eu já havia destrancado portas antes, não seria tão dificil agora. Coloquei a mão na porta e pensei na tranca do lado de dentro se abrindo, ouvi um barulho: "clac". Eu não sei bem qual seria meu plano, eu entraria dentro do carro do Dean para esperá-lo entrar e dirigir de volta para o motel? Se era esse meu plano, não fazia o menor sentido.

Foi no momento em que eu coloquei a mão na maçaneta da porta que Dean me alcançou, ele puxou meu braço e com uma força não brutal, me jogou contra a porta da frente do carro onde eu havia conseguido abrir.

- Que que aconteceu? - Ele perguntou enquanto prendia meus braços estendidos contra o carro.

- Você não tem o menor respeito pelo Sam, por mim, ou por qualquer outra pessoa. Você é egoísta e rídiculo Dean. - Gritei.

As gotas de chuvas me molhavam com tanta ferocidade que doía a minha pele, mas isso não importava agora.

- É isso ou você está com ciúmes da Leticya? - Ele gritou mais alto ainda para eu consegui-lo ouvir.

- Ciúmes? Eu não tenho ciumes de você. - Gritei indignada.

- Então o que é? O que realmente é? - Ele falou quase baixo de mais, ele aproximou sua face da minha.

Pensei em gospir nele, mas com aquela chuva ele não iria nem perceber. Procurei algum outro motivo que me fizesse ter raiva dele. Não vi o momento exato em que ele começou a se aproximar do meu rosto, pois minha visão estava embaçada pela chuva. Só sei que quando dei por conta seu rosto estava a não mais do que 2 centimetros do meu. Tentei não olha-lo diretamente. Suas expressões me afetavam. O que eu menos queria era ficar hipnotizada, talvez apaixonada, ou qualquer coisa assim por ele. Não naquele momento. Ele pos suas mãos na minha face, tirando um pouco da agua que havia nele, por alguns milésimos de segundos. Segurou minha face entre suas mãos, a única coisa quente que havia em meio aquela chuva gelada. Ele sabia que eu não conseguia pensar direito em nada, ele aproximou tão lentamente a sua face da minha que era quase uma tortura, meu coração bateu mais rápido, eu quase conseguia ouvir o palpitar do dele, meus olhos só conseguiam ver a sua boca, ele olhava tão firmemente meus olhos que eu quase os sentia olhando ora minha boca, ora meus olhos, procurei algum outro motivo que me fizesse ter raiva dele. Tentei conseguir pensar direito, mesmo com aquele deus grego vindo lentamente me beijar. E como se alguém estivesse ligado uma luz dentro da minha cabeça, a resposta veio.

- Você me usa! - Gritei e o empurrei. Segundos depois ele ja estava próximo de mim.

- O quê? - ele explodiu - É você quem acha que o nosso relacionamento é baseado em sexo! - Ele alterou seu estado de conquistador barato para um totalmente alterado.

- Oque? - Perguntei sem entender direito, eu não achei que ele iria ter essa reação.

- Eu li a sua pasta no celular, aquele seu... diário. Você falou que nosso relacionamento é baseado em sexo. - Ele gritou na minha face.

- Você leu? - Perguntei meia embasbacada, ele havia lido tudo? Oh, oh.

- Sim. - Ele falou como uma criança mimada.

- Aquilo é pessoal! Eu te odeio Dean. Eu te odeio! - Gritei balançando a cabeça em negação, ao final da frase um trovão soou tão alto que eu estremeci.

- Se você me odeia porque você não me tirou daqui com seus poderes? - Ele gritou enquanto agarrou meus braços me prendendo ali, e eu não soube responder a sua pergunta, apenas olhei no fundo dos seus olhos, ou do que dava para ver com toda aquela chuva em volta da gente. - Você gosta de mim, admita! Você gosta de tudo que eu faço com você, fisicamente, verbalmente, ou emocionalmente!

Eu não conseguia negar. Eu nem sabia se era verdade ou mentira!

- Me larga! - Gritei.

- Me pare! - Ele gritou e antes de eu conseguir entender ele largou meus braços, colocou a mão na minha nuca e encostou seus lábios nos meus.

