Já passei por alguns medos na vida, mas nada se compara com o que aconteceu hoje, não sei quanto tempo se passou desde que demos entrada no hospital e que Cassie entrou para saber sobre o estado dele, mas agora ela voltou e estou de frente pra minha irmã esperando uma boa notícia que pela cara dela eu sei que não vai vir.

O que ele tem, Cassie?– eu perguntei a ela.
Ginny, o caso dele é complicado, ele tá com Meniginte bacteriana o tratamento está sendo realizado e por enquanto o quadro clínico dele é instável.
Como assim Meningite bacteriana que bactéria é essa que tá nele? – eu perguntei nervosa.
Ele tá com meningite meningocócica, ele é transmitido pelas vias respiratórias, quer dizer, o convívio íntimo entre as pessoas favorece a transmissão da bactéria, que passa do nariz para o sangue, é levada para o cérebro onde estão as meninges e provoca uma infecção. Eu suspeitei dela desde o momento que você me falou sobre o que ele vinha sentindo pedi para fazerem um exame chamado punção lombar e foi ele que nos deu a certeza.
Eu quero vê-lo.
Ele tá na UTI e não pode receber visitas agora por que ainda estão sendo feito alguns exames, mas assim que puder eu venho chamar você.
UTI? UTI, nunca é um bom sinal, Cassie, o que tá acontecendo? Você tá me escondendo alguma coisa, não tá? – nesse momento eu senti as mãos do meu pai apertando os meus ombros e minha mãe alisando minhas costas.
Essa bactéria é forte e já está em um estágio bem avançado... nós estamos correndo contra o relógio para combater o choque séptico...
Que choque séptico? – eu ouvi a voz de Tony e me virei para encará-lo, meus olhos estavam marejados ele se aproximou de mim e meus pais se afastaram.
Devido a meningite meningocócica o Nick teve um choque séptico, traduzindo ele contraiu uma infecção generalizada e isso não é bom... além de toda a assistência médica o corpo dele também tá lutando contra isso, mas eu não vou mentir pra vocês ele corre risco de vida – eu apertei a mão de Tony que estava tão tenso quanto eu - E se ele ficar bom pode ser que tenha sequelas ele pode ficar surdo, pode ter epilepsia, um retardo mental ou pior um infarto cerebral e de todas as coisas que eu disse e sei que podem acontecer a melhor delas é a surdez.
Ele tem chances? – Tony perguntou.
Tem, mas é difícil sobreviver a uma infecção tão forte e mais difícil ainda é um criança sobreviver – eu senti as lágrimas inundarem ainda mais meus olhos e eu as deixei cair - Eu tentei achar um método mais sutil de te contar, mas...– ela me abraçou fortemente - Vou fazer o que for possível para ele ficar bem, prometo – eu sibilei um eu sei e ela foi falar com os nossos pais - Eu vou lá, da próxima vez que eu voltar provavelmente vocês vão poder entrar, mas infelizmente só os pais vão poder entrar.
Ele vai ficar bem, filhota, você vai ver – meu pai falou pra mim beijando minha testa.
Nosso Nick é um menino incrível! Tenho certeza que ele vai sair daqui ótimo – minha mãe me disse e e depois vieram meus irmão, o Hank e o Ian as horas se passaram já era noite e até agora Cassie não tinha aparecido.
Será que aconteceu alguma coisa? – eu perguntei com medo.
Não aconteceu nada devem tá fazendo alguns exames, Pep. O jardineiro nanico é forte, você sabe como ele é teimoso e você acha que ele vai deixar você, a Alie e as plantinhas dele? – eu suspirei e em silêncio nós ficamos a espera de Cassie que apareceu muito tempo depois.
Vocês podem vê-lo– deixei Alie com os meus pais e nós a acompanhamos, na UTI pediátrica fizemos nossa higienização e eu entrei primeiro. Ele parecia estar dormindo, mas estava visivelmente abatido e o que me deixou em pedaços foi ver que suas mãozinhas estavam pálidas e inchadas por conta do cateter e que também ele estava ligado a meio mundo de aparelhos incluindo um respiratório.
Ô meu amor, o que eu mais queria agora era estar no seu lugar – eu falei contendo a vontade de tocá-lo, mas não segurando minhas lágrimas - Por favor, seja forte como você sempre foi, lute e volte pra nós, Nick. Nós precisamos de você não nos deixe– eu chorei mais do que falei e quando o enfermeiro me avisou que era hora de sair eu me aproximei mais dele - Eu vou estar aqui fora te esperando... nós todos vamos estar aqui fora te esperando, eu te amo – eu não me contive lhe dei um beijo na testa e sai aos prantos, Tony entrou e eu fiquei o observando pelo vidro e minutos depois o enfermeiro foi chamá-lo quando ele saiu eu fui abraçá-lo e apesar de querer se manter firme eu percebi seu abalo.

