Não parecia nada com o que o morto-vivo fizera, era mais como um gemido de dor, ela pegou o bisturi que estava na cabeça do corpo, e foi lentamente ver quem era encostado do outro lado da cama.Era Joe, ele estava segurando o braço, e gemendo de dor.

_ Oh Joe, Graças a Deus – May soltou o bisturi, e agachou-se no chão ao lado dele, - ainda bem que encontrei você,- May se levantou, lembrando da ameaça do lado de fora do quarto, foi ate a porta, olhou para os dois lados, tudo parecia deserto,ela trancou a porta e voltou a Joe – vamos, temos que sair daqui e rápido!

_ Não May, eu não posso ir, eu estou muito ferido, estou me sentindo estranho, vá e me deixe aqui, por favor, esta melhor sem mim, você sabe se cuidar! – Suas palavras fizeram os olhos de May se encherem de lagrimas, seus temores estavam se tornando realidade, ela estava perdendo a sua família de novo.

_ Não me peça isso Joseph, você é a única coisa que tenho, por favor, vamos, eu dou um jeito,eu te ajudo a se levantar, por favor, não me deixe! – ela segurou sua mão, e lagrimas começaram a cair de seus olhos - por favor, te suplico...

_May, por favor, peço eu, vá enquanto há algum tempo, eu estou ferido, não vê? – ele mostrou o braço para ela, e realmente o ferimento dele era horrível, se levantou e pegou alguns curativos nas gavetas no quarto.

_Como isso aconteceu? – May pegou seu braço para olhar mais de perto e fazer o curativo – Como isso tudo aconteceu?

_ Sinceramente não sei, enquanto você estava no necrotério,não sei, foi tudo tão rápido, eles estavam mortos, e depois eles já estavam vivos de novo, e quando fui examiná-los, um deles avançou em mim, e me mordeu, o outro foi pra cima da enfermeira que estava comigo, ela saiu correndo, espero que tenha tido mais sorte que eu, então peguei um bisturi que estava no meu jaleco e meti na cabeça dele. Meu Deus, eu matei ele, de novo, sei lá, isso soa tão confuso May, quando o mundo ficou tão confuso?

_ Não tenho certeza, mas acho que isso pode ter haver com os tais testes, eu sei que vai dizer que é loucura minha, mas acho que esse pode ser o tipo de epidemia que teve em Raccoon City, eu não sei o que pensar, mas estou cogitando a idéia de que a umbrella talvez possa estar metida nisso. – May enfaixava o braço de Joe enquanto falava, para estancar o sangue, ela não queria deixa ele ali, muito menos sangrando ate a morte.

_May, depois do que me aconteceu, não duvido de nada – ele gemia de dor, May ficava com o coração partido de ver ele daquele jeito. – Talvez você possa ter razão, você tem as amostras de sangue?

_ Ainda sim, estão em meu bolso desde manha, mas o que devo fazer com isso?

_ Tem que arrumar um jeito de descobrir o que isso! Eu examinei o sangue dos outros pacientes, e neles tinha uma coisa muito estranha, tem características virais, teve ser contagioso, não sei... – ele gemeu novamente de dor e May passou a mão em seu rosto para tirar o suor que havia ali.

_ Eu sabia que não devia ter me aproximado de você, ficado sua amiga, - Ela abaixou a cabeça, e lagrimas começaram a descer de seus olhos novamente, - todos com quem me deixo sentir carinho morrem, você me fez cometer esse erro! Eu não posso ir pra casa sem você, eu não quero!

_Não é sua culpa, pode ter certeza de que não é não se preocupe, eu vou ficar bem, - ele levantou o rosto dela com o braço bom,- Eu te amo, sei que você sempre soube disso do jeito que fico perto de você, te conhecer foi uma das melhores coisas da minha vida May Denner, não precisa falar nada, apenas vá– Ele sorriu para ela, e ela retribuiu o sorriso, - May tenha cuidado, as coisas estão fora de controle, por favor.

Ela se aproximou dele, e olhou no fundo dos olhos dele, sabia que jamais veria ele novamente, e sentiria muita falta dele, mas era hora de ir. Mas como deixar a pessoa que mais ama no meio do caos sofrendo, seria algo difícil de fazer, mas devia ser feito. Era ficar e morrer, ou ir e tentar não morrer!

_ Tchau Joe, sei que não preciso dizer, mas eu te amo. – ela o beijou nos lábios, e o abraçou – fique bem ok?!

_ Tchau May, obrigado por tudo! – Ele também estava chorando, abaixou a cabeça de May e lhe deu um beijo na testa em sinal pelo respeito que sentia por ela, - Hein, toma! – Ele tirou a chave do seu carro do bolso da calça e deu para May – Faça bom uso, se cuida garota!

_ OK chefinho! – Ela pegou a chave, se levantou e olhou nos seus olhos castanhos profundos pela ultima vez, ambos sabiam que jamais se veriam novamente.Ela entao se dirigiu até a porta - Adeus, Joseph Graham

Girou a maçaneta e olhou para o lado de fora, continuava deserto, saiu e fechou a porta, “cadê todo mundo?”. Porém no final do corredor uma sombra surgia, e o jeito como se movia lentamente não parecia ser humano,e ela sabia que aquilo era um mau sinal, “droga, vou ter que correr!”