Corvo do concreto (reescrevendo)

Campo estrelado abaixo da lua


Gemi baixinho em desconforto, puxando a saia cinza escuro atrás, desejando que meu traseiro gordo não tivesse a mostra.
Keishin garantiu-me que estava bom e até tirou uma foto para me mostrar, mas ainda era desconcertante usar aquilo (fora que eu tinha a nítida sensação de que estava subindo...).
Junto a saia era um blaiser preto (Podia-se escolher usa-lo aberto ou fechado ou então não usa-lo) e uma blusa branca de manga curta. Vinham juntos com sapatilhas , um par para andar nas ruas e outro par para dentro da escola (As duas eram pretas.) e cinco pares de meias brancas que paravam na metade na minha perna. (Me mandaram até uma bolsa preta com cadernos personalizados com o nome da escola, tanto na bolsa quanto na capa) Por fim, uma gravata borboleta vinho profundo.
Até que era um conjunto fofinho, tirando a saia constrangedora.
Estremeci na sombra da grande escola, enquanto observava os alunos entrando.
Respirando fundo, criei coragem para entrar.
Soltando respirações tremulas, caminhei de forma hesitante até a entrada do edifício, minhas pernas parecendo amolecerem e bambearem levemente.
Havia pedido para Keishin ir pegar meu horário na secretaria no dia anterior, para livrar-me de constrangimento por não saber onde ir (estudei o maldito mapa a noite inteira e espero que tenha valido a pena).
Não era o primeiro dia oficial de aula, já que tive de ajudar meu primo com algumas coisas na lojinha nesses dois dias, mas espero que não tenha que fazer apresentações.
Andando calmamente pelo corredor, achei minha turma sem dificuldades, já que era no primeiro andar, rápido e fácil.
Quando entrei na sala, imediatamente reparei que ao lado do quadro tinha um mapa da sala, onde havia nomes escritos nas carteiras, indicando onde devíamos sentar.
Minha carteira ficava na fila ao lado da janela, era bem no meio da sala. E atrás de mim havia o nome: ' Tsukishima Kei '.
Deixei meu cabelo cobrir meu rosto, enquanto ia a passos apressados para meu assento, notando algumas poucas pessoas conversando entre si no fundo.
Teve um outro detalhe que me deixou bastante ansiosa. No quadro dizia que os lugares eram para o ano inteiro.
Só podia torcer pro meu colega ser legal...
Vi uma bolsa atrás do meu assento , deduzi que ele já chegou.
Sentei-me e tirei um livro para praticar minha leitura.
Afinal, sem ela afiada vai ser impossível estudar aqui e todo esse processo seria em vão.

[...]

Poucos minutos depois, uma grande sombra a minha direita fez-me erguer os olhos da brilhante obra literária em minhas mãos.
"Alto." Foi tudo o que pensei, a boca abrindo levemente, as sobrancelhas se erguendo com surpresa. "Ele é do primeiro ano mesmo!?"
Um jovem de no mínimo 1.86 cm , talvez 1.88 cm, de pele branca com curtos cabelos loiros (A cor loira do seu cabelo era quase um tom pastel, não aquele loiro berrante agressivo ou ressecado que se vê por aí.), pele branca e olhos castanhos claros que lembravam um par de amêndoas (Eram bem arredondados e o tom do castanho era agradável, realmente combinava com sua aparência geral) que estavam atrás do vidro de óculos pretos semelhantes aos meus (Tirando que dava a ligeira sensação de que eram maiores que os meus e esse tamanho lhe convinha ao formato do rosto. Provavelmente se eu fosse tentar algo assim ficaria ridículo.). Pendurado ao redor do pescoço havia um fone de lanhouse da marca sony. (O Japão é muito brando com o uso dessas coisas, não?) No seu rosto tinha um grande sorriso zombeteiro.
" Pois bem. Você acabou de estragar sua boa aparência. " Pensei, uma carranca se formando no rosto por instinto, mesmo não tendo coragem para dizer isso em voz alta.