Nós voltamos em silêncio para a sala de espera onde encontramos Alie dormindo nos braços do meu pai e minha mãe mais afastada conversando com os outros, conversamos com eles dissemos o que vimos e enquanto eu falava a imagem do meu menino se passava pela minha cabeça.

É melhor vocês irem pra casa – Hank sugeriu.
Não, eu não vou sair daqui enquanto ele não melhorar – eu falei determinada não ia deixá-lo sozinho.
Ginny, eu sei que é difícil, mas vocês precisam descansar, Alie está dormindo nos braços do papai. Vá pra casa, eu não vou sair daqui, vou ficar com ele o tempo todo.
Sua irmã tem razão – Tony falou - Você e Alie precisam descansar.
Ele vai estar sendo bem assistido, eu te garanto minha irmã – mesmo com relutância eu concordei em ir, mas fiz Cassie prometer que qualquer coisa ligaria, na saída do hospital Tony chamou um táxi pois ele veio voando e eu vim no carro do Ian, ou seja, estamos sem carro.
Obrigado, Ian.
Que é isso, Morango, eu sei que você faria o mesmo pelo Noah – ele me abraçou e beijou o topo da minha cabeça - Qualquer coisa você me liga, tá? – eu assenti e ele piscou o olho.
Amanhã nós vamos ter uma boa notícia, eu tenho certeza – minha mãe disse e os outros concordaram, nos despedimos e o caminho para casa foi num total silêncio, Alie dormia no colo dele enquanto eu chorava baixinho quando chegamos em casa ele a colocou na cama e eu fui tomar banho quando eu desci o vi no escritório completamente concentrado em algo que ele fazia no computador, eu subi novamente e me deitei ao lado de Alie que de nós seria a única que dormiria tranquila. O sono não veio de imediato por muito tempo eu fiquei abraçada a Alie e fitando a parede olhei tanto pra lá que teve momentos que eu vi a parede se mexendo e me assustei ao sentir o braço de Tony passando por mim e Alie.
Pep, eu te trouxe pra casa pra dormir e não pra você ficar pensando besteira.
Você também está acordado então não me repreenda e além do mais eu não vou conseguir dormir sabendo que a qualquer momento ele pode nos deixar – eu falei essa última parte com a voz embargada e voltando a encarar a parede.
Ele não vai nos deixar...
Como é que você sabe? – eu me virei para encará-lo- Quem te deu a certeza de que a Cassie não vai ligar pra mim dizendo que ele não aguentou? – eu tava chorando não sei por que eu estava com esse pessimismo já que até minutos atrás eu estava imaginando que ele já tinha tido alta e estava brincando com Alie no jardim.
Por favor ele é um Stark, por algum acaso nós abaixamos a cabeça pra alguma dificuldade? Ele vai sair dessa por que além de ser meu filho é seu também e eu tenho certeza que a disposição que ele tem pra viver é igual a que a sua mãe tem para nos ver separados... ele herdou a nossa teimosia não vai ser uma bacteriazinha que vai derrubá-lo – ele enxugou minhas lágrimas e beijou minha testa - Agora durma, por que eu sei que você não tá dormindo bem desde terça-feira.
Tony, e se...
Não cria tanto e se, ele vai ficar bem, você vai ver– eu me convenci das palavras dele e fui cogitando a possibilidade de um cochilo, lá pelas tantas eu senti meus olhos pesarem e me rendi ao meu cansaço.

(...)

Vê-lo daquela forma mexeu comigo, pois por mais que eu tenha ouvido tudo aquilo da irmã dela eu fiquei tentando me convencer de que as palavras tornavam o diagnóstico mais sofrido do que realmente era, mas assim que eu o vi através daquele vidro eu percebi que estava redondamente enganado. Assim que chegamos fui pesquisar mais sobre a doença e vi que tudo que Cassie disse era irrefutável, li relatos de pessoas que passaram ou que conheciam alguém que passou por isso e alguns deles não tinha um desfecho muito bom, me apeguei nas coisas que disse para Pepper, mas mesmo assim não consegui dormir passei boa parte da madrugada em claro e a cada minuto que se passava sem ter uma ligação de Cassie eu respirava aliviado, pela manhã pouco antes de tomarmos café Alie deu por falta dele e foi procurá-lo.

