Daniel Valencia - presidente (Betty a feia)

Capítulo 23 -Uma fofoqueira vingativa


Armando sempre dava um jeito de buscá-la no trabalho ou quando tinha uma reunião a levava para checar os contratos, fazer anotações e depois aproveitavam para irem para ou para a casinha de seus avós ou para algum lugar, onde pudessem estar juntos e se amar. Não podia levá-la para seu apartamento, nem aos lugares que conhecia, pois pensava que Marcela o estava vigiando e perseguindo. Mas a verdade é que a moça estava meio cansada daquilo e aconselhada por Daniel resolveu ir em companhia de Maria Beatriz e a amiga Patrícia à Miami Beach, ver uns pontos de venda.
—Eu poderia acompanha-las! –disse Mário a Daniel.
—Qual seria sua intenção com isso?
—Acompanhar e proteger as meninas!
—Não me faça rir! Elas estão muito mais seguras sozinhas que com você!
—Acredita?
—Está de olho na minha irmã, é?
—Olha até que não! Ela gosta do Armando.
—Espero que passe esta fase, que conheça alguém interessante nesta viagem!
—É sério! Preciso ir nesta viagem, pela Patrícia.
—Ah gosta da tal peliteñida? Admito que é interessante, até pensei em... Mas já que está interessado nela.
—Preciso nesta viagem e se quer posso levar os balancetes para o Fashion Group!
—Não. Quanto a isso me encarrego, os mando pela Express Mail ou até fax!
—Ah mas posso fazer isso pessoalmente!
—Não, olha já está combinado com eles.
—Tudo bem se quer assim.
—Eles gostam de tratar com as mesmas pessoas. E mais preciso de você aqui.
—De mim?
—Sim. Sei que é especialista nas modelos, preciso que ajude-me a selecionar algumas.
—Para quê?
—Para uma campanha que vamos lançar junto com o Fashion e uma empresa do Brasil.
—Brasil, é? Conheci uma brasileira, aliás várias, quando Armando e eu fomos lá de férias! Precisa ver que belezas! Mitch, Sisy, Rovana e Cinthya (uhu! Mais alguma brasileira entre nós?) quatro moças muito quentes! Mas como sempre elas queriam ficar com Armando quando souberem que era dono de uma empresa de moda.
—Conhecem bem Ecomoda lá, não?
—Sim.
—Então?
—Pronto, estimado presidente, ficarei no país para ajudá-lo a cuidar das modelos!
—E ainda vai ganhar um extra para isto.
—Uau!
—Este é só o começo, Marito! Verá que compensa muito mais ser meu amigo que de Armandito.
—Er... Não posso ser dos dois?
—Desde que saiba ser leal e fiel no seu trabalho. Já na rua pode continuar com esta amizade com Armandito se te faz bem! Ficaram ótimas as fotos!
—Fotos?
—Sim. (Daniel lhe estica a revista, com a coluna de Monica Agudelo) Não costumo ler este tipo de coisas, mas não pude evitar ao vê-los na capa.
Daniel lhe joga uma revista na qual Monica havia publicado as fotos.


Ao sair da sala, Mário pôde ver que as secretárias vendo a mesma revista (até mesmo Francesca)
—Ai, desculpa seu Mário! Deseja algo? -perguntou Sandra
—Er, não Sandra, vou sair, cancele os compromissos.
—Mas e a reunião?
—Está bem, estarei de volta para a reunião. É às 4 da tarde, não é?
Sandra confirmou que sim e Mário desceu.

Mário já havia combinado de almoçar com Armando antes de ver a revista e sabia que o amigo, mudado0 como estava não iria gostar nada daquela exposição do tigre de Bogotá em ação.
—Tigre! Não sabe o que tenho aqui!
—Que besteira foi desta vez?
—Guarde o ogro! Moniquinha publicou as fotos e ainda assinou a matéria!
—Quê? Mas que mulher (palavrões)!
—Olha, admito que ficamos muito bem nas fotos!
—Idiota!
—E todos na empresa viram!
Todos? Esta mulher me paga!

