Após ser deixada na porta de casa por Armando, Betty, ainda tonta de prazer, tem dificuldade de subir as escadas, ainda flutuando por ter sido objeto de prazer de Armando, sem se dar conta que olhares femininos a observavam. Nem ao menos comeu, deitou-se na cama ainda sentindo o corpo daquele homem enorme e forte tomando conta do seu corpinho há apenas algumas horas. Foram três vezes. Apesar de ter tido uma experiência sexual antes, havia sentido mais dor que qualquer outra coisa, bem diferente de todo o prazer que Armando a fez sentir aquela noite.

—Será que ele também gostou? Não tenho tanta experiência.

Assim, deitou, abraçada a seu travesseiro, sonhando com ele.

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Já era quase de manhã quando Beatriz chegou e mesmo sendo fim de semana, os Pinzón acordavam cedo para fazer compras e arrumar a casa. Ela só havia dormido por uma meia hora, lógico que do jeito que estava sem dormir de tanto ser amada queria continuar dormindo.

—Ai, não tias, deixe-me dormir! Acordo cedo a noite inteira. –disse Betty sonolenta.

—Está bem! –disse a mais velha.

—Onde está a menina? -perguntou Hermes

—A tentamos acordar, mas pediu para continuar dormindo.

—Júlia, suba e a chame!
—Ai, Hermes, está tão cansada, pobrezinha, acorda cedo a manhã inteira!

—Eu também, Júlia!

—Deixa-a, Hermes, só hoje.

—As tias estão aqui!

—Se é por nós, deixe-a dormir!

—Sim, deixa a menina descansar. –disse tia Clarisse

—Mas tem muita coisa. –disse a outra tia.

—Fazemos nós e quando ela acordar ajuda.

Nicolás havia vindo para cumprimentar as tias que não via há muito tempo e como sempre o acharam muito bonito.

—Outras que tem que graduar as lentes, don Hermes!

—Não seja mal-educado, poço sem fundo.

—Coma um pouquinho, Nicolás, está tão magrinho.

—Ah, oi olá Nicolás!

—Acordou agora, Betty?

—Sim, estava muito cansada.

As tias, assim como Júlia e Nicolás viram um brilho no olhar de Betty, sabiam que estava diferente do que sempre foi.

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Havia passado um belo fim-de-semana. Depois que acordou, ainda sentindo o cheiro dele se sentia renovada. Contente, depois de passar a melhor noite de sua vida. Seu pai interpretou tudo como felicidade de ter as tias ali, mas sua mãe sabia que estava assim por mais alguma coisa, assim como as tias.

—Beatriz!

—Sim, tia Clarisse?

—Já arrumou um paquera?

—Paquera?

—Sim, um moço.

—Eu?

Ojojo! Tia, quem se fijaria em mim?

—Qualquer homem que procure uma boa moça de coração nobre, doce, inteligente, uma boa companhia.

—Tia, eu...

—É que estes olhares sonhadores aí não me enganam, está apaixonada!

Beatriz tentou disfarçar, ainda mais quando percebeu que sua mãe a observava.

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Na segunda-feira...

—Entrega para dra. Pinzón! -disse o entregador no escritório Liñarez.

—Sim, sou eu!

As mulheres do escritório olharam torto para Betty, não acreditavam que uma mulher tão feia pudesse receber flores, já que imaginavam que era o triplepapito do senhor Mendoza que às vezes a visitava.

“Flores para uma flor, sei que pode parecer clichê e comum, mas não é. Assim como não foi nada comum a festa de aniversário que me proporcionou na casa de meus avós.

Grato, Betty por momentos tão especiais nos quais fomos um do outro, no qual nos entregamos e unimos nossos corpos em pele e sentimento.

Armando.``

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Betty estava encantada. Será que isto queria dizer que continuariam se encontrando? Do outro lado da cidade, Armando e Caldeirón conversavam no Lenoir, enquanto almoçavam.

—Então, temos novidades?

Armando vira os olhos.

—Temos ou não? Papou a feia ou não?

—Olha, não gosto que fale assim dela!

—Foi ou não? -Armando respirou fundo e virou os olhos.

—Sim!

—E que tal lhe pareceu?

—Não vou ficar falando de nossa intimidade contigo!

—Isto desde quando? Sempre compartilhamos tudo. E se não quer falar, vou entender que foi ruim e traumatizante.

—Está bem. Mas não quero comentários bobos, Caldeirón. Não pode imaginar. –disse sorrindo.

—Ah sim? E como é? Apaixonada? Te deixou louco? Ou é como estas virgenzinhas, doce como um um pastel de nata?

—Tudo isso, doce muito doce e também quente. Começou doce, mas…. Olha é só isto que vou falar!

—Mas que ser vil e cruel.

—Não vou te contar mais que isso!

—E como farei para escrever o cartão se não me contar?

—Cartão?

—Sim, o cartão. Depois de conseguir o que quer com a tal mulher, não deve deixar de ao menos agradecer. É elegante! Então, diga-me.

—Não se preocupe com isso, sim? Já escrevi o cartão.

—Já escreveu?

—Sim.

—Hum... Como estamos românticos hoje. O que foi? Ele te amarrou, está apaixonado?

—Para nada, Caldeirón! Este negócio de amor, paixão, não creio que possa viver um dia!

—Mas e agora sossegou? Já provou da feia e pode ter uma vida normal?

—Éee...

—Está livre, pode sair com quantas mamacitas quiser! Fantasia realizada! Meu heroi! Que tal sairmos esta noite? Tem duas que estão nos esperando.

—Érrr esta noite?

—Sim esta noite. Ou vai me dizer que está apaixonado e pronto para ser um homem fiel?

—Para nada, Caldeirón! Nunca fui e nunca serei!

—Então, comecemos esta noite.

—É que estou cheio de trabalho, Caldeirón! Tenho que montar num projeto para enviar para a Ellen ou vai começar a me cobrar...

—Não aceito desculpas. Qual é tigre? Estou achando que agora pertence ao grêmio de Hugo! Que foi? Foi tão traumatizante assim fazer coisas com a tal feia?

—JÁ DISSE QUE ELA NÃO É FEIA! E que trauma o quê! Não trabalho mais na empresa da família, tenho que fazer meu nome no mercado e para isso trabalhar duro.

—Não vão ser uns tragos em horário não-comercial que irão denegrir seu “bom

nome”, tigre! Não havia como dizer não a Caldeirón quando insistia.

—Está bem, mas só para beber. Só saímos por uns tragos.

—Está bem. Mas ao contrário, está perdendo nome no mercado que interessa: o feminino.

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Mas logicamente, Mário havia combinado com umas mulheres, uma era Sisu, uma sansei que estava já bêbada, quando chegou e não parava de beber.

—Mário!

—Oi, Sisu, como vai? Quanto tempo!

—Como quanto tempo se combinamos de nos encontrarmos hoje?

—Como assim, Caldeirón? Eu disse que não queria mulheres aqui!

—Mas tigre você está esquisito, acaso está pertencendo ao grêmio de Hugo?

—Quê? Quê o quê? Sou muito homem, viu!

—Vamos fazer uma prova, dá um beijo, vai?

—Me deixa em paz, Caldeirón!

—Você vai ficar de papo ou vai me dar uma bebida? -falou Sisu fazendo charme e sentando no colo de Mário.

—Sim, todas que quiser! –dando um beijinho –Ô garçom!

Logo, a outra mulher, uma loira enorme sentou no colo de Armando e agarrou seu pescoço e começou a beijar sua boca, sem a menor cerimônia.

—Que rápido tigre!