Havia sido instaurado um clima não tão bom para os negócios: Armando não conseguia prestar atenção em nada que o estrangeiro lhe proponha, só via como os lábios de Betty se moviam sendo acompanhados por Michel que literalmente babava por ela. Armando apertava as mãos com as unhas e os olhos, Catalina não podia acreditar. Deu um sinal a Nicolás para que ele continuasse a apresentação e assim fazer com que as coisas se normalizassem.

Armando olhava para Betty com raiva, para ele, agora que estava com sua beleza exposta, estava jogando charme para o estrangeiro.

—Amei a apresentação, ganharam um novo cliente. Para comemorar gostaria de convidá-los para almoçarmos.

—Tenho que ver outros clientes. –disse Catalina

—Tenho reunião em... Ecomoda.

—Er, tenho que voltar para o escritório.

—Ah, Betty, mon cherrie, vai me fazer esta desfeita? -perguntou Michel. –Por favor.

Betty olhou para Armando que tinha vontade de voar no pescoço daquele francesinho.

—Também estou com fome, eu os acompanho. Prometo que a cuidarei bem. –disse

—Preciso dar um telefonema.

Betty foi até o banheiro e Armando a seguiu.

—Então, vai sair por aí com o francês?

—São comemorações pelos negócios. Conseguimos uma conta importantes, ele vai investir bastante.

—Estou vendo no que quer investir.

—Armando!

—Não quero que saia com este francesinho. Conheço bem o tipo, sei como ele é, não quero!

—Tem ciúmes?

—Tenho, você está assim, mamita e todos agora veem tudo que eu só eu via. Vai dizer que não sabe?

—Sabe que –beijo –te amo.

—Betty –a aperta contra ele. –Não vá. Não vai com ele.

—São apenas negócios, Armando.

—Para ele, já eu vi o desejo nos olhos dele.

—Exagera.

—Acredite, conheço estas coisas.

—Acho que sou tão fácil, ah acha??

—Não, mas... sou inseguro e agora que está assim, assim... –a toma –Fico louco.

—Betty, vamos?-perguntava Michel, do lado de fora da porta.

—Er, já vou!

—Se já vai, mas antes...

Enfiou as mãos

—Se quer que te deixe almoçar com estes bonitões, vai ter que... –disse mordendo-a

Logo, suas mãos estavam por toda a parte de seu corpo.

—Vai ter que ser minha, estou como louco de me provocar com este francês.

—Eu não.

—Betty - a chamaram

—Sei que está preparada.

—Preparada para quê?

Logo, a adentrou empurrando contra a pia enorme.

—Ah! Para ser amada. Vai ter o que merece. –puxando o cabelo dela enquanto a apertava contra a pia, lambendo seu pescoço, tocando sua central.

—Sabe que a ano. Me deixa louco.

—Também te amo.

—Betty, promete que sempre vai me amar?

—Sempre!

—_

Após se amarem, Betty saiu ajeitando as roupas, Armando saiu sorrindo.

—Vamos, Betty? -perguntou Michel

—Sim, claro.

Armando a abraçou pela cintura sorrindo.

—Nos vemos mais tarde! –deu um beijo em sua bochecha.

Armando lamentou, gostaria de ir com ela, mas não podia.

—Bem-vindo, sr. Mendoza!

—Boa tarde, delegado Thompson. Espero que seja algo sério, pois tinha negócios muito importantes.

—Pode ter certeza que sim. Sente-se, Mendoza.

Armando senta, acho estranho que Gabriela e Kenneth não estejam ali.

—O assunto que tenho para tratar não é com eles, não se referem ao Fashion Group e sim diretamente à Ecomoda.

—Como disse.

—Sei, mas o senhor é acionista e infelizmente está envolvido direta ou indiretamente. Tenho denúncias graves, muito graves. Mas calma, sei que o senhor é inocente, sei e nunca errei um julgamento.

(Tv jornais de mulheres prestando depoimento)

—Não era só abuso sexual a que fomos expostas, moço, fomos realmente abusadas, abusadas da pior forma.

—Que tipo de abuso?

—Sexo com animais e paganismo, práticas que não condiz com a fé cristã.

—Como assim?

—Foi horrível, moça.

—Me fizeram fazer sexo com o homem e um cachorro. Nojo de mim! Maldio dia que quis ser modelo.

Pensei que era um sonho.


Thompson desligou o áudio.

—Mas como assim? Não pode estar falando sério.

—Estou. Esta é apenas a parte mais leve.

—Está querendo dizer que Ecomoda...

—Sim, senhor Mendoza, sua empresa, a adorada empresa de sua família foi quem, associada com à agência de Modelos de Rachel walts possibilitou este inferno na Terra para essas moças.

—Estou chocado. –disse segurando a cruzinha dourada. –Não sou o cara mais santo desse mundo, mas...

—Nenhum de nós é, mas isto é uma bestialidade.

—E por que quis me mostrar isso?

—Sinto algo, senhor Mendoza, que é inocente, mas não posso confiar só na intuição, então, mandei investiga-lo.

—A mim?

—Sim. Assim como ao Daniel Valencia. A coisa vai pesar para Ecomoda, não posso fazer nada. Estas vítimas tem direito à indenização. Mas o senhor tem outra empresa, certo?

—Como assim?

—O juiz certamente dará ganho de causa no processo contra sua empresa familiar. Não há o que fazer. Já está correndo, não está em minhas mãos. Não pode tirar vender suas ações.

—Nada?

—Não, senhor Mendoza, ou será tido como cúmplice. Mas o senhor tem outra empresa não?

—Sim.

—E tudo está em seu nome?

—A maioria. Algumas em nome de outros sócios.

—Sugiro que salve seu patrimônio. Tem alguém em quem confia?

Armando pensa em Betty.

—Tenho.

—Então, coloque em nome dessa pessoa, tudo que tem desta empresa.

—E Ecomoda? Meu pai pode morrer de desgosto.

—Sou formado em Direito, pelo que sei, terão que pagar indenizações às vítimas, para isso, o juiz pode permitir que vendam as ações, todas para salvar a empresa. Lamento, doutor Mendoza.

—Daniel acabou com minha empresa!

—Pior o que fez com a vida dessas pessoas, os empregados.

—Claro.

—Peço, mais uma vez como sempre, discrição. Disto, nem do Fashion estão sabendo. Não costumo errar

em meu julgamento, se estou te aconselhando é porque vejo sinceridade em seus olhos e sei que batalhou por sua empresa, após ser injustiçado por sua família. Não me decepcione!

Armando sai preocupado, liga para sua amada, dando uma desculpa qualquer, sabe que precisa agir rápido, como disse Thompson.

—Nicolas!

—Ah, oi doutor cabeção, Betty ficou agoniada porque não foi vê-la, aquela está que bebe os ventos por você.

—E o mesmo sinto. E o tal francês?

—Outro que está caidinho, mas tomei conta, estou do seu lado.

—Grato, Nicolás.

—Afinal, a minha irmã está que se morre por você.

—E eu (Armando iria falar algo, mas se cala) Nicolás quero lhe falar algo.

—Fale.

—Muito sério. Peço muita discrição de sua parte, não pode contar nem para seu Hermes e nem mesmo para Betty.

Depois os dois saem.

—Está feito.

—Não esquece do que falei.

—É difícil para eu guardar segredos de Betty.

—No momento é importante que não saiba.

—Mas se nem eu sei porque fez isso.

—Acredite, é para proteção. No momento, não posso te contar nada!

Nicolás viu a sua curiosidade ser aguçada.

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