Crying In The Rain.

I'm gonna get ya, satan get ya.


Então de repente, a unica coisa que consigo ver é um clarão vindo em minha direção. Após o clarão ir embora e eu conseguir enchergar direito novamente, avisto um buraco negro enorme e sobrenatural na parede.

O portal está quase aberto.

E então, algo tira minha atenção do portal. Não algo, e sim alguém. Um vulto corre em direção à Brian.

Olho para Rick parado, parecendo uma estátua. Em seguida meus olhos avistam Taylor caída no chão e Elena ao seu lado, em pé.

Minhas mãos começam a suar e, se tivesse um coração, com certeza estaria batendo. Tinha quase certeza quem era aquele vulto.

Finalmente, o vulto para ao lado de Brian e posso, finalmente, enxergá-la. Abro um meio sorriso.

– Você está louco?

Ouço Leana gritar com Brian. Oh, Deus. Como sentia falta de sua voz.

– Le-leana? - Brian pergunta, engolindo em seco e gaguejando. Meu sorriso fica maior.

– Está querendo sacrificar James, é isso? - Leana continua no mesmo tom, agora segurando Brian pela gola de sua camisa.

– Não tem jeito de tirá-lo da tumba a tempo, sinto muito.

E então, os olhos de Leana ficam vermelho e preto, e as veias delicadas aparecem pouco abaixo de seus olhos e a mesma mostra seus caninos para Brian, enquanto o prende contra a parede.

– É… Tudo bem. - Brian se rendeu, vasculhando as páginas de seu grimório, podia perceber de longe que suas mãos estavam trêmulas. - Eu posso tentar o feitiço… Sou forte o suficiente. Eu acho.

– Então tente, antes que eu arranque sua cabeça. - Leana ameaçou, com a voz ríspida.

Brian, um tanto tenso, começou a recitar algo virado para a barreira invisível e, ao mesmo tempo, estava tentando terminar o feitiço do portal.

– Isso não vai dar certo. - Ouço Elena - Como que Brian vai fazer os dois feitiços ao mesmo tempo?

Ela parecia desesperada. Virei meus olhos na direção de Leana que permanecia calma e de braços cruzados, apenas esperando.

– Não deviam ter se precipitado. - Leana comentou, ainda calma. - Quem mandou, agora sofram as consequencias.

Um grito alto ecoou de dentro do portal, o que assustou todos que estavam conscientes na tumba.

Hesitei por alguns segundos mas finalmente corri para fora da tumba, para o lado de Rick. Nesse momento, a cena que vi foi horripilante.

De dentro do portal, saiu três monstros gigantes, com uma boca enorme e a lingua para fora em formato de lingua de cobra, eles se movimentavam se rastejando.

Dei um sorriso fraco por finalmente não estar mais preso dentro daquela tumba para sempre.

Carolline correu para fora da tumba também, mas pensei rapido e a agarrei no meio do caminho.

– O que pensa que está fazendo? - Carolline gritou, realmente desesperada.

– O que deveria ter feito a muito tempo atrás. - Disse com um sorriso vitorioso no rosto.

Quando estava prestes a jogá-la para algum dos Leviatãs famintos, um vulto negro tomou conta do local, e ele entrou em Carolline. Logo a larguei no chão, enquanto a mesma se remexia ferozmente.

Então, de repente, Carolline se levantou calmamente e com os olhos fechados. Deu um sorriso fechado que me deixou um tanto com medo e quando abriu seus olhos, o mesmo estava vermelho.

Olhei para o lado e avistei Leana, Rick e Brian, todos do mesmo jeito: confusos e apavorados. Assim como eu.

Carolline olhava o lugar calmamente e com atenção, como se nunca tivesse ido lá antes. E então, percebi que não era Carolline, seu corpo estava possuído.

Carolline abriu sua boca para proferir algumas palavras, e então foi aí que minha teoria de que ela estava possuída foi confirmada.

– Muito obrigado por enfim me libertar. - Disse, com a voz grossa. E então, o ser que estava dentro de Carolline começou a gargalhar.

– Quem é você? - Ouvi Leana perguntar, um tanto hesitante.

– Eu? - Carolline se virou para Leana com um sorriso diabólico. - Eu sou Lúcifer.

Todos arregalaram os olhos nesse momento, inclusive eu.

Lúcifer? Isso é impossível.

E então, de repente avisto um Leviatã bem atrás de Carolline, pronta para comê-la viva. E, em questão de segundos, foi isso mesmo que ele fez.

A fumaça que havia entrado dentro de Carolline saiu pela boca da mesma enquanto era devorada e sumiu.

– Brian, precisamos dar um jeito de não deixar esses Leviatãs escaparem! - Gritei, assustado.

O mago assentiu, procurando alguma resposta para arrumar aquela confusão em seu grimório.

Olhei para o chão e vi apenas o que sobrou de Carolline nele. Uma cena um tanto traumatizante, admito. É estranho saber que o que eu mais desejava enfim aconteceu.

E então, algo me pega de surpresa.

O mesmo Leviatã que devorou Carolline, me joga no chão. Sinto seu bafo perto de mim e minha vontade de vomitar é grande.

Seus granidos em meu rosto começam a me assustar, porém não me rendo. Continuo a lutar com o monstro, mas ele é mais forte do que eu.

Então o monstro abre sua boca totalmente, e estica sua lingua preta e nojenta para fora, pronto para me engolir.

E aí a garganta do monstro é cortada, soltando um tipo de gosma preta dele. Olhei para os lados procurando quem era o responsável por isso e então uma mão se estende em minha direção.

A de Taylor.

Sorrio e seguro em sua mão para tomar impulso e levantar.

– Obrigado. - Digo e Taylor me dá um grande sorriso de resposta, e sinto minhas bochechas corarem um pouco.

– Devo dizer… - Taylor quebra o silêncio, olhando em direção à Elena. - A pancada que você me deu na cabeça, doeu bastante.

Todos nós rimos.

– Gente… - Brian fala, um tanto nervoso. - Vamos sair antes que os outros Leviatãs apareçam.

Todos nós assentimos, porém já era tarde demais. Os outros monstros estavam começaram a atacar Taylor.

Leana correu em sua direção e a afastou deles, enquanto eu peguei a faca caída no chão e cortei a garganta de outro.

E então algo que ninguém esperava aconteceu: os monstros se transformaram em humanos normais, homens e mulheres, e com vestimentas.

– Obrigada por nos soltar. - Um dos monstros que haviam se transformado em uma mulher com cabelos negros até o ombro sorriu. E então todos desapareceram.

Nós nos olhamos por alguns segundos.

– É… Só eu que acho que arranjamos um grande problema e estamos todos fodidos? - Rick perguntou em tom de brincadeira, porém todos nós sabíamos que ele estava falando sério, e todos estavam desesperados.