Cry Baby

Prólogo - Cry Baby


—Você é uma aberração! Não chegue perto de mim, NUNCA mais. – disse ele, empurrando-a de encontro ao chão.

Melanie, ficou ali, chorando no chão frio por horas, até perceber que não conseguia mais chorar, então se levantou, pegou sua mochila e então foi pra sua casa, como todos os dias.

Essa era sua rotina, desde que se conhecia por gente, sempre tentava ao máximo fazer novos amigos, se aproximando de novas pessoas, mas as mesmas sempre a repudiavam, xingavam e os mais corajosos agrediam. Afinal, ninguém iria querer ser amigo de uma lunática descontrolada, de uma pessoa tão imprevisível como ela. Ela não entendia porque a chamavam de louca, de aberração. Afinal, todas as vezes que ela tinha surtos, pareciam apenas pesadelos pra ela, mas as pessoas viam e tinham medo de seus lapsos de loucura. Na última vez, a mesma conseguiu quebrar as costelas de um garoto, por pouco não matando-o.

Mas as pessoas não sabiam que não é culpa dela, ela não pediu pra ter transtorno dissociativo de identidade e ela não tinha controle sob sua segunda personalidade que eventualmente vinha à tona, ela nem mesmo sabia que tinha uma segunda personalidade agressiva.

Seus pais escondiam dela, fingiam que nada acontecia e quando acontecia, fingiam que foi apenas um pesadelo.

Melanie parecia trocar seu cérebro pelo coração, era doce, delicada e sensível, como uma rosa... Mas toda rosa tem seus espinhos.

Ao mesmo tempo que todos sentiam medo dela, aproveitavam sua sensibilidade, fazendo de sua vida um completo inferno.

Por chorar tanto, todos os dias, e praticamente todos os momentos, ficou conhecida como bebê chorão.