Daniel Valencia - presidente (Betty a feia)

Capítulo 60 -Ações e embargo Parte 2


Betty não podia acreditar. Estava de novo naquele lugar.

Lembrava-se do dia em que entrou por aquelas portas esperançosa, com a que acreditava era a melhor roupa que tinha, indo procurar emprego, sem imaginar que seria humilhada por aquele homem, o asqueroso presidente.

—Calma. –disse Armando colocando a mão sobre o ombro dela, imaginando o que passava por sua cabecinha para que seus olhos estarem molhados. –Se acha que não está preparada.

—Preciso fazer! Conseguirei contigo ao meu lado.

—Sempre.


Armando sentiu tanta ternura, queria abraçá-la, mas sabia que não era o momento, adentrou o elevador. Estava vestida de conjuntinho lilás, com os cabelos lisos e soltos, óculos escuros, assim como Armando com o terno preto e gravata lilás.

—Não vai largar de meu pé?

—Sabe que por mim estaria preso e tenho provas suficientes para isso. –disse Thompson.

Daniel riu.

—Se está solto é por conta de uma manobra de seu advogado.

—A justiça está do meu lado.

—E aquele senhor Roberto Mendoza que não merece perder a empresa por conta de seu mau-caratismo.

—Você é ridículo! Vai trabalhar a vida toda e aposentar com um salariozinho medíocre.

—Pode ser, mas com a consciência tranquila.

Disse Thompson sentando-se no sofá da presidência, onde esperaria Daniel para levá-lo à cadeia. Daniel deu-lhe um sorriso debochado.

—Vai esperar sentado. Homens como eu não ficam na cadeia.

—Não tente fugir, este prédio é cercado de policiais e tenho um mandado.

—Não precisarei apelar para isso. Não sabe como as coisas funcionam aqui?

—Sei que existem muitas pessoas como eu, honestas e dignas.

Daniel sorriu-lhe e foi ao encontro de Roberto, Margarida, Marcela, Mário e Olarte que já estavam na diretoria quando Armando chegou com Beatriz e os advogados.

—Como sempre atrasado, Armandinho.

—Você não está em condições de dizer nada, Danielzinho, esteja contente de ainda estar nessa cadeira e não na cadeia.

Daniel não sabia que Armando sabia dos dias em que passou na cadeia, já que havia feito de tudo par

O clima estava tão tenso que ninguém havia percebido que uma bela moça acompanhava Armando. Mas agora era ela centro das atenções.

—Ora, ora! Temos visita. Pode-se falar o que for, mas Armandinho sempre teve bom gosto! A senhorita vanilla! –disse Daniel comentando a respeito de Betty.

Marcela lançou sua cara de curiosidade em direção à Betty, Margarida de raiva, enquanto Mário olhava interessado. Quem seria aquela deliciosa e bela mulher ao lado de Armando?

—Sabe, Armando que adorei que esteja acompanhado de sua senhorita vanilla, realmente, me agrada muito, mas infelizmente não pode trazer suas conquistas aqui?!

—Pois, Danielzinho, o nome da senhorita não é Senhorita Vanilla e sim Beatriz Pinzón

—Solano!

—Solano e não é uma simples conquista! Beatriz não só tem direito de estar nesta reunião, como é a única que pelo estatuto –coloca na mesa –teria direito de presidi-la.

—Quê?

—Sim, Beatriz é nada menos que a legítima dona da empresa, a presidente da empresa de investimentos que comprou ações de Ecomoda.

—O quê? Como assim? -disse a mãe

—Sim, mamãe.

—Mas como assim que uma desconhecida comprou ações da empresa? –perguntou a irmã mais velha dos Valencia

—Sim. –disse Daniel.

—Mas por quê?

Os advogados começaram a explicar.

—Como assim, dívidas? Como assim embargada? –perguntou Margarida

—Daniel, o que tem a dizer sobre isso?

Daniel iria explicar, quando Sanchéz e Santa Maria tomaram a frente, nisso Roberto afrouxou o nó.

Mostraram os balancetes, as ações. O único que não foi falado era a respeito da rede de prostituição já que estava sob segredo de justiça.

