Come Home

Capítulo 2


Os dois estavam brincando na areia, construindo um castelo, rindo... felizes. Foi se aproximando dos dois devagar e, de repente, pegou o menino no colo e começou a lhe fazer cócegas, aquela risada gostosa que só um bebê de dois anos de idade consegue dar ecoando pela praia deserta. Seu companheiro, então, achou que os dois já o tinham excluído o bastante da diversão e a abraçou por trás, beijando-a no pescoço e sussurrando em seu ouvido:

- Assim fico com ciúmes, você chega, nem olha para mim e já vai agarrando outro. Isso é traição, mulher!

Ela se virou para ele e o olhou maliciosamente, dizendo:

- Prefiro agarrar você mais tarde, de portas fechadas.

- Ah, Scully, não faça promessas que você não pode cumprir. – ele respondeu, com o olhar igualmente malicioso.

- Quem disse que eu não posso cumprir? – ela respondeu se aproximando para beijá-lo, mas, no momento em que seus lábios se tocaram, o bebê deu um grito, batendo a mãozinha no rosto dela, querendo atenção.

- Criança ciumenta. – Mulder disse, fingindo-se de emburrado.

- Igualzinho ao pai dele. – ela respondeu, erguendo a sobrancelha no gesto que já era sua marca registrada.

Nesse momento um barulho alto e estridente começou a invadir seu sonho, vindo de lugar nenhum. Mas só ela escutava, Mulder e o bebê não davam sinal de que nada fora do comum estava acontecendo. Foi aí que acordou, sobressaltada. Já era a quarta vez que tinha o mesmo sonho naquela semana. E era tão real que toda vez acordava estranhando o ambiente ao seu redor. Mais ainda, estranhando a ausência de William. Mesmo depois de mais de um ano a dor era a mesma, ela só a disfarçava melhor. Não querendo que seus pensamentos fossem por aquele caminho, concentrou-se na realidade e atendeu o telefone.

- Dra. Scully? Aqui é Skinner. Preciso me encontrar com você e Mulder imediatamente, estou indo para sua casa. Não saiam, é importante. Entendeu?

- Não pode me adiantar o assunto?

- Não. É muito delicado para ser tratado por telefone. Me esperem.

Dizendo isso ele desligou o telefone. Ela, então, se levantou, trocou-se e desceu. Terminou de contar do telefonema a Mulder no momento em que a campainha soou. Ao abrirem a porta, Skinner foi logo entrando sem pedir nem cumprimentá-los.

- Dra. Scully, Mulder. Vou dizer logo, pois não temos tempo. O filho de vocês, William, foi sequestrado nessa manhã. Seus pais adotivos estão mortos, foram executados. Achamos que esteja relacionado com os ataques contra ele do ano passado. Precisamos da ajuda de vocês para encontrá-lo.