Don Armando havia saído com roupa esportiva para ir ao parque que ficava em frente a seu apartamento, pois assim pareceria que estava praticando exercício e Montéz seria seu álibi.

Soltou o cachorro e foi atrás correndo.

Chegou a suar um pouco para parecer mais natural.

Avistou as duas sentadas nas cadeiras do lado de fora no café, estavam discutindo.

—Boa tarde! –Armando?-O que faz aqui?

—Pergunto eu o que fazem aqui, pois eu moro aqui em cima –aponta para o apartamento. –Sempre venho correr, fazer exercício com Montéz. –disse, deixando escorrer uma gota de suor de sua testa.

Betty nunca o havia visto assim, esportivo, correndo e todo suado. Estava realmente natural e atrativo.

Abaixou a cabeça, envergonhado.

—Vejo que estão tomando café, chá?

—Café.

—Chá.

—Não sabia que eram tão amigas já.

—Amigas?

Betty continuou com a cabeça abaixada, com vergonha.

—Fico feliz, afinal sabe que é bom que se deem bem, afinal sabe que Betty e eu temos uma relação. Contou-lhe, Betty, que somos namorados? Não contou, mas por que tanto timidez?

—E-eu...

—Ou será que não sou bom o suficiente para você? Acaso pensa em arrumar outro?

Ele passa o braço em sua cintura para juntá-la a ele, levantando seu queixo para olhá-lo.

Dona Margarida sente asco.

Hipnotizada por aquele toque, Beatriz deixa que a beije.

Nesta hora, Montéz volta com a bolinha.

—Muito bem, Montéz! Olha, Montéz esta é a vovó.

—Au! Au!

—E Beatriz, minha Betty, sente saudades dela. Ocorre que Betty estava muito ocupada para estar conosco, mas isto vai se resolver, não Betty? Vamos, picarona, agora mesmo para o apartamento, ficarmos abraçados juntinhos.

—Er... Mas quando cheguei as duas não estavam exatamente conversando, pareciam estar discutindo.

Armando vai direto ao ponto.

—E ouvi muito bem. Por que, mãe, por que ofereceu dinheiro à Beatriz para que nos afastássemos.

—Isto é mentira! Jamais faria algo assim.

—Betty?

—Prefiro não falar nisso.

—Mas é verdade, não é? Ofereceu dinheiro, mamãe?

Margarida empinou o nariz e colocou os óculos.

—Eu preciso ir, ainda tenho trabalho.

—A senhorita não sai daqui até me responder.

—Armando, melhor deixar isto, eu...

—Sabe que não pode mentir para mim. –disse segurando dominador seu pescoço.

—Er...

—Seus olhos já me dizem o que preciso. –ele passa a mão em seu ombro. –Vamos!

—Armando! –chamou-o Margarida

-Depois converso contigo, mamãe. Francamente, não esperava isto da senhora.

—Vai acreditar no que esta mulher diz?

—Ocorre que ela não disse nada, eu ouvi. –ele aperta a cintura dela, impedindo que ela se negasse a ir.

—Isto não te convém, Armando. Se não quer Marcela, pode arrumar a mulher que quer, de sua classe, com apelido.

—Não pode entender, mamãe. Já tenho minha Betty, é ela que quero e não estas idiotas.

Deixando as duas mulheres sem palavras, Armando se afasta, conduzindo Betty e sendo seguido por Montéz.

—Precisamos conversar, Betty.

—Eu só vim para conversar com sua mãe e tenho que trabalhar.

—Caminhe, Beatriz! Vamos a meu apartamento!

—Não posso.

—Caminhe, Beatriz! Temos que conversar.

Mas conversar não era exatamente o que Armando queria, não agora, depois de dias sem tocá-la, assim após impor que o seguisse a seu apartamento, chegaram aos beijos ao apartamento.

—Como pôde pensar em aceitar a proposta?

—Jamais aceitaria, jamais me afastaria de você por dinheiro.

—Mas ia se afastar.

—Sim, mas -se vira dando as costas para ele

—Por que quis se separar de mim? Por quê? Se não é por dinheiro, pelo que minha mãe lhe ofereceu, por que seria?

—Porque o amo, amo muito, mas do que posso aguentar.

—E por que me ama, quer me deixar?

—Não é que quero deixá-lo nunca, mas... Entenda que é difícil para mim. O senhor é lindo, atraente, o homem mais lindo que conheci e as mulheres mais lindas morrem por você. Qualquer uma, qualquer dessas seria a mulher mais ideal para estar a seu lado, vejo que lindas, que classe, sobrenome, mulheres do mundo como para o senhor. Não dá para mim.

—Então, quer me deixar por isso? Por achar que não pode fazer frente a elas?

—Por não querer que sofra o que sofri desde sempre, sabe estes do bairro, a turma? Isto não é nada. Foi na escola, na faculdade, no Banco Montreal, tudo por como sou.

—Você é maravilhosa.

—Mas só você vê assim.

—E quem quer mais que te veja? Tem eu, seus pais, Cata, Nicolás, o pessoal de seu escritório. A quero, Beatriz! – a vira para ele, para abraça-la. –De verdade, quer que nos separemos por não querer que eu sofra a mesma discriminação que você?

—Vi como sua mãe ficou decepcionada, não quero que...