Armando puxou Mário pelo braço e juntos foram ao dr. Santa Maria, advogado de Ecomoda, que disse que eles poderiam processar, mas que demoraria e que perderiam.
—Podem ganhar se for, se for mentira, se foi uma montagem, se não estavam lá de verdade!
—O pior é que estávamos lá!
—Então não há o que fazer! É um local público, estavam lá com estas mulheres.
—Mas e a minha imagem? Tiraram as fotos sem minha autorização!
—Estava em um local público, sr. Mendoza e mesmo que ganhe direito de imagem, revistas como esta pagariam com gosto e ainda o caso iria ganhar mais publicidade, fazendo que fosse divulgado em muitos outros lugares, como em programas de tv!. Mas o sr. está solteiro, as mulheres são belíssimas, por que se preocupa? Muitos dariam o que tem para serem fotografados assim! Fama gratuita! Favorece sua imagem de mulherengo e solteiro mais cobiçado de Bogotá como dizem por aí!
—Disse o mesmo a ele, mas não me ouve! -disse Mário
—Não! Não! -disse Armando, revoltado.
—Sempre gostou de exibir-se assim!
—É livre e solteiro, o que tem demais que desfrute a noite com belas mamacitas?
—Na próxima me convidem. –disse Santa Maria.
—Não vai ter próxima! Não terá! Perdi meu tempo vindo aqui!
—Infelizmente, não há o que há o que fazer, não a curto prazo. De momento, pode impor uma demanda, mas leva tempo. E a revista vão esquecer, mas se colocar processo vai passar na tv, todos vão ver e será pior! Mas se quer uma solução rápida, pode comprar todas as revistas da cidade.
Santa Maria e Mário riram. Era uma piada, mas Armando levou a sério.

Armando e Mário retornaram ao carro.
—Me fez passar ridículo! -disse Mário.
—Você já é ridículo por natureza!
—Onde está indo? Eu tenho reunião na empresa!
—Depois, primeiro vou tentar fazer algo. –responde Armando.

Assim, Armando dirigiu até Palermo, bairro de Betty e imediações e comprou todas os exemplares das revistas para evitar que Betty, a mãe dela ou algum conhecido as adquirisse. Fez o mesmo na região central onde ficava o escritório de contabilidade em que Betty trabalhava. Era como enxugar gelo, mas precisava tentar. Ao reconhecerem os dois, os donos das lojas onde vendiam as revistas pensaram que eram dois narcisistas que queriam se vangloriar de seus feitos noturnos.
—Quero um autógrafo! –pediu um dos “fãs”.
—Lhe darei com todo o prazer! –disse Mário, assinando a revista.
—Autógrafo, coisa nenhuma! –disse pegando a revista e jogando-a junto com as outras no fundo do carro.
—Ei! –chamou a atenção o homem –Esta era minha!
—Vai ler algo que preste! –Armando disse, entrando no carro.
—Não entendo porque fez isso. Pensei que não havia gostado da reportagem.
—Me deixa em paz, Caldeirón!
—Olha, como estou lindo! Me dá uma vai ou me devolva a que Daniel me deu!
—Não toque neste lixo!
—O que vai fazer com elas?
—Queimá-las!
—Isto não! O que é agora? Nero que colocou fogo em Roma ou Adolf Hitler que mandava queimar livros?
—Olha, nem um nem outro!
—Me diz uma coisa, tigre, naquela noite você não saiu com Moniquinha para que ela não publicasse as fotos?
—Sim, Caldeirón! –disse virando os olhos.
—E aí, ela não cumpriu o acordo? Ou ela desistiu na hora?
—Não quero falar sobre isto, ok?
—Ah mas... É que sempre pensei que esta mulher fosse louca por você!
—É louca, louca sim! Uma louca! Nem chegamos no quarto e começou a me despir, me agarrar, mordeu minha boca, até sangrou.
—Ui, que é assim selvagem! Mas você sempre disse que estas eram as melhores e que lhe poupavam tempo com conversinhas.
—Mas aí que não gostei, não gostei! Me senti usado, como homem objeto. E...
—E?
—E daí que não rolou nada! Não fiz nada com Monica, satisfeito?
—Nada, nada?
—Demos uns beijos, mas não fomos para cama!
—Por isto esta mulher...
—Por isto ela publicou, mas juro que ofereci o quanto quisesse!
—Tudo não! Não lhe ofereceu o que ela queria! O teu corpo tão desejado! (Ai, Marito!) Era a única coisa que queria (Armando balança a cabeça negando) Dinheiro ela sabe que revistas com você aos beijos com qualquer dessas beldades vendem como água. Toda mulher sonha em fazer o mesmo com você! Olha, Thamirez (a loira que saiu com Armando) me disse que outra vez também não fizeram nada! Diga-me, tigre, está rolando algo que não sei? Está doente ou pior, apaixonado?

Armando olha pelo lado de fora e quase se perde.
—Olha, Caldeirón, devo estar doente! Deve ser o estresse, vou ver o médico, sim?
—Acho bom, tigre! Imagina que ao invés de publicar fotos, Monica resolvesse contar às modelos que agora o tigre de Bogotá não gosta mais de mulher!
—CALA A BOCA, CALDEiRÓN, sim?
—Calma, o ogro!
—Me dá a minha revista!
—Está bem, pega este lixo, vou me livrar desta porcaria!
—E as outras?
—As outras vou sumir com elas!
—Mas que sacrilégio!
— Fora, vai para sua reunião e esteja alerta com Danielzinho!
—__________

