Chamas e Brisas

Capítulo 23 - Gosto de Metal


Depois de dias de ansiosa espera, Aeris finalmente recebeu a notícia de que a mensageira havia retornado. Com um coração acelerado de expectativa, ele partiu em direção à residência de Dorran, onde aguardava a chegada não apenas dele, mas também da princesa Lyra. Enquanto Luna e Zara permaneciam no veleiro, prontas para partir caso fosse necessário, Elian acompanhava Aeris e Lyra, afinal, como príncipe de Atlantis, sua presença era importante em qualquer decisão que envolvesse os destinos do reino subaquático.

O caminho até a residência de Dorran era repleto de expectativa e tensão. Aeris sentia o peso das responsabilidades sobre seus ombros, enquanto Lyra permanecia ao seu lado, sua determinação refletida em seus olhos azuis como o mar. Elian, com sua presença confiante, transmitia uma sensação de segurança e apoio ao grupo.

Dorran os esperava no jardim de sua residência, segurando em sua mão uma pedra mística, cujo poder abriria um portal para um destino desconhecido. O grupo se aproximou com cautela, seus olhares carregados de determinação e incerteza. Ao ver a chegada de seus convidados, Dorran cumprimentou-os com um aceno, mas sua expressão séria denotava a gravidade da situação.

- Prontos para uma negociação difícil? - indagou o príncipe da nação da terra, suas palavras carregadas de significado e expectativa.

Dorran trazia uma armadura leve, feita de uma liga especial de metais terrosos, que se adaptava perfeitamente aos contornos de seu corpo ágil e atlético. A armadura consistia em placas finas de metal, habilmente entrelaçadas com tiras de couro resistente, proporcionando proteção sem comprometer sua mobilidade. As cores da armadura refletiam a paleta da terra, com tons de marrom, bronze e verde musgo, que se mesclavam em harmonia com o ambiente natural.

Lyra estava vestida com sua indumentária característica, destacando-se pelo bracelete de metal fosco em seu pulso, adornado com detalhes dourados que reluziam sob a luz do sol. Seu casaco vermelho, usado sobre uma camisa preta, combinava com a cor de sua calça e de suas botas, todas feitas do mesmo metal resistente que compunha seu bracelete.

Aeris optou por uma vestimenta elegante e prática, usando uma camisa branca com os botões superiores abertos, revelando um colar discreto em torno de seu pescoço. Um colete longo preto complementava seu visual, proporcionando um toque de estilo sem sacrificar a funcionalidade. Sua calça, também preta, seguia o mesmo padrão de sua vestimenta, enquanto suas botas de couro ofereciam conforto e durabilidade para enfrentar qualquer desafio que surgisse em seu caminho. A cinta em seu quadril carregava sua espada embainha.

Elian, por sua vez, exibia uma combinação de elegância e autoridade em sua vestimenta real. Ele usava as botas da armadura que um dia possuía todas as partes, mantendo um elo simbólico com sua herança de guerreiro. Sua túnica azul-marinho, ricamente adornada com detalhes dourados e símbolos da realeza, contrastava com sua calça preta, criando uma aparência majestosa e imponente que refletia sua posição como príncipe de Atlantis.

- Um portal? – pergunta Aeris ao ver a pedra na mão de Dorran.

- Já viu uma dessas? – retruca a pergunta, fitando os olhos azuis do loiro.

- Sim, ganhei do Espirito Guardião da Floresta Vermelha, para cumprir um pedido.

- Quero saber mais dessa história quando voltarmos. – solta Dorran com um sorriso gentil.

Dorran empurrou a pedra mística para o solo com uma determinação silenciosa, e imediatamente uma energia pulsante começou a se espalhar pelo jardim. O solo tremeu sob seus pés enquanto as raízes se contorciam e a pedra afundava, dando lugar a um portal místico feito de pedra e raízes entrelaçadas, uma passagem para um destino desconhecido.

Enquanto o portal se formava diante deles, Lyra sentiu uma onda de ansiedade percorrer sua espinha. Ela mexia nervosamente no anel que ganhara de Aeris, suas mãos trêmulas refletindo o medo que se agitava em seus olhos. Aeris percebeu sua aflição e, com um toque gentil, aproximou-se dela e sussurrou em seu ouvido com voz suave:

- Juntos, não era?

