A palidez e a inércia de Tony me assustavam, eu não fazia ideia de como iria tirá-lo dali até que uma luz me clareia a mente, JARVIS! Era o JARVIS quem ia me ajudar, sem pestanejar coloquei o capacete e logo se materializou a interface me deixando impressionada por alguns segundos.

JARVIS?
Verificando retina... confirmado Pepper Potts. Srta. Potts, a senhorita tem um recado do Sr. Stark.
Depois eu escuto. O que tá acontecendo com o reator, por que tá piscando?
Segundo a minha análise o reator apresenta falhas graças a má colocação...
Má colocação?
O reator do peito do Sr. Stark foi retirado algumas vezes o que resultou na má colocação.
Foi retirado? O que? Como assim?
O Sr. Stark desapareceu por alguns dias o contato comigo foi perdido e só consegui restabelecê-lo há pouco tempo, Srta. Potts. Sinto por não poder dar mais informações.
Faça uma análise dele, JARVIS.
O Sr. Stark, encontra-se com três costelas trincadas, escoriações pelo corpo e rosto, uma torção no pulso, corte profundo em sua panturrilha esquerda causando uma hemorragia externa...
JARVIS, abra a armadura! – não esperei o resto do diagnóstico dei a ordem pois não podia mais vê-lo daquele jeito.
Srta. Potts, os protocolos...
Foda-se os protocolos, abra!
O Sr. Stark...
Eu me resolvo com ele, JARVIS, agora pelo amor de Deus, abre! – ele fez o que eu pedi e como se fosse um casulo a armadura se abriu, mostrando Tony com cortes, manchas roxas e sangue espalhado pelo o corpo e só de cueca - Tony... JARVIS, o que eu faço com o reator?
Terá que recolocar na placa de base, a má colocação está causando mau contato e fazendo alguns fragmentos andarem um pouco a cada segundo.
Ok, já fiz isso uma vez posso fazer de novo, não posso? – perguntei a mim mesmo - JARVIS, o que acontece se eu demorar demais?
O Sr. Stark terá uma parada cardíaca e morrerá – respirei fundo.
Ginny! – meu pai bateu no capacete e só agora me dei conta de onde estávamos - O que tá acontecendo?
Depois te explico, pai.
Que voz é essa? – pra mim a minha voz tava normal, mas ai me lembrei que quando Tony usa esse capacete a voz dele fica meio robótica então a minha deve tá do mesmo jeito.
JARVIS, tem como eu falar com você sem usar esse capacete?
O Sr. Stark tem um ponto eletrônico no ouvido a senhorita poderá falar e me ouvir se usá-lo.
Se eu tirar o ponto do ouvido dele você vai parar de monitorá-lo?
Não, Srta. Potts, ele inseriu em si alguns chips e graças isso eu continuarei o monitorando mesmo com a retirada do ponto – tirei o capacete, procurei o ponto e o coloquei.
JARVIS?
Sim, Srta. Potts? – escutar a voz dele já me bastava então meio trêmula eu girei aquele arco meio brilhoso e fui puxando lentamente.
Mas o que é isso? – perguntou Cassie.
O coração dele.
Coração?
É, coração! Alguém vai atrás de um kit de primeiro socorros vou precisar depois que fizer isso.
E teu pai reclamando do marca-passo, Lucas – ouvi a voz do meu tio e foi a última em que eu prestei atenção, me concentrei em recolocar o reator, respirei fundo algumas vezes antes de puxar de vez.
O Sr. Stark está perdendo a estabilidade, Srta. Potts.
Eu sei, JARVIS, não me deixa mais nervosa – botei a minha mão naquela mangueirinha e mesmo tendo prometido a mim mesmo que nunca mais faria isso enfiei a minha mão no peito de Tony e recoloquei aquilo na placa de base e assim como da última vez ele levou um choque, o brilho voltou o reator não mais piscava tinha a sua energia concentrada num só lugar e eu respirei mais aliviada.
Srta. Potts, creio que deva dar atenção aos ferimentos do Sr. Stark principalmente ao da perna.
Ethan, me ajude a virá-lo – meu irmão me ajudou, mas o sangue da perna grudou a pele dele com a armadura, eu fui desgrudando e assim que afastei tudo o sangue começou a jorrar - Cassie!
Já vou!– ela esterilizou as mãos e o que ia usar - Ele precisa de um médico, Ginny.
E você é o que? Uma açougueira?! – ela parou de limpar o ferimento e começou a me encarar.
