05. O GRITO DE BANSHEE

PARTE Ⅱ

O pequeno grupo caminhavam em direção á Cidade dos Ossos, onde os irmãos do Silêncio poderiam ajudar Clary a ter suas lembranças de volta.

— Eu consigo. – Disse Clary pra si mesma, enquanto olhava para a entrada e criava coragem para entrar.

— É, você consegue. Você é Clary Fray. Pode fazer qualquer coisa. – Disse Simon tentando animar a sua melhor amiga, enquanto andava em direção á entrada.

— Espera. – Jace o para antes que o mesmo entrasse.

— Olha a surpresa aí. Os mundanos não podem entrar na sala de treinamento, não é? Errado. Já vi todos os filmes de terror e o melhor amigo engraçado que fica para atrás... Sempre morre. – Era perceptível o medo que Simon estava sentindo naquele momento.

— Você não é tão engraçado. – Diz Jace e Simon o olha – Mas vá em frente. – Simon olhou para Clary e depois caminhou em direção a entrada, e quando estava prestes a entrar, Jace concluiu dizendo – Só que no minuto que entrar vai morrer. – Diz e cruza os braços fazendo com que seus músculos realçassem ainda mais.

— Mas agora eu não acredito em você.

— Ele não está mentindo. – Diz Alec ganhando o olhar de Simon sobre si.

— Agora. Ele estava antes. – Diz Izzy sorrindo.

— A energia das runas na Cidade dos Ossos vai matar qualquer mundano que ousar entrar, então, por favor. – Diz Alec e gesticula para o humano prosseguir.

— Os Irmãos do Silêncio me assustam. Eu cuido do mundano. – Afirma Izzy.

— Obrigado pelo sacrífico, Izzy. – Jace agradece sabendo que seria realmente um sacrifício cuidar do mundano.

— Nem me fale em sacrifícios, eu estou perdendo uma aula de análise financeira. – Disse Simon, mas foi ignorado.

— Eu não aguento mas ficar aqui, então Jace, eu vou dar uma olhada no perímetro. – Alec diz caminhando por outra direção, mas mesmo longe viu Clary despedindo-se de Simon e entrando junto com Jace na Cidade dos Ossos.

Enquanto os dois estavam na cidade, Alec ficouobservando o lugar, prestando atenção em todos os detalhes para poder defender-se se algo os atacassem, enquanto sua irmã ficava de olho no mundano.

— Abrir a mente de uma pessoa deveria demorar tanto assim? – Perguntou Simon após um tempo em silêncio.

Começou o interrogatório. — Pensou Alec revirando os olhos quando escutou a voz do garoto.

— Por que olha, é a melhor a gente checar, certo?

— Jace está cuidando de tudo. – Respondeu Alec e pediu em sua mente que o garoto ficasse em silêncio novamente.

— Acredite em mim. – Diz Izzy mexendo em seu cabelo – Os Irmãos do Silêncio não são nada agradáveis.

— Não está ajudando. Nem um pouco. – Simon que antes estava de costas para os irmãos Lightwood, vira-se ficando de frente para eles – E se a Clary não aguentar os Irmãos? Vocês sabem o que isso quer dizer?

— Ele literalmente não para de falar – diz Alec já ficando irritado e arrependido por ter decidido quebrar as regras da Clave para seguir os irmãos.

— Ele é sempre um doce assim? – Pergunta Simon para Izzy. Alec apenas revira os olhos com a pergunta.

— O mais velho. Pesado é a cabeça de quem usa a coroa. – Respondeu Izzy sorrindo e foi a última coisa que Alec escutou antes de se afastar dos dois.

— Pra onde estão indo? – Pergunta Alec vendo Simon e Izzy se afastarem.

— Nós já voltamos. – Responde Izzy e Alec arquea a sobrancelha dando um olhar sugestivo – O que é? Ele é uma boa distração.

