Capítulo 14

Já chegou o ano novo e junto com a primeira semana do ano me veio a mente de que havia se passado uma semana desde que Tony caiu no jardim da casa dos meus pais e quase matou todo mundo do coração, ele ainda está debilitado e manhoso, mas agora ele está debilitado e manhoso na minha casa, ou seja, é pior do que quando estávamos na casa dos meus pais, assim que nós saímos de lá eu fui a procura de George um amigo de minha irmã que iria olhar como Tony estava, após alguns exames realmente foi constatado que ele precisaria de fisioterapia, a retirada dos pontos só acontecerá na semana que vem, ele também foi diagnosticado com uma forte anemia, desidratação e o começo de uma infecção urinária, e, é uma luta pra que eu possa convencê-lo a tomar os remédios ou comer qualquer coisa que ele não goste, às vezes... às vezes? Não, muitas vezes as crianças cooperam mais que ele.

– Tony, sai desse computador e vem tomar esses remédios!
– Você pode trazê-los até aqui! – ele gritou do escritório.
– Você é um saco sabia?
– E você me ama!
– Amo, mas nem por isso você deixa de ser um saco! – ele não me respondeu eu peguei os remédios e levei pra ele eu até ia atrapalha-lo, mas ele estava naqueles momentos de crianção, escrevendo, riscando algumas ideias e acrescentando outras então eu fiquei apenas observando.
– Pode dizer, eu sou lindo – ele falou depois de um certo tempo.
– Um lindo irresponsável. Seus remédios – ele fez careta, mas tomou sem reclamar - O que você está fazendo?
– Amadurecendo uma ideia.
– Já encontrou a Maya? – a expressão dele mudou, ele mexeu no computador e em seguida pegou as muletas que estavam apoiadas na mesa e se levantou.
– Maya está morta. Levou um tiro no estômago, o corpo dela foi encontrado no porto de Miami onde estávamos presos.
– Meu Deus! Quem fez isso?
– O mesmo cara que fez isso comigo – ele apontou para os machucados e para perna.
– O Aldrich? – ele assentiu. Depois de muita insistência minha Tony me contou que Maya pediu ajuda dele em um projeto chamado extrimes segundo ele isso era um soro ou vírus que prometia ajudar muitas pessoas, mas a ganância falou alto e a boa ideia foi deturpada pelo meu ex-chefe, Aldrich Killian - Você tem certeza que ele está morto, né?
– Tenho, cuidei disso antes de cair inconsciente no jardim da sua mãe – nós ficamos em silêncio e sem quê nem pra quê eu o abracei - Por que tá me abraçando?
– Podia ter sido você.
– Mas não foi – eu olhei pra ele que tinha um largo sorriso em seu rosto - Detestaria me perder, né?
– Eu arranjaria outro – ele fez uma careta e eu lhe dei um selinho - Mas ele nunca iria substituir você.
– Acho bom – ele me deu mais um beijo, mas dessa vez foi mais intenso e se eu não tivesse derrubado a muleta talvez eu tivesse me esquecido da atual condição dele, eu me afastei ele respirou fundo e forçou um riso.
– Cadê as crianças?
– Você não faz ideia de que horas são, né? Seus filhos já estão dormindo são 23:30 da noite, Tony.
– Mas já?! Eu ainda nem jantei...
– E nem tomou banho, mas seu jantar está no microondas, vá tomar banho que eu vou esquentar a comida – ele subiu e eu esquentei a comida, deixei no microondas e voltei a sala onde eu estava debruçada sobre mais um caso não era muito complicado, mas a minha atenção estava sendo desviada para o pensamento de entrar pra promotoria, era uma tarefa difícil, mas eu sabia... eu sei que sou capaz de exercer esse cargo e foi graças a esse pensamento que eu me desliguei do mundo.
– PEPPER! – o grito dele me assustou e me fez despertar.
– Você quer que eu morra do coração? – perguntei pousando a mão em meu peito.
– Tô te chamando há quase 1 hora.
– Dramático. O que foi?
– Vim te chamar pra dormir.
– Deixa eu guardar isso aqui e já vou – eu guardei toda a papelada na pasta e subi com ele para o "nosso quarto'', eu já estava prestes a deitar quando o meu celular tocou era o Augusto me ligou pra se despedir pois ele vai viajar amanhã para o Havaí e de lá volta pro Brasil com o peguete da Ashley, Lucas, nós ficamos um bom tempo conversando até que desligamos.
– Nossa, que incrível!
– O quê?
– Você ter desligado o celular. Achei que ia ter aquele momento: '' ai, desliga" " não, desliga você primeiro."– rolei os olhos não vou discutir por besteira - Esse te chama de quê, mesmo? Cereja? – eu o ignorei e me deitei - Ah, é, me lembrei que é Vivi.
– Quer parar? Ele salvou tua vida deveria tá agradecido.
– Eu já salvei a dele e ele nunca me agradeceu.
– E desde quando você foi ao Brasil salvar a vida dele?
– Não fui, mas se eu não tivesse impedido aquela invasão alienígena onde você acha que ele estaria agora? Isso mesmo, morto. Se ele me salvou não fez mais que a obrigação dele.
– Mal agradecido – eu ajeitei o travesseiro, dei as costas pra ele e os minutos foram passando, o ouvi resmungar, suspirar, bufar, bater o dedo no reator e até mesmo a fazer sombras e eu já estava me irritando - Tony, se você não ficar quieto eu vou te dar um tapa.
– Tô entediado. Não aguento mais isso – não me diga! Nem percebi. Ele estava praticamente debruçado sobre mim, seu braço estava ao meu redor e sua boca estava próximo do meu pescoço - Tive uma ideia – ele beijou meu pescoço, tirou a mão de cima da minha barriga e a colocou por dentro da minha camisola e a subiu para os meus seios, eu fechei os olhos e gemi baixinho enquanto sentia ele me massagear - Gosto de te ouvir gemer.
– Hum – os toques e os beijos dele estavam tão bons, eu precisava dele, mas me lembrei que ele não pode então eu parei - Tony... não – tirei a mão dele de cima dos meus seios e com muito esforço me levantei - Acho que... vou beber água. Quer água?
– Não – ele tava emburrado, eu também estou, mas tentei não demonstrar pra ele. Eu desci dei uma enrolada lá embaixo e depois voltei ao nosso quarto, mais uma vez me deitei ao lado dele e assim como ele fiquei olhando pro nada até o sono chegar.

