Choices

3- Mestre e pupilo?


-Sempre há uma hora em que o aprendiz supera o mestre. - Eu disse.

-Irei contar a Hijikata-san. - Ele disse

-Não me surpreenderei se isso acontecer. - Devolvi a katana a Okita, e rumei para o local onde estávamos, para pôr meu quimono normal.

Quando chegamos, tomei um banho e quando fui comer algo, Hijikata estava me observando, então decidi acabar de vez com isso e fui até ele.

-Saitou me contou. - Ele disse sério. - Sabe das regras. - Ele estava com uma das mãos em sua katana.

-Sei perfeitamente. - Eu disse – Se eu não morrer aqui, acabarei por morrer lá fora mesmo. - Disse indiferente.

-Eu permitirei que fique, mas se fugir, nos trair ou tentar algo, cortarei você. - Ele não estava blefando, não é a toa que o apelidaram de “vice-comandante demoníaco”.

-Sim senhor. - Eu respondi simplesmente.

-Certo. - Ele disse – Apenas não deixe que os outros descubram.

-Hai. -Eu disse.

Eu acordei durante a noite com barulhos de passos, havia se passado três meses desde o “acidente”. Levantei-me e fui para fora. Nevava, e havia alguém parado em baixo de uma árvore de sakuras.

Era Saitou-san. Ele tinha uma pequena porção de neve entre as mãos, tinha posto duas folhas como orelhas, e duas frutinhas como olhos.

Um coelho de neve!” – Pensei.

-O que faz acordada, Sophia? – Ele percebeu minha presença!

-Ouvi um ruído e resolvi ver o que era... – Eu ficava nervosa perto dele, Saitou-san sempre foi sério e reservado, fora que é um ótimo espadachim.

-Venha cá. – Ele estava de costas para mim, eu calcei minha sandália e fui até onde ele estava.

-Veja. – Saitou estava sorrindo! Ele pôs o coelhinho em minhas mãos.

-É lindo! – Eu disse, ele sorriu mais e se virou.

-É seu agora. – Ele saiu, me deixando confusa com o coelhinho em mãos.

(...)

No outro dia, acordei cedo, pois tinha uma missão em um pequeno vilarejo perto da base. Soube que Saitou-san havia partido logo depois de ter falado comigo, e ele deveria voltar à noite.

Saímos logo após nossa refeição, andávamos em ritmo lento, pois eu não queria que Okita-san se cansasse.

-Sophia-chan. – Ele chamou

-Quê? – Eu perguntei

-Parece que há rebeldes nessa área, vamos procurá-los! – Ele parecia extremamente animado, apesar de suas condições.

-Não acho uma boa idéia, temos que voltar ainda hoje, e também... – Ele ficou sério.

-Não esperava que você duvidasse de minhas condições.

-Não duvido, só não quero acabar sendo cercada e obrigada a fugir.

-Você é muito fofinha Sophia-chan! – Ele me abraçou apertado, o que me fez corar e ficar irritada.

-Não sou! – O empurrei – E não faça mais isso Okita-san. Sabe que eu não gosto quando me apertam!

Enquanto eu voltava de minha missão, ouvi alguns ruídos em direção às árvores, Hijikata havia me avisado sobre rebeldes na área, então creio que devo me livrar do problema, antes que algo aconteça.

Ouço algumas vozes familiares, na verdade duas: Souta (ou Sophia) e Souji. Os rebeldes iam em direção a eles, e logo o barulho da luta pôde ser ouvido.

Corri em direção a eles, alguns rastros de sangue estavam pelo chão, o que me fez crer que ao menos um dos rebeldes se feriu.

-Okita-san! – Ouvi Souta gritar, imediatamente corri para a mata, e logo encontrei Okita caído, tendo um ataque de tosse, e Souta com sua katana em mãos.

Eu sabia que quando Souta sacasse sua arma, eu não deveria me meter, ou acabaria derrotado, e possivelmente morto.

-Eu avisei para que não se metessem conosco! – O chefe dos rebeldes disse – O que um garotinho como você pode fazer?

Os capangas dele atacaram Souta, que os estraçalhou sem dó. Ele se movia rapidamente entre os ronins, utilizando a katana de lâmina dupla para cortá-los em pontos críticos, fazendo assim, seus inimigos morrerem antes de tocarem o solo.

-É isso... Que um garoto pode fazer. – Okita disse

-C-Como?! Quem é você?! – O homem perguntou a Sora.

-Meu nome... É Kaoin Souta. – Ele disse ao guardar sua katana na bainha.

O homem saiu correndo mata adentro, vindo em minha direção, quando me viu, ficou ainda mais assustado, e antes que dissesse algo, o silenciei cortando sua garganta.

Okita lentamente se levantou, com certa dificuldade eu diria. Ele sorriu para Souta.

-Você está bem, Okita-san? – Ele perguntou

-Graças a você. – Ele disse sério, e logo abraçou Souta – Obrigada, Sophia-chan...

Ele me abraçou, eu acompanhava Okita-san em suas missões caso ele precisasse de ajuda, pois, por causa da tuberculose, ele mal tinha condições de lutar, ainda mais sozinho!

Ele segurou meu braço esquerdo, e meu pulso direito, me impedindo de fazer qualquer movimento, e logo tomou meus lábios para si. E eu acabei cedendo, não por medo, afinal eu poderia deixá-lo inconsciente se quisesse, mas no fundo eu gostava dele...