Nick! – ela saiu gritando por ele olhou embaixo da mesa, dentro do armário que fica embaixo da pia, no jardim e em todos os outros lugares onde ele costuma ir ou se esconder, mas não o achou - Mamãe, Nick sumiu – ela falou meio chorosa e eu a peguei no colo.
Ele não sumiu, coelhinha, ele tá no médico – eu falei pra ela.
Ele tá dodói? – eu confirmei - Quando ele volta?
Logo, logo – eu falei sem ter certeza. Mais tarde naquele mesmo dia nós fomos para o hospital e quando chegamos todos já estavam lá incluindo Rhodes que queria saber o que aconteceu, minutos depois da nossa chegada a irmã dela apareceu e nos disse que depois das 6:00 manhã ele começou a dar sinais de progresso e que até o final do plantão dela esses sinais continuaram a surgir e que se tudo continuasse assim ele logo estaria de volta, fomos vê-lo mais esperançosos, mas tenho que confessar que pra mim ele continuava na mesma, nada tinha mudado ele ainda estava dormindo e precisando da ajuda de aparelhos pra respirar a irmã dela disse que era por que ele não tinha se livrado da infecção e que conforme ele melhorasse isso passaria, mas o estado dele é instável em uma noite ele tinha melhoras na outra pioras e isso mexia com todos nós.
Eu... eu não quero que ele se vá, Tony – ela falou pra mim assim que saiu de lá - Eu não quero perder meu menino.
Você não vai – eu falei a ela e tentei passar no abraço uma força que eu não tinha. Mais dias se passaram e ele continuava na mesma, durante esse meio tempo eu passei a morar em Chicago resolvia os problemas da empresa através de vídeos chamadas e fazia o máximo para voltar logo de cada missão.
Quando será que ele vai acordar, Tony? – ela me perguntou exausta afinal estamos nisso há pouco mais de 4 semanas.
Ele vai acordar daqui a pouco, você vai ver – já perdi as contas de quantas vezes repeti isso pra ela e pra mim e como eu não consegui ficar lá olhando ele imóvel eu sai sem saber quanto tempo isso ia durar.

Estávamos em casa depois da irmã dela e de outro médico terem nos forçado a vim pra casa descansar, custamos a nos permitir cochilar e quando isso aconteceu durou aproximadamente uma hora e meia, pois fomos acordados por um celular que tocava estridentemente ao perceber que era o celular dela e me lembrar da situação eu fiquei angustiado.

Cassie, você tá falando sério? – ela perguntou chorando e eu engoli seco - Eu já vou... eu... ai meu Deus! Uhum...– ela continuou a chorar encerrou a chamada e me encarou.
O que aconteceu? – eu perguntei temeroso, ela só chorava e isso só me deixava mais angustiado - Ele morreu? – eu perguntei tentando controlar a minha voz - Fala alguma coisa, Pepper!
Ele acordou, Tony! – ela me abraçou fortemente e eu fechei os olhos e respirei aliviado
Eu disse que ele ia acordar, nosso jardineiro nanico não ia nos deixar na mão – ela riu e já tem um tempo que isso não acontece eu lhe roubei um beijo e encostamos nossas testas - Não chora, ele está bem – eu enxuguei suas lágrimas e ficamos assim por alguns minutos.
Temos que ir para o hospital – eu assenti e depois de um rápido banho nós fomos pra lá pegamos um trânsito meio congestionado e quando chegamos a família dela já estava lá.
Hey Ginny, vocês sabem como ele está? – perguntou Ethan.
Não, Cassie só me disse que ele acordou.
Vovó, Nick ainda tá dodói?
Parece que não, querida.
Os pais de Dominic Jensen Potts Stark – a enfermeira nos chamou e no mesmo instante Pepper ficou tensa.
O que houve? – ela perguntou um pouco alarmada.
Nada demais, só vim avisar que ele já foi transferido para o quarto e que já pode receber visitas – nós respiramos aliviados e acompanhamos a mulher, quando chegamos no quarto Cassie estava sentada na mesma cama que ele e lhe mostrando algo no celular, Pep não contou história correu para abraçá-lo e eu acho que acabou o machucando pois nós ouvimos um choro.
Uh! Mamãe, dói! – ela começou a beijá-lo e ele foi se calando.
Você nos deu um susto e tanto, campeão – falou o pai dela.
A vovó ficou tão preocupada!– eu ainda não acredito que essa veia tenha sentimentos.
Eu ia chamar vocês, mas ele estava assustado e não queria ficar com ninguém além de mim.
O que deu nos exames? – eu perguntei.
Até agora não deu nada, ele tá respondendo bem aos testes visuais, auditivos e aos neurológicos também, parece que nosso garotão está tão saudável quanto antes de contrair a doença – com isso eu senti todo o peso que estava nas minhas costas irem embora, Alie que estava no meu colo me pediu para colocá-la junto do irmão e Cassie não viu problema quanto a isso.
Dói? – ela perguntou apontando para o jelco que estava na mão dele e ele confirmou com um aceno - Dei água as plantinhas e cuidei da Pel... não fica mais dodói, Nick – ela falou autoritária e o abraçou com cuidado para não machucá-lo.
Isso me lembra vocês 4 numa época que eram irmãos unidos e não gladiadores.
É, eu também me lembro dessa união, era mais ou menos assim: Pai, fulano comeu o que eu guardei na geladeira! Pai, se beltrano não ficar quieto eu vou bater nele! Pai, se sicrano não devolver o bambolê vou afogar ele na piscina! É dessa época que você tá falando, amor? – a mãe dela riu e ele a abraçou - Eu prefiro agora pelo menos eles são adestrados – todos fizeram cara de ofendidos e eu e Hank rimos.
Na boca deles a gente nunca presta – Ashley falou indignada e foi apoiada por seus irmãos.
Nós podemos levar ele hoje pra casa, Cassie?– Matthew perguntou.
Não, ele vai ficar para observação, mas acredito que amanhã ou depois ele já tenha alta.
Vou passar a noite com ele – Pepper falou.
Não, nós vamos ficar – falou o pai dela - Vocês dois estão exaustos e precisam descansar.
E quanto a Alie deixe ela aqui, daqui a pouco acaba meu plantão e eu tenho certeza que ela vai gostar da noite das garotas que eu e Ash vamos ter com ela – desacordos a parte ela finalmente cedeu e depois de muitos paparicos e de ficar ouvindo e respondendo as alfinetadas da mãe dela nós voltamos pra casa e tivemos uma boa noite de sono.