A manhã chegou mais rápido que meu sono e por volta das 9:30 da manhã nós estávamos de pé, após o café da manhã eu fui trabalhar e ele ficou com as crianças. Era assim que as coisas estavam indo eu ia trabalhar e ele fica com as crianças que estão de férias, tem vezes que chego e os três estão dormindo no tapete da sala, em outras Tony está contando histórias mirabolantes sobre o Homem de Ferro e tem vezes em que ele está gritando com armadura/JARVIS por que eles estão obedecendo a mim e graças a isso ele está morrendo de tédio, é engraçado pelo menos pra mim, né. O expediente já estava acabando quando eu encontrei com o Ian no estacionamento eu não o vi o dia inteiro e como seu carro estava estacionado ao lado do meu eu o cumprimentei.

– Oi, Ian.
– Oi. E então como estão as coisas em casa, Morango? Tony está melhor?
– Está sim, Ian. E com você como está? Fiquei sabendo da Annie.
– As notícias correm.
– Principalmente quando nossas mães são amigas. E aí, vão ou não?
– Não sei, temos um filho e...
– Vocês não tem que fazer isso pelo Noah tem que fazer isso por vocês.
– Eu não assinei o divórcio.
– Como?
– Não tive coragem, forjei papéis e todo mundo pensou que estávamos separados.
– Mas, Ian, e como você ia fazer depois? Por que você fez isso é a minha primeira pergunta.
– Eu... eu... vamos conversar em outro lugar – eu concordei o estacionamento não era o melhor lugar para conversar o que ele queria conversar, entramos em nossos respectivos carros e de lá mesmo mandei uma mensagem para Hank a resposta foi rápida ele disse que estava por perto e que iria nos encontrar na lanchonete que era o nosso point quando éramos adolescentes, o segui até chegarmos lá e fiquei surpresa ao ver que Hank já estava lá - O que você tá fazendo aqui, Hank?
– Eu esperava um oi, Hank, quanto tempo, amigo! Tudo bem?
– Oi, Hank, quanto tempo, amigo? Tudo bem? Agora, o que você tá fazendo aqui?
– Comendo Waffles e vocês vieram fazer o que aqui?
– Comer.
– Ótimo, irei me juntar a vocês – nos sentamos, pedimos algo pra comer e eu fiquei encarando ele.
– Ian...
– Tudo bem, fiz isso por que eu não queria me separar, mas ela estava decidida então eu fiz tudo aquilo...
– Devo dizer que eu não tô entendendo patavinas?
– Ian forjou os papéis do divórcio ele nunca se separou da Annie – Hank arqueou a sobrancelha e Ian maneou a cabeça reconhecendo um erro.
– Por que?
– Por que ela queria, tava chato essas brigas, eu preferia dormir no escritório do que dormir em casa, sempre tinha alguma coisa pra ela discutir bastava ela me ver pra que tudo começasse, o Noah chorava de um lado eu e ela gritávamos do outro e isso foi ficando cada vez mais frequente.
– E por que vocês brigavam?
– Sei lá! Ela nunca me dizia, achei que ela tivesse tendo um caso com alguém, mas investiguei e vi que não tinha, aí achei que ela pensava que eu tinha um caso com alguém, mas ela sabe que eu não tenho. Então ela brigava, fazia de tudo para o Noah ficar comigo e eu fui me enchendo e quando ela pediu o divórcio eu "dei". Daí, ela volta sei lá de onde e diz que quer recomeçar e que deve desculpas a mim e ao Noah... A propósito, Morango, ela achou que eu tô tentando ficar com você.
– Tony também acha isso.
– Nossa história já rendeu o que tinha de render.
– Eu sei.
– É, mas se não tivesse eles vocês...?
– Não descartaria essa possibilidade.
– Nem eu. Mas o que você vai fazer?
– Não sei.
– Por que não tenta, Ian? Olha a minha situação, eu daria qualquer coisa pra ter a opção que você está tendo agora. Conversa, cobra uma explicação e se você notar que não vai dar bota de vez um ponto final nessa história. Você ainda gosta dela?
– Pior é que eu gosto.
– Então tenta, Ian. Vocês fazem um belo casal e tem um filho muito bonito juntos, por que rebater pra fora do estádio essa chance?
