Daniel Valencia - presidente (Betty a feia)

Capítulo Operação levar Betty para a caminha


Mário sacou todo o tipo de cartões. Nunca pensou que seu amigo fosse tão inclinado a essas coisas. O motivo que levava Mário a ajudar Armando era que enquanto ele estivesse assim, fascinado por esta mulher não conseguiria ir de caça e o queria de volta. Já haviam passado quase dois meses desde que se foram farrear e desde então, Armando estava na seca.

Armando estava contrariado, não queria ter que apelar para este tipo de coisa, mas aquela mulher o estava deixando tão louco que estava agindo com um menino de quinze anos, sobretudo no banheiro. Não haviam voltado a se beijar, como no dia em que estavam se escondendo de Marcela, mas aquela noite jurava que ia ser diferente.

Ia levá-la para ver uma comédia romântica. Não era seu gênero favorito, mas sabia que rolaria beijos e até umas risadas. Comprou um balde enorme de pipoca, coca-cola enorme com dois canudos, para compartilharem.

Enquanto viam o filme, a mão deles se cruzou várias vezes no balde de pipoca, o que provocou arrepios nos dois e o rosto de Beatriz ficou levemente corado, depois durante uma cena bebiam coca-cola e seus rostos se tocaram. Beatriz ficou ainda mais vermelha. Mas quando os atores se beijarem no filme, aí Armando não se fez de rogado, aproveitou o braço que já repousava em suas costas para aproximá-la e colocando uma das mãos em seu queixo a beijou. Foi um beijo doce ao que Beatriz correspondeu. Aproveitaram que estava escuro para incrementarem o beijo ainda mais. Mesmo Armando não acostumado fazer estas coisas em público, ainda mais com uma mulher fora de seu círculo social, e muito menos ela que nunca havia tido um namorado sem ser o idiota da pandilla do bairro, aproveitaram o escurinho para beijar aqueles lábios. Assim, pouco viram do filme depois e quando se deram contas comiam as pipocas apenas pela boca um do outro. Armando beijava acariciando seu corpo, pensando naquele corpo que viu no banheiro da casa dela.

—O filme acabou, don Armando. –disse Betty com os lábios inchados falando dentro da boca dele.

—Não me chame de don Armando, só Armando. -disse com a voz rouca cobrindo sua boca.

Assim, as luzes acenderam e os dois se recomporam.

—Sabe, amei este filme. Gostaria de pegar outra sessão? -disse, ainda pegado a ela e excitado. Mas tentando parecer normal.

—Ai, doutor, que pena contigo, mas sabe como é meu pai?

—Ah Beatriz.

—Melhor deixarmos para outro dia.

—Isto é uma promessa.

—Depende ojojo sabe como é meu pai.

—Ah não vai me deixar desapontado.

—Como diz?

Ele estava como louco, queria arrastá-la para o hotel mais próximo e fazer amor.

`Não posso assustá-la. Ela é uma menina. Mas me põe louco.` -pensou.

—Está bem te levo para casa.

Já estavam dentro do carro quando Beatriz disse:

—O senhor não está bravo está?

—Estou! Estou muito bravo.

—Não tenho culpa, conhece meu pai.

—Estou bravo porque não para de me chamar de senhor e don Armando. Acaso pareço muito velho para você?

—Não, imagina. O senhor, digo você está bem.

—Isto não é suficiente. Me acha assim bonito?

Beatriz ruborizou-se. Não imaginava que ele perguntaria isso.

—Não precisa responder. Sou feio? –disse, colocando carinha de menino pequeno.

—Imagina. O senhor é assim triplepapito.

—Ah é? -abraçou-a e beijou, o que ela correspondeu cheia se vergonha.

Se despediram no portão da casa dela com vontade de mais. Do lado de dentro, Beatriz não podia acreditar. Encontrou seu pai de cobertor na cabeça e teve que disfarçar como estava emocionada. Depois subiu correndo as escadas para escrever em seu diário.

`Hoje saí novamente com Don Armando, ou melhor, Armando, ele é divino. Fomos ao cinema, o filme era lindo, o mocinho era tão atrapalhado quanto eu e depois fica arrumadinho e bonito. O que nunca acontecerá comigo. Nem sei como acabou o filme, pois depois do beijo, Armando não deixou-me ver nada. Sim, me beijou. E desta vez não foi para escapar de sua ex e sim porque queria.´

—Ojojo -riu com sua risada de ganso.