Eu te ajudo – Augusto se intrometeu esterilizou as mãos e inverteu os papéis - Eu cuido da perna e você cuida dos outros ferimentos.
Mas você...
Sou médico, clínico e cirurgião geral – ele não contou mais nada e nós também não nos interessamos em saber, enquanto os dois faziam o que podiam eu com a ajuda de JARVIS narrava a situação do corpo do Tony e apesar da precariedade eles conseguiram controlar a situação.
Preciso de cobertores.
Eu vou buscar – me levantei meio desnorteada e corri em busca dos cobertores, mamãe sempre mantém um "estoque" no armário que fica embaixo da escada ao chegar lá peguei os mais grossos e voltei eu ia enrolá-lo, mas fui impedida por Augusto e Cassie que me disseram que tinham que limpá-lo primeiro e só depois da limpeza dos ferimentos é que fui autorizada a enrolá-lo e fiquei agachada olhando pra ele - E então?
O sangramento foi controlado e apesar dessa perda ele não vai precisar de uma transfusão – me explicou Cassie.
E a perna dele?
Bom, pelo o que eu vi aqui ele não vai perder a perna ou movimento dela, mas terá de usar muletas por um tempo o ideal seria ele usar uma cadeira de rodas por...– eu cortei a explicação de Augusto que voltava sacolejando suas mãos que haviam sido limpas pela a água.
Não tem pessoa nesse mundo que faça ele usar uma cadeira de rodas.
Eu moro longe, mas conheço a fama de Tony Stark, então recomendo que ele use muletas, que fique de repouso e que não o deixe fazer qualquer esforço físico, ah e ele vai ter de fazer fisioterapia.
Mas você disse que ele não corre risco de perder a perna ou o movimento dela, então por que ele tem de fazer fisioterapia? – perguntou minha mãe.
O corte atingiu músculos e por pouco não pegou em um nervo então é melhor fazer uma fisioterapia do que ficar andando pra lá e pra cá e piorar a situação.
A vida dele foi salva, mas como vamos colocá-lo em casa? Sim, por que não podemos deixá-lo aqui – falou meu pai.
Tive uma ideia – meu primo que correu pra dentro de casa e quando voltou trouxe consigo uma prancha de surf - Colocamos ele aqui com cuidado e o levamos lá pra cima, simples e fácil – isso tudo tá sendo primitivo, mas tá funcionando.

Com cuidado Augusto e Ethan o colocaram em cima da prancha e depois Pedro e Ethan o levaram para o meu antigo quarto, não deu tempo de preparar nada, mas ele estava arrumado e isso era suficiente, depois que tudo estava mais "calmo" Augusto e minha irmã vieram para o quarto trazendo remédios, suporte para soro e soro, escalpe e mais alguns instrumentos que eu não fazia ideia dos nomes.

Vocês assaltaram um hospital?
Não, casa do médico.
Assaltaram a casa do médico? – eles me encararam sem paciência e eu me afastei e fui procurar por meus filhos que estavam assustados com todo aquele barulho - Nick, Alie! – os dois estavam com minha prima Nanda e logo correram até mim.
Mamãe, o papai.
Nick, quer ver papai– é, apesar do tempo ter passado dele ter completado 3 anos ele não abandonou esse novo modo de falar e ainda não sei quem o acostumou a falar desse jeito.
Olhem, a tia Cas tá cuidando dele e quando ela sair eu levo vocês para ver ele– Cassie e Augusto demoraram um pouco para sair, mas assim que fizeram isso eu entrei com as crianças no quarto e vimos Tony parecer uma múmia enfaixado nas costelas, o pulso e até mesmo os ombros.
Papai? – Alie chamou.
Ele tá dormindo, meu bem – os coloquei um em cada lado da espaçosa cama de casal em que Tony se encontrava deitado no meio.

Achei tão fofo cada um deles cuidadosamente procurar se aconchegar ao pai que eu não ousei atrapalhar, me sentei na cadeira que ali havia e fiquei os observando as crianças dormiram e quando isso aconteceu eu os tirei de lá e os coloquei no quarto que era deles, fui a sala e quando cheguei encontrei Rhodes ele me disse que não sabia de nada e me perguntou o que havia acontecido e eu lhe falei. A noite chegou todo mundo ainda estava surpreso com o que aconteceu agora nós falamos do assunto com mais descontração, mas sempre dizemos que outra dessa mataria todos nós do coração.

