Era o dia da fundação de Terramoda, na avenida principal do bairro da Candelária. Catalina havia convidado vários jornalistas, alguns clientes e empresários, por conselho dela, Armando convidou também seus pais. Ele não esperava que eles aceitassem o convite ainda que coincidia com a data que estariam em Colômbia para a reunião de junta. De verdade. Eles não iriam, vez que achavam infantilidade de Armando montar uma outra empresa tendo uma ação familiar, tão somente por não dar o braço a torcer e admitir que Daniel fazia um bom trabalho. Mas por saber que Catalina estava envolvida e fazia questão da presença deles decdiram comparecer.

Armando mal podia acreditar.

—Papai, mamãe, que prazer tê-los aqui!

—Parabéns, Armando! Embora não entenda o porquê de ter fundado outra empresa.

—Papai.

—Roberto, Margarita, que bom tê-los aqui!

—Cata! –beijos.

Catalina fez questão de apresentar alguns empresários que conheciam Roberto de nome por ter sido presidente de uma empresa tão famosa por tanto tempo.

—E este é Nicolás Mora, o gerente financeiro, um jovem gênio.

—Ora, imagina, muito obrigado pelos elogios, mas onde aqui há genialidade, há uma grande equipe.

Nicolas agora estava bonito, mas alguns costumes como pegar vários bolinhos e (pasabocas_ de uma vez não havia perdido, assim que ainda comia e tinha a mão cheia quando foi apresentado, sendo necessário colocar metade na boca e passar o resto para a outra mão. Dona Margarida classista como era não gostou nada, este era o novo amigo de seu filho?

—Onde está Mário, não o convidou?

—Sim, claro, mãe, mas ainda não chegou. –disse Armadno, sem ter a certeza que Mário viria.

Neste momento, Betty adentrou a sala, acompanhado de seus pais.

Não estava transformada, mas um pouco arrumada, pois Catalina lhe havia trazido um conjunto de vestido com Spencer azul acizentado e um sapato de salto 4,5cm. Tanto Armando quanto Catalina queriam que Betty por si só quisesse fazer uma mudança geral, mas sabiam que deveria partir dela e a moça parecia reaça a isto. Sem querer magoá-la, Armando resolveu não insistir, ainda mais porque o vestido que lhe haviam dado era muito elegante e se ajustava ao seu corpo como um luva e por estar de Spencer, don Hermes que vinha trajado com um terno que Armando presenteou ao contador de Terramoda, não lhe implicou.

Tão logo, seus olhares se cruzaram, Armando lhe deu um sorriso que foi correspondido como se ali só houvessem eles. Beatriz caminhou até ele e tropeçou, sendo heroicamente segurada por ele.

—Ojojo! É o salto.

—Se vê divina.

—São seus olhos. O senhor que está muito lindo.

—Venha, quero lhe apresentar duas das pessoas mais importantes de minha vida, meus pais.

Ao ouvir isso, Betty tremeu, mas Armando a arrastou com ele, tendo-na segura pela cintura.

—Mãe, pai, Quero que conheça uma pessoa muito especial. Esta é Betty, minha...

—Prazer, sua assistente e sócia.

Armando virou os olhos, Betty sempre dava um jeito de o cortar, Não iria apresnetá-la como namorada, mas a apresentaria como uma amiga muito especial e sócia.

—Muito prazer, querida.

—Betty é uma excelente economista, assim como Nicolás!

—Perfeito, disse Roberto.

Um garçom passou servindo bebidas, Roberto e Margarida aproveitaram para pegar taças de vinho, enquanto Armando, assim como Betty resolveram pegar suco.

—Não bebe mais?

—De vez em quando. Daqui a pouco beberei champanhe, então, prefiro me resguardar.

Roberto se surpreendeu, visto que por ele seu filho só andava na bebedeira.

Logo depois, os pais de Armando e de Betty foram apresentados.

—Sou contador público juramentado, trabalhei em uma empresa de renome tal como a sua, Ecomoda, doutor Mendoza.

—Que bom!

—Mas infelizmente, ela fechou as portas, por conta da crise e nos deixou sem pagamento, ainda espero minha rescisão. Aí, apareceu Armandito com a proposta da criação da empresa e chamou Nicolás e eu para compor o time. Admite que fiquei surpreso. Deve se orgulhar, seu filho é um rapaz muito inteligente e esforçado,

—Ah tenho muito orgulho. –disse Roberto, pegando outro copo, querendo se desvencilhar do senhor, que também pegou um copo e continuava com o papo.

—Sabe, meu tio Lázaro, Lázaro Pinzón, homem honrado, foi cliente de sua loja do Centro, aqui pertinho. Um dos primeiros, deve conhecer.

—Sim, devo conhecer. (Lógico que não conhecia)

—Ele sempre me contou que trabalhava perto e adquiriu seus primeiros ternos ali.

—E olha que na época 99% de nossa produção era voltada para o público feminino.