As palavras de Aeris trouxeram um lampejo de coragem ao coração de Lyra. Ela olhou nos olhos dele, encontrando conforto e determinação em seu olhar. Com um aceno silencioso, ela apertou o anel com mais firmeza, lembrando-se do vínculo profundo que compartilhavam. Juntos, eles enfrentariam o que quer que estivesse do outro lado daquele portal, unidos pela força do amor e da confiança mútua.

Os quatro atravessaram o portal, mergulhando em uma aura de mistério e magia, até emergirem na sala do trono de Solumia, o palácio real. O ambiente era majestoso e imponente, com pilares altos esculpidos em mármore branco e tapeçarias ricamente bordadas adornando as paredes. A luz suave dos candelabros dourados lançava uma aura etérea sobre o espaço, destacando os detalhes intrincados da decoração e criando sombras dançantes no chão de mármore polido.

No centro da sala, onde outrora repousava o trono real, agora jazia um imponente dragão, de escamas reluzentes e asas recolhidas, dormindo profundamente. Sua presença imponente preenchia o ambiente, emitindo uma sensação de poder e mistério.

À frente do dragão, Aeris encontrou duas figuras imponentes que aguardavam sua chegada com uma aura de autoridade e mistério.

A primeira delas era Valeria, rainha de Sagacia, uma mulher de beleza sobrenatural e presença magnética. Seus cabelos longos e negros como a noite caíam em ondas selvagens sobre seus ombros, emoldurando um rosto de traços delicados e olhos que brilhavam com uma intensidade enigmática. Ela estava vestida com uma armadura negra e dourada, adornada com detalhes intrincados que reluziam à luz dos candelabros. A armadura envolvia seu corpo como uma segunda pele, conferindo-lhe uma aparência majestosa e formidável. Cada peça da armadura era meticulosamente trabalhada, refletindo o poder e a elegância de sua portadora.

Ao lado de Valeria estava Garrick Thorne, dominador da terra, um homem de estatura imponente e músculos poderosos que denotavam sua força incomparável. Seu corpo enorme e musculoso emanava uma presença imponente, enquanto seus olhos penetrantes observavam o grupo com uma intensidade calculada. Ele estava vestido com uma armadura robusta, feita de metal escuro e resistente, que contrastava com a pele bronzeada e os cabelos castanhos escuros que caíam em cachos desalinhados ao redor de seu rosto. A armadura estava manchada de sangue, evidenciando as batalhas que ele havia enfrentado, e suas botas estavam sujas com a terra do campo de batalha, testemunhas silenciosas de sua destreza e determinação.

Um riso musical escapou dos lábios de Valeria ao perceber o brilho radiante do cristal no pomo da espada embainhada de Aeris. Seus olhos brilhavam com uma faísca de admiração e interesse, pois ela reconhecia imediatamente o significado daquela luminosidade hipnotizante. Era o brilho de um poder ancestral, o poder de dominar todos os elementos, uma habilidade lendária e temida por muitos.

- Onde está meu irmão? – pergunta Dorran, quebrando a tensão entre eles.

- Mas o futuro rei já está em minha presença. – Valeria aponta para Garrick, que tinha em mãos a coroa da nação da terra.

- Você não ousaria? – uma raiva surge no peito do príncipe.

- Não ousaria mata-lo, muito tarde para isso. Meu pequeno filho acaba de sentir o gosto da realeza.

Valeria acariciou suavemente seu dragão, um gesto que transmitia uma conexão profunda entre eles, enquanto revelava a verdade sobre o destino do irmão de Dorran. Seus olhos faiscavam com uma mistura de triunfo e desdém, enquanto ela observava a reação do príncipe diante da revelação chocante.

Enquanto a raiva crescia nos olhos de Dorran, Garrick Thorne, dominador da terra, percebeu a intensidade das emoções do príncipe e agiu rapidamente para conter a situação. Com um movimento rápido e poderoso, ele quebrou a coroa que estava em sua mão, um gesto simbólico que ecoava a quebra de laços e alianças antigas.

O som do metal se partindo ecoou pela sala do trono, cortando o silêncio tenso que pairava no ar. Os estilhaços da coroa caíram no chão com um estrondo, criando uma aura de finalidade e decisão no ambiente carregado de tensão.

Enquanto Dorran lutava para conter sua raiva e seu desejo de vingança, Aeris sentiu uma sensação de determinação se apoderar de seu coração. Ele sabia que o confronto que se avizinhava seria mais do que uma batalha de poder e vontades, seria uma luta pela sobrevivência e pelo destino de seus reinos.

- Solumia não irá se curvar perante ti. – num tom de desdém, Dorran rangia seus dentes para conter sua raiva.