(...)

Nick teve alta na manhã seguinte e junto com a alta veio o resultado dos exames que não acusaram nada e isso transbordou meu coração de alegria, por conta de sua volta fizemos uma breve comemoração e tudo estava bem até Ian chegar, na realidade ele não foi o problema pois ele só veio ver Nick e entregar uma bola de beisebol autografada pelos Yankees e ele ia embora, mas minha mãe pediu para que ficasse um pouco e em meio a conversas ela deixou "escapar" que eu e ele namoramos, eu olhei pra Tony que fez pouco caso e na manhã seguinte fomos para Malibu. Em uma noite de insônia eu sai do quarto para beber água, mas quando cheguei na sala encontrei Tony deitado no sofá e Nick dormindo em cima de seu peito.

Você me deu um belo susto, Nick – ele falou acariciando cabelos dele - Teve dias que eu achei que seria o seu último e eu ficava pedindo a quem quer que me escutasse pra que isso não acontecesse... Perdi a conta de quantas vezes disse a sua mãe que você ficaria bem sem nem ter a certeza de que você ia sobreviver no segundo seguinte, de quantas vezes eu me segurei quando sua tia dizia que você teve uma piora e que poderia ser que não passasse daquele dia e de como eu me senti impotente por não poder fazer nada pra ajudar... Você, sua irmã e sua mãe são minha família, minha única família e eu não quero perder isso – e ele ainda diz que não sabe ser pai, eu tentei voltar para o quarto em silêncio, mas assim que eu virei uma sinfonia em forma de estralar de ossos me acompanhou e ele levantou um pouco - Pep, o que tá fazendo acordada a essa hora?
Vim beber água e você o que faz aqui ainda mais com o Nick?
Ele acordou assustado JARVIS me avisou, ai eu o levei pra oficina distrai ele com algumas coisa depois dei...
Sorvete – eu falei em tom de reprovação.
Em minha defesa foi só duas colheradas, mas voltando ao que eu ia dizendo dei sorvete e me deitei com ele no sofá pra assistir alguma coisa e ele acabou dormindo. Acho que tá na hora de colocar ele na cama – ele subiu e eu fui beber água e quando eu voltei para o quarto ele já estava deitado na cama e eu me juntei a ele.

Durante os dias que ficamos lá eu fui notando o quanto ele mudou, o quanto ele era um bom pai, o quanto ele amava as crianças e principalmente o quanto eu o amava, mas infelizmente já era hora de voltar essa era a última noite antes de irmos embora e como as crianças estavam dormindo nós estávamos namorando na sala.