—Sim, de verdade. Ele foi comprar roupa para sua senhora e as filhas quando deu de cara com dois ternos e não pensou duas vezes.

—Que bom

—Convide-o para que venha a minha casa tomar uns tragos, para que possa lhe contar mais sobre isto.

—Hermes! Como lhe ocorre convidar Doutor Mendoza, um senhor tão distinto.

—Júlia, em boca fechada, não vê que estamos tendo um papo agra´dável.

(Lògicoq eu o casal Mendoza não pensava o mesmo.)

—Nossos pais estão se dando bem.

—Ah não, se bem conheço meu papai está perturbando com a história do velho Lázaro, Coitado de senhor Mendoza!

—E de mim não tem pena?

—Você tampouco tem pena de mim em algumas ocasiões. –disse Betty dando um sorriso pícaro e tomando um suco. Armando se surpreendeu com o comentário e também lhe sorriu pícaro. Já ia cobrar esta dívida a ela.

O lançamento corria a pleno vapor, Armando, com ajuda de Catalina apresentava no slide o que sua empresa iria oferecer ao mercado. Era uma assessoria completa, Muito mais completo que o escritório de doutor Liñarez, já que por conta da parceria com CAtalina Angel Comunicações, que havia aceito ações da Terramoda como parte do pagamento e também se tornado sócia, ofereciam assessoria de imprensa e construção da imagem social e profissional, além de serviço de contabilidade, controle econômico e principalmente, assessoria econômica, inclusive para investimento. Roberto se surpreendeu, não esperava que seu filho tivesse um projeto tão sóliido e inteligente. Se apresentasse algo assim, com certeza, seria eleito presidente de Ecomoda. Poderia estar amadurecendo? Muito cedo para dizer, Devia ser a influência de seus novos amigos,quem sabe a ideia era toda deles. Agora, ao menos tentava trabalhar, embora o queria em Ecomoda e não em outra empresa, mas decia admitir que o filho parecia mais sóbrio com estes amigos que quando andava com Mário. Falando em Mário, ele adentrou o salão. Nâo iria deixar de prestigiar o amigo. O que não esperava era encontrar Roberto e Margarida ali (se sentia culpado pelo que Daniel estava fazendo e ele de cúmplice) e mais ainda de saber que a feia era uma das sócias, assim como Catalina. Nunca pensou que seu amigo pudesse fazer algo que não fosse beber e pegar mulheres, além da empresa. Como bom observador, pôde ver que entre o tigre e a feia havia algo. E que não havia se cansado dela. Apesar de constrangidos, Armando e Beatriz o receberam bem.

Tudo havia sido um sucesso, já se despediam dos convidados, entre eles, futuros empresários e empresários em crise, além de gerentes de banco e claro, o delegado Thompson e seu parceiro Romualdo, que fizeram questão de puxar assunto com os papais Mendoza (mas sem abrirem que investigavam, afinal, era um evento, no qual Armando havia convidado-os por delicadeza).

—Sabe, ate estou pensando em investir um pouco minhas economias.

—Sabe que não viemos aqui para isso, Romualdo!

—Sei, mas tampouco estamos investigando oficialmente. Acha que o velho Mendoza sabe algo?

—Não creio. Pelo pouco que conversei, nem sabe o que anda na empresa, nem a aquestão do Robles, claro não entrei em detalhes, mas disse que estava na hora de descansar e que a empresa está em boas mãos e que Daniel Valencia era quase um filho para ele.

—Ele e o Armando Mendoza não se dão nada bem!

—Sim, por isso, se afastaram. E creio que de sua parte, o Mendozita fez bem, Se tivermos certos, se livrou de uma, embora não totalmente.

—Vai avisá-lo?

—Não sei, Pode atrapalhar as investigações. Nâo posso confiar totalmente, mesmoq eu ele seja inocente, é sua empresa!

Armando estava tão feliz que não podia se segurar, assim, logo que se depediu de alguns, deixou CAtalina e Nicolás e puxou Betty para sua sala com a desculpa que precisavam revisar algo.

—Do que se trata?

—Betty, estou tão feliz! Conseguimos vários clientes! GratoBetty, por entrar em minha vida!

Assim, a abraçou forte e começou a beijá-la com vontade.

Margarida procurava seu filho para cumprimentá-lo e se despedir, se viriam na reunião na empresa. Neste momento, abriu a porta e o que viu a deixou chocada: Armando estava aos beijos com aquela mulher.

Não era a primeira vez que o via aos beijos com uma mulher. Até em sua casa, costumava acontecer, mas a questão é que eram modelos ou filhas de seus amigos, mas ali não. Seu filho que sempre namorou modelos, líderes de torcida e filhas de milionários, as mais belas do país, estava aos beijos com aquela menina, sua sócia e assistente, uma mulher elegante, mais feia, muito feia e que não devia ser de sua classe, não tinha apelido. Saiu como se estivesse cega, não podia acreditar.