- Não precisam. Apenas um caos controlado. – solta Valeria com um sorriso em seu rosto.

Aeris e Lyra trocaram olhares tensos, uma comunicação silenciosa entre eles que refletia a crescente sensação de perigo iminente. Eles sabiam que a situação estava prestes a sair do controle, e uma sensação de urgência os impelia a considerar suas opções.

Antes que pudessem sequer formular um plano para retornar pelo portal, este se fechou abruptamente, cortando qualquer possibilidade de fuga. Uma risada macabra ecoou pela sala do trono, emanando da boca de Valeria, que observava a cena com um sorriso satisfeito.

Aeris sentiu uma pontada de pânico se agitar em seu peito, enquanto ele percebia que estavam completamente cercados pela hostilidade dos seus adversários. Com um olhar determinado para Lyra, ele sabia que precisavam permanecer unidos e encontrar uma maneira de enfrentar aquele desafio juntos, custe o que custasse. A batalha pela sobrevivência deles e pela segurança de seus reinos havia começado, e eles estavam determinados a lutar até o fim.

- Mas curioso ter a presença dos herdeiros de cada nação. Lyra, a princesa do fogo. Elian, o príncipe de Atlantis. E nosso querido Dorran, príncipe de Solumia. – ela ri em meio as suas olhadas para os respectivos nomes ditos, parando seus olhos sobre Aeris, que agora empunha sua espada. – Mas temo que não terá ajuda dos espíritos dessa vez Aeris. – sorri vitoriosa.

- Bem, veremos isso. – ele diz com um sorriso corajoso em seus lábios.

- Fique parado, Garrick. – dispara Valeria enquanto caminha em direção aos quatro a sua frente.

- Sim minha senhora.

Com passos calculados e um sorriso maligno nos lábios, Valeria avançou com confiança em direção aos quatro, sua presença imponente preenchendo a sala do trono com uma aura de perigo iminente. Seus olhos faiscavam com uma determinação fria e calculista, enquanto ela se aproximava lentamente de sua presa, saboreando cada momento de antecipação.

Diante da ameaça iminente, Aeris, Lyra, Elian e Dorran se prepararam para o confronto iminente, cada um canalizando seus elementos para se defenderem do ataque iminente. Aeris ergueu as mãos, invocando as correntes de ar ao seu redor, enquanto Lyra concentrou sua energia, criando uma barreira de fogo ao seu redor. Elian ergueu a mão, convocando as águas ao seu comando, enquanto Dorran se preparou para manipular a terra sob seus pés.

Com um gesto ágil, Valeria desencadeou seu ataque, canalizando os elementos ao seu redor com uma maestria sinistra. Ventos violentos rugiram em torno dela, chamas dançaram ao seu comando, águas revoltas se ergueram em espirais perigosas, e pedras se levantaram do chão como se obedecessem a sua vontade.

O confronto se desenrolou em uma dança caótica de poder e destruição, com cada lado lutando com todas as suas forças para ganhar vantagem sobre o outro. Enquanto os elementos colidiam e faíscas voavam, a sala do trono se transformou em um campo de batalha épico, onde o destino de todos estava pendurado por um fio.

Com um movimento rápido e brutal, Valeria avançou em direção a Dorran, seus olhos faiscando com uma determinação implacável. Com um aperto poderoso de suas mãos, ela envolveu o pescoço do príncipe de Eldoria, aplicando uma força esmagadora que quebrou seus ossos com um estalo sinistro.

Dorran soltou um grito de agonia enquanto o mundo girava ao seu redor, sua visão turva se concentrando nos olhos verdes gélidos de Valeria, que observavam sem emoção enquanto a vida dele se esvaía.

Com um último suspiro de dor, Dorran caiu aos pés de Valeria, seu corpo sem vida jazendo no chão frio da sala do trono. O silêncio pesado pairava no ar, quebrado apenas pelo som ecoante de sua morte e pelo olhar indiferente da rainha de Sagacia, que permanecia imperturbável diante da carnificina que ela mesma havia causado.

Aeris sentiu o coração acelerar ao perceber o dragão se erguendo de seu sono profundo, suas escamas reluzindo com uma aura ameaçadora. Com um grito estridente de sua mestra Valeria, o dragão lançou-se em direção a ele com uma ferocidade imparável. Com reflexos rápidos, Aeris se lançou para o lado, desviando-se por pouco das garras afiadas e das chamas abrasadoras do dragão.