Fica comigo – ele falou beijando meu pescoço - Não vai embora, volta a morar aqui – ele falou pra mim entre beijos - Não volta pra Chicago, fica aqui com as crianças e vem morar comigo – ele estava em cima de mim e na hora coloquei as mãos sobre seu peito e ele parou.
O que? – eu perguntei surpresa.
Fica aqui e vem morar comigo – ele falou em um tom carinhoso, ele acariciava meu rosto e seu olhar era de um menino pidão e eu até poderia ficar se eu não tivesse uma vida lá.
Tony, nós temos família em Chicago. E além do mais eu trabalho agora...
Eu monto um escritório de advocacia pra você aqui ou simplesmente você volta a presidir aquela empresa, você leva mais jeito que eu pra isso.
Eu agradeço pela oferta, mas eu vou recusar. Eu quero caminhar com as minha próprias pernas e pretendo fazer isso trabalhando com quem já tem experiência...
Seu ex-namoradinho é quem vai te dar o suporte, Morango? É ele quem vai te ajudar?! – ele perguntou aumentando o tom de voz.
Você escutou o que eu disse? É um escritório de advocacia, não existe apenas o Ian lá, tem outros advogados mais velhos e mais experientes que ele.
Pode ter o melhor advogado do mundo lá, com ele você não trabalha mais! – eu arqueei uma sobrancelha e ele não se intimidou - Eu não quero que você trabalhe, fale ou veja mais ele! – ele falou com a expressão séria e firme.
Oi? Repete por que eu acho que não ouvi direito.
Você ouviu muito bem, você não vai mais trabalhar, falar ou ver mais ele!
Vá sonhando.
Pepper, eu sou seu namorado...
Falou bem é meu namorado e não meu dono, eu não sou o JARVIS ou as suas armaduras, você não pode dizer o que eu posso ou não fazer, sinto muito, Tony, mas eu não sou sua propriedade! – eu lhe empurrei e ele caiu de lado e mesmo sentado ele não poupou palavras e nós começamos a discutir.
Então quer dizer que você não gosta de ver como ele te deseja? Ele te olha como se fosse te devorar, fica criando fantasias com você, querendo você todas as noites e pedindo antes de dormir para que você dê uma brecha e ele possa te ter e fazer com você tudo o que ele quer! E sabe por que eu sei o que se passa na cabeça dele? Por que era, e, é assim que eu pensava e penso toda a vez que eu te vejo! Ele não tá interessado em ver o filho dele brincando com os nossos ele tá interessado em você, ele quer você, sua família quer ele com você...
Mas eu não quero ele comigo! – eu falei mais alto pra vê se ele se toca - Eu quero você comigo, será que não da pra notar? Tony, ele pode olhar como bem quiser, fantasiar e pensar o que bem quiser, mas ele não vai ter o que quer. Um apelido de colegial, uma indireta ou um olhar não me faz dele e sabe por que? Pelo simples fato de que ele não é você, seu idiota!– eu me distanciei um pouco, mas voltei dois passos - Eu não vou fazer com você a mesma coisa que fiz com o Pat, se é isso que te atormenta pode ficar despreocupado! – eu falei indo em direção as escadas.
Foi mal, perdi a cabeça – eu parei e voltei para perto dele - Sei que você não me trairia e que eu tenho que agradecer todos os dias por você ter se deixado levar naquela noite por que se não agora eu não teria vocês, mas tenta entender meu lado, poxa, como se não bastasse ele todo se querendo pra você vem a sua mãe e fica te empurrando pra cima dele mesmo sabendo que nós dois estamos juntos! E eu sei muito bem que bastam meias palavras pra você ir na onda dela.
Tony, eu não ia ficar com o Ian ou qualquer outro cara só por que a minha mãe acha que até um mendigo é melhor pra mim que você. Eu confio em você com a sua secretária que tem um orgasmo cada vez que diz seu nome por que você não pode confiar em mim também? – ele se ajoelhou e me puxou para perto me fazendo ficar da mesma forma.
Eu confio em você, só tive um acesso de ciúme não vai mais acontecer – ele me beijou e depois cheirou meu pescoço - Eu queria te prender aqui e te impedir de voltar, mas como eu não posso fazer isso vou trabalhar em algo que te traga de volta.
E o que seria? – ele me derrubou me fazendo ficar por baixo de novo - Olha que assim eu me apaixono.
Essa é a intenção – nós não nos preocupamos em subir, aproveitamos cada momento na sala a parte ruim foi a dor nas costas que surgiu pela manhã, mas nada que uma boa alongada não cure, eu voltei a Chicago e toquei minha vida e com o passar dos dias fomos firmando ainda mais nossa relação para o desgosto da minha mãe e de muitas mulheres.