Ao entrar na sala de novo, deu de cara com Mário.

—O que foi, Margarida? Está branca como papel!
—Er, er... Armando e aquela mulher...

—Quem? A feiosa? Beatriz?

—Sim, esta sócia, eles, eles...

—O quê?

—Eles tem algo além da empresa?

—Sim, lamentavelmente. Embora ache que seja um capricho, uma espécie de caridade de Armando, é verdade! Está de caso com a feia!

Margarida pôs a mãe na boca. Não podia estar acontecendo.

Alheios a tudo, Armando seguia beijando Betty com vontade.

—Ai, Betty, que ficou tão elegante com este vestidinho, mas queria tirá-lo.

—Está louco? A empresa está cheia de gente. E se entra alguém? Vão achar que este é um dos negócios de Terramoda. Ojojo!
—Ai, que gosto desta risadinha.

—De ganso resfriado.

—Não, tão única e sexy, quando fazer amor, ri tanto enquanto suspira.

—É que,,, que... sinto cócegas, tenha a pele sensível.

—Sim, e bem macia, isto que me deixa doido quando grita. Vamos, Betty, vou fechar a porta.

—Está louco! Estão nos esperando.

—É que em meio a esta alegria, estou triste, pois vou ficar sozinho, que claro que vai com seus papais.

—Sim.

—E queria –diz tirando seu cabelo para acessar seu pescoço –poder comemorar –mordisca –na banheira com –já tomou champanhe, Betty?

—Só no Ano Novo que meu pai deixa.

—Na banheira com champanhe, nós dois jumtinhos.

—AI, Ar-Armando. Não faz assim.

—Que já está arrepiadinha.

Betty acaba cedendo aos beijos, só reage quando percebe que ele coloca as mãos dentro de sua roupa, para tirá-las.

—Está louco! –diz se afastando.


Catalina os andava procurando e por pouco não os flagra. Betty e Armando saem para cumprimentar as pessoas como se nada tivesse acontecido,

—Onde estava, senhorita?

—Despedindo-me de umas pessoas.

—Junto com este senhor?

—Ora, papai.

Margarida olha para a menina, sabia muito bem o que estavam fazendo.

Na volta para casa.

—Estes senhores os pais de Armando são muito simpáticos.

—Sim, papai.

—Já os conhecia?

—Não, eles vivem na Europa.

—Que chique. Em breve eu, Nicolás Mora na Europa, que tal, Betty?

—E onde na Europa vai encontrar alguém que te dê de comer como aqui, poço sem fundo?

—Aí don Hermes, terei muito dinheiro, quem sabe levo dona Júlia como minha acompanhante?

—Você não se atreva!

—Ai. Hermes! É só brincadeira do Nicolás.

—Milagres acontecem, já estou tão bonito. Em breve tão rico quanto o cabeção Mendoza!

—___________

—Parabéns, tigre! Foi um sucesso!

—Grato, Caldeirón!

—O que acha de comemorarmos?

—Comemorarmos?

—Sim, tomar uns tragos por aí.

—Aqui tem o suficiente. –mostrou a mesa de bebidas.

—Sabe do que falo, não é só beber. Faltaram mulheres bonitas, estou acostumado com as festas das modelos. Aliás, está rolando uma hoje. E posso levar um acompanhante.

—Não estou para festas, Caldeirón. Para fazer este evento tive que trabalhar muito com Cata.

—Você, trabalhando.

—Sim, eu. E amanhã já tenho muitas reuniões pela manhã, portanto, Me toca dormir quietinho para estar sóbrio e preparado.

—Vai deixar a noite terminar assim? Aproveita que a feia não está com você, teve que ir com os pais.

—Olha –segura pelo colarinho –já te disse que não fale assim dela! E ainda mais, cadê seu olhar clínico? Não consegue perceber além do que vê? Beatriz é muito bonita! A mais linda mulher que conheci!

—Ah, o amor é cego!


Armando faz cara de assassino.

—Não tenho olhar clínico para ver o que não tem. Mas se te faz feliz. Mas vamos, tigre. Uma festinha de modelos não faz mal a ninguém. Não precisa fazer nada, só me acompanhar e dar uns beijinhos e abraços. Que custa?

—E aguentar tanta idiotice daquelas mentes vazias que antes de me verem nu veem minha carteira? Não! Já terei minha cota do tipo em Ecomoda com o próximo lançamento e a reunião de junta.

—Está bem, você que sabe! Beatriz está trabalhando aqui com você?

—Quem me dera! Mas ainda trabalha no Liñarez.

—Liñarez? Aquele Liñarez?

—Sim, que trabalhava no Departamento pessoal antes.

—Ah sim. Bem, já que não vai comigo, irei sozinho! Não posso deixar de ir onde estarão as mulheres mais lindas do país estarão comigo.

Armando nem liga, depois de falar com Mário, ele vai conversar com Catalina para saber que reuniões terão dia seguinte.