Capítulo 33

—Disse que o senhor já não estava sozinho e tinha compromisso para hoje à noite e que não precisava mais de seus`serviços`!

—Ma.. mas como assim?

—È que ela viu estas... senhoritas sentadas com os senhores!

—Mas ISTO NÃO É ASSIM! –disse Armando levantando-se.

—Veja tigre, que sorte! A feinha se foi! E agora podemos passar bem rico com estas belezas!

—VEJA, IDIOTA! FIQUE VOCÊ AÍ! EU VOU POR BETTY! –disse, desesperado.

—Aonde vamos? -disse a mulher se acercando a ele.

—Olha, fica com seu amigo que foi quem te convidou.

Armando se levanta e sai rapidamente, deixando as mulheres e a conta para Mário.

Aura Maria olha para Mário e as mulheres.

—Querem dançar?

—E seu amigo se foi? –perguntou uma das moças.

—Sim, ele está meio que enfeitiçado por uma menininha, mas eu estou aqui para vocês!

—Olha, se pensa em uma orgia...–disse Aura Maria.

—Não era a ideia original, mas creio que gosta dessas coisas.

Aura Maria sentiu vontade de dar-lhe um tapa, se segurou para não fazê-lo e só não o fez, porque querendo ou não ele era e podia custar-lhe o emprego.

—Está muito enganado, doutor Mário, ainda que pareça libertina, que goste de me divertir, prefiro sair com apenas um homem de cada vez e que eu seja a única mulher. –disse, Aura Maria saindo dignamente. Mas quando se afastou chorou.

—E agora? Como voltarei para casa? Será que don Armando ainda está por aí? Será que me emprestaria grana para o táxi?

Mas não o encontra em lugar algum, já que havia saído para ver se encontrava Beatriz.

—E agora? O que faço?

Aura Maria não podia acreditar quando viu Freddy e Wilson.

—Freddy?

—Aura Maria? O que faz aqui? Ah! -disse avistando Mário ao longe –Não precisa dizer, estava passando bem com seu doutor papito.

—Sim, mas isto acabou! Freddy, pode me levar para casa?

—Outro dia a levaria, mas hoje, minha rainha, estou acompanhado.

—Por quem? Se as duas que convidou para dançarem lhe deram o fora. –disse Wilson.

—Perdão, mas desculpe-me, mas não foi assim.

—Foi, eu vi. –respondeu Wilson.

—Cala a boca!

—Freddy, não me importa. Não quer sair bem acompanhado desde local?

—Está bem, Wilson deixarei minhas conquistas para você. Tenho uma missão, a missão de levar esta bela dama que enfeita a recepção de Ecomoda para casa para que não demore a chegar pela manhã ou nosso digníssimo presidente irá colocá-la na rua sem contemplações.

—E eu?

—Ora, Wilson, a noite apenas começa e está de folga pela manhã, portanto, com licença.

Assim, os dois se arrancam sem deixar que Wilson proteste, Mário na maior cara de pau segue com as moças na mesa até que vai dançar com uma delas. Tenta ligar para Armando, mas dá Caixa postal.

—Atende, tigre! Vai me deixar com estas devoradoras de homens?

Mas Armando não atende de jeito algum vai à casa de Betty, mas a menina já havia chegado e estava em seu quarto, segundo disse dona Júlia, don Hermes já estava dormindo. A mulher olhava para ele desconfiada e seca, bem diferente do que costumava ser, de modo que deu uam desculpa qualquer e foi para seu apartamento. Ao chegar lá, seu husky siberiano o recebe, ele acaricia o animal, bebe um copo, tira a gravata.

—É Montéz se não fosse aquele idiota estaria passando bem nos braços de Beatriz. (O cão late) Gostou dela, não é? (O cachorro late e depois cheira Armando.) Que nojo! O cheiro da amiga de Mário está impregnado em mim. Queria o cheiro de minha Betty ao invés desta. Só resta tomar banho! Só assim para dormir!

Armando faz do whisky e Montéz sua companhia.

—Gosto de Beatriz, Montéz, para você posso contar: é doce, terna, inteligente, sabe conversar e seus beijos, AIII! Na cama Beatriz sabe ser a mulher que necessito, é doce e tímida, deixa que a domine, mas também bem picarona, pois sabe mexer para me deixar louco! (Late) Nâo se você me entende! (Late) Ai, Cachorrão, uma já te deixou assim? Mas ela é tão diferente de todas que conheci e é uma qualidade, de verdade. Por isto me cativou. Mas... –chora -|fui criado em outro mundo, um mundo no qual a aparência importa. Para mim,sei que Beatriz é perfeita, proporcionada, mas paar o mundo, o mundo onde fui criado não. E sou tão superficial, pois aprendii que aparentar, estas com mulheres belas me faz parecer bem e seguro! Mas não sou. Na verdade, me sinto seguro nos braços de minha Betty, pois ela me faz me sentir o melhor homem do mundo quando sei que sou uma porcaria, um lixo da pior espécie,

Em sua casa, Beatriz também demorou a dormir e o fez depois de chorar muito imaginando como Armando teria terminado a noite com aquelas mulheres que pareciam modelos, como as que ele gostava.

Tão logo chegou em casa pegou seu diário, precisava desafogar, Também pegou a revista com a reportagem de Monica Agudello que uma colega havia lhe dado.

—Hoje tive mais uma decepção. Por que insisto? O amor não é para mim. Não há porque me enganar, o homem que amo é venero, gosta de mulheres que parecem perfeitas, como as modelos, como as da revista e as do restaurante. Mas é um mulherengo de boa sepa e não dispensa uma mulher, nem mesmo uma tão feia como eu. Me dói a pensar como terminou esta noite, nos braços dessas mamacitas com seu amigo. Hoje, conheci uma moça que trabalha na empresa dele, parece ser legal, embora fale umas coisas. Disse que devo ter algo que cativa Don Armando, mas não creio, não tenho nada que possa cativar um homem como ele.