Cold As Snow

Piada sem graça


— MIAA! – Ouço gritos, provavelmente do meu irmão.

Eu desço as escadas correndo e me encosto à parede da sala.

— Que é megafone? – Eu levanto uma sobrancelha.

— Vem cá, tenho algo pra te mostrar. – Ele faz um sinal com a mão.

— Vem você, é a mesma distancia.

— Vem logo preguiçosa! – Ele revira os olhos.

— Taaa. – Ando quase me rastejando. – Qual foi?

— Isso. – Ele estende uma caixinha coberta com um papel de presente lilás e um laço roxo.

— E-Ew? – Digo confusa.

— É pra você. – Ele sorri.

— Um presente? Que bicho te mordeu? – Eu rio enquanto abro o presente.

— Só abra.

Eu abro e não acreditava no que lá tinha... Eu vôo no pescoço dele para um abraço.

— AAAAHH OBRIGADO SEU TROUXA LINDÃO! – Eu sufoco ele num abraço muito grande.

— Trouxa? – Ele arqueia uma sobrancelha.
— Eu disse lindão, não disse? – Eu o solto e sorrio pra ele. – Eu amei muito mesmo Kyle, obrigada.

— Bom, eu havia quebrado o seu, e eu já tinha uma boa grana junta, eu não sabia o que fazer com ele...

— E VOCÊ AINDA ME DEU O MODELO NOVO? TU ÉS INCRÍVEL! - Eu o puxo para outro abraço.

— Wow, wow... Calma ai mechada, tá muito gentil. – Ele ri.

— Tu também. Deu-me o melhor smartphone. – Eu sorrio que nem criança enquanto ligo. – To te devendo uma. – Eu soco o ombro dele enquanto fico olhando o celular ligar.

— AI! – Ele reclama acariciando o braço.

— Nem vem que nem doeu. Agora preciso colocar minhas musicas e meu chip. – Digo dando um beijo na bochecha do melhor irmão do mundo.

Eu subo correndo e acabo trombando com o ruivo. Meu telefone ia cair, mas ele pega a tempo.

— OBRIGADA! TU NÃO DEIXASTE CAIR. – Eu exclamo e dou um beijo na bochecha dele.

Eu entro no quarto e coloco o cartão SD e o chip, eu olho para a parede e começo a pensar... Penso mais um pouco e...

MEU DEUS EU DEI UM BEIJO NO RUIVO! – Grito mentalmente e coloco minhas mãos no rosto.

— Foi só na bochecha... Foi. Só. Na. Bochecha. – Repito para mim mesma andando pelo quarto.

Eu respiro fundo e ligo o celular de novo.

— Senti saudades... – Digo enquanto beijo meu celular.

— Percebe-se. – A pessoa ri.

— A-Ah oi Nath. – Eu sorrio pra ele e me levanto para dar um beijo na bochecha dele.

— Desculpa se estraguei o seu momento a sós com seu celular. – Ele diz sorrindo.

— Estragou mesmo. – Faço biquinho. – Mas eu posso ficar com ele durante toda a noite mesmo. – Digo num tom meio convencido.

— Haha, pode parar se não eu vou acabar ficando com ciúmes do seu celular. – Ele faz biquinho. Eu dou um selinho nele e ele cora. – E-Ei! N-Não é justo. – Ele desvia o olhar.

— Ninguém mandou fazer biquinho, cabelo de anjo. – Sorrio de canto e mexo em uma mecha do cabelo dele. Ele sorri também.

— Hum, ia me esquecendo. – Ele volta para a realidade.

— O que? – Pergunto ainda mexendo na mecha.

— Rosa quer que todos desçam.

— Tá okay então. Vamos antes que ela suba. – Eu falo meio que arregalando os olhos e passando uma mecha para trás da minha orelha direita.

Eu peguei na mão dele e nós descemos dividindo o fone.

— Chegamoos. – Eu aviso e Castiel bufa.

— Até que enfim! – Rosa reclama. – Eu tava quase pra ir lá em cima puxar a orelha de vocês dois! – Ela bate o pé no chão e cruza os braços.

— Desculpa Rosa. – Eu faço biquinho e cara de choro.

— Tá. – Ela descruza os braços e relaxa. – Eu te desculpo... Vaca. – Ela sorri.

— Piriga. – Sorrio de volta.

— Voltando ao assunto... – Lysandre nos corta para voltarmos ao foco.

— Ah sim! Obrigada Lys-fofo! – Ela bagunça o cabelo dele. – Nós queremos fazer alguma coisa hoje.

— Tipo? – Eu me jogo na poltrona e coloco uma perna no braço da mesma.

— Ir para a praia; passeio pela praia; banhar de piscina ou ver filmes.