Esse é um natal que ninguém vai esquecer – falou Ethan.
No quesito entrada triunfal seu namorado ganha de lavada – falou minha tia - Mas ele está bem?
Está sim, tia. Mãe, sinto muito pelo o seu jardim.
Se você sente imagine eu.
Uns namorados batem o carro, outros a moto, o dela despenca do céu – falou Augusto sorridente, o sorriso dele era contagiante e eu ri também - Ele tem muita sorte de te ter como namorada não é qualquer uma que teria a calma pra fazer tudo aquilo.
Calma? Eu tava em pânico. Muito obrigado pelo o que você fez.
Não fiz mais do que deveria.
Você sabe o que aconteceu, Ginny?
Não faço ideia, papai.
Oi, família! – saudou Ashley que chegava de seu turno intermediário - Vocês não sabem o inferno que tava o trânsito! Perdi alguma coisa? – nós rimos - Por que a risada coletiva?
Vai no quintal – ela arqueou a sobrancelha - Vai – ela foi e eu comecei a minha contagem regressiva de 3,2,1.
Mas que porra foi essa?! Caiu um meteoro aqui? Como foi que vocês sobreviveram? A NASA sabe disso? Ai, meu Deus a gente vai parar na área 51!
Foi o Tony.
O Tony? Mas por que diabos ele fez isso?
Boa pergunta quando ele acordar eu faço.
Tô boiando.
Vou te dizer – antes que eu pudesse explicar o relógio bateu meia noite e sorrimos, nos levantamos para desejar uns aos outros um feliz natal e fomos a mesa nos servir e foi ali desfrutando daquele farto jantar que nós contamos a Ashley tudo o que aconteceu quando ela estava fora. Não fiquei por muito tempo, logo voltei ao quarto e sentada numa poltrona fiquei de olho em Tony que ainda permanecia em seu sono lá pelas tantas da noite ele passou a ter febre e delirar.
Maya... Maya... Maya – quando eu ouvi esse nome tive vontade de puxar a porcaria do travesseiro e matá-lo sufocado, mas tentei me controlar e tratei de cuidar daquela febre que parecia só aumentar.
Quem é essa Maya? – meu perguntou Cassie me assustando.
Pai celestial! – falei com a mão em meu peito e ela sorriu - Você não tinha ido pra casa?
Até ia, mas já que o Augusto foi para o hotel eu resolvi ficar para te dar um suporte caso precise. Voltando a pergunta quem é Maya?
Uma ex-namorada dele.
Que miserável! Depois de todo esse trabalho ele chama por outra mulher, se eu fosse você deixava ele se ferrar, deixaria a perna dele gangrenar e cair e quando ele estivesse perneta eu ia chegar com uma muleta e dizer "toma cachorro que o teu é esse" e saía jogando beijos no ar.
Jesus! Ainda bem que eu sou tua irmã – rimos baixinho- Jim não sabe desse seu lado psicopata? – ela fez que não.
Maya... Maya...– mais uma vez ele chamou por ela.
Já pensou em matá-lo sufocado?
Desde o momento que ele começou a chamar por ela.

(...)

Meu corpo pesa e meus olhos também, não sei o que me aconteceu a última coisa que me lembro é de estar tentando sair daquela enrascada em que Maya me meteu, tentei tirá-la dali, mas ela disse que precisava mudar o mundo e que dessa vez usaria os métodos certos eu não podia ficar lá eu tava morrendo tinha que sair dali e foi o que eu fiz, tô me sentindo um pouco culpado por tê-la abandonado entretanto ficar lá foi uma escolha dela e cada vez que minha consciência quiser me culpar é essa a desculpa que eu vou usar. Agora que estou mais desperto presto atenção no quarto que estou a cama é larga e de casal, os raios de sol atravessavam a cortina branca e seja lá onde eu estou todo esse cômodo me parece aconchegante, tento me levantar a o corpo reclama de dor e minha perna esquerda eu mal consigo mexer, reparo que nos meus braços tem alguns fios e assim eu noto que estou tomando soro puxo aquilo sem pestanejar e volto a afundar minha cabeça no travesseiro.

Caramba, eu não sabia que seu pai era assim.
Meu pai tem um monte de história pra contar – duas vozes invadiram o quarto uma era masculina e a feminina era da Pepper.
Pep? – eu chamei e ela se aproximou ela estava usando uma camiseta e shorts jeans, segurava uma garrafa de cerveja e tinha um loiro do seu lado que também segurava uma garrafa de cerveja.