– Pior do que tá não fica, né?
– Não. – eu e Hank respondemos, em silêncio nós comemos o que pedimos, pagamos a conta e saímos da lanchonete, ele não disse o que ia fazer apenas deu um abraço em nós dois e se foi. - Você acha que ele vai falar com ela? – perguntei.
– Vai. Você conhece ele tão bem quanto eu e sabe que ele vai – eu concordei e ele passou o braço sobre meu ombro.
– Como chegou aqui tão rápido?
– Eu já estava aqui. Comendo waffles se quer saber.
– Como está no trabalho?
– Tá indo. Tem dias que parece que nunca saí de lá e tem outro que parece que nunca entrei. E como estão as coisas com o homem que caiu do céu?
– Manhosas – ele riu.- Mas é bom tê-lo em casa só assim eu sei que ele não tá morrendo por aí. E também tem o Nick que adora imitá-lo. Olha só – eu tirei o celular da bolsa e dei play no vídeo. Nick segurava um pequeno guarda chuva como se fosse uma bengala e enquanto Tony caminhava mais a frente ele o imitava logo atrás - Quem é esse, Nick?– eu perguntei com graça e ele parou.
– O papai – eu e Alie rimos, Tony parou, se virou e ficou de olho nele que voltou a postura de antes e caminhou na minha direção - Pepi – ele falava enquanto anda e eu caí na gargalhada - Pepi! Mamãe!
– Ah, sim! Oi!
– Pepi, com dor – ele falou fazendo careta.
– Mas você já tomou o remédio, amor – Nick andou mais um pouquinho e continuamos a rir.
– Pepi, sozinho – ele reclamou imitando o bico do Tony - Pepi, machucou o dodói. Pepi, me dá um beijinho – ele fez uma dancinha, largou o guarda chuva e correu pra mim.
– Lhe dou todos os beijinhos do mundo – eu o beijei, o abracei e não demorou para que Alie ficasse enciumada.
– Também quero beijinho– eu a acolhi em meu abraço e também a cobri de beijos. Tony veio até nós tomou o celular e virou a câmera para si.
– Você dá chocolate, pizza e sorvete escondido e o que eles te dão em troca? Isso mesmo, zoação.
– Ah, Tony, não reclama até que é fofinho ele te imitando– ele voltou a nos filmar e nós rimos.
– Vou me lembrar dessas palavras quando ele for o terror das garotas no colégio e você vier reclamar comigo– eu lhe dei língua.- Eu não ganho nada? Era as minhas custas que vocês estavam rindo – me levantei, caminhei até lhe dei um beijo e parei a gravação.
– Nick sabe imitá-lo muito bem.
– Eu que o diga. Pra onde você vai agora?
– Ver os meus pais, eles estão reclamando da minha ausência. E você?
– Vou voltar pra casa. Tem 3 crianças que estão há muito tempo sem ter um adulto por perto – nós rimos ele me acompanhou até meu carro e de lá fui pra casa. Quando cheguei encontrei o mais completo silêncio, acho que estão dormindo, mas eu os procurei pela casa inteira e não achei ninguém rapidamente liguei pra Tony e o mesmo me disse que já estava na porta de casa, abri a porta e vi as crianças montadas na Pel e Tony segurando a coleira - Mas o que significa isso? E onde vocês estavam?
– Oi, mamãe, a Pel é nosso cavalinho – Nick a abraçou e os dois quase caíram quando ela se mexeu.
– Mamãe, a gente brincou no parque– eles estavam animados saíram de cima de Pérola e entraram em casa correndo, Tony soltou a coleira dela e ela correu atrás dos dois.
– Onde vocês estavam?
– No parque, ué. Tava um tédio aqui dentro. Como foi seu dia?
– Normal. Como foi que você conseguiu lidar com eles?
– Fazendo promessas.
– Que promessas?
– Se comportem que quando o papai melhorar nós voamos juntos.
– O quê? Nunca!
– Relaxa, Pep, foi só pra controlá-los.
– Não confio em você, Sr. Stark. Vou dar um banho neles.
– Eu também vou, tá um calor infernal! – eles estão mais energéticos que o normal tenho certeza que Tony deu doce a eles, quando eu finalmente terminei de banha-los notei que eu estava ensopada, desci e os deixei assistindo Madagascar e subi pra tomar um banho também.

