Meu pai sai com o carro dali e nós três entramos na escola. A diretora estava no pátio, lá no fundo tinha um portão grande onde havia um ônibus para cada turma. Eu cheguei perto e cumprimentei todo mundo, até o ruivo, mas foi só com um sorriso que não tocava meus olhos. Estávamos todos conversando quando alguém me abraça por trás e apoia seu queixo na minha cabeça.

— Waaaah! – Eu não chego a gritar, mas me assusto.

— Oi Mi. – Nathaniel ri e beija minha cabeça.

— Oi. – Eu me viro e beijo a bochecha dele.

Castiel nos olha de cima a baixo com um olhar de fuzilamento. Garoto estranho.

— Atenção alunos... – Ouço uma voz de um megafone. – Venham todos os que eu chamar até o portão, pois estou chamando por grupo e duplas.

O povo fica em silêncio esperando ela chamar.

— Rosa e Kyle... Armin e Nathaniel... Alexy e Violette... Lysandre e Íris... Castiel e Mia. Venham até o portão para receberem as instruções.

Nós fomos para lá e ela pega a autorização de cada um de nós. Ela nos guia até um ônibus, tava mais pra mini van. O bom que aquele era exclusivo para nós, cada grupo teria a sua, então pra mim tava perfeito, não tendo que aturar: Melody, Mary e Ambre; pra mim tá perfeito.

— Vocês irão sentar ao lado de sua dupla, está bem? – A diretora explica.

— Tá. – Respondemos.

Nós nos arrumamos direitinho para ir, daí ela saiu e nosso ônibus partiu em viagem. Depois que ela saiu, todo mundo sentou onde queria. Eu sentei do lado da Rosa, mas eu fiquei na janela, é claro. Nós duas fomos para o final do ônibus e ficamos lá conversando.

— Você pretende falar com ele? – Rosa pergunta apontando com a cabeça para Castiel.

— Não... Sim... Sei lá, se meu ego permitir, eu falo. – Respondo enquanto olho minha playlist do mp3. Rosa bufa e revira os olhos.

— Deixa esse teu ego de lado, que ele é que te atrapalhou. Fale com ele, vocês precisam voltar a se falar, até pelo bem do grupo. Ter duas pessoas se odiando é uma coisa, agora ter mais de duas não dá, o clima fica estranho.

— Rosa... – Eu choramingo.

— Xiu, quieta. Sem choro. Você vai falar com ele e ponto.

— Vou pensar provavelmente meu ego não vai deixar. – Falo sorrindo ironicamente.

— Tu não existes. – Ela fala rindo.

Eu e Rosa ficamos conversando por um tempo, depois ela saiu porque eu falei que ia dormir, e dormi.

--X--

— Mi... Acor... Da... – Eu ouvia uma voz longe.

— Sai... Ky... Le – Eu ouvi de novo. – MIA OLIVER ACORDA QUE ROUBARAM TEU MP3!

— O QUE? ONDE? QUANDO? – Eu grito e os meninos estão se matando de rir. – Idiotas. – Franzo a testa e mostro o dedo do meio pra eles.

— Tu não querias acordar. – Diz Kyle recuperando o fôlego.

— Tá mas, por que me acordou idiota? – Pergunto esfregando os olhos.

— Nós já chegamos, simples assim. – Ele responde.

— Ah.

— Vem, antes que a diretora perca a cabeça. – Meu irmão estende a mão e me ajuda a me levantar do banco.

Eu saio do ônibus e pego minhas coisas. Logo depois os outros ônibus chegam e a diretora também, mas ela tava triste.

— Bem criança, não terá mais a corrida devido à falta do professor.

— Poooxa... – Reclamamos muito falsificadamente.

— Pelo o menos ainda irão para a praia!

— Uhuu! – Exclamamos de alegria.

— Agora vou direcionar vocês para a casa de praia. – Explica o professor Faraize.

— Rosa, onde eles conseguem tanta grana? – Eu sussurro pra ela.

— Simples, o dono da escola é dono destas casas. – Ela sussurra de volta.

— Ah.

O professor nos leva a uma casa muito linda, ela tinha um jardim, e uma piscina “infinita” nos fundos. Nós entramos.

— WOOOOW! – Eu exclamo. – É bem grande. – O professor ri.

— A organização dos quartos vai ficar a parte de Rosalya. – Faraize explica. – Agora preciso ir para mostrar as dos outros grupos. Divirtam-se! – Ele sorri depois sai da casa.

— Beeeem. – Rosa fala com a mão no queixo e todos olham para ela. – Vamos ver quem vai ficar nos quartos. – Ela fala e anda ao redor do sofá.

Nós todos nos sentamos, e a maioria saiu do sofá.

— Íris e Armin; Alexy e Vio; Kyle e eu; Lysandre e Nathaniel; e por fim, Castiel e Mi.