Ei, Tony, como está se sentindo?
Dolorido. Onde eu estou?
Na casa dos meus pais, no meu quarto precisamente falando. Você quase matou todo mundo do coração, sabia? – eu tava confuso não fazia ideia que tinha vindo parar aqui.
A perna está doendo? – me perguntou o loiro.
Sim.
Você deu sorte por pouco não a perdeu.
Como eu vim parar aqui?
Você caiu no jardim da minha mãe.
Eu cai no jardim da sua mãe? Ela tá querendo minha caveira, não é?
Você não faz ideia – os dois responderam ao mesmo tempo e sorriram olhando um pro outro.
Hum! – pigarreei - Quem é você?
Esqueci de apresenta-los. Augusto esse é o Tony o... o pai das crianças.
E o namorado dela – complementei sem entender o por que da apresentação ser apenas como o pai das crianças.
São crianças adoráveis e engraçados também.
É, são mesmo. Pepper, quero ir no banheiro será que tem como me ajudar a pelo menos me sentar – eu pedi ajuda a ela, mas esse cara se meteu me colocou de pé e Pepper me ofereceu um par de muletas - Ah, não.
Você tem três opções: muletas, cadeira de rodas ou perder a perna, qual você prefere? – eu me calei e praguejei apontando para as muletas - Sábia, escolha.
Não apoie o pulso enfaixado ele está torcido e eu tenho certeza que você não vai querer se machucar – eu "aceitei" uma das muletas e ela me guiou até o banheiro que ficava no quarto, o tal loiro sugeriu que eu tomasse banho para que os curativos pudessem ser refeitos ela me entregou roupas, toalha e me mostrou que ali também havia uma escova de dentes, fiz a minha higienização matinal e em seguida liguei o chuveiro e eu juro que nunca fiz tanta acrobacia para tirar uma mísera cueca e tomar banho, eu tava machucado, muito machucado, mas também pudera apanhei igual a um condenado, sai do banheiro com uma toalha ao redor da minha cintura e ainda encontrei o loiro ali eles dois conversavam algo que eu não entendia eu ouvia eles falarem, mas não entedia nada.
JARVIS – chamei e além de não ter resposta atrai a atenção deles.
Ah, tá aqui – ela tirou meu ponto eletrônico do ouvido e colocou no meu, a mão dela tocou suavemente em meu rosto e depois de tanto tempo afastado dela, sentir sua pele na minha me fez ver que eu tinha uma grande necessidade de beijá-la e aproveitando sua proximidade foi isso que eu fiz, no começo ela meio que negava, mas depois se deixou ir quando nos separamos o cara permanecia lá, mas olhava um canto qualquer do quarto.
Você quer ajuda com os curativos?
Não, Guto, pode deixar que eu cuido – já ouvi esse nome em algum lugar, mas não tô conseguindo lembrar. Ele saiu do quarto e o sorriso que antes ela sustentava deu lugar a uma carranca, ela me fez sentar na cama e começou a cuidar dos meus machucado e eu tenho que dizer que ela não nenhum pouco carinhosa.
Ai, Pep, devagar! – ela estava enfaixando ao redor das costelas e não tava economizando no aperto, ela terminou de refazer os curativos se colocou de pé e me encarou.
Por que você me beijou?! Por que disse que era meu namorado?! – ela estava furiosa e eu estava confuso.
Por que eu tava com vontade. E sabe, eu ia fazer uma pergunta semelhante por que não disse que eu sou seu namorado? – ela esperneou e quase me bateu, me lançou um olhar fulminante e eu permaneci sentado.
Por que você não é! Quando você se trocar a gente vai lá embaixo e dá de vez um fim a essa história, não aguento mais fingir que sou sua namorada.
Pera, pera, pera, que negócio é esse de fingir que é minha namorada? Você é minha namorada!
Não, Tony, não mais.
Você bebeu?
Bebi, duas cervejas... eu acho.
Então sinto lhe informar que a cerveja tá comprometendo o seu juízo. Não lembro de nada disso.
Vai se fazer de desentendido, agora? Tony, nós terminamos via JARVIS eu gravei uma mensagem e você escutou e depois me respondeu "tá certo"– eu ri - Viu só? Já se lembrou. Agora, agiliza para darmos um fim a isso.