—Por conta desses empréstimos e da venda de ações, a senhorita se tornou a acionista da empresa e sendo dona da empresa Terramoda que embargou e financiou as dívidas de Ecomoda.

—Terramoda embargou esta empresa, bem como todo o maquinário e o prédio.

—Quê?

—Como?

—Sim, dra. Beatriz Pinzón Solano, como foi dito, é agora dona de Ecomoda!

Margarida caiu sentada, todos estavam surpreendidos. Roberto sentiu o nó apertar mais e começou a enfartar.

—Isto é uma loucura.

Dali Roberto foi direto para o hospital, Como seria necessário que Daniel como presidente de Ecomoda e Beatriz, presidente de Terramoda firmassem um acordo perante o juiz, mediante o infarto de Roberto, não seria possível Thompson levá-lo de volta à cadeia, como havia sido combinado.

—Parece que a sorte está do meu lado.

—Como pode ser tão frio e cruel? Que eu saiba este senhor cuidou de você e de seus irmãos quando seus pais morreram.

—Está sabendo bastante. Sim, cuidou e que esteja bem cuidado pelo hospital. Mas eu não dormirei hoje na cadeia como me disse e amanhã terei um encontro com uma mulher deslumbrante dono de minha empresa.

—Está enganado, são apenas negócios!

—Assim pensa? Pois saiba que negócios e sexo tudo a ver comigo e são altamente excitantes!
—Você dá realmente asco!

—A recíproca é verdadeira.

—Beatriz, não poderei te levar para casa, meu pai.

—Sim, entendo. Não se preocupe, o dr, Sanchéz pode me levar. Cuide da sua mãe.

—Armando, vamos?

—Onde, Marcela?

—Me levar para o hospital, Roberto é como se fosse meu pai.

—Vou levar Beatriz para casa e depois encontro com vocês.

—Armando? Vai levar esta mulher?

—Esta mulher é Beatriz, como conhece, mamãe. Ela é a proprietária de nossa empresa graças aos desplantes de Daniel, mas isto não vem ao caso. Sigam a ambulância já as alcanço.

-Você disse que não me levaria.

—Não a deixaria sozinha no carro desse Sanchéz, muito menos, vi os olhos de Daniel e Mário sobre você.

—Isto não é assim! O clima estava tenso. Não acho que tenham olhado desse jeito como fala.

—Acredite que conheço estes caras como ninguém.

—Claro eram parceiros de caça.

—Beatriz. Agora sou seu.

—Eu sei!
Os dois se beijaram.

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No hospital

—Não posso acreditar! Além de estarmos embargados, esta mulher, esta mulher não pode ser! –disse Margarida

—Conhece esta mulher que embargou a empresa? –perguntou Marcela

—Sim, é Beatriz, a mulher que disse que estava com Armando e que lhe ofereci grana e não aceitou.

—Não pode ser Margarida! A mulher que disse era feia!

—Sim, não sei o que aconteceu. Vai ver que fez plástica com a grana da empresa. Por isso, não aceitou. Agora, tem não só meu filho como a empresa!

—Não é à toa que Roberto enfartou.

—Daniel dará um jeito nesta situação, fará acordo com esta mulher. Quem sabe a levará para a cama!

—Não creio nisso, Marcela.

—Não conhece o poder de sedução de meu irmão.

—Ela é louca por Armando. E ele não a deixa sozinha por nada.

—Familiares de Roberto Mendoza?

—Sim, somos nós.

—Me acompanhem.

Armando havia deixado Betty na porta de casa e seguido para o hospital, onde Roberto ficaria internado alguns dias.

—Preciso pegar algumas coisas em casa, roupas, cuecas, coisas pessoais.

—Tudo bem, mamãe. Eu fico com ele hoje. Aproveita para descansar. –diz Margarida.

—____

No dia seguinte, Betty vai em companhia de Nicolás e seu pai perante o juiz, vê chegar Daniel, acompanhado de Olarte e sente nojo, principalmente quando ele dá um sorriso safado. Logo depois chegam o delegado, o inspetor, assim como os advogados.

O acordo é firmado perante o juiz.