Enquanto isso, Valeria dirigiu sua fúria contra Elian, o príncipe de Atlantis, com um domínio impressionante sobre os elementos da água. Com um movimento gracioso de sua mão, ela manipulou as águas ao redor de Elian, lançando-o com uma força implacável contra a parede do palácio. O impacto foi brutal, deixando Elian atordoado e vulnerável diante da rainha de Sagacia.

Enquanto Valeria se preparava para o confronto final com a princesa do fogo, Lyra, Aeris se recuperou de seu encontro com o dragão e correu para ajudar seu companheiro caído. Com determinação e coragem, eles enfrentaram a ameaça diante deles, cada um lutando não apenas por suas próprias vidas, mas também pela segurança de seus reinos e pela esperança de um futuro melhor.

Lyra manteve seu olhar firme em sua oponente, sentindo a determinação que queimava dentro dela enquanto se preparava para o confronto iminente. O som da voz de Aeris ecoou ao seu redor, seus comandos carregados de urgência e determinação. Ela ouviu-o gritar com Elian, instruindo-os a enfrentarem o dragão juntos, uma demonstração clara de sua confiança na habilidade deles para lidar com a ameaça iminente.

Com um aceno rápido para Aeris, Lyra indicou que estava pronta para o desafio que se aproximava. Com um último olhar determinado para Valeria, ela se preparou para o confronto, concentrando-se em sua respiração e na energia ardente que pulsava dentro dela.

Enquanto o caos se desenrolava ao seu redor, Lyra ficou centrada e focada, pronta para enfrentar qualquer desafio que viesse em seu caminho. Com Aeris ao seu lado e a esperança de uma vitória em seus corações, eles estavam determinados a lutar até o fim contra as forças do mal que ameaçavam seus reinos e seu futuro.

- Princesa do fogo, Lyra Ardorius. Bela como uma chama, e poderosa como uma brasa. – com um sorriso em seus lábios, Valeria prepara-se para a luta. – Me mostre do que é capaz!

Valeria avançou com ferocidade, seu domínio sobre os elementos da terra e do fogo manifestando-se em uma exibição impressionante de poder. Ela lançou chamas ardentes e rochas afiadas em direção a Lyra, sua destreza em combinar os dois elementos tornando seus ataques ainda mais formidáveis.

Lyra reagiu com rapidez, desviando das chamas e das rochas com agilidade impressionante, suas próprias chamas dançando ao redor dela em uma dança frenética. Ela tentou contra-atacar sempre que possível, lançando rajadas de fogo em direção a Valeria, mas seus esforços acabaram sendo em vão contra a ferocidade implacável de sua oponente.

Apesar de seus melhores esforços, Lyra logo se viu em desvantagem, incapaz de acompanhar a intensidade e a habilidade de Valeria. A rainha de Sagacia continuou seu ataque impiedoso, pressionando Lyra cada vez mais para trás e testando os limites de sua resistência e determinação.

Enquanto o confronto se desenrolava, Lyra lutou com todas as suas forças, recusando-se a desistir mesmo diante das probabilidades impossíveis. Mas, no final, a força esmagadora de Valeria provou ser insuperável, deixando Lyra em desvantagem e lutando para se manter de pé diante da tempestade de fogo e terra que se abatia sobre ela.

Com um soco poderoso, Valeria atingiu a barriga de Lyra, o impacto violento fazendo-a curvar-se de dor. Um gemido de agonia escapou dos lábios da princesa, que sentiu o gosto metálico do sangue inundando sua boca.

Antes que pudesse se recuperar, Valeria agarrou os fios negros de cabelo de Lyra com força e a arremessou com brutalidade na direção de um pilar próximo. O corpo de Lyra colidiu com o pilar com um estrondo ensurdecedor, seu corpo se contorcendo de dor enquanto o impacto reverberava por todo o seu ser.

Lyra lutou para recuperar o fôlego e se levantar, sua visão turva e seu corpo dorido clamando por descanso. Mas a determinação ardente dentro dela queimava mais forte do que nunca, alimentando sua vontade de continuar lutando contra as forças das trevas que ameaçavam seu reino e seu povo. Apesar da dor e do desespero, ela se recusou a desistir, sabendo que a esperança ainda brilhava mesmo nas mais sombrias das horas.

Enquanto Valeria ria com desprezo da situação de Lyra, a princesa aproveitou a brecha para reunir suas últimas reservas de energia. Com determinação e coragem, ela concentrou sua vontade ardente e convocou as chamas azuis, uma manifestação de seu poder interior mais profundo e intenso.

