Ao chegar em casa, Margarida liga para a casa de Betty, havia descoberto seu telefone, através do endereço.

—Alô?

—Alô, srta. Beatriz Pinzón está?

—Olha, quem deseja? –pergunta Júlia, já sabendo quem era que chamava sua filha.

—Diga-lhe que é Sra. Mendoza.

—Ah, e o que deseja com minha filha?

—Seria só com ela.

—Olha, sra. seja o que for que queira com minha filha, não vai conseguir prejudicar a amizade dela com seu filho.

—Júlia., quem está no telefone? Desocupa a linha que estão para me liga.

—Quem é, mãe?

—AI! -diz Júlia - Tchau, senhora.

Mas Margarida não desiste fácil e Hermes é quem atende o telefone.

—Pois não?

—Alô? Com quem quer falar? Ah sim. -disse Hermes que ao saber quem era passou o telefone para Betty, embora dona Júlia fizesse sinal negativo.

—Alô? Dona Margarida?

—Sim, chame-me senhora Mendoza. Vou direto ao ponto. Fiquei sabendo de fonte segura que se afastou de meu filho . Muito bem! Creio que o negócio está feito.

—Não se tratam de negócios, dona Margarida, ou senhora Mendoza como prefere.

—Sei. Mas não irei até sua casa. Encontre-se comigo no café do parque, no Parque da 93 e terá em dinheiro vivo o proposto em pesos e dólares.

—Não, senhora. Não entende.

—Deseja mais? Não pensei que fosse tão ambiciosa, mas está certa meu filho vale muito. Terá mais, minha oferta final.

—Senhora, não é isso. Não irei...

—Pedir nada mais. Estarei lá às 12! Tudo certo!

(Desliga)

—O que foi, menina? Está branca como um papel.

—ER, nada papai.

—Algum problema com a sra. Mendoza?

—Não, está tudo bem.

Betty sobe correndo.

—E você não queria que a menina falasse com esta senhora, por quê? Ela foi tão distinta no dia da inauguração.

—Ora,.Hermes.

Júlia deu uns minutos e foi atrás de sua filha.

—O que foi? O que queria a mãe de Armando?

—Ai, mãe. Ela pensa que está fechado. Que aceitei me afastar dele por dinheiro e quer se encontrar comigo para fazer o pagamento.

—E está certo? Aceitou?

—Não. Vou me afastar dele, mas não aceitarei um centavo.

—Mas por que vai fazer isso?

—Já lhe expliquei.

—Deveria falar com ele sobre isso.

—Não posso colocar filho contra mãe , ele já sofre tanto por não ser amado como devia por eles. Não quero piorar as coisas. Ainda mais, Armando não vai cortar Nicolás e papai da sociedade, também sou sócia da empresa, se aceitar minha amizade, está bem, mas não teremos mais nada -chora -Nem amizade, pois me doerá muito estar ao seu lado e vê-lo refazer sua vida.

—Se refizer assim tão fácil...

—Refará!

—Não deveria ir, deixe esta mulher lá.

—Não, vou dar minha cara e dizer-lhe que não quero um centavo de seu dinheiro. Que não compactuarei com a manipulação de seu próprio filho.

—Mas se afastará dele

—Se ele quiser que continuemos amigos como antes, mas tirando isso não podemos ter nada.

Assim, Betty secou as lágrimas, separou roupas e foi tomar banho para encontrar-se com dona Margarida (aquele conhecido vestido preto, que era o mais chique que tinha)

—Filha, tome um banho relaxante, vou falar com dona Eugênia e já volto.

—Está bem, mãe, mas não demore. Esta gente não gosta de ficar esperando.

Ouvindo a água do chuveiro.

—Se pensa que vou ficar parada e ver esta mulher destruir a vida de minha filha e deste bom menino, que é don Armando. Bettica me disse para não me meter, mas esta senhora se meteu. Eu não vou ficar parada!

Dona Júlia foi à casa de dona Eugênia falar com Nicolás, aproveitando que esta hora Eugênia estava na padaria.

—Ah mas o que quer com o chefe cabeção? . Betty não está em casa? Don Hermes também tem o telefone.

—Por favor, Nicolás é uma emergência. Pode ligar para ele e me passar o celular?

Nicolás desconfiado liga para o chefe,

—Alô, Nicolás, o que quer?

—Sou eu, Júlia!

—Dona Júlia? Algum problema com Betty ou Hermes?

—Um problema sim, muito grande.

Dona Júlia se afasta com o celular de Nicolás para que ele não escute e começa a contar.

—O quê? Como, minha mãe?

—Desculpe, meu filho, disse a ela para te contar, mas ela se negou. Betty não quer nada desse dinheiro, não vai aceitar a proposta. Mas quer se afastar de você porque não crê que merece ser sua amiga ou qualquer coisa.

—Betty não entende as coisas. Já tentei lhe explicar!

—Ela é teimosa como o pai. Veja, ela não poderia nem saber que estou te ligando, me pediu que não lhe contasse para não prejudicar sua relação com seus pais ainda mais. Me fez prometer não me meter, mas a partir do momento que a senhora sua mãe se meteu na... amizade de vocês.

—Temos mais que uma amizade, dona Júlia.

—Isto já percebi. Por isso, não acho justo, se gosta realmente de minha filha.

—Sim, dona Júlia. Minha mãe vai ver!

—Mas por favor, Bettica não pode saber que lhe contei.

—Farei o possível. Dona Júlia! Não deixarei que se afaste de mim.

—Grata, meu filho. Elas vão se encontrar.

—É perto daqui. Está bem, estarei lá. E muito obrigado.

—Sim, meu filho. Deus te abençoe!