— Gente eu estou ouvindo tudo. – Simon se intromete na conversa e Izzy o puxa em direção á sua van deixando Alec e seus pensamentos fluindo.

Com Alec sozinho em meios aos sons da natureza, novamente seus pensamentos sobre a ruiva vieram. A pergunta que mais se questionava, era saber se algum dia iria a encontra-la novamente.

Seus pensamentos foram interrompido por um barulho, Alec observou ao redor novamente e viu Jace e Clary voltando da Cidade dos Ossos. Olhou atentamente para Clary, vestígios de lágrimas e vermelhidão haviam em seu rosto.

— O que aconteceu? Descobriu o que? – Perguntou Alec quando se aproximou dos dois.

— Valentine é o pai da Clary. – Responde Jace e Alec o olha já ficando alterado.

— Não, espera. Está me dizendo que esta garota apareceu do nada e ela é filha do Valentine? Já pensou que ela pode ser uma espiã? – Perguntou Alec indignado e preocupado com a possível ideia ser verdadeira. – Que pode ser parte de um plano deles?

— Já chega, Alec. – Jace o para.

— Você acha que eu planejei o sequestro da minha mãe? Ou terem levado a Dot? Ou ter uma espada gigante no meio da minha testa e descobrir que meu pai é uma das pessoas mais perigosas do mundo? – Clary já estava com seus marejados enquanto encarava Alec – É sério? Onde está o Simon?

De repente Isabelle aparece correndo em meio á escuridão.

— Onde está o Simon? – Repetiu Clary.

— Eu falei pra ele ficar na van. Já o procurei em todos os lugares. – Responde Izzy preocupada com o mundano.

— Ele sumiu? – Pergunta Clary.

— Não consigo encontra-lo. – Admite Izzy receosa.

— Tinha que ter o protegido. – A sua voz transbordava raiva, Clary saiu andando enquanto gritava por Simon.

— Esse mundanos estão me matando. – Diz Jace seguindo a ruiva.

— Simon? Não. SIMON!! – Clary já gritava desesperada pelo desaparecimento do melhor amigo quando viu a van vazia.

— Esse é o nome do mundano? – Uma voz soa de repente.

O grupo olhou ao redor procurando saber quem era o dono da voz. Havia uma mulher de vestido vermelho junto com o homem ao seu lado de terno, ambos eram pálidos. A mulher segurava a corda que prendiam os pés de Simon, o mesmo estava de cabeça para baixo. Logo os três shadowhunters que tinha plena consciência identificaram-os. Vampiros.

— Será um prazer matar você se não o devolver ele. – Jace os ameaça.

— Cuidado. Estaríamos violando os Acordos. – Diz Alec parando o amigo.

— Eu acho que seu amigo está certo. Os filhos da noite não quebraram nenhuma lei. Estamos negociando. O mundano vivo em troca do Cálice Mortal. E o tempo está passando. Tique-taque, pessoal. – Diz o vampiro.

— CLARY! – Grita Simon desesperado.

— Simon. NÃO! – E meio segundo depois os três desaparecem em meio á escuridão.

Com o desaparecimento dos mesmos, Clary sem opções voltou para o Instituto junto com os três shadowhunters.

— Ainda não entendo. Como os shadowhunters podem ser melhores que o que vocês chamam de mundanos. – Pergunta Clary depois de um tempo em silêncio.

— Porque protegemos os humanos. – Responde Izzy.

— Tá legal. – Clary respira fundo e vira ficando de frente para os três – Humanos. Vocês protegem os humanos. Você deixou o Simon sozinho naquela van. Ótimo trabalho. Arrasaram.

Alec revira os olhos com o deboche da garota.

— A ideia de os seres humanos deveriam ter um pouquinho de bom senso é verdadeira. – Diz Alec para ninguém em especial.

— Alec, agora não. – Izzy repreende Alec.