— O QUE? – Eu praticamente grito.

— Calma amiga, sem estresse. – Ela sorri e pisca pra mim.

VAGABAA! COMO ELA PODE FAZER ISSO COMIGO? SÓ PORQUE EU FALEI QUE NÃO IA ME DESCULPAR COM O RUIVO, AGORA ELA ME METE NO MESMO CÔMODO QUE ELE! MAIS QUE FILHA DA MÃE!

— Bem agora todos para os seus quartos colocar as malas e se adaptar. – Ela sorri e sobe com meu irmão e as malas.

Eu pego minhas malas pelas rodinhas, parecia que eu carregava tijolos, porque ô coisa pesada! Mas como eu tava de rodinhas, tudo beleza certo? Certo? Não, quando cheguei ao corredor, meu quarto ficava no segundo andar, ou seja, escadas. Eu olhei para ela com o maior desanimo.

— Poooxa... – Resmunguei.

— O que foi? – O ruivo pergunta.

— Nada não. – Respondo.

Eu começo a subir as escadas na maior luta, mas ainda não havia passado nem do terceiro degrau.

— Tá pesado? – Ele pergunta.

— Pruuuf... Que nada. – Eu respondo.

(Pruuuf é aquele barulhinho que você faz com os lábios sabe? Aqueles que você faz que o lábio se meche rápido).

— Vem deixa eu te ajudar. – Ele se oferece.

— Não precisa... – Eu falo isso, mas por dentro eu to: APROVEITA E ME CARREGA TAMBÉM? MINHA PREGUIÇA NÃO TÁ ME AJUDANDO.

Ele vem do meu lado e pega a mala, ele a leva como se dentro não houvesse nada. Nós subimos as escadas e fomos à direção do quarto.

— Abre a porta. – Ele ordena.

— Okaaay. – Eu concordo e abro a porta.

Nós entramos e ele era grandinho, tinha duas camas, uma do lado da outra separadas por um criado-mudo. Tinha um armário e um banheiro, gostei. Andei mais um pouco pelo quarto e encontrei uma porta, eu abri aquela porta onde dava na...

— Varanda... – Eu falo á mim mesma.

Lá tinha um telescópio, um banco e várias plantas, na maioria das vezes, flores. Gostei desse lugar, que sorte a minha ficar em um quarto desses. Eu me debruço sobre as cercas de proteção da varanda e fico observando o mar, eu fecho meus olhos para sentir a brisa em meu rosto.

— Ah, o mar... – Digo sorrindo feito uma idiota.

— Wow... Que lugar maneiro. – O ruivo diz sorrindo que nem idiota também.

— Pois é... – Eu concordo com ele. – Pena que estou dividindo ele com você. – Eu suspiro e ele bufa.

— Nós precisamos conversar sobre o que tá rolando. – Ele relaxa um pouco e coloca a mão direita no bolso.

— Não agora, não nunca. – Eu reviro os olhos.

— Você não vai fugir disto pra sempre. – Ele dá de ombros.

Eu me viro e fico debruçada de costas na cerca.

— Você que pensa queridinho. – Dou um sorrisinho irônico. – Agora preciso arrumar minhas coisas.

Eu ando até a porta e paro.

— Ah, e a propósito, obrigada por me ajudar com as malas. – Eu falo o olhando por cima do ombro e entro no quarto.

Eu arrumo minhas coisas e vou para o banheiro. Eu tomo um banho rápido, já que tomei banho antes de chegar. Eu visto um short saia preto e uma blusa da “Winged Skull” vermelha sem mangas e colada, faço um rabo de cavalo e deixo uma franja, calço uma rasteirinha marrom. Eu vou para frente do espelho.

— Pronto! Prático e bonito. – Falo para mim mesma.

— É a mesma de sempre, Mi. – Era o Castiel.

Ele está apoiado no arco da porta me olhando.

— Gostei da blusa. – Ele elogia.

— Legal, não ligo. – Eu o corto.

Às vezes eu me pergunto por qual razão que eu sou tão grossa às vezes. Eu não consigo evitar isso com ele, não hoje em dia. Eu ia saindo do quarto quando ele me puxa pela cintura.

— M-Mas me solte! – Eu tento o empurrar e ele sorri de canto. – O q-que está fazendo?!

— Só queria confirmar uma coisa. – Ele continua sorrindo.

— E-E o que é? – Eu digo e depois mordo o lábio inferior em linha reta.

— Que eu ainda consigo te deixar corada. – O sorriso dele aumenta.

COMO EU NÃO PERCEBI QUE EU COREI?

— I-Idiota! – Ele me solta e eu saio dali.

Eu fico no corredor como uma idiota toda corada e fico lembrando do que ele falou “... Eu ainda consigo te deixar corada”. Eu balanço minha cabeça para afastar isso pra longe.