Ele colou nossos lábios ali, coloquei minhas mãos nos seus braços para afastá-lo, mas ele era forte de mais. Quando vi que não conseguiria tirar ele dali com a minha força física, pensei em usar meus poderes, mas e se eu o machucasse?

Ele abriu seus lábios levemente e contornou meu lábio superior com a sua lingua pedindo autorização para aprofundar aquilo em um beijo, instintivamente abri meus lábios, nossas bocas dançavam em uma sincronia quase perfeita. O seu hálito que exalava Whisky se misturou com o meu que exalava o cheiro daquela bebida forte, criando um odor tão bom que se igualava ao provável cheiro do céu.

Quando ele achou que não precisaria mais segurar minha nuca, ele escorregou suas mãos até minha cintura colando meu corpo completamente com o seu, antes de eu conseguir me livrar da sua boca, ele intensificou o beijo. Eu não conseguia pensar direito, era tudo tão intenso, tão bom, tão prazeroso que o deixei continuar.

As gotas de chuvas que antes eram tão doloridas na minha pele pareciam ter desaparecidos, a chuva continuava, mas a dor cessou.

PDV Dean

Estar perto da Stephanie era bom e doloroso ao mesmo tempo, pois eu sabia que ela alguma hora iria partir, e que ela me usava como um objeto sexual, mas eu não conseguia resistir à ela, ao seu corpo, ao seu jeito, ao seu falar, ao seu modo de se vestir, era tudo tão convidativo.

Parei de pensar no que eu devia fazer e pertimi meus atos serem movidos pelos instintos de dentro de mim. Guiado pelos meus instintos deslizei minha mão direita da sua cintura até sua coxa, levantei-a levemente e coloquei-a no meu quadril, continuei segurando-a enquanto eu inclinava a cabeça de Stephanie para trás e lhe depositava fortes beijos nos seu pescoço.

Eu não sabia se a chuva havia ficado quente ou nós estávamos nos encendiando. Apertei talvez forte de mais sua coxa pois ela gemeu, me recetei por um momento.

- Não. - Ouvi ela falar baixo me estimulando a continuar.

Não esperei ela repetir e deslizei o fecho do seu vestido, ali mesmo, na rua escura e totalmente neblinhada pela forte chuva e pela escuridão natural da noite, o vestido ensopado deslizou pelas suas curvas e ficou no chão. Ela não me impediu, o que fez ela ficar de lingerie. Depositei incessantes beijos após leves mordida do seu pescoço até sua cintura, passando pelo ombro, pelos seus seios cobertos parcialmente pelo sutiã e pela sua esbelta barriga. Enquanto eu fazia tudo isso ela se desbruçava contra o carro de braços abertos, me dando total liberdade pelo seu corpo, talvez eu conseguisse ouvir algo se a chuva não estivesse tão alta. Creio que se começasse um incendio ali nós não perceberíamos... ou seríamos ele.

Passei a mão pela alça da calcinha de renda, sentindo a maciez e à áspereza dela, assim como Stephanie era, macia por dentro e áspera por fora. Stephanie colocou suas mãos impacientes nos cabelos da minha nuca e me levantou me puxando direto para sua boca sedenta por mim, dessa vez o beijo era cheio de luxúria e desejo mútuo. E foi apartir desse pensamento que eu abri a porta de trás do carro e joguei ela dentro, me atirando junto e me ponde em cima dela naquele quase pequeno de mais espaço do banco de trás. Eu não sabia dizer quem estava com mais saudades do corpo do outro.

Stephanie tirou minha camisa enquanto causava arranhões propositais por toda as minhas costas, causando pequenos gemidos de dor e prazer ao mesmo tempo, que eu não sei dizer se ela ouviu, pois a chuva batia violentamente no carro, quase causando um som ensurdecedor, me perguntei se havia acontecido a mesma coisa com a nossa pele enquanto estávamos lá fora. Busquei a boca dela ao mesmo tempo que ela buscara a minha.

E foi no meu impala, que tantas outras fizeram o mesmo que Stephanie, que eu senti que aquilo não era apenas sexo, era paixão. E talvez, me atrevo a dizer: Amor.