— Parece que encontramos uma reone. — Ronronou, a voz suave como seda. — Parece que anda comendo um pouco demais, querida. Isso atrapalhou seu crescimento? — Questionou, o falso doce na voz começando a me irritar.

Meu cérebro instantaneamente fez a tradução da frase e senti meu rosto esquentar, não sei se de vergonha ou de ira.
" Pause e volte. Ele me chamou de leão? Mais porque... ohh... meu cabelo.... " Minhas sobrancelhas tremeram e eu pensei em explodir, mas suspirei para conter o stress. " Esse babaca não vai ter o que quer..."

Apesar do insulto óbvio (E do comentário sobre meu peso) forcei um pequeno sorriso gentil , dei um pequeno aceno com a cabeça e murmurei:

— Ohayo.

Ele estreitou os olhos perigosamente, seu sorriso vacilou um pouco.
" Me parece que gosta de irritar e gosta das reações negativas. Um sadista cretino. " Concluí, resolvendo que ignora-lo iria dar um jeito nele até que resolvesse agir corretamente.
Notei um menino atrás dele , parecendo curioso por não ver uma reação.
Devem ser amigos.
Acenei-lhe e dei-lhe bom dia também, para que ele respondeu timidamente, se escondendo um pouco atrás do garoto (yep, amizade confirmada).

— Ehh... Parece que algo aconteceu a sua voz Reone-chan. Não consegue falar mais alto? — O menino loiro perguntou.

" Estou mesmo falando baixo de novo? Droga. " Suspirei mentalmente, sentindo o rosto esquentar, mas me esforcei para me conter.
Falar baixo era uma atitude reflexiva ao bullying, uma mania ruim que eu estava tentando me livrar, assim como todo o resto.

— Hmm... — Fiz vagarosamente, em tom baixo e preguiçoso. — Nha. Não vejo a necessidade de tanto esforço.— Contive um bocejo, o fuso horário ainda me afetava um pouco.

" Apenas uma resposta simples e sem gaguejar. Parabéns garota! " Comemorei em minha mente, sorrindo para mim mesma, ligeiramente ignorando os dois.
Ouvi um estalar de língua e um ligeiro murmurar ('Preguiçosa'. Foi do que ele me chamou.), em seguida o som de cadeiras sendo arrastadas e então vi o menino tímido sentar há uma fileira de distância, na mesma direção.
Ele me percebeu encarando-o (Devo ter feito uma cara de poucos amigos sem perceber, ops.), estremeceu um pouco e deu um pequeno aceno, rosto rosado, o qual devolvi, sorrindo gentilmente e fazendo uma nota mental de perguntar o seu nome, as sardas no rosto moreno e os olhos hesitantes rapidamente me conquistando.
"Tsukishima, o sádico da cadeira de trás. Vai ser um ano tão legal." Pensei em sarcasmo.

#BOOM

Um som alto e um sentimento estranho em meu assento, fez-me saltar ligeiramente em minha cadeira, estremecendo, o coração martelando no peito e os olhos arregalados e surpresa.
"Ele não fez o que eu penso que ele acabou de fazer..." Repeti seis vezes seguidas o mantra, para não me irritar (como fazia com Keishin as vezes).

#BOOM

Novamente, um chute em baixo da minha cadeira.
"Sério? O quão longe ele vai apenas para conseguir atenção?" Gemi mentalmente, querendo bater a cabeça (Ou a sua) contra a mesa.

— Ne, Chibi-chan. — Ronronou, fazendo meu olho se contrair.

De repente, uma respiração quente estava contra meu pescoço, depois algo macio repousou contra minha bochecha e, rapidamente, entendi que ele encostou seu rosto no meu.
Como esperado, meu rosto esquentou em resposta, mas eu não me movi, abrindo o livro de novo.