— Olha, não vão fazer nada com o Simon. Só queriam chamar a sua atenção. Querem o Cálice e acham que esta com você. – Diz Jace.

— Mas por que? Por que achariam isso? – Pergunta Clary – Minha mãe mentiu pra mim a minha vida toda, exceto... Por falar nisso tem um Cálice mágico escondido na nossa loja, mas não conta pra ninguém tá. O que devo fazer agora?

— Temos que contar para a Clave. – Diz Alec saindo de perto dos de mais.

— Concordo. – Diz Jace concordando.

— Eles têm que saber que descobrirmos sobre o Valentine. – Diz Alec.

— O que? Que ele é meu pai? – Alec para de andar e escuta Clary – Ótimo. Beleza. Conta tudo para eles, como isso vai ajudar o Simon?

— Clary está tudo ligado. Os vampiros querem o Cálice. – Jace explica chamando a atenção de todos.

— Por quê? Por que pode criar novos shadowhunters? – Pergunta Clary.

— Ninguém quer que o Valentine crie um exército fiel a ele.

— Além disso controla demônios. – Izzy completa a explicação de Jace.

— Eles vão propor uma troca. Simon pela Cálice. – Diz Jace.

— Então os vampiros vão trocar o Simon pelo Cálice e Valentine vai trocar minha mãe pelo Cálice. De qualquer jeito eu perco alguém que eu amo. E se eu jogar o Cálice pra cima e deixar que eles briguem entre eles? – Diz Clary.

— Então isso não importa pra você? – Diz Alec indignado com as palavras da garota.

— É claro que importa. Escuta, quando salvaram minha vida, eu confiei em vocês. Agora eu preciso que vocês confiem em mim. Preciso de um tempo pra me transformar no que vocês são.

— É verdade. Ela foi criada como mundana. – Diz Izzy e Alec a olha.

— O que você é? A porta-voz dela? – Disse Alec sarcástico.

— Não preciso de um porta-voz, preciso de um plano. – Diz Clary e sai andando deixando todos para trás.

Algumas horas depois todos reagruparam-se novamente pesquisando e criando um plano para salvar o melhor amigo de Clary, Simon Lewis.

— E todas essas coisas, essas telas? – Diz Clary varrendo o local com os olhos – Alguma dessas coisas podem me ajudar a encontrar o Simon? Onde ele está? Em uma cripta na Transilvânia? – Clary se aproxima da mesa onde estavam Alec, Izzy e Jace.

— Na verdade, não. Aquela é a gangue da Camille. Eles são locais. – Diz Jace.

— Estão no Hotel DuMort, na Rua Gansevoort. – Diz Izzy dizendo a localização.

— É. – Alec concorda.

— E voltamos pra cá? Por quê? Temos que ir pra lá. Vamos, agora. – Clary apressa a todos.

— Precisamos da aprovação da Clave pra isso. – Diz Alec.

— Nós não podemos declarar guerra aos vampiros sozinhos. – Diz Izzy.

— E não podemos reagir sem considerar as nossas opções. Os submundanos são escravos de seus impulsos. Nós não. – Diz Alec.

— Alec, a culpa de tudo não é dos mundanos. – Diz Izzy para Alec.

— É mesmo. Seelies tem seus charmes, pelo jeito. – Diz Alec sorrindo, enquanto olhava para irmã.

— Verdade. – Diz Jace entendendo a brincadeira do Lightwood.

— "Seelies?" – Pergunta Clary.

— São fadas de todo o tipo. Duendes, espíritos d'água, elfos, qualquer um meio-anjo, meio-demônio. – Jace explica – É um termo que engloba tudo.

— Izzy, pode contar tudo sobre eles, ela têm uma quedinha. – Alec olha para a irmã, brincando novamente com ela.

— Todos temos quedinhas, não é mesmo? – Diz Izzy trocando olhares com Alec.

E por um minuto Alec lembra-se da ruiva do Pandemônio.

