Mathews acordou com o barulho da movimentação no quarto, olhou para o outro lado da cama, Teresa não estava lá, virou-se e sentou, para vê-la, entrando vestida apenas com uma das suas camisetas, segurando um cupcake com uma vela acesa em cima, cantando parabéns para você. Ele sorriu, quando ela se sentou ao lado dele na cama.

— Mas, hoje não é o meu aniversário. – Afirmou, com ar de surpresa.

— Não, mas é o nosso aniversário de um ano – Teresa revelou, fingido se aborrecida – Vamos sopre a vela! – Ordenou e os dois sopraram juntos, tirou a vela colocou sobre a mesinha e ofereceu lhe um pedaço, colocando na sua boca, depois lambeu os dedos de forma sensual, o encarando – Você não se lembrou, não é? – Instigou, com um olhar felino, Mathews tentou ficar sério, porém começou a riu.

— É claro, que me lembrei! – Disse a puxando para si, a abraçando, ao mesmo tempo, que estendeu a mão e pegou uma pequena caixa na gaveta da mesinha de cabeceira - Isso é para você, Teresa.

— O que é isso? – Recebeu a caixa, com ansiedade e surpresa.

— Abra! – Mandou e ela obedeceu, rapidamente, dentro havia um cordão de ouro branco com um pequeno pingente de brilhantes.

— É lindo, Mathews! Mas eu não comprei nada para você. – Desculpou-se, enquanto ele a ajudava colocar o cordão.

— Mas, eu me dei um presente, também – Disse, com um sorriso maroto, pegando um chaveiro de uma marca famosa de joias.

— Mathews, o que é isso? – Teresa quis saber, admirada com aquele presente.

— Para as chaves desse apartamento – Mathews revelou.

— Mas, eu já tenho as chaves desse apartamento, você me deu há seis meses atrás.

— Eu sei, mas agora quero que você venha morar aqui, comigo – Mathews a encarando, com seriedade.

— Você não acha que ainda é muito cedo, você não conhece minha família e nem eu a sua – Ponderou, assustada com o rumo que aquela relação estava tomando.

— Não faltarão oportunidades, conhecermos a família um do outro – Mathews observou de modo casual.

— Você tem certeza, que quer se meter como uma mulher ciumenta, de sangue quente e passional como eu? – Teresa o provocou em tom de brincadeira.

— Eu sei, exatamente, onde estou me metendo e adoro esse seu sangue quente e toda essa paixão, que você tem. – Mudou para uma expressão mais séria – Pode ser uma decisão difícil para você, então eu tenho uma proposta –Introduziu, ela o escutava atentamente. - Olha, Teresa, eu terei que viajar por alguns dias, preciso ir a nossa matriz, resolver alguns problemas. Então, por que você não fica nesse apartamento, enquanto isso? Você mesmo anda dizendo como está difícil estudar no seu apartamento, com todo o barulho e confusão das suas colegas, aqui terá mais espaço, poderá estudar e pensar melhor – ele lhe deu um bom argumento, já que, realmente, não conseguia estudar direito, por causa da música alta e entra-e-sai do apartamento, onde morava, sempre cheio de gente, convidados, namorados e amigos das colegas, com quem dividia as despesas do lugar, aquilo já estava deixando louca. Antes ela não ligava, pois também gostava de baladas e daquele tumulto na vida dela, mas, agora, há tanto tempo com um relacionamento sério com Mathews, sua vida havia mudado muito.

— Acho que você tem razão, vou ter um pouco mais de paz para estudar aqui – ela refletiu melhor.

— Além do mais, você poderá cuidar das minhas plantas – ele lhe deu outra razão.

— Mathews, você não tem plantas nesse apartamento – Ela observou, rindo, sabendo que ele brincava.

— Então, posso arrumar algumas para você cuidar, seria uma boa razão para ficar aqui – ele argumentou.

— Por favor, não será necessário. Mas, por quanto tempo você vai ficar fora, Mathews?

— Pelo menos, uma semana, dependerá de como tudo vai se arranjar por lá – ele respondeu, sem dar muita importância, acabando de comer o restante do cupcake.

— Uma semana! – Exclamou Teresa, chateada - Vou sentir saudades – ela confessou, pois nesses últimos meses, não ficaram quase nenhum um dia sem se verem, ela dormia várias vezes no apartamento dele.

— Vai passar bem rápido, querida. Então, venha aqui que vou fazer você sentir mais saudades de mim – ele brincou, batendo na cama ao seu lado.

— Convencido! – Teresa retrucou, no mesmo tom, assim ele a puxou para si, deitando-se sobre ela.

— Teresa, eu prometo que eu voltarei o mais rápido possível, pois como poderia ficar muito tempo sem isso? – Disse beijando sua boca – Ou sem isso? – Acariciou o seu seio.

— Não quero que fique, Mathews! – Teresa declarou com a voz rouca de desejo, o trazendo para si.

Quando, Teresa arfou alto e relaxou, Mathews rolou para o lado, os dois sem fôlegos e largados, os corações descompassados, voltando gradativamente ao seu ritmo.

— Mathews, quando você irá viajar? – Ela quis saber, depois de algum tempo, aconchegados juntos.

— Nesta segunda – ele respondeu.

— Por que tão rápido, a situação da Saramego está muito mal? – Teresa tentava tirar algo dele, contudo, Mathews era sempre evasivo, quando se tratava da empresa, onde ela estagiava e ele era um dos responsáveis pela reestruturação.

— Não, é só uma viagem normal para prestação de contas, vou aproveitar a oportunidade de visitar minha família, porque não os vejo há quase oito meses – ele respondeu, com sinceridade.

— Você não fala muito deles, da sua família – ela observou, querendo provocá-lo a contar algo.

— Não tem muito o que falar, é só uma família normal, mas não somos muito afetuosos. Acho, que essa é uma das razões que eu gosto tanto do seu país, as pessoas são expansivas e emotivas e as mulheres são carinhosas e quentes – ele a provocou, a olhando de soslaio, Teresa se apoiou no cotovelo, para encará-lo.

— Mulheres quentes? – Disse, em um tom ácido – Quanta experiência com as mulheres desse país você andou tendo?

— Algumas, todas muito boas – ele continuou a incitar ciúmes nela, só por diversão, gostava de vê-la assim, com ciúmes, o sangue cálido, os sentimentos à flor da pele, a deixava mais linda e sensual.

— Algumas! – Protestou, fingindo-se aborrecida e subindo em cima dele – Como algumas?

— Mas, só uma me interessa, agora – ele afirmou, sorrindo a segurando pela nuca e a puxando para um beijo.