`Na verdade, os lábios de don Armando estavam bem melhores que o filme. Que lábios. Que homem! Será que sente algo por mim? Não posso entender que queira beijar uma feia como eu!`

No dia seguinte, Armando a buscou em sua casa para a levar para o trabalho. Pouco depois quando ela já estava trabalhando, entregaram um cartão com um chocolate.

`Quer namorar comigo?`

Sorriu, não podia acreditar. O homem mais lindo que conhecia queria namorar com ela, Beatriz? Leu e releu.

Na hora da saída, ouviu um carro lhe buzinar. Era Armando.

—Boa tarde, senhorita. Posso acompanhá-la?

—Sim, claro.

—Aceita uma carona?

—Como não?

Após entrar no carro e antes de dar a partida, Armando não esperou que abotoasse o cinto para perguntar-lhe:

—Então, qual é sua resposta?

—Só digo se dividir comigo. -disse mostrando metade do chocolate. Armando abocanhou o pedaço que faltava.

—A resposta é sim!

—Ah, Beatriz! -deu-lhe um beijo em plena avenida principal. Não era típico de Armando estas cenas, mas estava feliz.

O namoro transcorreria em segredo de seus pais e também de Nicolás, já que sabia que a partir daquele momento a vigiariam e não deixariam que saísse com Armando, lógico que sua mãe e Nicolás a conheciam muito bem e estavam desconfiados.

Toda sexta Betty tinha umas diligências para fazer para o escritório depois do expediente de meio-período, assim eles aproveitavam para se verem e namorarem. E aquela sexta não seria diferente, se não fosse....

—Não senhor! Amanhã a menina não tem permissão de sair com o senhor.

—Mas por que don Hermes?

—Porque as tias Pinzón irão nos visitar!

Beatriz estava chateada, sabia que aquela era uma data especial, o aniversário de Armando e tinha prometido que comemorariam juntos. Armando tinha feito muitos planos, para esta comemoração. Este seria seu presente. Ela não o negaria, não no dia do seu aniversário.

Já haviam ficado sozinhos. E ele havia tentado algo mais, sem sucesso.

Flashback

Armando a beijou com muito carinho, apertou seu corpo contra ele, estava excitado, mas sabia que precisava ir devagar, pois era uma menina, pequena e delicada e ele enorme, um ogro. Não largava dos lábios dela e ela se deixava levar. Como tinha experiência, ele sabia onde tocar e beijar para deixá-la mole e assim estava Beatriz, sentindo aquelas mãos em seu pescoço, suas costas, sua cintura. Mas reagiu ao sentir que estava em suas côxas, entrando em sua saia. Estava tão desejosa quanto ele, mas tinha medo. Não queria se entregar e se decepcionar com ele, que era como um príncipe.

—Seu Armando pare!

—Hã, Betty? Não gosta das minhas carícias.

—É que, é que...

—Hã -tocando-a com a ponta dos dedos.

—É que eu... –não conseguia se concentrar enquanto a ponta dos dedos dele acariciavam-na provocando arrepios.

Percebendo que ela estava a ponto de ceder, ele passou a lamber o pescoço dela, desabotoando sua blusa.

—Eu, ah, ah. –Beatriz fechou os olhos e aproveitou para desfrutar das carícias por alguns momentos, logo seu cérebro tomou o comando novamente.

—Não, don Armando!

—Armando, Beatriz. –sussurrava, dando beijinhos.

—Por favor, não.

—Beatriz.

—Eu não me sinto bem.

Conseguiu com muito custo empurrá-lo.

—O que foi? Não estava gostando?

—Estava... me desculpe, é que... que.

—Tudo bem. –disse, contrariado, mas não ia forçá-la a nada. Então a abraçou e apertou os olhos.

—Não está bravo comigo, está?

—Não, deixa para lá, Beatriz. –disse segurando o rosto dela e beijando com delicadeza.

Ele tentou novamente outra vez e chegou a acariciar seus seios e ouviu suspiros, mas logo, chegaram os pais dela e teve que com muito esforço, controlar-se.


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