— Ok, não aguento mais ouvir isso Simon foi sequestrado por vampiros. Acho que eu vou resolver isso sozinha. – Diz Clary e sai andando.

— Clary, vai acabar morrendo. Clary! – Jace a chama – O Simon também.

E foi com essas palavras que Jace conseguiu convencer Clary a virar-se para os outros.

— Então me ajudem. – Pede Clary – Enquanto consideramos ter outras opções, meu melhor amigo está sofrendo. Isso é uma coisa que os shadowhunters entendem ou eu estou sendo mundana?

Os três se entreolharam e Alec suspirou.

— Clary está certo. – Diz Jace começando a concordar com ela – Eles deram o primeiro passo, vamos cuidar disso nós mesmos, agora.

— Essa é uma má ideia. – Diz Alec.

— E tem uma melhor? Os vampiros quebraram os Acordos. Sequestraram um mundano e isso é proibido. A Clave vai nos dar um sermão e depois vai ficar feliz. Qual é? – Diz Jace para Alec.

— Difícil descordar disso. – Diz Isabelle.

— Mesmo se formos, eu não sei como sairemos daqui sem ter que explicar para onde estamos indo. Precisamos de armas e não podemos deixar ninguém nos ver pegando-as. – Diz Alec começando a concordar, mesmo sendo uma péssima ideia.

— Eu sei onde conseguiremos o que precisamos. – Diz Jace sorrindo tendo uma ideia pra onde ir.

Os shadowhunters então seguiram em direção á um dos cemitérios da cidade de Nova Iorque.

— De quem é a sepultura? – Perguntou Jace assim que todos desceram da van.

— Mary Milligan, nasceu em 10 de janeiro de 1802, e morreu em 10 de janeiro de 1878 – Diz Izzy com um celular em mãos, lendo o conteúdo do mesmo.

Com certeza não foi o melhor aniversário que já teve. — Pensou Alec.

— Beleza, Alec. Vamos lá. – Diz Jace.

— Espera aí, o que é que estamos procurando? – Perguntou Clary curiosa.

— Esconderijos de armas. – Diz Izzy.

— Estão guardada aqui com a Sra. Milligan. – Jace explica para Clary.

— Por que têm armas de shadowhunters no cemitério de uma igreja? – Pergunta Clary novamente.

— As religiões antigas acreditam em demônios, pelo menos acreditavam. – Explica Izzy.

— Se esqueceram da ameaça porque estamos aqui para protege-los. – Disse Alec caminhando juntos com os outros pelo cemitério enquanto procurava a cripta da Sra. Milligan.

— Falta de imaginação típica dos mundanos. – Continuou Alec observando ao redor.

— Está dizendo que fazemos um trabalho bom de mais? – Isabelle ri – Você não consegue esquecer, não é?

— Quer saber? Alec, por que não vai checar perto do anjo? – Jace pede querendo encerrar uma possível discursão.

Alec o olhar e sai para o lugar ordenado em silencio, procurando a cripta. Até que de repente decidiu conversar com seu melhor amigo.

— Jace, vem aqui. – Alec o chama.

— Oi. – Disse Jace aproximando-se do melhor amigo.

Os dois olharam para Clary que estavam olhando para os túmulos ao seu redor, procurando o túmulo desejado.

— Estamos cruzando um limite nos territórios dos vampiros. – Disse Alec.

— Esse é o objetivo. Qual é, Alec. Se anima. – Jace tentou animar o amigo.

— Que droga, Jace, pensa direito. Você nem gosta do garoto. Isso não é por causa do mundano, é por causa da Clary. – Jace o olha confuso –Está tão desesperado pra transar com ela que arriscaria nos matar?

— Caramba, você falou tanta besteira de uma vez, que eu vou fingir que eu não ouvi. – Jace pensa em sair mas antes que fizesse tal ato, Alec o para.

