—Boa dia, namorada minha. –beijo-disse Armando, dando-lhe um beijo na boca para acordá-la depois de passarem a noite se amando, caíram adormecidos um nos braços do outro. –Acorde, princesas que seu Príncipe-ogro te preparou um desjejum para repor as forças. –disse, colocando a bandejá ao lado.

—Como bom dia¿ Como pude cair no sono¿ Meu pai vai me matar!

—Hum! –a pega pela cintura e a coloca sobre ele -Que macia!

—É sério!

—Menina, você é apetitosa. E assim, seu rosto é perfeito.

—Eu... tenho que ir, o que vou dizer a meu pai?

—Venha cá, avisei que tínhamos coquetel, Nicolás nos cobrirá!. – a atraiu colocando –a em seu colo chupando-lhe o pescoço, agora come direitinho para ficar forte para que possamos voltar a fazer coisinhas gostosas.

—Você só pensa nisso!

—E você bem que gosta! -beija seus lábios -Não?

Depois de se alimentarem e fazerem amor, Armando deixou-a em casa. Havia lhe emprestado à Betty um casaco de sua irmã, pois ela não podia chegar assim em casa.

—AH, até que enfim chegou!

—É que... que... tive um coquetel.

—Isto me disse o Microláx! Mas quem disse que podia ir e passar a noite inteira? Onde foi depois que acabou?

—Ah, papai, fechar negócios.

—Pensa que se manda sozinha?

—Papai!

—Deixa a menina, Hermes.

—Mas o que é isto? Que fizeste com seu rosto?

—Mas que linda, filha!

—Ojojo! As meninas fizeram uma mudança, depilaram meu rosto, fizeram escova, pois sabiam que eu tinha um evento profissional para assistir.

—Sempre tem eventos profissionais, no entanto, sempre se foi do mesmo jeito, como condiz com uma menina de família! Vá para seu quarto e volte a pentear seu cabelo como antes!

—Não.

Betty foi para o quarto correndo, seguida por Júlia.

Betty se olhava no espelho, apesar de tudo, havia gostado da mudança. O homem que amava era paquerado pelas mulheres mais bonitas e não podia ficar para trás. Olhava-se no espelho, enquanto tirava o casaco, lembrava quão louco de ciúmes havia ficado com os bêbados do bar e como a amou como um louco ensandecido, como nunca, como se a quisesse marcar como dele. Enquanto olhava no espelho, sua mãe a viu e não podia acreditar no que via.

—Mas como assim, mamita?

—Mãe? -disse se cobrindo.

A mãe não podia acreditar de ver a filha, com aquelas roupas, sem o casaco. Embora não gostasse daquele tipo de roupa, reconhecia que a menina estava muito bonita.

—Mas como assim?

—Foram as meninas, elas acharam que eu precisava. Acha que fiquei bonita?

—Doutor Mendoza gostou?

—Mamãe!

—Para cima de mim? Acha que não vejo o brilho no olhar e que estava com ele? Ele gostou?

—Sim e não.

—Não gostou?

—Da mudança sim, mas não das roupas.

—É que...

—Sim, revelam muito. É que eram de Aura Maria, ela gosta de coisas assim.

—E o que vai fazer?

—Continuar a usar as mesmas roupas, mas o cabelo continua assim.

—Ah mas não tem alguma amiga que possa te ajudar, uma outra sem ser estas?

—Não sei, mamãe.

No dia seguinte, Betty foi trabalhar com sua blusa listrada e o vestido marrom. Era a melhor roupa que tinha. No escritório chamou atenção, as secretárias não entendiam como que havia mudado tanto.

—Beatriz, desculpe, vai demorar para acostumar-me que mudou tanto, -disse a recepcionista

—Ojojio, tudo bem.

—A sra. Angel quer falar contigo.

—Alô? Sim. Ai, dona Catalina, ocorre que não poderei agora. Na hora do almoço? Creio que posso.

Catalina precisava encontrar com Betty para falar a respeito de novos clientes que havia conseguido para Terramoda e que precisava que ela assessorasse Armando nisso, mas diante da mudança outro assunto ganhou importância.

—Não posso acreditar, Betty, que bonita está.

—Grata, dona Catalina.

—Disse que era bonita, mas que precisava aceitar mudar.

—Acredita que não foi difícil para as meninas me convencerem, é que não tinha como sair Ojoj

—Fez completa? Comprou roupas?

—Não, não tenho para isso, só as mesmas, esta é a mais nova e tenho uma que Aura Maria me deu, mas não serve para trabalhar.

—Se está falando de Aura Maria de Ecomoda, então não precisa dizer mais nada! Se quiser, posso te ajudar.

—Não precisa se incomodar.

—Agora que aceitou a mudança deve ir até o fim. Façamos assim, nos encontramos depois do seu trabalho, eu te busco e depois de comprarmos algumas roupas, vamos encontrar os clientes.

Fizeram como combinado. Catalina levou Betty para comprar umas roupas, maquiagem, sapatos. Depois subiram no quarto dela para deixar as coisas, sobre protestos do pai dela porque iria sair de novo.

—Desculpe meu pai, dona Catalina. Ele é muito antiquado!

—Não se incomode, Betty. O meu era igual, por isso me casei jovem. Eu quero ver a roupa que Aura Maria te deu.

Catalina não podia acreditar, aquela roupa era ousada demais para Betty.

—E o que Armando achou?

—Don Armando?

—Betty, estamos entre mulheres, sei muito bem o que acontece entre vocês.

—É tão evidente assim?

—Sim, está nos olhares, nos gestos. Não precisa ficar tímida. O que ele achou?

Betty conta.

—Lógico que este tipo de roupa vou devolver para Aura Maria.

—Diante do que disse, acho que deve sim guardar esta roupa.

—De verdade?

—Sim, se teve o poder de fazer Armando sair da cabeça, deve conservá-la. Uma mulher deve ter suas armas, sabe, nem sempre fui assim, vestia roupas largas.

—Como eu era feia?

—Nunca foi feia. Eu também não, me vestia bem, mas como disse meu pai era controlador e não podia usar as roupas que queria, quando me casei foi pior, meu marido era também moralista, ou pior, falso moralista, hipócrita. Exigia que fosse puritana e acreditava que assim fosse, até o flagrar na cama com outra.

—Que horror.

—E não foi a única! Não, de verdade, deve sim guardar a roupa. E quando necessário, usá-la.

Naquela noite, conforme combinado, foram jantar com Michel que estava de volta na cidade, tendo conseguido reunir os documentos. Logicamente, ele ficou surpreso com o novo visual de Betty e mais contente de que a moça fosse sócia de uma empresa.

—Mon cherie, então é melhor que sua empresa faça este serviço.

—Ojojo. Não é bem minha empresa, mas de Armando, sou uma das sócias, assim como dona Catalina.

—Très bien.

—Que bom, Michel. Podemos combinar que leve a documentação ao escritório.

—Assim será!

Ele beija a mão dela e se despedem.

—__

No dia seguinte, conforme havia combinado, Betty foi até a sede de Terramoda encontrar Catalina e Armando.

—Uau! Que está mais bonita ainda. Er...

—Vejo que gostou, Armando.

—Dona Catalina?

—Eu a ajudei.

Logo se juntaram a eles, Nicolás. Todos conversavam, Armando estava encantado com Betty quando apareceu ele, o pesadelo francês, Michel.

—Desculpem pelo atraso. Catalina, mon amour. – a beija -Betty, mon cherrie! -a abraça.

Nicolás olhava a cara de Armando que apertou os punhos. Betty olhava para Armando e Catalina observava a todos.