Chamas e Brisas

Capítulo 3 - Fogo e Ar


Aeris caminha pelos corredores do prédio do conselho, ajustando a espada em sua cintura enquanto sente a brisa fresca do ar da noite acariciar seu rosto. Seus olhos, porém, são atraídos para cima ao notar Lyra parada em uma sacada, contemplando o céu estrelado que se desenrola diante dela. A luz prateada da lua ilumina seus cabelos negros, que dançam ao vento junto com sua capa. Era um vislumbre sereno, uma cena que parecia capturada de uma pintura. Aeris observa por um momento, antes de decidir se juntar a ela, curioso para saber o que ela tanto contemplava sob aquele vasto céu noturno.

- Vejo que esse ar estonteante a sua volta permanece. – solta Aeris, que abre um sorriso ao sentir o olhar de Lyra sobre si.

- Lembro que em sua faceta em Soleria, você tinha um ar mais selvagem. – com uma voz suave diz enquanto se apoia na varanda, observando dessa vez as estrelas novamente.

- Devo admitir que não vou sentir falta da juba. – complementa num tom brincalha enquanto se aproxima da jovem. Colocando seu casaco sob a varanda enquanto ajeitava sua cinta.

- Acha que vamos guerrear? – pergunta subitamente, surpreendendo o dono dos fios loiros.

- Espero que não. – responde com fitando o rosto de Lyra, percebendo pequenas olheiras que estão prestes a se formar. – Vi o que é uma guerra de uma pequena escala é capaz. E não quero ver em grande escala.

Uma brisa vigorosa varre o corredor, trazendo consigo o doce perfume que Lyra exala, intensificando-se e envolvendo Aeris. Ele considera perguntar se ela está cansada ou se esforçando muito, mas decide guardar a pergunta para si mesmo. Havia algo na serenidade dela naquela sacada que o fazia hesitar em quebrar o silêncio. Era como se estivesse testemunhando um momento íntimo, mesmo que estivessem cercados pelo mundo movimentado ao redor.

- Voltou para sua cidade natal, terminou sua busca?

Os olhares de Aeris e Lyra se encontram por um breve momento, uma troca silenciosa de entendimento. Era quase como se ela pudesse ler seus pensamentos, e ele se sente momentaneamente invadido por essa sensação. Então, um riso curto escapa dos lábios de Aeris, quebrando o silêncio tenso que se formou após a pergunta. Era irônico que a segunda pessoa a lhe questionar sobre sua busca fosse justamente Lyra, quando ele esperava que fosse sua outra mãe a fazê-lo.

- Não, pois ainda não sei bem o que procurar. Mas vim para ver como posso ajudar em um momento como esse.

- O filho mais velho da Anciã, dobrador do ar mais habilidoso conhecido pela a nação do fogo. E ainda não sabe o que procura?

- Esse ultimo é preocupante para a nação do fogo. – complementa num tom de deboche, arrancando um sorriso tímido de Lyra.

O loiro suspira profundamente, desviando o olhar do céu estrelado para encarar os olhos dourados de Lyra. Lentamente, ele se afasta da mureta da varanda e estende os braços, permitindo que a brisa fresca acaricie sua pele. Seus olhos azuis, agora refletindo a serenidade do horizonte noturno, encontram os de Lyra em um momento de conexão silenciosa sob o manto das estrelas.

- Lyra Ardorius, o que você deseja?

As sobrancelhas da princesa do fogo arqueiam ligeiramente com a pergunta, enquanto uma centelha de hesitação brilha em seus olhos dourados. Por um instante, o impulso de evitar a questão surge em sua mente, mas ao trocar olhares com Aeris, ela sente uma estranha sensação de conforto, como se pudesse confiar nele com seus pensamentos mais profundos.

Lyra desvia o olhar para as ruas movimentadas da cidade, um sorriso malicioso brincando em seus lábios. Em um movimento ágil e gracioso, ela se levanta da mureta da varanda, equilibrando-se com facilidade como se estivesse em seu elemento natural.

- Eu sei o que quero agora. – diz enquanto olhava para as ruas. Seus olhos se voltam para Aeris, que parecia ansioso, com um certo medo em seu olhar. – Que tal uma pequena aventura?

