Cliviland City : O Desastre

Autopsias, órgãos em decomposição, bisturi


“Algo muito estranho esta acontecendo, e sinceramente, eu não sei o que pode ser. Há quase duas horas examinei o sangue do indigente 01, e realmente havia algum tipo de hibrido, não sei como explicar, isso parece loucura, mas realmente estão pensando que possa ser um hibrido sintético de parasita com vírus, eu sei que isso não é possível, porem não tem outra explicação. Agora que mais dois indigentes com as mesmas características do primeiro, tanto no físico, como no sangue, ambos estavam com o tal ser. O primeiro indigente morreu há algum tempo, o Dr. Graham deu o óbito e mandou o corpo para o necrotério. Agora uma autopsia de emergência será feita, eu irei estar presente, talvez possa achar algo mais concreto sobre os outros casos antes que mais algum morra.”

_ May tem certeza que deseja fazer isso? – Não seria a primeira autopsia de May e ela fez menção que não, já estava vestida para o procedimento, - Eu sei que você já fez isso, mas é que... Você sabe, não é costume da sua área ficar fazendo esse tipo de coisa, geralmente vocês ficam presos a um laboratório.

_ Ora bolas Dr. Mike, vai ficar tudo bem, eu não me assusto fácil, e meu estomago é forte!

_ Ok, vamos fazer isso então.

May colocou o gravador ligado ao lado da mesa, e se pôs se a postos para anotar tudo em seu caderno azul. Dr. Mike pegou o bisturi e o apoiou no peito do indigente, “Indigente 01, causa da morte desconhecida. Incisão em ‘Y’, dos ombros ate o externo, e pelo abdômen” enquanto falava, ele passava o bisturi e uma linha fina aparecia sob a pele já arroxeada do paciente, o corte não parecia fundo, mas quando ele começou a puxar as camadas de pele para o lado, deu pra perceber quão fundo era o corte. Dr. Mike se virou e May pode ver claramente o abdômen aberto do paciente, ela ficou terrivelmente aterrorizada.

_ Achei que não se assustava fácil - Mike Ca soava de sua reação, ele não tinha reparado no estado do corpo aberto que ali estava.

_ E não me assusto, mas se visse os órgãos de um ser humano que morreu a menos de duas horas totalmente apodrecidos, acho que se assustaria também.

O que? – Ele então olhou para o corpo, e foi então que finalmente percebeu que o interior do paciente estava em estado de decomposição avançada, - mas que merda é essa?! – Ele tentou pegar o fígado com as mãos, mas o órgão se desfez em suas mãos. – Eu nunca tinha visto isso antes.

_Parece que estava morto em vida, acho que ninguém nunca viu isso antes, - Ela anotava tudo em seu caderno, não deixaria passar nenhum detalhe – será que o cérebro esta no mesmo... Estado?

_ Não posso deduzir isso, mas acho que se estivesse, não estaria andando por ai não acha? – May deu de ombros, - Vou buscar a serra para podermos abri o crânio, ok?

_ Tudo bem, eu espero aqui.

Dr. Mike saiu, deixando May sozinha com o corpo, ela realmente estava intrigada com aquilo, como poderia um corpo que acabara de morrer esta naquele estado, “a não ser que seja um zumbi”, ela riu sozinha, achando sua idéia de mortos andando pela terra muito improvável,“ realmente isso não pode ser possível, deve ser a radiação do lugar onde foi encontrado, mesmo que também seja inexplicável”.May se virou para o balcão para poder se apoiar enquanto escrevia as suas teorias sobre o caso. Ela havia reparado em tudo, menos que atrás dela algo se movia.

O corpo que a pouquíssimo tempo estava aparentemente sem vida e em estado de putrefação, estava se levantando lentamente. E foi só quando o caldo apodrecido de órgãos internos caiu no chão, que May percebeu. Virou rapidamente, não podia acreditar no que via, mas aquele não era o momento de pensar no que crer ou não, ela sabia disso, havia uma pessoa morta, que acaba de ganhar vida novamente, e aparentemente estava andando em sua direção, fazendo um barulho perturbador, ele fazia um zumbido estranho, não tinha pulmões, o ar não passaria pelas cordas vocais, mas mesmo assim ele parecia gritar.

_ PUTA MERDA, QUE ISSO?! – o corpo vinha em sua direção, May não tinha idéia do que fazer – Senhor pare onde estar!Cara, eu to falando com um morto! Meu Deus! – ele avançada, e ela se afastava. Aquele ser, parecia sentir o cheiro dela, mesmo no escuro seria capaz de ir atrás dela. Em algum momento enquanto o ser avançava e May se afastava, ela se apoiou na mesa de instrumentos e cortou a mão em um dos bisturis. O morto parou do outro lado da sala, empinou o nariz para cima, parecendo sentir algum cheiro, o cheiro do sangue de May, e então começou a andar rapidamente atrás de May, então ela jogou a mesa instrumentos em cima do corpo e ele tropeçou, e May viu a oportunidade de sair, pegou o seu caderno no balcão, e saiu correndo para o corredor e trancou a porta. Ela ficou de costas pra porta, ainda não acreditara no que acabara de acontecer. O corte em sua mão continuava sangrando, e o morto-vivo dentro da sala continuava a sentir o seu cheiro, e começou a bater bem forte na porta, May levou um susto, e se virou para ver aquela coisa pelo vidro que havia na porta.

_ Meu Deus, o que será isto? – e novamente, ela cogitou a idéia de zumbis andando sobre a terra, e isso não pareceu tão louco quanto antes, - será que é verdade? Mas quem faria algo tão louco? – Foi então que se lembrou dos outros dois indigentes no andar de cima, olhou para o relógio, - já devem estar mortos pelo tempo, mas será que já viraram um desses? Oh meu Deus, será que o Joe esta bem?

May sai correndo pelos corredores atrás de um elevador, mas nenhum funcionava, foi então que reparou o quão deserto estava aquele andar, mas ali era o necrotério, todos que deveriam estar ali eram para estar mortos, resolveu ir pelas escadas já que não obteve sucesso com nenhum elevador, subiu rapidamente e chegou ao andar de cima ofegante, mas não podia parar para respirar, tinha que saber como estavam às coisas, mas aquela parte também parecia muito deserta, não havia ninguém, nem Joe, nem recepcionistas, nem médicos ou enfermeiros, somente ela, “isso não parece um bom sinal”.

Foi então procurar nos leitos, e quando entrou no primeiro leito não tinha nada, alem de sangue no chão, muito sangue, no segundo leito tinha uma macha que dava no corredor, como se algo ou alguém tivesse se arrastado ate a porta, “Oh meu Deus, o que será que esta acontecendo?”.

May saiu correndo confusa dali, tinha que achar Joe e sair daquele lugar o mais depressa possível, então foi ao quarto onde os outros dois pacientes haviam ficados isolados, e agora aquilo parecia o lugar mais sombrio do mundo. Havia um corpo jogado no chão, vestido com um macacão branco, “esse deve ser o outro indigente”, ele tinha um bisturi fincado na cabeça, parecia estar no mesmo estado que o do necrotério, só que morto. Foi então que May escutou um gemido vindo do outro lado da cama.