Com um grito de determinação, Lyra lançou-se em um furacão de chamas azuis em direção a Valeria, sua determinação queimando tão brilhante quanto as chamas que ela controlava. O fogo envolveu a rainha de Sagacia, uma tempestade de calor e luz que iluminou a sala do trono com uma intensidade ardente.

Valeria, surpreendida pelo repentino contra-ataque da princesa, lutou para se defender contra o poder avassalador das chamas azuis. O fogo consumia tudo ao seu redor, queimando com uma intensidade feroz que ameaçava devorar até mesmo a mais poderosa das adversárias.

Com um grito de fúria, Valeria sentiu sua pele queimar sob o ataque implacável das chamas azuis de Lyra. Com um movimento rápido e determinado, ela retirou parte de sua armadura, revelando a pele marcada pelo fogo e uma expressão de raiva incandescente em seu rosto.

Com um rosnado sinistro, Valeria lançou-se em direção a Lyra, agora empunhando todos os elementos com uma ferocidade implacável. Chamas dançavam ao seu redor, ventos violentos rugiam a sua passagem, águas revoltas se erguiam em espirais ao seu comando e pedras se levantavam do chão como se obedecessem a sua vontade.

Lyra, percebendo a ameaça iminente, desviou com habilidade e agilidade dos primeiros ataques de Valeria. Ela saltou e se esquivou, sua determinação ardente impulsionando-a a evadir-se das tempestades de fogo e dos vendavais furiosos que se abatiam sobre ela.

No entanto, apesar de seus melhores esforços, Lyra não conseguiu evitar o último ataque de Valeria. Uma onda de terra se ergueu diante dela, um muro impenetrável que a atingiu em cheio, jogando-a para trás com uma força implacável. Lyra sentiu o impacto da terra contra seu corpo, sua visão turva e sua respiração ofegante enquanto ela lutava para se recuperar do golpe devastador.

- Devo admitir que é forte princesa. – Valeria diz enquanto observa pequenas queimaduras em seu braço, mas logo abre um sorriso ao se aproximar de Lyra. – Mas temo que não seja o bastante.

- Você não passa de uma tirana, que... – o gosto de metal é forte em seus lábios. – se acha poderosa ao destruir lares dos mais fracos.

Com um riso forte e cruel, Valeria agarrou o pescoço de Lyra, erguendo-a do chão com uma força implacável. Os olhos dourados da princesa ardiam com raiva e determinação, enquanto ela encarava sua oponente com uma expressão desafiadora.

Mas antes que Valeria pudesse fazer qualquer coisa, Aeris agiu com rapidez e decisão. Ele convocou uma ventania poderosa, que varreu pela sala do trono com uma força avassaladora. O vento cortante atingiu a mão de Valeria com força, fazendo-a soltar Lyra com um grito de dor.

Lyra caiu no chão, ofegante e aliviada, enquanto Aeris se posicionava ao seu lado, pronto para protegê-la a qualquer custo. Seus olhos se encontraram por um breve momento, compartilhando um entendimento silencioso e uma determinação renovada.

Enquanto isso, Valeria recuou com uma expressão de fúria e dor, sua mão ferida pingando sangue. Ela lançou um olhar furioso para Aeris e Lyra, jurando vingança silenciosamente enquanto se preparava para o próximo confronto. A batalha longe de acabar, mas Lyra e Aeris estavam determinados a lutar até o fim contra as forças das trevas que ameaçavam seu reino e seu povo.

Um riso sinistro brotou nos lábios de Valeria, seus olhos faiscando com malícia ao perceber a conexão entre Lyra e Aeris. Com um ar de desprezo, ela fez um comentário mordaz, insinuando que o amor da princesa do fogo por Aeris era uma fraqueza, uma falha que a tornava vulnerável.

Aeris optou por ignorar o comentário mordaz de Valeria, desviando sua atenção para os olhos dourados de Lyra. Ele viu a exaustão refletida em seu olhar, sabendo que ela ainda poderia lutar um pouco mais, mas não havia garantias de vitória. Seus pensamentos se voltaram para Elian, cuja luta contra o dragão exigia toda sua habilidade e destreza para se esquivar dos ataques brutais da fera alada.

Em meio à batalha frenética, houve um breve instante em que os olhares de Aeris e Elian se encontraram. Naquele breve momento de comunicação silenciosa, o jovem príncipe percebeu um pedido implícito nos olhos de Aeris: a sugestão de uma retirada estratégica, deixando-o para trás para enfrentar Valeria e o dragão sozinho.

