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Quando acordou pela manhã com dor nas costas por conta da posição em que dormiu e só acordou, após sentir os doces beijos de Betty em seus lábios. Mas era um sonho. Ela não estava ali e sim Montéz que o lambia. Assim, resolveu levantar-se, fazer um café bem forte para se preparar e ir até a casa de Betty.

—Ê Montéz! Que passa? Tenho que ir à casa de Betty e saber o que acontece com esta mulher.

Assim, Armando vai até a casa de Betty.

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Quando a campainha soou, assim tão cedo, dona Júlia pensou se tratar de Nicolás, já pronto para o desjejum até mesmo no domingo. Mas não, era Armando.

—Don Armando?

—Bom dia, dona Júlia. Desculpe-me vir tão cedo.

—É realmente me surpreendeu!

—É que ontem não pude vir, por conta do desfile que terminou tarde. Beatriz já está de pé?

—No fim de semana ela acorda tarde.

—Ah.

—Mas entre, por favor.

Alguns minutos depois, tocou Nicolás que estranhou que o chefe estivesse ali no domingo de manhã. Para disfarçar disse que veio porque precisava ver a quantos iam os investimentos e acertar os próximos detalhes da empresa, enquanto, procurava relaxar, curioso para saber como atuaria Betty quando descesse as escadas e o encontrasse ali. Dona Júlia sabe que deveria ter avisado sua filha da visita, mas depois de saber o que a mãe do jovem tinha proposto a sua filha, decidiu que era hora do filho saber o que a mãe tinha feito.

—Bom dia! Ojojo! -disse Beatriz descendo as escadas com uma camisola branca de algodão do pescoço aos joelhos, cobrindo quase tudo, mas curiosamente pegada a seu corpo.

Betty ficou gelada e branca como a camisola ao ver Don Armando ali, ao que ele sorriu pelo impacto. Sabia o que aquelas recatadas roupas escondiam.

—Mas o que faz aqui?

—Isto são modos, filha? Está certo que é domingo de manhã, mas logo se vê como o doutor é trabalhador e está ansioso para que os negócios deem certo.

Betty torceu a boca. Sabia que havia algo mais ali. Assim, pegou o primeiro casaco que estava ali para não ficar tão exposta a ele.

Falavam de negócios, mas Betty sabia que ele não estava ali só por isso e olhava feio pelo cumplicidade de sua mãe com ele. Só Hermes e Nicolás não sabiam do que passava entre eles.

Don Armando contou do desfile por cima, quando o perguntaram.

—Don Armando quando vai me levar para apresentar-me às modelos?

—Ah, mas Nicolás se não estava ali para isso e sim porquês ou acionista da empresa e cabe participar desses eventos assim como das reuniões. –Ah como não? Vai dizer que não gosta mais de mulheres? Que não dá uma olhada que seja às modelos?

—Olha, Nicolás, já vi tantos desfiles, que acabam sendo iguais aos outros, assim como elas.

—Ah que está como raro ou muito apaixonado!

—Já Nicolás que não seja tão canson e tarado e deixe já de molestar ao chefe! Não vê que está é uma casa de família para estar fazendo planinhos. –criticou Hermes.

—Ah, deixe disso, homem! Não esteja tão atrás delas,

—É que eu nunca tive a oportunidade de conhecer e estar assim com modelos.

—Mas calme-se, homem que já vê, vamos quando tiver oportunidade, o próximo te apresento a algumas.

—Ah como não? Vão ir de planinhois os dosi? -perguntou, com ciúmes, o que surpreendeu a Armando, Júlia tentou disfarçar. Vendo que se expôs, ela inventou algo e saiu da mesa.

—Betty, não seja mal-educada.

—Deixa a menina.

Nicolás ia atrás dela, mas don Hermes o barrou.

Betty foi à cozinha, disfarçadamente.

—Deixe que falo com ela.

—Não precisa se incomodar, doutor. A menina está assim há alguns dias.

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—Beatriz, preciso falar contigo.

—Er, não temos nada para falar, don Armando.

—Como Don Armando? Já me chama de Armando.

—Mas acho que é melhor não nos darmos a intimidades, pode ser pior.

—Não entendo, Betty, o que aconteceu? Fiz algo que lhe desagradou?

—Não, mas…

—Porque da outra vez que me tratou assim, sei que tive culpa, mas desta vez, não sei estava tudo bem e até prometeu ir a meu apartamento. Ou será que já se cansou de mim?

Betty virou para o outro lado para esconder sua lágrima.

—Nâo é que tenha me cansado, sabe que lhe gosto muito,, mas é que... que somos muito diferentes, não vai dar certo,

—Como diz isso? Tem dado certo, em tudo.

