Daniel Valencia - presidente (Betty a feia)

Capítulo 8 -O problema e o plano de Marcela.



Marcela sabia muito bem desta compulsão sexual e fazia questão de se aproveitar disso, usando de seus atributos. Mas queria muito mais, queria amarrá-lo de vez, então, por sugestão de Patrícia, amiga de Marcela, tinha combinado um jantar na casa dos Mendoza para reatarem o noivado e marcarem a data, contava com a ajuda de Margarida que não via a hora de ver seu irresponsável filho casado e com filhos com a nora de seus sonhos, que era Marcela pela união do patrimônio das famílias. Armando não sabia disso. Foi até lá pensando ser um jantar familiar. Mas ao chegarem, se deparou com a presença dos Valência.

—O que está acontecendo aqui?

—Um jantar familiar, Armando.

—Pensei que estariam somente vocês.

—Logo seremos todos uma só família. –disse Marcela.

—É que Armandinho não pensa assim. –disse Daniel, com ironia.

—Sinto informar que nisto tenho que concordar contigo, Danielzinho. Já fomos uma família, mas no momento, temos apenas a empresa no meio e creio que a reunião de diretoria é o melhor momento de nos reunirmos para isso. Portanto, com licença, mamãe, papai, mas me vou.

—Mas esta não é uma festa de noivado? -perguntou Maria Beatriz –Interrompi minha viagem à toa?

—Noivado? Noivado de quem?

—Ora, meu amor, o nosso! –disse Marcela.

—Não estou entendendo, Marcela.

—Está na hora de definir esta situação. Marcelinha não pode ficar a vida toda esperando que se noivem e marquem a data. –impôs Margarida.

—Tem que ter a decência de se definir. –ordenou Roberto.

—Que circo é esse, Marcela? –Armando perguntou-lhe, nervoso.

—Ora, meu amor, não aja assim. Eles sabem!

—Sabem o quê? Te falei que não iríamos seguir namorando e tampouco noivar.

—Não fale assim comigo! –disse Marcela chorando.

—O que está fazendo, Armando? -perguntou Margarida, abraçando Marcela.

—Mamãe, no dia em que saí da empresa, terminei tudo com Marcela. Disse a ela que não tínhamos mais uma relação séria. Expliquei os motivos.

—Mas como assim terminaram? -perguntou Roberto.

—Se tivéssemos terminando não seguiríamos fazendo amor.

—Amor? Que amor? Sabe que não é bem assim! Sabe que sempre odiei que expusesse nossa intimidade aos outros, a meus pais e a seus irmãos!

—São apenas nossa família e não temos que nos envergonhar do que sentimos.

—Não sinto nada por você! Como pode ser tão baixa assim? Está bem se querem que todos saibam: somos adultos e lhe deixei bem claro que era apenas sexo sem compromisso.

—Seguiram se vendo?

—Sim, Margarita, quase sempre no seu apartamento. E tivemos intimidades.

—Relações sexuais sem compromisso! Como dois adultos! Fui franco contigo!

—Sabe como o amo, Margarida, não podia negar-lhe.

—VOCÊ PRECISA TER UMA ATITUDE DE HOMEM!

—Papai, Marcela sabe muito bem o que está acontecendo! Lhe deixei bem claro!

—Quer dizer que continuam fazendo sexo? Uau! perguntou Maria Beatriz?

—Me senti usada, mas tudo pelo amor que sinto por Armando! –disse Marcela sonsa, como sempre.

—Tem que tomar uma decisão de homem ao menos uma vez na vida! –disse Roberto.

—Uma decisão, se querem uma decisão, vou lhes dar: terminamos, Marcela! Não temos noivado, namoro e nem vamos nos casar! E se incomoda tanto, a partir de agora, tampouco vamos seguir tendo relações. Não quero ser acusado de macular o corpo da virgenzinha Marcela! Risque meu nome de sua agenda, Marcela! Acabou!


Não adiantaram os protestos, como um furacão, ela saiu pela porta, deixando todos atônitos.

—Não entendi. Ele foi buscar algo ou saiu? Vai ou não ter casamento?

—Te explico, Maria Beatriz! -disse Daniel –Nossa irmã está livre desde imprestável!

Marcela se soltou do braço de Margarita e foi correndo chorar no quarto, enquanto Margarita desmaiava, no sofá.

Ele saiu da casa de seus pais, sem rumo. Não queria ir a seu apartamento, pois tinha receio que Marcela não desistisse de tentar seduzi-lo. Queira encontrar Mário, tomar um trago e afogar sua raiva. mas sabia que se o chamasse, ele iria arrumar umas mulheres e não estava com cabeça. As únicas mulheres que gostaria de ver era sua irmã Camila, que morava longe e sua amiga Beatriz, ela o entenderia e quem sabe até o apoiasse, mas era tarde e com o pai que tinha não o receberia, assim que resolveu rodar pela cidade até se sentir cansado e ir dormir em um hotel.

Havia dormido bem, sentia-se livre. Pôs-se a pensar em sua vida, talvez devesse mesmo tirar um ano sabático. Um ano viajando, meditando e quem sabe aprendesse a controlar esta sua compulsão sexual. Quem sabe assim poderia achar a mulher de sua vida, como Beatriz ainda acreditava que poderia.

—Vou à sua casa amanhã contar-lhe que terminei, que não consigo nem mais ver Marcela, nem sentir nenhum desejo por ela. Sinto asco pelo que fez perante meus pais!

No dia seguinte, Armando foi até o escritório buscar Betty com desculpa de terem de ir a um encontro de negócios e contou-lhe tudinho o que aconteceu na casa de seus pais. Mal cabia em si de felicidade, assim como a ilusionada Betty. Não que significasse muita coisa, já que o fato de não ter mais nada com Marcela, não quer dizer que teria algo com ela, mas sabê-lo livre das garras da ex-noiva havia feito que ficasse sonhando acordada que iria um dia iria olhar para ela e quem sabe até poderia curá-lo (ou não) de sua compulsão sexual com muito carinho e amor.

—_______