Ela pergunta, mas antes que Aeris possa responder, Lyra toma uma decisão impulsiva. Sem hesitar, ela se lança para a rua abaixo. Apesar da altura não ser significativa, ela opta por descer com estilo, usando jatos de fogo habilmente controlados pelas mãos para amortecer sua queda. Com uma aterrissagem suave e segura, Lyra olha de volta para o loiro na sacada, lançando lhe um sorriso malicioso que claramente o desafia a se juntar a ela nessa pequena aventura.

- Já estou aqui mesmo, por que não? – murmura para si mesmo enquanto vestia seu sobretudo.

O loiro se lança da sacada, mas ao contrário de Lyra, ele flutua graciosamente pelo ar, voando sem esforço. Ao aterrissar próximo à morena, ele a observa sem trocar palavras enquanto ela segue em frente, determinada em direção ao seu destino. Aeris a acompanha, sua mente borbulhando com diversas perguntas. Uma delas, ecoando em sua mente, é como ela conhece tão bem essas ruas. Essa indagação surge do fato de que Lyra caminha com confiança em seus passos, levando-os por atalhos que parecem distantes do centro movimentado da cidade.

Finalmente, eles param diante de um edifício que aparentemente já teve um propósito comercial, mas agora é controlado por um homem que o transformou em uma taberna, com a fachada principal indicando sua função. Conhecido como "Punho de Ferro" entre os dobradores de elementos, o local abriga uma estrutura subterrânea de lutas e apostas, que complementa a atmosfera da taberna.

- Jack tem se dado bem ultimamente. – solta Aeris enquanto analisava o prédio por fora, que um dia fora todo estragado, mas agora estava totalmente reformado.

- Jack? – pergunta a princesa do fogo.

- Um velho amigo. Então vamos lutar? – pergunta enquanto observava a moça retirar a armadura e a capa.

- Você? Não sei ainda. Mas eu irei me divertir um pouco.

Lyra despe a capa de sua armadura, enrolando-a habilmente e descartando-a em um lixo próximo, que já estava repleto de sacos pretos. Sua atitude casual, como se estivesse se livrando de um fardo, contrasta com a expressão tranquila em seu rosto. Aeris observa o gesto com uma sobrancelha arqueada, surpreso com a aparente indiferença dela em relação às suas próprias posses.

- Temos conceitos diferentes de diversão. – outra pergunta surge em sua cabeça, que envolvia as peças de metal e a capa jogadas no lixo como se não fosse nada.

Enquanto isso, a jovem desabotoa sua camisa de seda vermelha, revelando um top justo de seda preta por baixo. Seu busto se destaca com orgulho, pronto para enfrentar o desafio iminente. Lyra sabe que esta luta será diferente das que costuma enfrentar em Soleria. Seus oponentes aqui desafiam com dobras elementares similares às suas, mas com variações únicas, como a manipulação da eletricidade. Ela mal pode esperar para experimentar essa nova forma de combate.

- Pronto? – pergunta firme, olhando fixamente para os olhos de Aeris, que apenas ri pela situação que se meteu.

- Não posso dizer que sim, mas irei te acompanhar. – complementa com um sorriso radiante, tal que faz Lyra rapidamente virar seu rosto para a porta que entrarão. – Não vai tirar as braçadeiras?

- Não, elas são um presente, então não posso perde-las. E antes que pergunte, não tirei as botas porque não quero ficar descalça.

- Não cheguei a cogitar essa pergunta vossa alteza. – argumenta num tom de deboche, mas ri logo em seguida.

Ao cruzarem o limiar da taberna, Aeris e Lyra se encontram imersos na atmosfera rica de aromas e vozes vibrantes da "Caneca Virada". O estabelecimento exalava uma mistura de madeira e fumaça, com mesas e bancos de madeira escura espalhados pelo ambiente. A luz fraca das velas penduradas nas paredes lançava sombras dançantes sobre os frequentadores, criando uma aura de mistério e excitação.

Ao se aproximarem do balcão, Lyra sussurra a frase secreta que desencadeia uma sequência de eventos coordenados. O taberneiro, sem fazer perguntas, entrega-lhe uma chave dourada e indica uma porta próxima ao balcão. Ao abrirem a porta, são recebidos por um rolo de escada que desce para um porão espaçoso.