—Não torne isto mais difícil,

—Don Armando, não vê que não pode ser feliz tão afastado de seu mundo, de sua gente? Não quero que sofra. Por isso, peço que me deixe, que seja feliz, que tente levar sua vida.

—Isto tudo que está dizendo não parecem saídas de você. Sei que não pensa assim. Diga-me o que aconteceu.

—Não posso. Melhor que deixemos.

Dona Júlia olha para Armando e se compadece dele.

Armando sai desolado, não sabe o que aconteceu com Betty, que mudou de repente. Queria compartir com ela uma noite de paixão e também o que aconteceu no desfile de Terramoda.

No caminho, Mário liga para ele.

—Vamos, tigre.

—Não estou para conversas.

—Mas só um trago, tigre, sei que está precisando

—O que preciso é que me deixe em paz.

—Olá, o que aconteceu? Da última vez que nos encontramos estava feliz com a empresa, com a sua amiga feia.

—Me deixa em paz, Caldeiron!

—Está bem, não vou dizer mais isso. Mas vejo que precisa de mim, desabafar.

—Está bem. Aceito sair com você, para beber, mas se chegar alguma mulher, já sabe, largo tudo e ainda deixo a conta para você pagar.

Apesar de não concordar, pos queria trazer mulheres, Mário concorda, pois quer saber o que está acontecendo com Armando.

—Como prometido, tigre. Sem mulheres. Mas admite que é estranho que estejamos os dois bebendo sem mulheres aqui. Vão achar que somos um par de Hugos.

Armando vira os olhos.

—Que foi, tigre? Por que tanto mal-humor?

—Não é nada.

—Acaso a empresa não está indo bem?

—Não, está indo. Muitos investimento, os negócios estão indo bem.

—Então, como estamos de romance? Já está com o novo ou ainda está encantado pelos atributos de sua linda Betty?

—Disse que não queria falar dela.

—Mas o que te fez? Acaso te colocou os chifres? Só brincadeira. Como que uma mulher daquela iria colocar chifres em um homem como você?

—Pois saiba que ela é

—Se está dizendo. Beba um pouco. Relaxe. Sou teu amigo.

—Diga-me o que foi?

—Não sei.

—Como não sabe?

—Não sei, Caldeiron. Não sei oo que passa com esta mulher. Não me atende, não fala comigo, não conversa. Disse para me afastar, que não é mulher para mim. E nãos ei, estávamos bem. Combinamos dela ir a meu apartamento.

—Ela já foi a seu apartamento?

—Sim, algumas vezes.

Mário se surpreende.

—É que nunca a levou a seu santuário nenhuma de suas conquistas, nem queria que Marcela ficasse ali, como que a levou?

Isto não interessa agora. Sou sei que acho que perdi a graça para ela. Acho que... -bebe -não sei.

—Ouça, tigre. Está dizendo que se deixou ser rejeitado por uma feia? Está perdendo as manhas, além do gosto?

—Sabe? Mereço isso por ter aceitado sair contigo! Sou um idiota mesmo, imbecil! -disse, virando o copo, resolve ir embora.

Mário sorri, está convencido que Margarita cumpriu a promessa de afastá-los e que Betty deixou Armando seduzida pelo dinheiro.

—Ah é assim? Então, a feiosa não é tão ética como pensava? Trocou um bombonzaço como Armando por um punhado de grana? Coitado e meu amigo ao que parece gosta dela, bem ela deve ter algo. As feias fazem amor como se o mundo fosse acabar. Mas aos poucos ele volta ao braço de belas mulheres.

Mário chama uma para lhe fazer companhia, enquanto isso, Armando chega em casa, não se sabe como.

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Dona Júlia estava inconformada. Como que sua filha, teimosa como era estava fazendo tudo que aquela mulher queria?

Betty, por outro lado, ainda chorava na cozinha.

—Não. Não me diga que vai aceitar a proposta da mulher aquela. Que vai romper sua... amizade com ele por conta de prata.

—Como pode pensar isso, mamãe? Esta. amizade é o que tenho de mais valioso em minha vida. Jamais aceitaria dinheiro ou qualquer coisa em troca disso.

—Então, por que pensa em afastar-se dele?

—Isto sim, me afastaria, mas não aceitaria um centavo em troca. Veja, mamãe, o que as pessoas não devem pensar quando me veem por ai com don Armando? Até mesmo quando me apresentam como sua assistente, imagina como sócia de sua empresa ou sua...

—E não vejo o porquê disso.

