__ Bom dia! – sua voz era como musica para meus ouvidos.

Acabara de abrir os olhos, depois de uma noite cheia de prazer. O sol queimava sobre nossas peles nuas sobre a cama. Ele me olhava meigamente e mantinha um sorriso apaixonado nos lábios:

__ Bom dia... – resmunguei de volta.

Ele me envolvia em seus braços. Espreguicei-me alcançando sua boca e depositando um selinho:

__ Como se senti? – perguntou.

__ Melhor do que nunca. Acho até que estou sonhando! – respondi entre risos e ele voltou a me beijar.

***

Á volta à realidade é sempre cruel depois de uma noite maravilhosa e de um casamento dos sonhos. Ian tomava banho enquanto eu procurava uma roupa para enfrentar novamente aulas chatas, carteiras empoeiradas e livros desinteressantes. A única coisa que me animava no momento era lembrar-me dos meus amigos. Vesti uma saia/short azul florida, uma blusa branca de renda e ombros caídos. Calcei umas rasteiras pretas. Prendi somente uma parte do cabelo e passei maquiagem. Peguei meu celular e bolsa.

__ Dá pra ver toda sua bunda com essa roupa! – resmungou Ian.

Fitei-o encostado na soleira da porta do banheiro e revirei os olhos:

__ Não exagera... – suspirei.

__ Não estou! – disse.

__ Tá bom... – bufei indo para cozinha.

De tantas as outras vezes, ele sempre preparava o café, mas agora esse era meu papel de esposa. Coloquei torradas na torradeira e preparei o café com ajuda da cafeteira. Levei algumas frutas para mesa e preparei uma vitamina de banana e maça. Pus toda a mesa e observei o meu marido se aproximar com os cabelos molhados, vestido num terno que o deixava terrivelmente sexy. Sorri com o pensamento e ele arqueou a sobrancelhas o que ficou ainda mais excitante.

__ Parece que te satisfiz mesmo essa noite, não pare de rir á toa! – resmungou se sentando á mesa e ajeitando o colarinho de sua camisa social branca.

__ Você nem imagina o quanto... – maliciei.

***

No colégio tudo andava na mesma. Emily e Caio mais felizes do que nunca, Charles e Selena na mesma de brigar e segundos depois se beijarem, Pietro e Ashley estavam bem, Luca e Blair também apesar das diferenças e os comentários, Lilly estava ajudando bastante o Logan, o namoro deles estava ajudando-o a evoluir, Cristal e Jones finalmente pararam de cu doce e estão se pegando pelos cantos, parece cada dia mais quente. Estava tudo muito bem!

A única coisa que ainda me incomodava um pouco eram os comentários no colégio, todos sabiam do meu casamento e havia sempre os fuxicos, tipo – não acredito que ela casou com o professor – ou até mesmo – soube que ela está gravida? Será que o filho é mesmo dele? Ela era uma tarada – Emily chegava a se irritar com isso e mandar todo mundo calar á boca, mais era impossível, então resolvi não ligar.

Três meses depois:

Finalmente haviam se passado três meses, eu estava no meu quinto mês de gravidez e minha barriga estava enorme. Hoje Ian me acompanharia juntamente com sua mãe até o obstetra, para fazer a ultra e ver se conseguiríamos saber que sexo seria nosso bebê.

Eu havia ganhado varias coisas, roupinhas de cores variadas já que não sabiam o sexo. Ian todo dia que chegava do trabalho trazia algo, ele já havia comprado o berço de cor marfim, a banheira de cor amarela, fraldas. Havia um quarto vazio do apartamento que eu não conhecia, logo ao lado da estante de livros na sala, Ian estava preparando-o para nosso bebê, só queria saber o sexo e já mandaria pinta-lo. Ele disse que se fosse uma menina pintaria de lilás e se fosse um menino pintaria de azul e branco.

Quando chegamos ao consultório, logo fui chamada, a mãe do Ian nos esperou do lado de fora e ele entrou comigo. Eu estava nervosa, Ian pedia por um menino e eu... Eu queria qualquer sexo desde que viesse com a nossa cara e com saúde. Deitei-me na maca e levantei o vestido ao mesmo tempo em que me cobria com um lençol branco e deixava somente a barriga de fora. O médico estava sendo receptivo e meigo conosco. Ele passou o gel sobre minha barriga e nos mandou olhar para o monitor que emitia ondas sonoras e imagens do meu útero enquanto ele passava o laser sobre minha barriga.