No centro do porão, um círculo de madeira serve como ringue improvisado, cercado por bancos e cadeiras ocupados por espectadores entusiasmados. Dois dobradores estão no meio da arena, um manipulando a terra ao seu redor com maestria, enquanto o outro utiliza a água de uma bolsa de pele presa à sua cintura, já que não há fonte natural de água próxima. O som da terra sendo manipulada e da água fluindo enche o ar, acompanhado pelos gritos e aplausos da multidão.

Próximo ao ringue, um homem sentado em um pequeno palanque anuncia e narra a luta para os espectadores, aumentando ainda mais a excitação do ambiente. Aeris direciona seu olhar para uma sala mais ao fundo da arena, onde vislumbra Jack, observando a luta atentamente do conforto de seu escritório. O homem agora mais velho, com uma barba volumosa compensando a falta de cabelo, ainda mantém sua elegância característica em suas vestes de seda, destacando-se na multidão com sua presença marcante. O sino toca tirando Aeris de seus pensamentos, a luta havia terminado com a vitória do dobrador de terra.

- Hank acaba de vencer sua terceira luta! – grita o anunciante. – Totalizando duas peças de ouro. Algum desafiante deseja enfrentar o punho de terra de Hank?!

Aeris ouve uma bolsa de moedas fazer barulho ao seu lado, arregala seus olhos ao ver Lyra levantando um pequeno saco vermelho cheio de moedas de ouro para cima.

- Aposto esse saco de moedas de ouro para uma disputa com o poderoso punho de terra! – ela grita de forma certeira, demostrando animação em sua voz.

As pessoas ficam em choque ao ver o saco de moedas, algo de esperar, sendo que a economia do continente gira em torno de moedas de broze, prata e ouro, sendo que poucos veem a moeda de ouro na vida, apenas nobres ou soldados de patente alta dos exércitos.

Hank ri ao ver a jovem que o desafia, confiante ele infra seu feito musculoso e grita:

- Aceito!

O dobrador de terra estava confiante ao ver o físico de Lyra, mesmo que ela seja atlética, perto dele parecia uma criança, ainda mais por ele ter uma estatura enorme de aproximadamente dois metros de altura, com uma musculatura densa em seu corpo.

Lyra troca olhares com Aeris por um pequeno instante, os olhos dourados da moça vibravam de emoção, fazendo com que o jovem loiro apenas abra um sorriso para indagar:

- Acaba com ele.

Ela assente com um sorriso de orelha a orelha. Com um olhar determinado ela entra no circulo num salto ao chegar na perto da mureta. O anunciante a fita de baixo para cima, percebendo sua vestimenta de seda, sabia que a moça era uma nobre, mas não sabia o elemento que dominava.

- Qual seu nome? – pergunta o anunciante.

- Lyra, sou uma dobradora de fogo.

- Muito bem! Nossa mais nova desafiante, Lyra! – gritos de pessoas podiam se ouvir, mas vaias de outros era mais presente no som da plateia. – A disputa se encerra apenas quando um dos lutadores se encontre inconsciente ou desista em meio a luta! E o vencedor levará consigo o titulo de campeão e um saco de ouro apostado. – a multidão gritam em uníssono. – Vocês estão prontos?!

- Sim! – responde Lyra e Hank, ambos se encaravam sem trocar uma única palavra.

- Comecem! – grita ao tocar o sino para iniciar a luta.

Hank bate no chão com seu pé direito, fazendo um pilar de pedra crescer a sua frente, com socos rápidos ele faz com a pilastra se torne flechas de pedra, que são atiradas em direção a princesa do fogo. Com um simples riso ela devia de duas flechas vindo em sua direção ao saltar para os lados, mas ao ver que o dobrador de terra não pararia de atirar os projeteis, ela cria uma muralha de fogo a sua frente, queimando instantemente os projeteis.

