—O que acontece? Por que parece desesperado? –perguntou Freddy.

—Dr. Mora já saiu?

—Creio que está aí, talvez não esteja na sala. Mas o que acontece, homem?

—O doutor Valencia vai vampirizar a doutora Beatriz!

—O quê?

—Ele está aí agarrando-a pelo braço.

—Então, vai lá!

—Eu? Morro de medo dele.

—Medo terá se don Nicolás souber disso. Não seja covarde!

—Mas vai comigo.

—Você é alto, forte, pode dar conta de Daniel Valencia.

—Tenho medo de que me vampirize.

—Mas que bobagem, homem! Coragem!

—O que acontece?

—O doutor Valencia está querendo levar a doutora à força.

—Beatriz? E vocês ficam aí parados? São dois covardes mesmo.

Enquanto isso.

—Pensei que tivesse mais classe por conta de seu apelido e sua posição, doutor, gritando com o funcionário na porta da empresa? Não irei com o senhor a nenhuma parte!

—Você e Armandinho tem algo?

—Não creio que te interessa!

—Você é uma mulher interessante, Beatriz! Como lhe disse, Armando sempre teve tão pouco a oferecer. Sabe creio que merece coisa melhor e posso oferece-lhe o que precisa!

—Lhe daria outro tapa.

—Isto seria ainda mais excitante.

—Pois que fique com vontade, pois desta vez não vou lhe dar o gosto de sentir minhas mãos em seu rosto.

Wilson respira fundo e vai até eles

—Doutora Beatriz.

—O que vem interromper, imbecil?

—Não fale assim com Wilson!

—Falo como quero! É um simples empregado.

—É um ser humano.

—Não estou para conversinhas, sempre consigo o que quero. –a segura, você vem comigo.

Wilson lembrou-se das recomendações de Nicolás e mesmo morrendo de medo puxou o braço de Betty, tirando o de Valencia.

—O que faz, idiota? Considere-se demitido.

—Ai! -disse Beatriz, pois os homens a estavam apertando.

—O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?

—Armando!

—SOLTEM-NA!

—Ah, Armandinho, chegou bem na hora! Imagina que a criadagem está cada vez pior, imagina que este homem estava segurando-a.

—Eu? Eu vim salvá-la!
—Salvá-la de quê, retardado? Sou executivo e dono da empresa. –disse Daniel altivamente

Beatriz soluçava e Armando queria abraçá-la. Logo, chegaram Aura Maria e Freddy.

—Perdão, mas desculpe-me.

—O Wilson fala a verdade, Dr. Valencia a estava forçando-a a ir com ele, sei lá para onde. –disse Aura Maria, mais corajosa

—A criadagem resolveu se rebelar só por conta de Armandinho? Crê que ele manda em algo aqui? Não é mais que um acionista.

Betty resolveu aninhar-se nos braços de Aura Maria.

—Estão todos, Wilson, Freddy e você também Aura Maria, demitidos e sem contemplações, vou falar com Gutiérrez agora mesmo.

—Você não pode demitir ninguém, Danielzinho, Não tem direito a nada aqui! –disse Armando.

Daniel riu debochado.

— A presidente aqui é Beatriz! Só ela tem este poder!

—Ah sim, por isso, está aqui, está atrás dela! Sabe que era feia, muito feia de uma forma que nunca teria coragem de sequer olhá-la! -disse Daniel, que não conhecia.

Armando está ardendo de raiva, detesta que falem da aparência de Betty e sabe quanto dói nela (tanto que ela começa a soluçar nos braços de Aura Maria).

—Cale-se, imbecil! –lhe dá um tapa e logo um soco

—Não sabia? -com a boca sangrando. -Ela veio procurar emprego aqui e não a contratei, apesar de seu currículo, por ser feia, muito feia e o presidente de uma empresa de moda, jamais teria uma secretária tão horrorosa assim. –lhe devolve o soco –Mas hoje, confesso que com esta aparência não hesitaria em tê-la em meus braços, gemendo de prazer –Armando voa em cima dele e começa a socá-lo. –Sabe que como as outras que te tirei, ela iria gostar. –Armando descontroladamente começa a socá-lo.

Neste hora, Nicolás, Olarte que conversavam, assim como Marcela e Margarida desciam no mesmo elevador. E ficam chocados com aquela cena dos dois homens lutando, a presidente chorando nos braços da recepcionista, Freddy e Wilson tentando afastá-los.

—Mas o que está acontecendo aqui?

Os homens não queriam ouvir.

—Parem! Parem já com isso! –disse Marcela.

—Armando, isto são modos? -pergunta Margarida

Por fim os dois homens conseguem separá-los.

—Dois meninos que foram criados juntos, meninos de classe brigando em frente à empresa, ainda bem que Roberto não está aqui ou teria mais uma decepção. –disse Margarita

—Por quê, por que estão brigando? -perguntava Marcela

—Temos nossos motivos! –respondeu o mimado ex-presidente

—É por causa da empresa? Tudo vai se resolver.

—Crê que toda minha vida é a empresa, mamãe? Elegeram Daniel presidente e acharam que estavam fazendo o certo.

—E estavam, nada é como dizem! –disse Daniel, defendendo-se

—Cale-se, Daniel! Sabemos o que ocorre. -disse Marcela -E esta ai, por quê chora?

Daniel ensaiou uma risada.

—Do que ri, ordinário? –perguntou Nicolás

—Aposto que ela tem algo com isto tudo.

—Deixe Beatriz fora disso, mamãe.

Aura Maria e Nicolás levam Betty de volta à presidência, assim como Wilson e Freddy levam Armando e pedem à enfermaria que providencie curativos e calmantes. Do mesmo modo, Marcela e Margarida insistem com Daniel e o levam até a sala da irmã e também pedem curativos à enfermaria.

Lógico que as mulheres do quartel, sendo fofoqueiras como são, ficam como loucas para saber o que aconteceu. Mas todos que sabem ficam calados.

—___

Na sala de Marcela

—Mas Daniel por que anda atrás desta mulher?

—Porque tenho que saber o que está fazendo com minha empresa!

—Te conheço, Daniel. –disse a irmã.

—Está bem, confesso. Não vou sossegar, quero ter sexo com esta mulher!

—Que nojo! –colocou Marcela a língua para fora, Margarita balançou a cabeça.

—Nunca uma mulher de Armandinho me disse não e esta não será a primeira. Sou melhor que ele em tudo! Quero ouvi-la gritar meu nome e dizer que sou o melhor homem!

—Que nojo!

—Sabe como sou quando quero uma mulher, maninha! Desculpe-me, Margarita.

—Não imaginava que pensasse assim de meu filho. E que baixaria. ! Brigarem por uma mulher dessas! Não os reconheço! –disse Margarida.

—____

Só na presidência, Armando consegue abraçar Betty.

—Calma, minha menina.

—Não aguento mais estar perto deste homem.

—Vou matá-lo!

—Não. Não se suje. Ele vai ser preso em breve!

—Mas enquanto isso vai aprontar tudo que pode. –disse Armando com raiva nos olhos.

—Calma. –disse ela tomando as mãos dele e o abraçando.

—Onde está a aliança que te dei? -disse o homem segurando as mãos dela.

—Sabe que não uso por conta de meu papai, a tenho guardada no moedeiro.

—Mas na empresa e em todos os lugares combinamos que quero que use.

—Está aqui!

—Melhor! Noiva minha!

Ele a coloca no dedo e neste momento Margarida abre a porta.

—Pois bem! Esta história passou dos limites!

—____________________