— Huuum... Interessante. – Digo acariciando meu queixo com o dedo indicador. – Eu queria filme, porque depois podemos brincar... – Sugiro dando ênfase para o “brincar” enquanto esfrego as mãos.

— Pode ser. – O ruivo dá de ombros e sorri de leve.

— Todos a favor? – Rosa pergunta e todos assentiram. – Então ok, Mi nos guie no que fazer hoje.

— Primeiro vamos fazer uma brincadeira que eu acabei de ter, depois ver um filme de terror, e por último uma brincadeira que todo mundo conhece: Verdade ou desafio. – Eu sorrio como uma idiota.

— Qual é a brincadeira? – Vio pergunta meio (muito) tímida.

— É o seguinte: Aqui tem um porão que eu vi, nós mandamos duas pessoas lá para procurar algo legal, nada de incomodar, mas no máximo uma hora; e com o que encontrarem de legal lá, ou não, terão de improvisar aqui uma coisa engraçada, e os que não conseguirem, irão pagar uma prenda – Eu sorrio. - E para ser justo, as duplas serão formadas em um sorteio de nomes.

— Tá ok então. – Iris fala batendo palminhas toda alegre.

— Eu tenho uma caixa e os papéis. – Alexy sorri.

Perfect! E o que estão esperando? Vamos nos organizar! – Rosa ordena.

Nós tiramos os móveis do centro da sala e Alexy foi buscar a caixa junto dos papéis. Sentamo-nos em um círculo e esperamos o Alexy chegar. Ficamos conversando por um tempinho e ele chega com tudo em mãos. Ele escreve os nomes e coloca na caixinha.

— Eu faço o sorteio! – Rosa exclama de tanto entusiasmo.

Ela coloca a mão dentro da caixa e pega os nomes.

— Vio... E Iris. Kyle e... Lys-fofo. Nath e... Armin. Alexy e... Eu. E só sobraram dois aqui dentro, é Castiel e Mi.

— Ah meu pai, por que que eu tenho tanta sorte? — Penso.

— Será organizado em ordem alfabética, e pela ordem temos... Alexy e eu. – Ela dá de ombros. – Não queria ser a primeira, mas enfim... Vamos Lexy?

— Vamos Rosinha! – Alexy estava quase dando pulinhos de alegria.

Eles sobem as escadas e logo depois ouço a portinha do porão abrir e depois fechar. Eu pego meu celular e ponho uma música do David Guetta; eu fecho meus olhos e devaneio escutando a música.

— Ei Mia. – Alguém me balança. – Acorde.

— Uh? – Abro meus olhos e era o Armin.

— Acorda, os dois já estão se aprontando para improvisar.

— Ah... – Eu olho em volta e eu estava deitada no sofá dormindo, eu me espreguiço e me levanto. Sento-me bem ao lado de Iris porque tinha um espação do lado dela.

— URN URN! – Alguém tosse forte e eu olho para cima. – Esse lugar é meu. – Era o Castiel.

— Senta do lado ué. Agora eu tô aqui. – Eu abaixo minha cabeça e apoio minhas mãos no chão.

Ele faz o que eu disse e senta do meu lado, olho para Nathaniel e ele parece um pouco (muito) incomodado com isso.

— Rosinha, pegue uma cadeira na cozinha, por favor? – Alexy pede.

— Tá ok. – Ela segue até a cozinha.

— Gente ela não sabe que esse rato é de mentira viu? – Alexy cochicha para nós e se vira.

— Pronto. – Rosa coloca a cadeira.

— Kyle, pode ser um voluntário? – Alexy estende a mão para ele se levantar.

— Ah, pode ser. – Kyle se levanta.

— Fica bem... Aqui. – Alexy o posiciona. – Perfeito. Rosa fica do lado.

— Tá. – Ela faz o que Alexy pede.

— Fecha os olhos Rosa. – Alexy ordena.

— Você tá muito mandão. – Rosa brinca e fecha os olhos.

Alexy entrega o rato de brinquedo nas mãos de Rosa.

— Adivinhe o que você tem em mãos. – Alexy fala.

— Um animal?

— Sim. Que animal?

— Gato?

— Não.

— Cachorro?

— Não. Ele é... Como posso dizer... Asqueroso. – Rosa engole seco.

— U-UM RATO?

— Sim.

Ela abre os olhos e vê o que está na frente dela.

— WAAAAAAAAAH! – Ela grita, pula na cadeira e começa a dar saltinhos. – Tira esse negócio daqui!

Nós rimos, mas pouco. Daí a cadeira da Rosa começa a balançar e ela cai no meu irmão. Eu ri, mas foi só um riso mesmo.

— Perderam. – Armin canta vitória.