Lá estava nosso bebê. Ian estava fixado na imagem em que o médico disse ser o pequeno feto. Eu tive que controlar as lágrimas quando ouvi seu coraçãozinho batendo e quando o médico disse que ele já estava todo formado e com as mãozinhas na boca. O laser passou por toda minha barriga e a imagem congelou na tela, o obstetra observou bem e sorriu:

__ O que vocês acham? – perguntou apontando para o monitor.

__ Menino? – disse Ian, confuso.

__ Menina... – resmunguei.

__ O papai acertou. Tem um meninão ai dentro!

Eu achei que o Ian fosse ter um infarto, ele olhou para mim, depois para o médico e para o monitor se perguntando se era verdade. Seus olhos brilharam e um sorriso brotou em seus lábios. O médico nos deixou sozinhos por um momento e Ian correu para me abraçar:

__ Obrigado amor... – sussurrou enquanto beijava minha testa. __ Obrigado por me fazer tão feliz e me dá um meninão!

__ Não o fiz sozinha, você tem seu credito! – brinquei beijando seus lábios.

__ Como o chamaremos? – perguntou.

__ O que acha de Arthur? – digo.

__ É um lindo nome. Podemos colocar dois! – disse. __ Tipo, Arthur Gabriel.

__ Maravilhoso!

Nesse momento eu senti o primeiro chute dele em minha barriga e sorri com os olhos cheios de lagrimas:

__ O que houve? – perguntou preocupado.

__ Ele acabou de chutar! – resmunguei.

__ Parece que ele gostou do nome... – disse alisando minha barriga e sorrindo bobo.

Dois meses depois:

Eu havia acabado de entrar no meu sétimo mês de gravidez. Não estava mais frequentando o colégio, minha barriga estava muito grande e pesada. O médico disse na ultima ultra que o Arthur estava todo formado e muito bem de saúde. Estava sendo mimada por minha mãe e as meninas enquanto Ian, Charles, Pietro, Caio, Luca e Jones pintavam o quarto e ajeitavam o resto das coisas. A família de Ian já havia ido embora e só voltavam quando Arthur nascesse. E falando em Arthur, todos haviam amado o nome. Emily brigava com Selena para ser a madrinha enquanto Charles já era o padrinho.

Quando eles terminaram de arrumar o quarto me chamaram para vê e lá ia eu com meu barrigão enquanto Charles dizia que mesmo gravida eu estava bem sexy e Ian concordava.

Estava lindo. As duas paredes pintadas de azul e as outras duas de branco, o berço cor marfim já estava lá ao lado do armário branco, o berço forrado com um lençol de carrinho azul e com o travesseirinho também com estampa de carrinho, um mosqueteiro azul por cima do berço e junto com ele alguns chocalhos pendurados que faziam um som doce quando o vento que entrava pela janela batia-nos mesmos. Varias figuras coladas no quarto, a banheira encostada num cantinho, brinquedos por todo lado e o cheirinho de bebê por todo o quarto.

Nasça logo Arthur, estão todos te esperando!

Um mês se passou...

Eu já não aguentava fazer mais nada. A barriga pesava demais e os chutes que Arthur dava em minha barriga me matavam. Minha mãe estava ficando todos os dias comigo e reversava com as meninas já que ela tinha que trabalhar. Ian também havia diminuído de trabalhar e pediu para que seu pai voltasse a assumir a empresa enquanto eu cuidava de mim. Eu estava caminhando para meu nono e ultimo mês de gravidez. Isso me assustava um pouco.

Á noite havia caído e eu estava bem cansada. Ian estava deitado em meu lado na cama enquanto acariciava meus cabelos e me abraçava...

__ Ian, porque a cama está molhada? – perguntei sentindo algo molhado descer pelas minhas pernas.

__ Como assim? – devolveu a pergunta.

Só ai que percebi o que realmente havia acontecido. Uma dor tomou conta do meu corpo e eu me contorci na cama:

__ Ah, meu deus... Sua bolsa estourou antes da hora! – gritou Ian se levantando assustado e pegando o telefone.

__ Me leva para o hospital... AGORA! – gritei de volta.

Parecia que eu ia morrer! Boa hora você escolheu, Arthur!

(...) Não somos mais eu e você. Agora somos
eu, você e ele!