Eu não escutei, Pepper, quando JARVIS me disse que você gravou uma mensagem eu disse que tá certo, eu tava ocupado, focado em um projeto e ele me perguntou umas coisas eu respondi que sim sem nem perguntar do que se tratava.
– Você é rápido pra inventar uma história.
Não tô inventando – ela se afastou e abriu a porta - Assim que eu entrei na armadura a primeira coisa que eu pedi ao JARVIS foi que te localizasse e me levasse pra onde você estivesse, eu não queria saber com quem você estava e nem o que tava fazendo, mas eu queria chegar até você... às vezes... às vezes, nada, a todo o momento eu me sinto um idiota por estar sendo tão vulnerável, tão dependente de alguém, mas isso é mais forte que eu e quando vejo tenho uma ruiva dominando os meus pensamentos, você mexe com a minha cabeça de um jeito que ninguém mexeu... eu poderia ter caído em qualquer lugar, poderia ter procurado qualquer pessoa, Pepper, mas eu procurei por você, disse que confiaria e confio a minha vida a você e foi isso que eu fiz– ela ficou parada por alguns segundos, mas depois bateu a porta e eu joguei a porcaria da muleta no chão.

Olha ai o que se ganha por se meter nos problemas dos outros, hematomas, cicatrizes, dor e o término de um namoro que eu nem sabia e nem queria que tivesse terminado, depois disso fiquei sentado na cama fitando o nada até que eu me dei conta que teria de me trocar e de convencê-la do contrário, vesti minhas roupas mais devagar do que costumo peguei uma das muletas e desci as escadas numa lentidão assombrosa.

Oi, Tony – falou Ashley - Mãe, o Tony acordou!
Devo soltar os fogos agora ou depois? – ela perguntou com um tom sarcástico, já falei que "amo" a minha sogra? Quer dizer ex-sogra, bom, pelo menos ela é minha ex-sogra no pensamento de Pepper.
Cadê a Alie e o Nick?
Saíram com o meu pai devem ter ido no mercado. Ginny está no jardim ou no que sobrou dele – ela caminhou comigo para o jardim e quando chegamos vimos Pepper acompanhada por dois homens, um era o loiro que eu vi mais cedo ele estava completamente molhado e batendo os dentes e o outro era um moreno que logo foi saudado por um beijo de Ashley, bom, menos um pra eu me preocupar.
Por que ele tá assim?
Sua irmã jogou a água gelada da caixa térmica em cima dele.
Você me paga, Vivi.
Foi só um banho de água gelada, Guto – dessa vez persistir mais em tentar lembrar até que tive a infelicidade de conseguir, ele era um ex-namorado dela.
Vem, vou pegar uma toalha pra você.
Me aguarde – ele falou em um tom brincalhão e foi embora.
Todos os seus ex-namorados te chamam por apelidos? – perguntei não controlando o meu ciúme.
Vejamos... Morango, Vivi e Pepper, não, só vocês três os outros me chamavam de Virginia.
Outros, que outros? E eu não sou seu ex-namorado, Pepper. Eu sou...– ela me calou com um beijo, eu deixei a muleta cair e juntei mais nossos corpos e isso só fez aumentar ainda mais a minha vontade de levá-la pra cama, mas devido ao meu atual estado físico duvido muito que ela aceite, o beijo logo sugou nosso ar e foi preciso parar - Não era pra você ter ouvido a voz da Maya, não era para as coisas terem tomado esse rumo, eu só tava tentando ajudar, tentando consertar as coisas... quando você teve aqueles pesadelos eu prometi a você que nunca deixaria nada de ruim acontecer a eles e nem a você e quando me vi envolvido até o pescoço naquela bagunça eu resolvi me afastar para que não sobrasse pra vocês – ela me beijou de novo e quando cessou o beijo pegou a muleta e me entregou.
Nunca mais, Tony Stark, me apronte uma dessas! E eu só não te bato por que não quero te machucar mais.
O que fez você acreditar em mim?
O seu recado. Quando você chegou aqui JARVIS me disse que tinha um recado seu pra mim e quando você falou disso eu me lembrei e fui ouvi-lo.
Quando eu cai aqui machuquei alguém?
Não, só nos assustou – ela me deu a mão e caminhamos a passos lentos, muito lentos.
Vou jogar essa porra fora! – ela me olhou sem paciência e eu me calei.
Você tem de ficar de repouso, Tony.
Eu não vou ficar enfurnado em um quarto a menos é claro que você fique comigo e a gente...
Nem pensar, Tony, enquanto você não melhorar desses ferimentos não vai ter sexo.