— Esse é o problema. Você não está me ouvindo. Não ouviu nada do que eu disse hoje. Nem conhece essa garota. Por que confia nela?

— Isso é por que ela é filha do Valentine? Já não resolvemos isso? Alec, olha pra mim. Pode confiar nela ou não, eu não ligo, eu não estou nem ai. Mas se você não confia em mim... – Jace já desistia da ideia de Alec começar a confiar em Clary, quando a mesma os interrompe.

— JACE! ALEC! – Escutaram a garota os chamarem – Mary Milligan!

Os garotos caminharam em silêncio até Clary, onde estava parada em frente ao túmulo que tanto procuravam.

— Serva amada? – A ruiva pergunta incrédula, encarando os meninos – O que é isso na lápide?

— Uma pessoa que estava em serviço por uma coisa maior que ela mesma. – Respondeu Alec com certa ironia.

— Pelo menos está agora. – Diz Jace tirando o excesso de poeira que havia na tampa, encontrando assim a runa principal dos shadowhunters. – Abracadabra.

— Espera, vocês falam mesmo isso? – Alec revira os olhos de tédio pela pergunta estupida da garota.

— Não, Clary. Não falamos. – Respondeu Jace como se fosse óbvio. Em seguida passa sua Estela por cima da runa que havia na cripta a ativando.

Com a ativação da runa, ela se destrava e Alec e Jace puderam empurrá-la, encontrando um grande baú, onde Jace a abriu e viram que haviam diversas armas para utilizarem.

— E onde está a Sra. Melligan? – Perguntou Clary confusa pegando um espada.

— Não toque nisso. Você não sabe usar. – Diz Alec pegando a espada Serafim da mão de Clary.

— O quê? Tipo na Pandemônio, quando eu matei aquele demônio? – Disse Clary convencida sobre o ato que diz ter feito na boate.

— Você não o matou... – Diz Alec, mas é interrompido por Jace.

— Alec. – Jace o repreende – Eu vou mostrar a ela como usar direito. Tem o que precisa? – Pergunta a Alec.

Alec observa dentro do baú e viu que o mesmo não tinha o que desejava.

— Não. Não tem um arco aqui. Eu preciso de um. – Responde Alec – Eu tenho que runar algumas flechas no Instituto. Eu tenho que ir.

— Mas como você vai voltar para o Instituto? – Alec que antes caminhava parou e virou para o melhor amigo, que logo entende com a troca de olhares.

— Beleza. Vai. Eu posso terminar aqui. – Alec anda em direção á Jace ficando em sua frente.

— Eu entendo, o que temos que fazer e eu confio em você, parabatai, nunca duvide de mim. Não importa o que eu diga. – Alec falava arrependido com algumas de suas palavras que dissera algum minutos atrás.

— Já esqueci. – Jace o responde causando um pequeno sorriso em Alec, estende sua mão em forma de cumprimento e Alec aperta e o abraça rapidamente – Te vejo ao amanhecer.

— Ao amanhec... – Alec é interrompido por um grito estridente, que faz com que ele, Jace e Clary tampem seus ouvidos querendo abafar o som, quando de repente para e voltam a escutar o silêncio da noite – O que foi isso?

— Não sei, mas foi aqui por perto. Temos que olhar. – Jace olha Alec e o mesmo consente.

Os três shadowhunters seguiram com rapidez em busca do lugar onde provavelmente veio o grito.

Assim que chegam ficaram surpresos com o que viam em sua frente. Uma garota estava em frente á um corpo falecido aparentemente um demônio o tinha matado. A garota tinha longos cabelos avermelhados, possuía uma grande beleza que via-se mesmo com a vermelhidão em seu rosto com vestígios de lágrimas. Os de mais se aproximaram, mas apenas um deles reconheceu a garota.

Alec, o único que reconhecera, aproximou-se mais da garota que jogou-se em seus braços, o abraçando. Sem reação alguma, ele apenas a abraçou de volta querendo reconforta-la.