— É sem graça quando me ignora, sabia? — Deu um suspiro fingido, já que ele sabia que eu sabia que ele estava sorrindo muito satisfeito com a quentura da bochecha.

" Pequena. É. Minha. Avó. Torta!! "

— Por favor afaste-se. — Murmurei, a paciência se esgotando com rapidez.

— Não quero. — Podia senti-lo sorrir ainda mais.

" Qual é o seu problema? Nem te conheço! Afaste-se! " Minha raiva dizia.
Ao invés de me expressar, tentei afastar o rosto dele, inclinando pra longe, apenas para ser mais encurralada que antes, um rosnado baixo escapando de mim.

— Retiro o que disse . Apesar de ter um pouco de gordura, você não é de se jogar fora. — Comentou tão casualmente quanto algo do tipo poderia ser.

Senti-o olhar para minhas coxas , apesar da saia cobrir boa parte.

— Q-que? Qual é o seu problema, cara?

Isso me fez sentir mais autoconsciente que antes (Corando furiosamente) e soltei um suspiro suave quando ele se afastou para me olhar melhor, minha tensão pareceu sair para se transformar em desânimo e ligeira desolação, enquanto eu franzia a testa pra ele, chateada.

— O que ouve, Chibi-chan? — Sua voz sedosa soou, um brilho malicioso nas iris castanhas. — Será que já está apaixonada por mim? — Zombeteiramente perguntou.

" Se ele não calar a boca, eu vou bater nele. " Lá, a fúria voltou!
Junto com a fúria, uma ideia genial subiu correndo pelos meus neurônios quando lancei um olhar para a bolsa personalizada.
Tirei uma tortinha de morango que preparei para me confortar durante o almoço, desembrulhei-a na velocidade da luz e empurrei-a na sua boca, garganta a baixo, consequentemente afastando-o de mim .

— Coma e cale a boca por alguns segundos, certo? — Pedi, estreitando os olhos, com o rosto mais assustador que pude reunir.— Quero ler em paz. — Concluí, irritada, ignorando meu lado bondoso dizendo que fui extremamente rude.

Ele encarou-me em surpresa, com a bochecha inchada do doce quase que comicamente, mas não deixei que pensasse muito, voltando para frente e procurando onde havia parado no livro.
Segundos de silêncio se passaram.
Ouve o arrastar irritante de cadeira atrás de mim, mas ignorei.
Um baque discreto ao meu lado direito, mas ignorei.
Mais um arrastar irritante , junto a uma pequena batida suave na minha mesa, ignorei tudo isso (O livro estava em um desfecho interessante).
A sensação de uma bochecha contra minha bochecha rechonchuda novamente, mas junto a braço ao redor dos meus ombros e algo me empurrando, tentando se aproximar ainda mais, fez-me perder a concentração.
Tive um debate interno de quase um minuto enquanto observava-o com o canto do olho (Ele parecia ler as páginas, uma sobrancelha erguida, ignorando totalmente a vontade de assassinato que emanava do meu corpo).
Senti-me muito tentada em usar o livro para bater em seu rosto.
Minhas bochechas traidoras começaram a queimar por causa da proximidade e escureceram quando o menino tímido deu uma risadinha com a cena, um brilho familiar do que parecia ser um telefone batendo uma foto.

— Que está lendo, chibi-chan? — O loiro perguntou, a vibração da sua voz passou pelo meu corpo.

" Tenho mesmo que ficar perto desse menino o ano inteiro? " Choraminguei mentalmente, lágrimas escorrendo comicamente pela minha imagem interior.
Fechei o livro, com cuidado de marcar a página, deixando que visse a capa.

— ' Eu sou um gato '. Uma estrangeira que lê literatura japonesa é bem raro. Se bem que o título vem-lhe a calhar, Reone-chan.

Levei o elogio e ignorei sua última observação, acenando com a cabeça.