—Isto deve ser como um casamento, não devem romper por nada.

Daniel ri debochado.

—Depende dela.

—Quanto ao acordo sim, quanto a união matrimonial, nem por nada deste mundo.

Nicolás se aproxima de Betty, acompanhado do Hermes.

—Algum problema?

—Não tudo certo.

—Então?

—Este homem me dá ânsia.

—O cabeção vai ficar tranquilo de saber disso. Sabe que não pôde vir porque está com o pai no hospital, mas tem receio que o Valência a seduzisse. Me fez prometer que a protegeríamos com a nossa vida.

—Agradeço, estou acostumada ao tipo de proteção que vocês dois podem me blindar, mas sei me cuidar sozinha. Pena que Armando mão confia em mim.

—Ele é doente por você, sabe disso.

Betty fica vermelha.

—Quer te proteger, sabe que o Valencia é perigoso, seria capaz de tudo para que pudesse dominá-la e ter a empresa em suas mãos novamente. Não são apenas ciúmes, o homem é perigoso. Entenda.

—Entendo, entendo que está do lado dele.

—Estou do lado dos dois e pelo pouco que sei, ele tem razão de se preocupar e se preocupa porque a considera tão especial como a consideramos.

Sorri, sabe que seu amigo tem razão e fica feliz que os dois se deem bem agora, já que Armando já sentiu ciúmes dela com Nicolás.

Daniel tenta a manhã todo se aproximar, mas Nicolás e Hermes não a deixam a sol nem a sombra. Assim, Betty volta para a empresa, acompanhada de Nicolás, quem contratou como seu assistente, instalando-o na salinha, provisoriamente, já que sua intenção é que assuma a vice-presidência financeira destituindo Olarte.

Daniel vigiava a sala de presidência durante todo o dia, mas Nicolás não a deixava sozinha, nem para almoçar, mas uma hora, sob pretexto de Olarte, o amigo teve que deixar Beatriz sozinha, assim, Daniel entrou sem ser anunciado, já que Beatriz ainda não havia trocado de secretária de presidência, a qual ainda era Francesca que, mesmo contrariada, obedeceu Daniel.

—Se pensa em seduzi-la, esta está assim com o dr, Mendoza.

—Isto é o que veremos!

—Não se atreva a ter algo.

—Não se atreva a me desafiar. O que pensa?

Daniel entra na presidência, assustando Beatriz.

—O que deseja?

—Não sabe?

—Não me interessa.

—De verdade ?

—Posso lhe ensinar algumas coisas.

—Não estou interessada!

—Sabe, tenho certeza que acharia muito interessante, tenho muito mais experiência que Armandinho.

—Se o senhor não tem nada para fazer na empresa, aconselho que me deixe trabalhar, pois eu sim tenho muito a fazer para consertar os estragos de sua má gestão.

—Para isto: trabalhar, estou aqui. Não me leve a mal, vim para ajudá-la.

—Creio que as planilhas que dr. Olarte me passou são suficientes.

—Uma ajuda a mais sempre é bem-vinda.

—Não creio que é necessária.

—Que eu saiba, tirando a empresa de investimentos, que nada tem a ver com o mundo fashion e o banco não tem experiência prático em administração e Armandinho muito menos. Nunca administrou nem lojinha de bairro, já eu trabalho para o governo.

—Sim, tenho consciência disso.

—Então, aceite minha ajuda?

—E por que faria isso?

—Porque esta empresa também é minha e de minha família. Não pense que quero deixar minhas irmãs sem nada, me preocupo.

—Fazer o que fez não é uma forma de demonstrar isso.

—Talvez esteja se baseando em informações erradas, sabe não sou como parece. Quero ajudá-la a tirar a empresa dessa. Tenho ideias.

—Diga-as, então

—Assim, a seco ? Não, isto não pode ser falado assim.

—Como então ?

—Quero ajudá-la de verdade, não tem culpa de ter se envolvido em uma briga de família, Armandinho não é tão perfeito como parece, não o conhece como eu.

—Isto não lhe interessa.

—Sim, me preocupo que se deixe influenciada por uma pessoa como ele, tendo minha empresa nas mãos.

