Brenda

Newt se ofereceu para me apresentar a Clareira. Ele me mostrou a Sede, o banheiro, os Jardins (aonde plantavam a comida), o Sangradouro (aonde criavam e abatiam os animais), o Campo-Santo (a floresta) e me mostrou a entrada para o Labirinto. Parece que só agora percebi que estamos cercados por quatro muros gigantes de pedra, com quatro aberturas, uma no centro de cada muro. Estava prestes a perguntar se poderia dar uma olhada do lado de fora dos muros, quando Newt falou:

— Nem pense em passar por aqueles muros, trolha.

— Por que não?

— Porque é proibido. Temos apenas três regras aqui: primeira, faça sua parte, aqui não tem lugar para preguiçosos; segunda, nunca machuque outro clareano; terceira e mais importante, nunca passe por aqueles muros, a não ser que queira ser estraçalhada por um Verdugo.

— O que é um Verdugo? E do que você me chamou antes? Trolha?

Ele riu.

— Sem ofensa, mas dá pra perceber que você não é daqui - e riu de novo - vamos.

Caminhamos até chegarmos em um elevador de carga no chão.

— Esta é a famosa Caixa, foi por aqui que você chegou. Todo mês sem falta ela sobe com um fedelho novo, mas agora começaram a chegar fedelhas para animar o lugar. Toda semana a Caixa sobe com alguns suprimentos.

Percebi um movimento em uma das aberturas, me virei assustada, mas logo me aliviei ao perceber que eram apenas garotos. Me virei para Newt:

— Pensei que tinha dito que ninguém pode atravessar os muros. Eles são o que?

— Eles são diferentes, são Corredores; é isso que eles fazem, eles mapeiam o Labirinto para tentar achar uma saída.

— E a quanto tempo estão procurando?

— Dois anos.

— E já encontraram alguma coisa?

— Se tivéssemos encontrado, não estaríamos mais aqui, fedelha.