—Ora, mamãe, é claro. Veja como sou, como fui, o que provoco nas pessoas. Como dona Margarita me olhou o dia que me conheceu e pior quando veio aqui.

—Não me interessa o que esta senhora pense. Acaso don Armando sempre não a tratou bem?

—Mamãe, esquece que esta senhora, como disse, é a mãe dele e sei como ama seus pais. Sei como é a gente que o rodeia, como são seus amigos, inclusive o sr. Mário, como são os Valencia. Assim, são eles. E don Armando pertence a isso.

—Ah, minha filha.

—Ele não pode ser privado, nem desprezado por estar com uma mulher como eu. Me contou a história de seu avô quando se apaixonou por uma moça do povo, que foi um escândalo na época e que foi obrigado a se casar com outra moça e só foram viver seu amor depois de anos de espera.

Dona Júlia sorri, pois também tem natureza romântica.

—E que sofreu o desprezo da família. Assim como sua irmã, ela se apaixonou por um moço que era um dos empregados da empresa e tiveram que ir viver em outro país, pois foram repudiados por seus pais.

—Então, é hereditário.

—O quê?

—A vontade de amar e ser amado verdadeiramente!

—Mãe, isto é sério! Don Armando...

—Não pode ver a verdade diante de seus olhos?

—A verdade é que embora, esta senhora esteja errada nos métodos e é egoísta para conseguir o que quer, eu não sou. Me preocupo por ele, não quero que sofra. Eu sei que a parte da tal Marcela Valencia tem muitas por aí que poderiam ser as mulheres ideais (snif) para ele.

Dona Júlia balança a cabeça. O que estaria sua filha dizendo com a boca nega com os olhos. Sabe que dentro dela é a mulher certa para ele e o ama com loucura e pelo pouco que o conhece, sabe que ele não é indiferente a ela. Se não senta o mesmo amor e paixão, ao menos gosta da menina, pela forma como a olha e o fato de poder ficar com qualquer mulher e ficar com ela já é motivo suficiente. Precisava fazer algo, embora tenha prometido não se meter no assunto.

Na Segunda-feira na empresa todos comemoravam o sucesso da gestão de Daniel, entre eles, Gutiérrez, Marcela, seus pais e Francesca. Só Hugo e Mário não estavam tão contentes. Mário, por saber que algo não cheirava bem e Hugo, porque, apesar do êxito não estava gostando nada a constante troca de modelos e muito menos de Daniel e lhe imporem a presença de Jenny na passarela e a constante troca de modelos. Por sorte, Sofia não estava na empresa para ver o sucesso da inimiga que lhe havia tomado o marido e agora já andava às voltas com outros. Outra que, estava preocupada era Sandra, devido às ameaças que sofreu de Gutiérrez devido às provocações de Francesca, assim como Bertha, que já havia sido flagrada por Daniel comendo e estava por uma suspensão e Aura Maria que, teria que se regular para não chegar nem uma vez mais tarde depois de uma noitada de rumba. Sabiam ou suspeitavam que, por algum motivo o presidente as queria fora dali.

Roberto e Margarida tinha acabado de ir de compras com Marcela e Patrícia quando chegou o delegado Thompson acompanhado por seu parceiro.

—Boa tarde!

—Boa tarde! O que desejam? –perguntou Aura Maria

—Bem, bela dama.

—Romualdo, comporte-se. Sou o Inspetor Thompson e este o oficial Romualdo Sanchéz, temos uma visita agendada com o Senhor Hugo Lombardi.

—Ah sim, pois não.

Romualdo estava que, babando por Aura Maria, mas a recepcionista nem ligou para ele.

Comporte-se Romualdo, se já fica assim de entrada, como será no ateliê com as modelos.

—Mas é que… viu que mulher aquela?

—Vi, mas tenha modos!

—O senhor diz porque já está casado, mas estou na seca. Será que a recepcionista topa sair comigo?

—Estamos aqui a trabalho, uma investigação séria.

—Está bem.

Thompson havia conseguido a duras penas aquela conversa com Hugo graças a sua mamãe que o conhecia do salão de beleza que frequentavam. Não queria utilizar meios jurídicos para descobrir coisas. Confiava que a boca de Hugo falaria algumas coisas que precisava saber.

—Pois não?

—Temos uma reunião agendada com senhor Hugo Lombardi.

—Seu nome?

—Thompspn, .

Mário passava pelos corredores quando ouviu aquele nome, naturalmente, pôde reconhecer o delegado da tv que estava investigando o caso do tráfico de escravas sexuais brancas relacionadas com empresas de moda, mas o que estaria ele fazendo ali?

—Olá! Boa tarde!