O dobrador cerra os dentes ao ver que o fogo dela era tão forte que derretia o projétil de terra criado por ele. Num devaneio curto, ele não percebe ela cruzando a muralha em sua direção, num movimento rápido ele faz o gesto de empurrar, criando uma onda no chão para que a dobradora do fogo caísse no chão, mas ela apenas salta para frente dando um mortal criando um jato de fogo com o pé que vai em direção ao Hank, que rapidamente choca sua mão com o chão fazendo com uma muralha de pedra apareça na sua frente. Tal muralha que se rompe jogando-o contra a mureta de madeira, que se parte com o choque.

O cheiro da pele queimada que vinha a sua narina o deixou irritado e ao ver o estrago feito em seu peito esquerdo, sua irá cresce, se tornando um grito de fúria que ecoa na arena. Ao por sua mão sob o chão, pedras formam uma luva em ambas as mãos. Num movimento rápido ele desliza na chão, usando pequenas pedras em seu pé, indo em direção a princesa do fogo em alta velocidade.

- Desgraçada! – esbraveja ao tentar socar a moça, que apenas desvia jogando seu ombro esquerdo para trás.

Aproveitando o movimento do desvio, ela gira o corpo para desferir um chute nas pernas de Hank, criando uma propulsão atrás de seu pé para deixar o chute mais forte, fazendo com que o grande homem caísse feito uma tora no chão, desmantelando a dobra de terra em suas mãos.

Lyra logo se movimenta para cima do homem estirado no chão para soca-lo com o punho em pura chamas, o movimento para ao ouvir o grito de seu oponente:

- Eu desisto! – grita com a voz tremula ao ver um punho em chamas parado perto de seus olhos, os quais estavam arregalados.

- Foi divertido grandão. – Lyra diz num tom leve ao desfazer o punho de fogo, e levantando-se enquanto ouvia o sino bater e o anunciante declarar sua vitória.

Seus olhos dourados procuram Aeris na multidão um pouco longe do ringue, mas se surpreende ao vê-lo batendo palmas perto da mureta com seu sorriso radiante característico. Seus olhares se cruzam, como se estivessem conversando, ela queria um desafio. Ela queria lutar contra o dobrador do ar que um dia vencerá ela e ele sabia disso, mas estava incerto se aceitaria o desafio.

- Lyra, a dobradora de fogo permanece de pé. Com o saco de ouro ainda em jogo, algum desafiante deseja tentar a sorte?! – o anunciante balançava o saco de ouro com uma mão enquanto apontava para a princesa do fogo com a outra mão.

Aeris salta para dentro do ringue sem pensar duas vezes, ao ver o sorriso malicioso da princesa, como debochasse de sua covardia por não aceitar o desafio.

- Me chamo Aeris Aetheron! Desafio essa dobradora do fogo com todo prazer!

A multidão grita ao ouvir o nome dito, pois todos conheciam ele, por ser criado naquela cidade e seus feitos que são as fofocas em tabernas pela região. Mas principalmente por ser o filho mais velho da poderosa Anciã.

Jack em seu escritório levanta de sua cadeira para se aproximar da janela, para poder ver o jovem loiro com mais clareza. Com um riso animado ele coça sua barba ao ver seu velho amigo parado em sua arena com um sorriso radiante pronto para uma luta, mas o que atiçou ainda mais a curiosidade foi a dobradora de fogo, que fez ele entrar naquele ringue pronto para um luta e ainda colocar seu nome me jogo.

- Ouviram?! O primogênito da Anciã está entre nos, e desafia a campeã Lyra! – o anunciante fita o loiro enquanto ele retira seu casaco, jogando-o no chão. – O que você aposta, que possa valer o equivalente desse saco de ouro?

- Aposto minha espada, herdada da tribo de minha mãe. – responde ao puxar da cinta a espada ainda embainhada, jogando-a na mão do anunciante.

- Não podemos dizer o valor dela, sem ver a lamina... – diz enquanto tenta tirar a espada da bainha, com toda sua força, mas parecia presa em sua bainha.

- Ela não pode ser sacada. Apenas por mim, ou por alguém que mereça. – termina sorrindo em direção a Lyra, que retribui com um sorriso desafiador.

- Você aceita? – pergunta o anunciante eufórico, pois não havia conseguido ver a lamina da espada.

- Aceito. – responde firma, com certa euforia em sua voz. Ela estava animada por lutar com ele novamente.