Rapidamente me despi e entrei no banheiro encontrei Tony só de toalha e fazendo a barba ele parou de olhar para o espelho quando me viu nua, logo passei por ele entrei no banho e fiquei ali por alguns minutos, ao sair vesti uma roupa de tecido leve e desci.

– ...Tá bom, eu digo. Já falei que vou dar o recado, daqui a pouco nós aparecemos por aí. Tchau.
– Quem era? – perguntei quando vi ele desligar o telefone.
– Seu irmão. Ele disse que tem um assunto urgente pra falar, que tem que ser na casa dos seus pais e todo mundo tem que tá lá.
– Será que aconteceu alguma coisa na empresa?
– Não sei, mas você só vai saber se for lá.
– É verdade. Sabe qual o lado bom de ir pra casa dos meus pais agora? É que eu não vou ter de fazer o jantar – ele riu - Crianças, vamos pra casa do vovô e da vovó.
– Eba!
– Você vai?
– Ir e ouvir a notícia ou ficar e morrer de tédio? Eu vou – o trânsito estava meio ruim esse horário é sempre assim e demorou mais que o normal para chegarmos.
– Mamãe, tem dois vovô! – assim que eu parei o carro na garagem e os tirei da cadeirinha eles correram pra lá e antes que eu pudesse entrar Alie entrou e me disse isso e eu só entendi o que ela quis dizer quando cheguei a sala e vi meu tio e meu pai sentados lado a lado, o fato é que meu tio tirou o bigode e eu não sei quem é quem.
– Quem é o sogro e o não sogro? – perguntou Tony
– É o que estou tentando descobrir desde a hora que cheguei– falou Cassie - O papai é o de branco e o tio é de cinza! Certeza!
– Seu sogro é o de cinza, Anthony – respondeu minha mãe calmamente - Ou seja seu tio é o de branco, Cassie.
– Tem certeza, mãe?
– Conheço o meu marido e o cheiro dele. Onde está Ethan?
– Achei que ele estivesse aqui já. Vou tentar ligar pra ele– elas fizeram o caminho da sala de jantar e eu fiquei prestando atenção na luta do meu pai pra explicar para as crianças que era o "vovô verdadeiro".
– Ainda bem que você não tem uma irmã gêmea idêntica, Pepper, acho que eu poderia me confundir, errar de quarto, sabe – sussurrou Tony.
– O mesmo vale pra você, Tony. Já pensou se estivéssemos namorando e você tivesse um irmão gêmeo e eu dormisse com ele achando que era você e ele fosse o verdadeiro pai da Alie e do Nick? Ia ser engraçado, né? Daria um bom enredo pra filme.
– Daria, tenho até um nome pra esse filme. " Nem nos seus sonhos eu ia deixar meu irmão te pegar."
– É um título muito grande pra um filme não acha?
– Olha aqui, Srta. Potts, agradeça por eu estar de moletas senão você ia ver o que é muito grande.
– Você está me ameaçando? Eu posso prestar queixa contra você – ele arqueou a sobrancelha - Embora eu saiba que esse "muito grande" que você quer me mostrar é melhor livre – eu passei meus braços ao redor do pescoço dele aticei o começo de um beijo e mordi seu lábio inferior.
– Quando tudo isso acabar eu...
