“Tem alguns costumes que nunca perdemos,assim como você e eu diário,apesar de não gostar muito de personificar as coisas, você faz parte do que sou em parte. Claro que não é o mesmo desde os meus 10 anos, você teve varias aparências, mas com a mesma finalidade, a de não me julgar pelo que penso e a de me “escutar”, ultimamente não tenho tido muito isso, “conversas”, desde a morte dos meus pais, esses 12 anos, foram bastante silenciosos. Há algum tempo atrás antes de sair da casa dos meus tios, que praticamente me criaram, só bastavam alguns acenos com a cabeça, alguns “sim, senhoras, e pouquíssimos “não”, e é era bastante para a nossa comunicação.

Como sinto falta dos meus pais, eles eram tudo pra mim, queria ter ido com eles, morrido com eles, mas eles não queriam me levar, pois estavam viajando a trabalho e não era possível me levar. Raccoon City, esse é o lugar para onde eles foram, foi no mesmo lugar onde ocorreu uma epidemia brutal, algumas coisas aconteceram, e eles nunca mais voltaram. O que mais me entristece, é o fato de não saber exatamente como morreram e também por seus corpos que nunca retornaram para serem sepultados e enterrados, seria, mas reconfortante para mim, a certeza de saber onde estão, mesmo que esse lugar seja em um cemitério, estariam mortos, mas estariam ali.

Queria saber o que ocorreu realmente com eles,a única coisa que sei,foi o que me disseram os agentes do governo onde meus pais trabalhavam.Eles disseram que eles haviam morrido pela epidemia que houve em Raccoon City em 1998, mas eu tinha apenas 10 anos, como poderia contestar aquelas pessoas estranhas? Mesmo depois de todo esse tempo,ainda sinto a necessidade de descobrir o que aconteceu.Acho que por me manter tanto tempo fixada na idéia de encontrar algo, que estou me formando em *infectologia, bom, estou terminando a residência e logo poderei pesquisar mais a fundo sobre essa epidemia, pois os dados que colhi ate hoje,foram praticamente inúteis, nada sobre o vírus que causou a epidemia, nem seus responsáveis, só sei que a umbrella, foi quem mandou soldados para o resgates de sobreviventes.Nada mas é claro, cada lugar em que pesquiso,nada é exato, somente as mesmas informações sobre os resgates.

“Bom, vou terminar por aqui, se não vou acabar chorando, vou continuar pesquisando e me esforçando pra encontrar coisas novas, até a próxima, diário, se eu sobreviver.”

Uma lagrima caiu sobre o caderno de May, ela já havia retornado no passado, e as suas lembranças, a falta que sentia dos pais a fizeram chorar novamente. Ela enxugou a lágrima solitária, antes que outras se juntassem a ela, e guardou o caderno de capa azul na sua estante, e foi preparar o seu jantar, enquanto preparava, o telefone tocou,e May foi atender:

_ Oi querida, é sua Tia Carmen, Como vai, May? – Carmen sempre perguntava a mesma coisa, como vai a faculdade, como ela estava, se precisava de algo, mas May sempre respondia o mesmo “ Esta tudo ótimo,tia”ou então um “Não,obrigada”, e assim morria o assunto. – Ok, eu só liguei para saber como estava, seu tio esta te mandando um beijo! Beijos e abraços querida, Boa noite!

_ Ok Tia, até mais, Boa noite! – Apesar de amar muito os tios, May, evitava ao máximo as demonstrações de afeto, não queria se apegar como era apegada aos pais para que não acontecesse o mesmo.

May jantou algumas sobras do almoço que havia comprado. Apos o “jantar”, May deitou em sua cama, e adormeceu, pois estava muito cansada pelo trabalho, nem se deu o trabalho de rolar pela cama em busca de sono, apenas deitou-se e dormiu.

O dia raiou, e a luz do sol entrou pelas frestas entre as cortinas, batendo bem nos olhos de May, ela acordou um pouco incomodada, se virou de bruços tentando tirar seu rosto do caminho da luz,mas logo seu celular começou a despertar, anunciando que era 8 horas da manha, ela precisava levantar para se organizar para mais um dia de trabalho.Levantou resmungando, e praguejando o sol por ter chegado tão cedo, foi ao banheiro escovou os dentes, e tomou uma ducha gelada para despertar da sonolência que sentia.

_ Oh meu Deus, devo estar um caco, estou me sentindo como se não tivesse dormindo nem um segundo ontem, credo, será que vou ficar doente?

Penteou o cabelo curto,pratico e acobreado para trás, e vestiu uma calça jeans, com uma regata qualquer que encontrara no armário e seus tênis favoritos,um converse all star preto tradicional.Fez seu café e foi para frente da televisão escutar as noticias do jornal da manha.

“ Bom dia,Cliviland City manhã esta no ar, fique agora com os destaques do dia – Policia prende assaltantes no centro de cliviland ontem de madrugada, cinco pessoas morreram em um acidente de carro ...”

_ Putz, so passa desgraça nesse jornal... “Testes nucleares foram feitos ontem em um deserto nas proximidades de Cleviland ontem...” – Testes nucleares? – May quase se engasga, não sabia desses tais testes – será que so eu não sabia desses testes?Vou esperar passar a reportagem antes de ir, vou falar com o *Joe sobre isso - May pegou seu diário na estante, e sua bolsa e sentou-se no sofá esperando pela reportagem.

“Testes nucleares foram feitos no deserto Dryest, nas proximidades de Cliviland ontem de madrugada, aparentemente, esses testes tem finalidades bélicas, os testes aconteceram em uma antiga cede da empresa umbrella, que hoje não esta mais em funcionamento. Novidades...”

May arregalou os olhos e permaneceram catatônicos por alguns instantes, seus pensamentos só giravam em torno daquela palavra, o nome da empresa, “UMBRELLA”, aquele nome, May achou que nunca mais escutaria esse nome na vida depois de 1998, por que os testes foram executados na antiga cede da umbrella?Qual a ligação entre os dois?Agora já era tarde de mais, já estava obcecada pela idéia de encontrar as respostas para suas perguntas.

_ Vou procurar esclarecer isso hoje, mas tenho que ir trabalhar já to atrasada!

May pegou as suas coisas, a chave do carro e saiu correndo em direção ao hospital, no meio do caminho ligou na radio, para tentar ouvir mais sobre os tais testes, mas nada foi falado, como se já tivesse caído em esquecimento.

_Que estranho.