Uma pequena risada veio dele.

— A propósito. Obrigada pelo doce. Como sabia que era meu favorito? — Ele usou um tom enérgico na voz, como alguns namorados usam, e segurou minha mão, atraindo a atenção de quem quer que estivesse entrando, alguns murmúrios sobre 'casal fof' sendo jogados aqui e ali.

— Pode me deixar em paz, por favor? — Rosnei, tentando puxar minha mão (E falhando miseravelmente) dando, sem querer, a dica que estava irritada.

Era tudo o que ele queria...

— Não. — Sorriu e me abraçou, enterrando o nariz no meu cabelo cacheado (meio que sem querer por causa do volume), fazendo-me recuar de novo.

"Isso só piorou tudo!"
Como que para zombar da minha cara, o professor que acabou de entrar soltou um 'Aww' maravilhado antes de pedir educadamente que ele voltasse para o lugar e que ele poderia me ver mais tarde.
"Que coisa linda..."

[...]

No horário do almoço eu comi na sala, Tsukishima sentou ao meu lado (Colado em mim de novo, como se me irritar fosse a missão da sua vida) enquanto ele e Yamaguchi (O menino tímido) falavam sobre vôlei (Yamaguchi falava, Tsukishima ouvia) E quando Yamaguchi falava alto sem querer, seu amigo loiro mandava-o calar a boca e ele parecia muito bem com isso. Chocante!
O menino era mesmo o exato oposto dele.
Gentil e atencioso, com olhos pequenos e baixos, o cabelo escuro quase esverdeado e a pele manchada de sol. Era mais alto que eu (obviamente), mas nem alcançava ao seu amigo (falando nisso, por que mesmo eles são amigos?).
Mais tarde, na hora da saída, tentei ser rápida e fugir fora do alcance do menino loiro.

— Reone-chan. Espere por nós. — Chamou rapidamente, me alcançando em poucas passadas, braços longos me abraçaram por trás, rodeando minha cintura e puxando-me contra ele, minhas costas bateram suavemente contra seu peito e fiz o possível para que minha traseira não encostasse em sua pélvis, apesar dele não dar a mínima pra isso.— Não deixe seus seguidores pra trás. Pensei que se importasse conosco. — Repreendeu em com um sorriso insolente.

— Está mais para perseguidores. — Rosnei, fazendo-o rir.— Me solte, Seu pequeno bastardo. — Contorci-me sob seu aperto, tentando me livrar ao andar para frente, corando furiosamente. —T-tenho que ajudar meu primo na lojinha.

Ele ignorou totalmente meus esforços, me segurando firme no lugar, rindo pra si mesmo e do guincho que soltei quando ele apertou meus lados cheios de gordura, quase me dando uma crise de riso.
" Bastardo do caralho!"

— Hmm. — Ele inclinou-se sobre minha figura pequena, o contato de sua região com minha traseira tornou-se inevitável, passou a sua mão por cima da minha barriga. — Ok. — Dando um uma última cutuca na gordura (eu guinchei e bati na sua mão), ele me soltou.

"Qual é o problema com os japoneses e gente rechonchuda?" Corei quase como uma beterraba, enquanto abraçava a mim mesma de uma forma protetora, marchando para fora.

— Eu estava certo. É muito macio. — Ele falou ao meu lado, Yamaguchi logo atrás, sacudindo a cabeça em leve desaprovação (mesmo que achasse graça de tudo), enquanto o loiro tinha um sorriso ligeiramente pervertido em seu rosto. — Sábado, vamos ter uma partida três contra três na quadra. Nós vamos esmagar outros novatos. Vá assistir. — Disse com arrogância. — E pode trazer mais doces? Garanto que te recompenso.

Se eu não queria socá-lo antes, agora definitivamente quero.
"Se vai pedir alguma coisa ao menos faça-o soar como um pedido e não uma ordem! "

— Hn. Claro. — Concordei, não prestando atenção e afastei-me dele um pouco, esperando silenciosamente que não fossem andar na mesma direção que eu.