Cheio de culpa, naquele dia, Armando pegou Betty no serviço como combinado e a levou para a casa de seus pais com muito juízo. Betty estranhou, pois sempre que a buscava no trabalho para casa e para Betty, buscá-la, levava-a a algum lugar, onde pudessem fazer amor até adormecerem. Ele sabia quão sexy e bonita era, enlouquecia dentro dela, já não imaginava outra em seus braços. Estaria apaixonado? Preferia não pensar nisso. Apenas desfrutarem da companhia um do outro. E hoje, a havia pego e levado direto para casa.
—Por que me trouxe para cá?
—Mora aqui, não?
—É, mas... é que nunca me traz direto para casa quando me pega. Pensei que íamos sair...
—Desculpe-me, Betty! É que pensei que seus pais iam ficar bravos, sabe como seu pai é!
—É deixa para lá. Devem estar nos esperando.
—Ah, pipoquinha, não fique assim, sei quão picarona é.

Betty faz bico.
—Quer ficar em meus braços, ah? -beija o biquinho.
—Eu queria, mas...
—Tem desejo, muito desejo de mim? -disse Armando animando-se
—Sabe que sim. –fica vermelha.
—Ok!


Armando passa a mão em seus ombros e com a outra engata a marcha.
—Onde vamos? Não íamos a minha casa?
—Não creio que possamos fazer o que quero na sua casa com seus pais lá! –disse colocando a mão sobre sua perna.
—_____

No hotel:

—Ai Betty! Me deixa louco! E está com desejo que a possua? -disse despindo-a enquanto a beijava com sede
—Ai, sim!
—Vou tomá-la como merece por provocar o tigre de Bogotá!
—Tigre de Bogotá?
—É como sou chamado!
—Imagino porquê!
—Agora verá!

Ela a abraça e a despe e depois de acariciá-la e senti-la pronta, a toma de forma bem apaixonado e até agressivo pois seu desejo era muito e precisava ter certeza que não estava doente ou impotente, pelo fato de só conseguir sentir-se pleno novamente dentro dela.
—Betty! Creio que me enfeitiçou. Só me sinto assim contigo!
—O amo, doutor! Sempre estarei aqui para o senhor!

Se beijam cheios de paixão, enquanto se amam. Depois ficam abraçados.

Armando se sentia amado e querido, Betty fez questão de ser sua, não havia seduzido-a como das outras vezes e desta vez, sentiu que de vez em quando ela assumia o controle. Sua picarona o estava surpreendendo.
—Betty, por mim passaria a noite todinha contigo.
—Ai, Armando que horas são?
—Creio que 1:30hs.
—Meu pai vai me matar.
—Por isto eu queria trazê-la.
Betty lhe deu um beijinho doce, o qual ele correspondeu de olhos fechados. Aquela mulher o encantava e intrigava.

Ao chegarem no saguão, percebeu que as recepcionistas o sorriam um pouquinho demais e que também alguns olhavam de um modo diferente.
—Creio que o reconhecem. O senhor segue sendo famoso.
—?Melhor irmos logo, sim, Betty?
``Esta revista! Que cruz! Que cruz! Que Betty não a veja!``
—________

No dia seguinte, na empresa, Wilson e Freddy já haviam visto a revista mostrada pelo quartel e eram só sorrisinhos.Todos da produção à diretoria já a haviam visto, assim como Marcela, já que sua amiga Patrícia lhe mostrou e virou a cara para Mário, quem ela tinha certeza que havia levado Armando para esta vida de farra.
—Você viu, Marce?
—Olha, se é o que eu estou pensando melhor não comentar! Não quero pensar nestas coisas, melhor que viaje e me afaste um pouco.
—E vai deixá-lo livre?
—Não há o que fazer mais, Patrícia!
—Ai, Marce, estou pensando em fazermos um daqueles cruzeiros de solteiros! Quem sabe podemos encontrar belos milionários!
—Vá sozinha, Patrícia! Acabou de se separar de Maurício e já pense em se engatar em outro?
—Não sente falta dele?
—Na verdade da boa vida que ele me dava! Fiz besteira, Marce!
—Eu te avisei! Te avisei que deveria pedir desculpas!
—Ai, Marce, isto é passado. Mas e agora?
—Agora, vai arrumar suas coisas que pretendo sair o quanto antes! Preciso desses dias fora daqui.
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Dona Júlia estava encantada e adorava quando Armando trazia sua filha, pois dava um jeito de convidá-lo para comer algo e ela adorava lhe servir bañuellos com um bom café colombiano ou água de panela. E sabia que sua filha ficava feliz com isso, pois era notório que ela estava apaixonada por Armando e ele não era indiferente a ela. Outro que estava feliz era feliz era Don Hermes que via que os investimentos de Nicolás estavam dando certo e aproveitava para sugerir começar fazer a contabilidade, declarar imposto de renda entre outras coisas. Nicolás, por outro lado, começou a simpatizar com Armando desde que ele confiou seu dinheiro nas mãos deles e Armando embora não confiasse totalmente em Nicolás, começava a ter apresso pelo rapaz.