O mais velho sentiu um arrepio em suas espinhas e mesmo ela sendo uma completa estranha, ele sentia que tinha algo a mais por trás de seu doce rosto. Ele sentia que teria que a proteger de tudo e de todos.

— Você está bem? – Perguntou Alec preocupado com a situação da garota, a garota desconhecida apenas balançou sua cabeça.

De alguma forma, Lydia não conseguia pronunciar nenhum palavra se quer, não sabia o que estava sentindo. Lydia olhou para o garoto que estava com seus braços ao redor e o reconheceu, o tal Alec que tinha esbarrado nela sem querer na boate. Poderia parecer estranho, mas a ruiva sentia que poderia confiar no moreno mesmo sem o conhecer, sentia-se protegida em seus braços.

— Qual o seu nome? – Alec perguntou querendo saber o nome da desconhecida que não saia de seus pensamentos.

Alec apenas recebeu o silêncio em troca, nem ao menor um balançar de cabeça como fora acontecido minutos atrás. A garota aparentava estar aérea, como se estive em outro mundo.

— Você a conhece? – Jace perguntou olhando para garota, ele a achou absurdamente linda, claramente interessado.

— Não. Mas foi ela quem eu esbarrei na boate. – Confessou Alec.

— Então foi ela?

— Sim. – Alec já não olhava para a garota em seus braços mas sim no corpo em sua frente – Parece ser um demônio.

— É o que aparenta. – Disse Jace aproximando e olhando melhor.

— Não podemos deixa-la aqui. Tenho que leva-la para casa ou algum lugar. – Disse Alec.

— Bom, agora vai ser difícil já que ela adormeceu em seus braços. – Disse Clary que olhava para a garota. Imediatamente os meninos olharam e viram que a ruiva tinha realmente adormecido sem perceber nos braços de Alec.

Alec suspiros sem saber o que fazer — Vou leva-la para o Instituto.

— Ela é uma mundana. – Jace disse estranhando a preocupação do parabatai.

— Nós sabemos que ela pode não ser. Ela me viu através da runa de invisibilidade na boate Jace. – Alec ainda pensou em falar algo mais, mas não queria ter outra discussão com seu melhor amigo. Não era um momento certo para o fazer.

O mais novo suspirou — Nós vamos com vocês.

— Não precisa, sei cuidar de mim mesmo e posso cuidar dela. Você precisa ir com a Fray. – Alec já havia levantando com cuidado, para que a mesma não acordasse.

— Ela vai ficar bem? – Perguntou Clary.

— Espero que sim – Alec suspirou – Até o amanhecer.

Após despedir-se, Alec caminhou com a garota em seus braços, demoraria poucos minutos até que chegassem no Instituto. A garota não pesava quase nada, era como uma pena, então ele poderia a carregar sem esforço algum.

Assim que adentrou no Instituto teve o maior cuidado para que não percebessem a presença dela e muito menos a dele. A levou diretamente para seu quarto. Ninguém poderia vê-la, não poderia nem leva-la a enfermaria, se não iriam descobrir.

Abriu a porta de seu quarto com uma das mãos, e fechou empurrando com o pé, em seguida colocou-a com delicadamente em sua cama. Não pôde negar o quanto ela era linda. Aproximou a sua mão no rosto da garota fazendo uma leve carícia, e procurando algum ferimento em seu rosto, mas estava completamente limpo, apenas havia uma vermelhidão por conta das lágrimas que tinha derramado.

Deixou sua jaqueta em uma cadeira que havia em seu quarto e saiu logo em seguida deixando a garota adormecida em sua cama. Caminhou em direção á uma das salas onde podia encontrar o que precisava, um arco e algumas flechas para runar. Enquanto passava sua Estela uma por uma, seus pensamentos havia apenas a presença de uma garota de longos cabelos avermelhados que dormia a alguns metros, especificamente em seu quarto.