—Meus pais me discriminam sempre, queriam que fosse como Daniel, mas nunca serei como ele. Não pode entender. –disse pegando-a a seu corpo, enquanto lambia seu pescoço. Não sabe o que sinto, o que faz comigo. O que esses dias de jejum me provocaram.

—Não posso entender.

-Tampouco posso entender, só sei que não quero nenhuma dessas mulheres que morrem por mim como disse, estas riquinhas com sua classe, sobrenome e dinheiro, mas com a cabeça vazia, quero você. –disse, beijando-a com paixão e abrindo suas roupas.

—Ai, dr. Tenho tanto medo.

—Não tenha!

—Jura que não vai se cansar de mim? Que não vai me achar pouca coisa? Que não vai achar que poderia estar com coisa melhor?

—Nunca! É mais fácil que ache outro melhor que eu! Posso ser como diz, mas sou um neurótico, gritão.

—Me disseram.

—Quem?

—Não é hora para isso!

Emocionada pelas palavras de Armando e como arrancou suas roupas, ela se vira em cima dele e começa a beijá-lo e desabotoar suas roupas, esfregando-se nele.

—Ah, picarona!

Ela abre sua blusa, Armando aproveita para andar para trás e deitar na cama, deixando que ela deite sobre ele., Beatriz não se faz de rogar, em cima dele, começa a beijá-lo como louca, lambe aquele peito escultural, mordisca, desce até seu ventre plano.

Armando suspira e deixa que faça, está amando ver sua tímida pombinha se transformando em uma tigresa sexy devorando-o. Ela chega com os lábios até sua barriguinha e abre sua calça insinuante. Mas ele a puxa para beijá-la, enquanto a ajuda a tirar sua calça e a continuar a despi-lo.

Armando encosta na cabeceira, deixando que ela se contorça e dance sobre ele enquanto gritam promessas e declarações de amor. Betty o ama desesperadamente, sentindo-se elogiada por suas palavras e segura que ele a quer como a nenhuma e ele a incentiva.

—Isso, assim, Betty mexa-se, sabe como me deixar. Ah, não quero outra Beatriz! Quero você! AH, faz assim com seu homem. Assim! Não ouse nunca mais se afastar de mim, está ouvindo?

—Nunca! Não vou deixá-lo para nenhuma dessas!
—Não, por quê?

—Porque você é meu, só meu! O amo!

—Ah, picarona, minha tigresa! A amo, amo. Nunca senti tudo que me faz sentir.

Betty contorce-se, esfregando-se naquele homem que a põe louca, que a faz perdeu a compostura, o recato, a hora de trabalhar, que a mata de prazer em pura loucura de amor!

Abraçados os dois adormecem depois desta loucura de amor.

Logicamente, Betty não foi trabalhar, pois tão logo acordou, Armando, continuou incitando-a a fazer amor.

O difícil foi conseguir conversar com Sr. Liñarez, enquanto ele mordia sua orelha, seu pescoço e a apertava contra ele.

—Es-tá bem, sr.... Liñarez, e-eu reponho... é que hoje não estou bem. Tchau.

Desliga o telefone.

—Custava esperar um pouquinho?

Armando sorri e monta-se em cima dela.

—Custava.

Os dois começam a se amar, assim foi a tarde toda. Difícil foi convencer que tinha que voltar para casa.

—Queria ficar o resto do dia e a noite contigo.

—O senhor é um insaciável, um tarado!

—Faz isto para me excitar, não é?

Betty sorri, pois exatamente é isto que quer, provocá-lo.

Ao chegar em casa, estava ainda no ar, como se o sentisse por toda a parte.

—E aí? Pelo que vejo passou uma ótima tarde.

—Se passamos. –vermelha Beatriz conta o que passou a sua mãe, sem entrar em detalhes do que aconteceu no apartamento.

—Então, que se reconciliaram?

—Mamãe estou totalmente apaixonada.

—Isto se nota.

—E pude ver como me ama! Como enfrentou sua mãe por mim.

—E você querendo deixá-lo.

—Foi você, não foi? Foi muito coincidência que ele tivesse ido justo hoje ao parque.

Júlia tenta disfarçar, mas sua filha é muito esperta.

—E se foi?

—Disse que não era para se meter.

—Não me meteria, mas aquela mulher se meteu no meio de vocês dois e se alguém se mete e põe minha filhinha triste viro bicho. E digo pelo que vejo que valeu a pena.

Beatriz fechou a boca, ainda emocionada pelo que havia acontecido aquele dia. Um dia que começou triste, mas que foi ficando feliz, como escreveu em seu diário.

—Por amor fugiria, faria qualquer coisa por ele. Se alguma mulher procurasse me tomá-lo, lutaria por ele, pois sei que me quer, como não quis nenhuma outra. A realidade supera meus sonhos. Não sei como foi acontecer, mas aconteceu. Amo este homem com loucura e sei que me corresponde, que me quer. E não renunciaria a ele por nada do planeta.

Betty adormeceu pensando nele, assim como ele, sentindo o cheiro e os movimentos de Betty em sua cama.

—Ah espertona, como que aprende rápido! Tenho que te dar um celular para que possamos dormir conversando e fazendo brincadeirinhas. Ah, tigre como se colocou nesta? Esta mulher o põe louco. Também, como é. Ahhh!

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