– Família, cheguei! – Ethan entrou de mãos dadas com Michele e eu rolei os olhos. Michele é a namorada que não é namorada do Ethan, eles estão nessa desde que estavam no ensino médio, a história deles dá pra fazer uma novela.
– Vou dar uma chamada nesse dois – falou meu pai - Vocês não se decidem? Uma hora tão junto, depois não tão mais, depois ficam juntos de novo e diz que não e...
– Pai, eu pedi ela em casamento! - minha boca se abriu de tão surpresa que eu estava, meu irmão não era tão igual ao Tony, mas nunca o imaginei casado – Pera, você é o meu pai, né? – ele perguntou ao ver papai e tio Joe, Cassie balançou a cabeça em confirmação e ele riu.
– Tan, hoje é 6 de janeiro e não 1° de abril – falou Ashley.
– Não acreditam? Vai, Mile, mostre o anel – ela mostrou o anel que ostentava na mão direita e mais uma vez todos nós ficamos sem palavras - Família? Achei que vocês iam ficar felizes por mim... por nós.
– E estamos, mas foi uma notícia...
– Impactante– completou minha mãe.
– Então lá vai outra. Sr e Sra. Potts, eu estou grávida – Cassie deixou a maçã que comia cair, Ashley arregalou os olhos e eu, bom, se fosse possível minha boca já tinha ido parar no centro da terra de tantas vezes que ela está despencando.
– Ok... Pedro e Fernanda vocês estão atrasados! Virginia teve dois filhos, Ethan e a noiva vão ter...?
– Por enquanto a ultra só mostrou um.
– Lá vão 3! Quero os meus netos também.
– Vocês vão casar por que ela tá grávida? – perguntou Tony.
– Não, eu a pedi em casamento há duas semanas e descobrimos sobre o bebê hoje.
– Só pra constar. Eu não tô doida e todo mundo ouviu o mesmo que eu que foi o Ethan dizendo que vai casar e ser pai, certo?
– Certo– cada um de nós falou. O primeiro a felicitar meu irmão foi o meu tio, depois o Tony e depois foi o resto de nós.
– Não vejo a hora de vê-lo aqui fora.
– Ninguém vai desejar isso mais que ela– falou minha mãe olhando estranhamente para o casal a nossa frente.
– Por que?
– Por que, pesa. Mas todo o esforço vale a pena quando estão aqui fora– ela sorriu, acho que está feliz pelo o mais novo integrante da família.
– Não sei descrever a sensação que é vê-los e tê-los em seus braços pela primeira vez. Tudo o que eu posso dizer é que depois disso... na verdade assim que você sabe que tem um serzinho que é metade seu o seu coração se divide também. O meu se partiu em dois... três na realidade– sabe quando você tá na classe e tá todo mundo conversando, mas as pessoas param justo na hora que você fala algo impróprio ou constrangedor e todo mundo se vira pra te olhar? Pois então, foi agora, todo mundo estava me olhando.
– Pep, você...
– O quê? Eu? Não, gente, não. Quis dizer que meu coração se partiu em dois por causa do Nick e da Alie e corrigi dizendo que era três por que vi que esqueci de você.
– Já tava enfartando aqui– falou meu pai com a mão no peito - Sem mais netos a caminho?– ele olhou para cada uma de nós e nós confirmamos.
– Depois do jantar nós vamos conversar– falou minha mãe com o seu tom autoritário e meu pai concordou.