—Boa tarde! Ah o sr. É o delegado Thompson, não?-Sim.

—Mas que maravilha! Charme, elegância!

—Sinto muito, mas sou casado Mas meu colega o capitão Romualdo está disponível!
—Ah é?

—Não, não estou noivo.

—Isto se resolve facilmente! Hahaa! Só uma piadinha. O vi na tv, mas não entendo o que querem falar comigo.

—Seria apenas uma conversa informal. Soube que Ecomoda colocou vários anúncios procurando modelos, jovens talentos.

—AH não tenho nada com isso!

—E quem tem?-É ideia do presidente! Só dele e deste Gutiérrez!

Hugo conta ao delegado de sua insatisfação, pois a maioria das moças não ficam ali e costuma se apegar às suas meninas, que agora as moças são terceirizadas, pois assim que chegam assinam com uma agência de modelos, de Rachel Walts.

—E o senhor não acha estranho?

—Nãos ei. Nãos ei como funciona esta parte administrativa. Não sei disso, só da parte artística, da criatividade. E sempre mantivemos um quadro e agora temos seis coleções ao ano e em cada coleção rostos novos, não temos a chance de criar uma cara, a não ser das super-modelos como Adriana Arboleda e etc. Mas não é comigo que o senhor deve falar. E sim com o presidente. Mas crê que é crime isso?

—Não, uma simples curiosidade.

—Fiquei sabendo da prisão do Miguelzinho, nunca poderia imaginar tal coisa!

—Sim, comandei as investigações.

—Er aum de nossos fornecedores de forros.

—Forneciam roupas ``de trabalho`` para as moças.

—Ai, que horror! Que escândalo. Não crê que por conta disso também estamos envolvidos, não é?

—pergunta Hugo ao delegado, o que fez com que Romualdo risse de nervoso.

—Do que ri se fiz uma pergunta séria?

—O que o senhor acha?

-Ai, não. Ecomoda é uma empresa séria, fundada em ética como seus fundadores pensaram.

—Assim esperamos.

Nesta hora, chegou Daniel Valencia, acompanhado de Mário.

—O que acontece aqui?

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Mário havia contado a Daniel da presença do delegado.

—Estou preocupado, nãos ei no que de fato estão metidos. Se estãod e fato envolvidos fornecendo estas modelos, ou se apenas tem negócios.

—Acalme-se sim.

—Este delegado está investigando prostituição sexual e já prenderam Miguel Robles. Se estão envolvidos, não quero meu nome nisso!

—Ele tem provas? Tem mandado?

—Se tivesse, não estaria falando com Hugo e sim com você.

—Então, não se preocupe.

—Mesmoa ssim, ele pegou o rastro, até mesmo a Interpol está na cola.

Daniel ri debochado.

Os dois se dirigem ao ateliê.

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—Este é o presidente.

—Daniel Valência?

—Sim, o que querem?

—Sou delegado Thompson e meu parceiro comissário Romualdo.

—Pois não? E o que fazem em minha empresa?

—Uma visita!

—Visita? Visita de quê? Sabe que para isso precisam de um mandado, não?

—Para uma visita social?

—São meus visitantes.

—Viemos fazer um terno com senhor Hugo.

—E na polícia estão pagando tão bem assim para ter um terno exclusivo com um estilista do quilate de Hugo Lombardi?

Um presente de aniversário de minha mãe.

—Ora, Danny boy não vê que este setor é restrito?

—Na MINHA EMPRESA não temos isso! Tudo aqui é comandado por mim!

—Ai, Inês, minha valeriana!

—Pois bem, acabe com esta visita de trabalho e depois retorne a seus afazeres!

—Explorador grosseiro! Quero ver o que faria sem meus serviços!-

—Isto é uma ameaça?

Daniel sai altivo como sempre.

—Este homem é arrogância em pessoa!

—Ai, -disse Hugo tomando um gole da infusão –Nem diga, nos faz ter saudade e lamentar que Armando não tenho sido eleito.

Romualdo e Thompson se olham.

Como prometido, Thompson deixa que tirem suas medidas, já que era o pretexto para entrar na empresa.

—Agora que conheceu o tal Daniel Valência, o que acha?

—Que estamos na pista certa! Este cara tem a arrogância e a frieza para este tipo de negócio. Viu como tratou o estilista?

—Sabe no que prestei atenção? No homem que o acompanhava, não sei de quem se trata, mas vi o medo nos olhos dele. Com certeza, ele tem algo.

—Mas um aliado,. O chefe ali é o tal do Valencia! Temos que colocar gente para colar nos dois! Ouça-me, sinto podridão neste homem!