— Até amanhã. — Eles acenaram com sorrisos amistosos (Yamaguchi foi amistoso, o do Bakashima dava vontade de chutar seu pé) e acenei de volta com um sorriso hesitante, franzindo a testa ligeiramente em dúvida.

Mesmo que Tsukishima fosse irritante, ele até que não foi tão ruim em comparação aos insultos que recebia dos colegas de classe da Espanha. Ele até mesmo deu a entender que 'gostava' do meu peso, mas prefiro não leva-lo a sério(afinal, qualquer falsa esperança sobre qualquer coisa só ia me machucar). Também parece que ele só gosta de me ver atordoada.
Dei um suspiro pesado.
"Oh, bem." E dei de ombros.

[...]

— Como foi a escola? — Keishin perguntou, quando comecei a ajuda-lo a reorganizar os produtos novos em suas devidas prateleiras.

— Fácil, mas chata. Típico, certo? Oh! E teve um menino que não me deixou em paz. — Foi como virar uma torneira e observar a água cair. Eu não conseguia parar de falar. — Ele chutou minha carteira e fazia comentários constrangedores, além de achar que pode tocar em mim sem mais nem menos. — Desabafei, com um suspiro irritado, olhos fechados e nariz empinado.

— Chutou sua carteira, comentários constrangedores e ... Que tipo de toques? — Uma aura sinistra cercou-o de repente.

— Hm... — Hesitei, dando um passo para trás. — Encostou a bochecha na minha, ficou colado em mim, me abraçou e me fez cócegas.

" Maldita seja essa barriga sensível."

— Oh. — Olhou para o teto, pensativo e, de repente, deu-me um sorriso de tubarão. — É só seu primeiro dia e já conseguiu um namoradinho? Que danada! — Assobiou.

Pisquei lentamente, encarando-o com uma expressão impassível, um pensamento rolando nos rolos cerebrais como uma massa de pão sendo preparada com cuidado, até que, de repente, algo estalou, feito pipoca na panela.

— Como assim, namorado? Que!? Que tipo de primo não se oferece para proteger sua prima de um possível assediador?? Você é péssimo. — Declarei, surpreendentemente não perdendo a calma.

Enquanto Keishin choramingava por causa da minha resposta, não pude deixar de pensar que, por um instante, eu me lembrei do meu possível assediador.
Talvez... nós sejamos um pouco parecidos...
" Hah! " Virei o rosto, negando a comparação. " Nem em mil anos, Stupidshima. " Fiz beicinho pro nada.

— So-chan! Pare de me ignorar... — Meu primo pediu, curucando a minha bochehca, finalmente me tirando dos meus pensamentos.

— Sábado vai ter uma pequena partida treino de vôlei. Eu queria ver. — Comentei.

— Hm? Certo. Pode ir. — Ele concordou, parecendo feliz por tê-lo 'perdoado'.

— Ah! Obrigada! — Dei-lhe um sorriso. — Vamos acelerar o serviço aqui, certo? To loca pra cravar os dentes na torta da vovó.

— Você não muda mesmo, Sora.

[...]

Tarde da noite, vi-me pegando o caderno de desenho e iniciando um esboço do rosto de Tsukishima.
" Não que eu goste dele, ou algo assim. " Foi o pensamento que surgiu na minha mente, apesar de eu ter um sorriso no rosto . " Vamos apenas fingir que ele é um modelo ou algo assim."

Extra:

Em algum lugar distante, Tsukishima teve uma vontade repentina de espirrar.

— Atchim!

— Aw, Kei! Será que uma garota bonita está pensando em você? — Sua mãe suspirou sonhadoramente, atraindo a atenção do seu irmão mais velho.

— Mãe, por favor!

E ele não foi deixado em paz durante toda a noite.