—Diga o que pretende.

—Você! Digo, como temos muito trabalho aqui na empresa, sugiro que conversemos em outro lugar.

—Não creio que seja apropriado.

—O que tem demais que dois executivos da empresa conversem e combinem estratégias para resolver a questão da melhor forma possível?

—Creio que já o fizemos perante o juiz.

—Que foi, Beatriz? Costuma ser tão antissocial com Armandinho?

—Não, com ele não.

—Posso te mostrar que sou melhor que ele em tudo.

—Não creio que chegue à sola de seus pés.

—Por que não me dá uma chance de mostrar? Tem medo de gostar? Calma, só estou brincando, mando meu motorista apanhá-la às 20 horas.

—Não é necessário, e tenho um compromisso.

—Do que tem medo? É um assunto importante.

Daniel não aceitava não como resposta, o máximo que Beatriz consegue é que diga o nome do restaurante, prometendo-lhe que iria encontra-lo no horário e local combinado.

—Como assim? Como assim que vai jantar com Daniel Valencia?

—O que ouviu, Armando. Vou jantar com o presidente da empresa que estou embargando.

—Te avisei. Está caindo na lábia desse escroto. Quer que te leve para conversar com o comissário para que saiba quem é e o que fez com mulheres. Por favor, Beatriz, você sabe de tudo. Por que faz isso?

—Sabe que por mim jamais estaria envolvida nisso e se estou fazendo isso é para salvar o patrimônio de seus pais.

—Tenho muito medo, Beatriz! Descobri coisas de Daniel, ele é bem mais perigoso, nunca imaginaria que uma pessoa com quem passei minha infância toda.

—Eu sei, querido, eu sei. Mas será em um lugar público e tomarei cuidado.

—Me promete. Ele é...

—Sei. –beijo –Mas não posso demonstrar a ele que morro de medo.

—Não quero que se sacrifique tanto pela empresa.

—Não farei nada com ele que faria contigo, dr, Mendoza.

—E o que faria comigo?

—O abraça, apanha seu rosto para beijá-lo e mordiscar seus lábios.

—Me enlouquece de espertona que é!

—Sabe que te amo, não sabe?

—Sei e te amo igual, Beatriz. Tenho muito medo do que te faça.

—Não fará nada, pois a empresa está em minhas mãos e em meu nome e quem herdaria seriam meus pais.

—Não deixo de me preocupar e não é com a empresa. Não vá!
—Por mim não iria, mas tenho que saber o que quer falar.

Embora, intranquilo, Armando deixa que Beatriz se vá, mas logo em seguida a segue.

—Pensa que eu não sei que está me seguindo, Armando? Não confia em mim ou se preocupa de verdade?

No restaurante, entre conversas sobre a situação da empresa, Daniel começa com seus galanteios:

—Devo dizer que a senhorita está ainda mais bonita hoje.

—O que faz o dinheiro não? Há alguns meses não diria o mesmo.

—O quê?

—Há alguns meses não me contratou para ser sua secretária apesar de meu currículo por conta minha feiúra.

—Não pode estar falando sério.

—Sim, estou. Me apresentei para ser sua secretária. Sou a mesma feia.

—Difícil de crer.

—Pois acredite, este currículo não te aclareia algo.

—Realmente as coisas mudam, pois hoje com seu novo look não hesitaria não só a contratá-la como minha secretária como para minha cama.

—Pois eu não hesitaria…

—Em ir?

—Não, de negar-lhe e lhe dar um sonoro tapa.

Disse, proferindo-lhe um tapa. Logo, deixa um dinheiro sobre a mesa e sai.

Daniel bebe o vinho acariciando seu rosto.

—Que mão pesada! Também gosto de bater quando estou fazendo sexo selvagem! Esta é inteligente, agressiva, deve ser selvagem por trás deste ar inocente e sendo tão envolvida por Armando seria ainda mais delicioso dominá-la. Tenho certeza que volta, nenhuma mulher se negou a passar a noite comigo. –disse bebendo um gole de seu melhor vinho.

a abafar o caso na imprensa. Uma pequena discussão começou, até que Dona Margarida acalmou os ânimos.

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