O anunciante faz seu discurso novamente apresentando os lutadores, mas dessa vez encima do palanque, com a espada sobre a mesa junto do saco de ouro. A plateia estava animada enquanto observava Lyra e Aeris trocando olhares, mas diferente do outro desafiante Hank, que agora estava na multidão, eles sorriam com seus olhos.

- Comecem! - toca o sino assim que grita.

Lyra parte para cima do loiro num salto grande ao suar chamas em seus pés para ter um alcance maior, dando um mortal no ar com ambas as mãos entrelaçadas criando uma linha de fogo a sua frente ao pousar no chão. Fogo se dispersa ao entrar em contato com a barreira de ar criada por Aeris, que logo em seguida em num movimento de empurrar cria uma onda de ar forte que faz o fogo criado pela princesa sumir.

- Muito bem. – o loiro diz para si mesmo com um sorriso calmo ao chutar o ar duas vezes criando uma linha de vento cortante.

A princesa desvia ao saltar em meio a elas, mas logo sente seu corpo sendo jogado contra o chão, como se o ar tivesse ficado mais pesado acima dela. Com um grunhido de dor, ela volta seu olhar para frente, vendo Aeris criar uma forte ventania que vinha em sua direção, num movimento rápido, a morena gira seu corpo no chão com os pés para cima, criando rajadas de fogo que interceptam a ventania.

Agora de pé, ela olha a sua volta, perdendo seu oponente de vista. Uma brisa sopra seu cabelo vindo de cima, Aeris voava em sua direção para desferir um chute, que atinge o chão quando ela joga o corpo para trás. Para que não caia, ela fica os pés no chão, criando um punho de fogo em sua mão direita, tentando desferir um soco no dobrador do ar.

- Dessa vez não. – ri Aeris ao soltar uma rajada de ar para segurar a mão dela, apagando a chama e segurando o punho dela com a mão esquerda. – Então? Qual o próximo passo? – pergunta com um sorriso confiante, que logo some ao ver chamas vindo da boca da princesa.

Aeris se abaixa jogando uma forte ventania em sua oponente, para afasta-la. As chamas produzidas pela boca sobem, atingindo o teto da arena, que entra em chamas.

- Que isso? É um dragão agora? – o dobrador do ar murmura a pergunta enquanto fita Lyra sorrindo com orgulho.

- Continua o mesmo jovem escorregadio de sempre. – dispara Lyra ainda sorrindo.

- E você continua a mesma guerreira feroz e incrivelmente bonita. – termina com um sorriso desajeitado.

A batalha de ambos encantava a multidão, pela ferocidade da dobra de fogo que Lyra dominava e a leveza que Aeris trazia em seu movimento. Como fosse uma brisa contra um fogo ardente, ambos lutavam feito uma dança de elementos, um balé de precisão e poder. Ela logo iniciou o confronto novamente com uma onda de chamas, enviando um arco de fogo em direção ao seu oponente. Mas o dobrador de ar, leve em seus pés, desviou-se com a graça de uma folha ao vento.

O dobrador de ar respondeu com uma rajada de vento, que se transformou em um turbilhão, engolindo as chamas e sufocando o calor com um sopro gelado. A princesa do fogo tentou contra-atacar, criando uma parede de fogo, mas o dobrador de ar saltou por cima dela, usando o ar para elevar-se acima do perigo.

A luta continuou, com a dobradora de fogo lançando explosões de calor e o dobrador de ar desviando cada ataque. Aeris então concentrou-se, fechou os olhos e invocou uma tempestade de ventos, que rodopiavam em torno de Lyra, criando uma barreira entre o fogo e o ar.

Com um movimento final, o dobrador de ar canalizou uma corrente de ar tão poderosa que apagou todas as chamas, deixando a princesa sem defesa. Com um sopro tranquilo, mas firme, Aeris declarou sua vitória, não com força bruta, mas com a serenidade e o controle do elemento mais leve e versátil da natureza.

Ele se aproxima de Lyra, que estava deitada no chão ofegante. Com um sorriso gentil ele estende a mão para ajudá-la ficar de pé.

A multidão estremece com a disputa que abaram de presenciar, com gritos ensurdecedores a vitória de Aeris é declarada pelo anunciante, que levanta seu braço para cima.