Capítulo 20

Assim em Ecomoda, a coisa está pegando fogo também, pois Hugo não aceita e resolve discutir com Daniel como fazia com Mário e Armando, mas Daniel não é como eles.

—Do que reclama, Hugo? É a ordem natural das coisas! Acha que se tivesse a oportunidade delas ficaria no país? Lógico que não! E do que reclama? Se no lugar dessas meninas inexperientes contratei as melhores modelos de Colômbia, contrariando até minha irmã? Sabe que ela não suporta Karina Larson, Valentina Rondon, Claudia Borsh!

—Sei, mas....

—Não me perturbe mais e vai trabalhar!

Ouvem-se gritarias no corredor.

—O que é isso?

Ao saírem, se deparam com duas mulheres brigando, o celular de uma cai no chão.

—Pode-se saber o que é isso?

—Ai, doutor Daniel, desculpe!

Trata-se de Sofia e Jenny brigando por conta do Cheque Efrain.

—Ai, don Daniel é que a dona Sofia nãos e conforma que meu pupu não goste mais dela e sim de mim. –o abraça.

—Não é para menos!

—Doutor Valencia, levo anos trabalhando nesta empresa, o conheço desde que era adolescente, sabe quão profissional eu sou, jamais dei escândalos, acontece que esta... esta... esta moça me tira do sério. Tenho dois filhos para cuidar e ela impede o Efrain de me dar a pensão para sustenta-los! E para completar, se meteu na empresa onde trabalho!

—Isto é mentira! Não sabia que a senhora trabalhava aqui ou não teria vindo! Vim pela chance de ser uma grande modelo.

—Você é modelo? -disse Daniel,olhando o corpo da moça.

—Ah sim. O senhor gosta?

Nesta hora, aparece Francesca que se planta bem em frente de Daniel.

—Independente de qualquer coisa, esta é a minha empresa! Uma empresa séria e bem constituída! Cenas como esta não são permitidas! Ouviram bem? -disse disfarçando.

—O que acontece aqui? -perguntou Gutiérrez.

—Ah, era com o senhor mesmo que queria falar!

Eles contam o que aconteceu..

—Assim que quero que aplique uma advertência às duas.

—A Dona Sofia é reincidente, seu Gutiérrez!

—Ah é? Então, isto já aconteceu antes?

—Sim, por conta de seu marido.

—Não me interessa! Neste caso, a senhora fica de sobreaviso que a próxima é rua sem contemplações.

Sofia sai chorando e as do quartel a consolam.

Após isso, Daniel manda chamar Jenny à presidência.

—O senhor deseja falar comigo?

—Desejo! Desejo que não me chame de senhor!

—Ah é que o senhor é o presidente, é questão de respeito.

—Não quero que me respeite.

Jenny ri e rebola em direção a ele.

—Diga-me...

—Jenny.

—Pensei que seu nome era Puputchurra.

—Não.

—É assim que a chamam, não?

—Bem, sim, mas é que...

—Está bem. Jenny. Então é amante, mantida do marido da Sofia!
—Ex-marido e não sou amante, sou namorada!
—E como se chama as que se envolvem com homens casados? Bem, não estou aqui para julgá-la, apenas averiguar a verdade. Você é ou não amante dele?

—Pode-se dizer que fui.

—E se meteu nesta empresa só para provocara a ex?

—Não, foi pela chance de ser modelo. Mas acabei sendo só modelo de corte, pois seu Hugo não me dá oportunidade de desfilar!
—E diga-me você tem experiência em desfilar?

—Não muito, mas tem tantas na passarela aí que também não tem, a não ser estas super-modelos, ah seu Daniel creio que posso fazer bem se me derem uma chance!

—Hum, eu vou te dar uma chance!

—Jura?

—Se fizer o que quero!
—E o que quer?

—Poderia ser direto, SEXO!

—O quê?

—Mas no momento prefiro tratar de outros negócios contigo. Depois quem sabe! Diga, só gosta de ir para cama com velhinhos?

—Como ousa? Amo meu pupu!

—A outro com este conto! Vi que ficou entusiasmada de ir comigo, mas no momento como disse não me interessa! Quero saber se além da chance como modelo, escolheu Ecomoda por ser a empresa onde trabalha a ex de seu amante?

—Não! Bem, no começo não sabia, depois quando vim fazer o teste e fui aprovada, descobri.

—E aí passou a provocá-la!

—Bem, é que é tão fácil provocar Dona Sofia!

—E sabe que uma conduta assim é reprovável na empresa!

—Ai, don Daniel, me perdoe, prometo que não faço mais, que nunca mais provoco dona Sofia. Tem a minha palavra!

—Não, mas eu quero que provoque!
—Como?

—Dona Sofia está por um fio, por uma advertência.

—Quer que eu a provoque?

—Sim.

—Mas por quê?

—A quero fora desta empresa!

—Tem algo contra ela?

—Pessoalmente não. Mas tenho outros interesses.

—Quais?

—Não interessa! Topa provocá-la?

—Ah não sei, don Daniel. Não faço para prejudicá-la, apenas é uma brincadeira. Não tenho nada contra ela, mas como ela implica comigo por inveja.

—Não custa nada a você, quem sabe pode ganhar uma oportunidade na passarela ou um posto melhor?

—Sério?

—Vale a pena colaborar comigo! Quantos anos você tem?

—22!

—Dentro do perfil! Perfil, idade, é bonita! Pena que é mais baixa e tem um complexão latina.

—Não gosta?

—Para mim, prefiro, mas como disse, não é o perfil que os clientes desejam no momento, mas quem sabe no futuro!

—É para desfilar?

—Sim, na Europa!

—Europa?

—Sim, colabore comigo e quem sabe pode ter muito mais fora de Ecomoda!

Jenny concorda, agora mais que diversão, vai procurar provocar Sofia para que saia da empresa.

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