Enquanto isso, em Ecomoda

Louise e a Maria, as modelos que haviam ganho 30% de aumento no salário de Daniel são ambiciosas e sonhadoras e Ecomoda é muito pouco para elas.

—Não e não!

—Não cabe a você, Hugo! Já decidimos!

—Mas vocês são duas de minhas melhores modelos!

—Por isto mesmo!

—O que querem mais? Tiveram aumento, estão ganhando quase tanto que Karina e Adriana!

—É isto! Queremos ser como elas!
Hugo ri.

—Isto já é impossível!

—Para você!

—Mas sabemos que é possível!

—Podemos ser tão ou mais famosas que elas!

—Não façam isto, não me abandonem!

—Ai, Huguinho, não fique assim! É nossa oportunidade! A Europa, desfilar nas melhores passarelas do mundo, Milão, Paris, Londres! Quando estivermos bem, juro que voltamos para te buscar!

—Promessa é dívida!

—Pode deixar!
—De verdade vocês estão certas, estes terceiro-mundistas estão acabando comigo! –disse Hugo. -Mas isto não vai ficar assim! Nunca saíram tantas modelos de Ecomoda! Vou falar com o presidente agora mesmo!

—_________

Betty e Armando entram na casa e o casal está discutindo.

—Não e não, Júlia!

—Hermes, mas eu pensei em ajudar!

—Já disse que não! Enquanto era só para a padaria de dona Eugênia tudo bem, mas...

—Oi, mãe, pai, chegamos!

—Olá boa tarde, doutor.

—O que acontece aqui? -perguntou Betty, assustando, pois nunca os viu discutindo.

—Sua mãe passando por cima de mim.

—Como assim?

—Não é nada, filha, não se preocupe, é coisa de seu pai e eu. Hermes, deixemos, não vamos discutir na frente do doutor!

—Não vamos discutir. –o casal ia em direção ao quarto quando Hermes resolveu voltar. -Mas o doutor pode me esclarecer.

—Hermes!

—A empresa onde eu trabalhava fechou e talvez demore para pagar nossa rescisão.

—Se precisar de um advogado, posso ajudar. –ofereceu-se Armando.

—Agradeço, doutor, mas vamos primeiro tentar tudo amistosamente. Mas de qualquer forma estou sem trabalho e por conta disso arrumei um de entregador, sei que não é o ideal, mas é o que arrumei por enquanto.

—Pai, dr. Liñarez propôs aumentar-me o salário.

—Seu dinheiro é seu, pode ajudar na casa, mas não quero viver às suas custas, sou eu que sustento a casa. Acontece que Júlia propôs vender uns bolos deliciosos que faz na padaria da mãe de Nicolás.

—Uma boa ideia! Realmente são uma delícia! -elogiou Armando.

—Sim, e eu fui a favor, ocorre que resolveu aceitar pedidos para fazer bolos para festas. E não é que os levou? De táxi!

—E me levaria em seu carro se eu pedisse?

—Não, porque não quero que fique por aí em festinhas entregando bolos!

—Mas como assim, papai?

—Sim, minha filha e era um bolo para uma festa de crianças. –disse Júlia

—Ora, don Hermes! -disse Armando, não vê porquê do show de Hermes.

—Não e não! E o pior é que ela não parou, depois disso, vieram aqui em casa como fiquei sabendo por dona Ágatha.

—Aquela fofoqueira! –disse Júlia.

—Mãe de Román.

—Que vieram aqui pedirem mais bolos!
—É sinal que minha mãe tem talento!
—Não me diga que apoia isto?

—Mas o que tem de mais? Quero contribuir com a casa também! Imagina, posso fazer bolos, cozinhar, lavar roupas para fora!

—Não e não! Ainda mais eram dois homens. E recebeu os dois homens aqui em casa, sozinha.

—Acontece que não eram homens.

—Dona Ágatha disse que eram homens.

—Não eram bem homens eram assim como um casal.

—Quer dizer que eram gays?

—Sim.

—Ainda mais dois sem-vergonhas! Está proibida, Júlia! Veja agora, senhor Mendoza, o que acha disso?

—E-eu?

Betty fez sinal para que não falasse nada, mas Hermes insistiu.

—Acha que é um assunto de família, olha só acho que já está na hora de eu ir!

—AH mas doutor, fica mais um pouco!

—Melhor que eu vá. Nos vemos, Betty! -disse Armando da porta se segurando para não falar demais.

—Melhor irmos a um lugar mais sossegado. –disse Armando sussurrando

—Onde?

—Na sede da Terramoda: Meu apartamento.

—Como?

—Não me leve a mal, é só porque é um lugar tranquilo.

—Tudo bem. Não estava levando a mal Ojojo! –disse Betty, corada.

—______

Na Ecomoda, Hugo está impaciente para falar com Daniel e ameaça entrar na presidência, nem que tenha que fazer um escândalo. Francesca assustada resolve ligar para o presidente.

—Daniel!

—Don Daniel ou Dr. Valencia, já lhe disse.

—Mas Daniel, somos.

—Não somos nada! É minha empregada e nada mais! Mas fala logo o que quer Francesca, não disse que estava resolvendo negócios importantes com Olarte e que não quero ser interrompido?