Mas, mas, mas, Pep.
Nada de "mas" não vai ter e acabou. E a proposito você tá me devendo algumas explicações.
Eu sei.
Está na hora dos seus remédios – rolei os olhos ela me arrastou pra cozinha me deu uns três comprimidos e eu tive que tomá-lo.
Ora, ora, ora, se não é o homem que caiu do céu – eu olhei para o homem e vi que era o pai de Pepper, mas a voz dele tava um pouco diferente e ele agora tá de bigode.
Legal esse bigode.
Também acho – ele apertou meu ombro e eu me encolhi - Machuquei? – eu fiz que sim - Não foi minha intenção – ele apertou mais uma vez e tirou a mão do meu ombro o que me fez respirar aliviado.
Joe, ainda tem sacolas no carro – falou outro cara essa voz era mais semelhante e quando olhei pra ele balancei a cabeça pra ver se essa duplicata sumia.
Pepper! – eu gritei por ela.
Quem é Pepper?
É a Ginny.
Por que ele a chama de Pepper?
Não sei.
Por que você chama ela de Pepper?
Pepper! – chamei mais uma vez.
Que foi, Tony? – ela me perguntou impaciente.
Pepper, que remédio são esses? Eu acabei de tomar e já tô vendo dois do teu pai e um deles tem bigode – eles riram.
Você não tá vendo coisas, amor, esse é o meu tio Joseph irmão gêmeo do meu pai.
Esse é o tio que mora no Brasil?
Sim.
Vamos, namorado da minha sobrinha me responda, por que você a chama de Pepper? – ele tá me interrogando? - Será que ele tá surdo?
Não, eu não estou surdo e eu chamo ela de Pepper por que ela é ardida igual a uma pimenta.
E como você chegou a essa conclusão posso saber? – agora era o pai dela, mas o que tá acontecendo aqui?
Ela é...
– Papai! – eu vi dois tocos correndo em minha direção e sorri, Pepper ficou na minha frente e os pegou por que se não com certeza eles teriam me machucado.
– Coelhinha, jardineiro nanico! – cada um beijou um lado do meu rosto e sorriram.
Papai, melhor? – perguntou Alie.
Estou.
Papai, voa? - agora era o Nick.
Voo, mas tenho que resolver uns problemas na armadura... por falar nisso. JARVIS, tá ai?
Para o senhor, sempre.
Ótimo, amigo, reveja a situação da armadura.
Senhor, o protótipo da MARK 42 precisa de reparos imediatos, ela não apresenta capacidade de levantar voo e sua artilharia está comprometida, precisa também recalibrar os sensores para quando o senhor precisar chamá-la e...– Pepper enfiou a mão no meu ouvido e tirou meu ponto.
Au! Ei, me dê isso preciso trabalhar.
Não vai não – ela colocou o ponto eletrônico no ouvido e sorriu com deboche pra mim - JARVIS, o Sr. Stark, está terminantemente proibido de trabalhar com qualquer armadura ou com a SHIELD e essa decisão vai ser mantida até segunda ordem. Ah, os problemas da empresa devem ser reportados a mim e envie para os meus e-mails os documentos que precisam da assinatura dele... obrigada, JARVIS, você é um amor.
Qual é, Pep, você tá me privando de tudo o que eu gosto. Sem mexer nas minhas armaduras, sem sexo...
Hum hum! – ouvi o pigarrear de dois homens e fiz uma careta pra ela, tinha esquecido que o pai e o tio dela estavam atrás de mim, cada um pegou em um lado do meu ombro e apertaram.
Pep – eu gemi de dor.
Vem, Tony, vou colocar as crianças para tirarem o cochilo da tarde e tenho certeza que eles estão loucos para ouvirem uma historinha antes de dormir – eles me soltaram e eu agradeci internamente por isso. Eu reclamei de descer, mas definitivamente subir é bem pior e as crianças ainda tiraram uma com a minha cara.
Papai, a gente sobe...
E desce – Pepper riu aqueles nanicos estavam subindo e descendo sem parar enquanto eu ainda estava subindo.
Vou me lembrar disso quando me pedirem mesada – eles riram e como ainda não sabem o significado dessa palavra continuaram a tirar sarro da minha cara - Duas crianças de 3 anos tirando onda comigo isso só pode ser brincadeira – reclamei e Pepper continuou a me ajudar naquela árdua tarefa de subir um pequeno lance de escadas.