O desfile havia sido um sucesso, toda a imprensa especializada falava da qualidade dos materiais e dos desenhos de Hugo, mas também do rodízio de modelos jovens a desfilarem por Ecomoda, ao mesmo tempo que o uso frequente de rostos já consagrados como Adriana Arboleda, Victoría Rondón, entre outras. O que aliado aos protestos, já noticiados, que havia ouvido em frente ao local do desfile havia sido suficiente para aguçar a desconfiança de Roberto¿ Assim, esperava Armando.

Nicolás tinha autonomia para adquirir ações de outras empresas à beira da falência ou ser financiador de dívidas perante os bancos, sem precisar consultar seus chefes sobre isso. Mas ver as ações de Ecomoda sendo oferecidas no Mercado fez com que ficasse intrigado. Em todo o tempo, desde que começou a acompanhar o Mercado nunca havia visto uma empresa sólida e familiar como Ecomoda oferecendo suas ações para investidores fora do círculo familiar dos Mendoza e os Valência, sobretudo porque todos sabiam que os fundadores queriam manter a coisa entre as famílias. Mas lá estavam, pela segunda vez sendo oferecidas no Mercado e por bom preço. Pensou se tratar de artimanha, mas ao consultar doutor Bezerra do Banco Montreal, confirmou ser um bom negócio. Sem pensar duas vezes, adquiriu algumas ações, depois falaria com Betty e Armando sobre isso. Não podia perder a oportunidade.

Como dissemos, Terramoda estava a pleno vapor, Sandra havia se adaptado muito bem às funções, mesmo tendo que fazer jornada dobrada, mas a ela havia sido oferecido, além de salário, uma pequena participação nos lucros, o que a fazia se sentir feliz e valorizada.

Neste dia, Betty e Armando haviam acabado de fechar com alguns clientes, o que os deixou especialmente felizes, quando Nicolás chegou com notícias.

—Sabem que muitas empresas colocaram ações no mercado e verificando a situação de nossa empresa e dessas, andei comprando umas ações.

—Dei-lhe carta branca para isso. –disse Armando.

—Quero falar-lhe algo. Sabe que sua empresa...

—Minha empresa é esta!

—Estou falando de Ecomoda.

—Já sei o suficiente, pelo que vejo nos jornais e estou informado. Por favor, Nicolás não estrague o dia falando do que não se pode mudar.

—Mas Dr. Só queria.

—Já disse: não estrague o dia! –gritou-lhe Armando.

O assunto de Ecomoda o colocava nervoso. Tudo o que sabia através de Thompson e os jornais era o suficiente. A dava como perdida e contava os dias para seu pai se desse conta de tudo o que tentava lhe dizer durante estes meses.

Betty faz sinal para Nicolás, que os deixasse sozinhos.

—Não precisava tê-lo tratado assim!

—Desculpa, Betty, depois falo com ele, mas todos estes escândalos envolvendo Eco, minha mãe me insistindo sobre Marcela . Tudo em cima de mim. Ainda mais você sabe que Delegado Thompson me deixa informado de tudo. E é muita pressão!

—Eu sei, querido!

—Querido? Me chamou de querido? Sabe mesmo?

A agarra.

—Vi como aquele tarado olhou para você!

—Impressão sua. O negócio foi fechado e é o que importa.

—Não vou perder minha mulher por conta de um negócio.

—Não tem como me perder.

—Ah é? Prova!

Ele a aperta contra a mesa e começa a tocá-la por todas as partes.

—Armando, ai, não acho que é uma...Ai!

—Quê? Não ouço, só ouço seus suspiros.

—Ai.

Ele a sobe na mesa e começa a beijar desesperado.

—Não conhecia este seu lado nervoso.

—Só você pode me acalmar.

Já estava sobre ela beijando-a. Beatriz estava com as pernas entrelaçadas nele que a adentrava e afogavam os gritos com beijos.

—Ahhh!

—Bettty!

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Sandra havia acabado de chegar após fazer serviço nos bancos, conforme Nicolás lhe havia pedido.

—Será que saiu todo mundo? Vou deixar no escritório de Betty.

Ao abrir a porta, Sandra se deparou com uma cena impressionante: sua amiga Betty com as pernas enlaçadas em seu Armando, conhecido por só andar com modelos.

—Ai desculpe-me! –disse, deixando cair os papeis no chão, de tão chocada saiu deixando a porta bater.

—Ela nos viu!

—Quem?

—Sandra. Tenho que me explicar com ela.

—Não pode, Betty, não pode me deixar assim, logo seu pai virá ah! Sabe que não abaixa assim.

Ele continua se esfregar nela, segurando suas cadeiras, adentrando e saindo dela com vigor, enquanto a beijava. Betty tampouco consegue resistir e deixa-se ir, explodem em um orgasmo, cujos gritos foram sufocados nos lábios um do outro.

—Ah, agora vou falar com ela.

—Ok! –disse ele, ajeitando-se.

Betty desce da mesa e se arruma para logo falar com Sandra. A moça está cheia de vergonha.

–Desculpe-me, Betty. Juro que não vi nada. Não me despeça, por favor.

—Imagina!

—Eu gosto de trabalhar com vocês. Nunca imaginaria que você e seu Armando... Ai, mas eu juro que não conto nada para as meninas, nem seu pai, nem ninguém.

—Obrigada, Sandra. Na verdade tenho que agradecer que tenha sido você e não meu pai a nos ver.

—Isto teria sido horrível.

—Nem imagino! Meu pai ia matar-nos. A culpa não foi sua, fomos imprudentes.

—Isto sim.

—É que não sei o que me acontece quando ele me toca. –fica vermelha

—Também não é para menos, um bombom como don Armando, quem poderia resistir de fazer amor?

Sandra logo percebeu que havia falado demais.

—É desculpe-me.

—Tudo bem. Ojojo! Ele é isso e muito mais!

—Ai nem me conte, melhor que eu não saiba.

Don Armando apareceu.

—Olá, meninas!

—Don Armando?

E também don Hermes que havia ido visitar clientes.

—O que acontece aqui?

—Er...

—Estávamos falando sobre os clientes que conseguimos hoje. –disse Armando

—Ah sim! –faz o barulho com a boca –Tenho certeza que minha filha com esta habilidade herdada dos Pinzón é que fez com que conseguisse estes clientes, doutor. Não lhe disse que teria orgulho de tê-la colocado como presidente?

—Disso pode ter toda certeza, don Hermes. –Betty fica vermelha, enquanto Armando sorri orgulhoso para Betty.

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