—É que Seu Hugo está aqui, quer falar com o senhor.

—Não tenho nada para falar com esta bicha idiota.

—Ele disse que não sai daqui enquanto não falar com o senhor, e que é importante e urgente.

—Está bem, Francesca, diga que já o atendo.

Daniel desliga o telefone.

—O que foi?

—A louca do Hugo que está fazendo um escândalo.

—Acha que tem a ver com o êxodo das modelos?

—Sou adivinho? Não sei o que é e Marcela nem para estar aqui.

—Acha que Hugo está desconfiado de algo?

—Desconfiado, desconfiado de quê?

—De nossos negócios.

—Não estou ouvindo nada! Não estou ouvindo nada! Não me ponha nos seus rolos, Olarte, vai trabalhar que faço o meu.

Olarte sai e Daniel recebe Hugo que não está nas melhores caras.

—_________

Armando, então, leva Betty e a leva até o apartamento localizado na região mais nobre da cidade.

—Don Armando? –perguntou o porteiro assustado.

—Sim Moisés.

—Ai, desculpe, don Armando. Sei que pediu para que não deem a chave à dona que era sua noiva, mas o Jayme voltou hoje das férias e não tivemos como avisá-lo e ele entregou as chaves.

—Ela está aí?

—Sim.


Armando olha para Betty, queria gritar, mas não quer causar má impressão à amiga.

—Desculpe, don Armando. -disse Jayme, já conhecendo o jeito do morador.

—Er...

—Acho melhor irmos, não quero encontrar sua noiva.

—Não é minha noiva e tampouco quero encontrá-la! Façam o seguinte: não digam que estive aqui. Aliás, digam que não me veem há mais de uma semana e que não sabem se fui viajar já que pedi que cuidassem de Allan (o cachorro). Escutem, não estive aqui.

—Como queira, don Armando.

—Vamos, Beatriz!

Reparam que Armando ia de braço com aquela mulher feia, tão diferente da noiva dele que o esperava em cima.

É este mundo está virado mesmo!

—Don Armando está mudando de gosto? Fica bravo por darmos a chave à gostosa da mulher que está no apartamento e sai de braço com esta aí!

—Quer saber? Ao menos não me matou, em outros tempos iria me gritar e vai saber o quê! Que saia com quem queira!

Enquanto isso, no carro

—Betty, não tenho nada mais com Marcela.

—Eu sei! Eu ouvi o porteiro, mas dr. creio que ela gosta de você.

—Ao contrário, tem obsessão.

—O sr. é psicólogo agora?

—Não, mas Marcela já passou por tratamento, bem não quero entrar nisso, pois é algo particular dela.

—E como vamos fazer agora? Vamos ter que ir à minha casa.

—Não, tenho uma ideia melhor.

Armando se dirige à casa que era dos seus avós. Tal como no dia em que estiveram lá, ela adormece.

—Ai, doutor -fica vermelha

—Creio que conhece a casinha de meus avós já.

—Mas seu Armando prometi a meus pais que chegaria cedo.

—E cumpriremos, só faltam algumas coisas. Tenho que apresentar este projeto amanhã.

Betty não sabe dizer não, assim que entra na casa.

—Toma algo?

—Pode ser água.

—Só tem água. Desculpe, não sabia que voltaríamos a esta casa tão cedo e não mandei fazer compras...

—Sem problema.

Os dois começam a trabalhar muito compenetrados.

—Quanto pensa em cobrar pelo serviço propriamente dito? Digo, sem despesas de hospedagem e alimentação, isto é por fora.

—Não sei. Tenho dois conhecidos que cobram porcentagem do negócio.

—Porcentagem?

—Sim.

—E de quanto estamos falando?

—12% do bruto fora as despesas.

—Hum.

—No caso, muitos oferecem o trabalho e contam com a ajuda de uma assistente, crê que poderia fazer isso?

—Ser sua assistente?

—Sim.

—Mas tenho meu trabalho.

—Eu sei, mas... poderia fazer nas horas livres.

—Não sei, eu...

—Por que não chama Nicolás para ajudá-lo?

—Prefiro você. Acho que trabalhamos melhor. Quando possível, marco no jantar e no almoço.

—Está bem, voltemos ao plano, pois ainda falta muito e não posso chegar tarde!

—Sim.

Tudo ia bem, estavam compenetrados, mas a fome estava apertando.

—Sabe, Betty, estou com fome você não?

—E, sim.

—Não comi nada. Poderia ser uma pizza. Toma refrigerante?

—Prefiro suco.

—É saudável, ah? Por isso, mantém este corpo assim!

—Meu corpo?

—Sim.

De leve ele roça o corpo dela, provocando-lhe um arrepio.

—Er, creio que está ficando frio, ou é a fome, melhor que comemos logo, para voltarmos a trabalhar. –disse Beatriz, corada como fruta vermelha, de modo que faz com que fique louco para saborear.

—Er, sim.

Armando roça a perna, para o que está fazendo, a segura pelos ombros, tira seus óculos e lhe dá um beijo doce nos lábios.