O jantar foi regado com aquela típicas típicas perguntas " é menino ou menina '', " quem será que vai puxar? '' Mas quando todos acabaram de comer meus pais olharam para eles e entendemos que era a deixa para que dessemos privacidade a eles e como isso é uma história que só interessava a eles cada um de nós foi saindo e indo para as suas devidas casas. Quando chegamos em casa as crianças voltaram ao seu entretenimento que era montar um robô no tapete da sala enquanto Tony e eu os vigiava e assistíamos ao CSI.

– Pepper, como era?
– O episódio? Nem acabou ainda, mas é assim ele é um ex-lutador de box que ninguém gostava então ele levou uma flechada, foi envene...
– Não, Pep, eles. Como eles eram no começo? – ele perguntou apontando para as crianças.
– Que começo? Tecnicamente existem dois.
– Os dois, ué.
– Bom, no começo do começo não dava pra ver muita coisa só um pontinho que eu achava que era só um mesmo até que fui na segunda consulta e descobri que tinha um pontinho escondido atrás do outro. Depois eles foram crescendo e tomando forma, os bracinhos, as perninha os olhinhos... quando eu consegui descobrir o sexo deles na ultrassom Nick estava bocejando e Alie tinha o dedinho na boca chorei tanto naquele dia.
– Você nunca pensou em me procurar?
– Teve momentos que sim. Às vezes eu tinha tanta raiva de você, Tony, que eu tinha vontade de ir aquela mansão e te bater ou te matar sufocado com o travesseiro ou com a calcinha de alguma puta que você estivesse transando.
– Isso seria uma forma carinhosa de me agradecer por ter te engravidado? Deveria ter me procurado, Pepper, eu ia surtar sei que ia, mas eu ia me acostumar com essa novidade.
– Será, Tony? Às vezes penso como você, mas na maior parte do tempo acho que foi melhor assim. Não adianta remoer, isso não vai mudar nossas decisões anteriores, mas agora estamos juntos e podemos viver nosso presente e planejar um futuro onde tenha nós quatro.
– Você tem razão.
– Onde você vai?– perguntei ao vê-lo se levantar.
– Dar continuidade ao planejamento do futuro– ele me deu um selinho e fez o caminho para o escritório.
– Tony... eu te amo.
– Eu também me amo – rolei os olhos - Brincadeira. Amo você, Pep.

Depois dessa noite nós não tocamos mais no assunto: "o que teria acontecido se eu tivesse ficado", mas ele ainda quis ver fotos das crianças recém-nascidas e também quis saber como foi a gravidez, lhe contei sobre as mexidas que não me deixavam dormir, os enjoos, os desejos e as intermináveis horas de parto, eu sei e ele também sabe que isso não serve pra criar uma lembrança fixa de que ele esteve por perto durante esse tempo, mas serviu pra preencher uma lacuna.

Duas semanas depois, ele já estava melhor que antes, as costelas não mais doíam, os arranhões e manchas roxas já sumiram, a anemia estava sendo controlada, a desidratação e o começo de infecção urinária não mais existiam e os pontos da perna dele foram retirados, ainda era necessário uma das moletas, mas ele já usava com menos frequência, ele também começou a fazer a bendita fisioterapia e até que ele não tá reclamando tanto, enquanto ele cuidava da saúde eu corria atrás do meu sucesso profissional não contei a ninguém sobre meus planos ambiciosos até que finalmente vi o resultado.

– Tony, preciso de contar uma novidade!
– Eu também– ele estava igualmente empolgado, mas também aparentava estar nervoso.
– O que foi?
– Conte primeiro.
– Contamos juntos.
– Melhor. 1, 2, já.
– Sou a mais nova promotora do estado!
– Vou tirar o reator!
– O quê?!
– E marquei a cirurgia pra daqui 5 semanas.