Num gesto de paixão e desespero, Aeris entregou sua espada nas mãos trêmulas de Lyra, seus lábios encontrando os dela num beijo ardente e cheio de emoção. Entre o calor do momento, ele sussurrou as palavras "Eu te amo" contra seus lábios antes de conjurar uma poderosa ventania que a lançou para fora do palácio, afastando-a do perigo iminente.

Enquanto isso, Elian agiu com rapidez e determinação. Ele concentrou sua dobra de água e gelo, congelando momentaneamente as patas do dragão, criando uma oportunidade para a fuga. Com um salto audacioso, ele segurou a mão de Lyra e lançou-se pela janela aberta, usando sua habilidade com a dobra para amortecer a queda e garantir que ambos pousassem em segurança no chão abaixo.

Com um gesto de impaciência, Valeria lançou um olhar irritado para seu dragão, seus olhos faiscando com raiva e determinação.

— Atrás deles! - ela ordenou com voz áspera, sua voz carregada de desejo por vingança contra os herdeiros das nações rivais.

O dragão, obediente ao comando de sua mestra, lançou-se imediatamente em perseguição aos fugitivos, suas asas batendo com força enquanto ele se lançava pelos céus em busca de suas presas. Valeria observou com um sorriso cruel enquanto o dragão desaparecia na distância, sabendo que a caçada estava apenas começando e que ela não descansaria até que os herdeiros de Atlantis e de Sagacia fossem capturados ou eliminados.

Com um gesto de determinação, Aeris interveio no caminho do dragão, erguendo-se diante da fera com uma coragem indomável. Seus olhos encontraram os de Valeria, faiscando com uma determinação inabalável.

- Você não vai a lugar nenhum! - ele declarou com firmeza, sua voz ecoando pelo salão do trono. Seus braços se estenderam, convocando uma ventania poderosa que cercou o dragão, impedindo-o de avançar.

Valeria observou a cena com crescente raiva, seus punhos cerrados de frustração diante do obstáculo inesperado. Ela lançou um olhar feroz para Aeris, seus olhos faiscando com ódio enquanto ela percebia que seus planos haviam sido temporariamente frustrados.

Com as asas abertas e o olhar fixo em Aeris, o dragão se posicionou alguns metros atrás do dobrador de ar. Uma sensação de tensão pairava no ar, cada movimento e respiração carregados com a iminência da batalha que estava prestes a começar.

Aeris sentia a brisa suave ao seu redor, uma sensação reconfortante que contrastava com a adrenalina que pulsava em suas veias. Ele sabia que aquela batalha poderia determinar não apenas seu destino, mas também o destino de todos aqueles que amava e protegia.

Com a determinação incrustada em seu coração e a coragem ardendo em seu espírito, Aeris enfrentou o dragão e a rainha com uma determinação inabalável. Ele estava pronto para lutar até o fim, disposto a sacrificar tudo para proteger aqueles que amava e garantir um futuro de paz e prosperidade para seu reino.

Enquanto a brisa soprava ao seu redor, Aeris se preparou para o confronto que se aproximava, seu coração batendo forte em seu peito enquanto ele se preparava para enfrentar o desafio que aguardava adiante. Ele sabia que a batalha seria difícil e cheia de perigos, mas estava pronto para enfrentá-la com toda a sua força e determinação.

- Com toda certeza você pode ser considerado um mestre do ar. – ela solta preparando-se para a luta.

- Um elogio? Não comece me surpreender Rainha. – complementa num tom debochado. Seus olhos recaem sobre Garrick, imóvel. Esperando uma ordem de sua rainha.

No tumulto do embate, Aeris se encontrava diante não apenas do dragão, mas também da própria Valeria, cujo poder combinado com o da fera criava uma tempestade de elementos aterrorizante. A rainha de Sagacia lançava rajadas de fogo, torrentes de água e rochas afiadas em uma sucessão implacável, sua determinação em destruir seus adversários evidente em cada movimento.

Aeris, enfrentando essa dupla ameaça, se esquivava dos ataques furiosos com agilidade e determinação. Seus movimentos eram fluidos e precisos, sua habilidade como dobrador de ar sendo testada ao limite enquanto ele tentava manter-se um passo à frente dos ataques devastadores.

No entanto, a força combinada de Valeria e do dragão era avassaladora. Aeris sentia o impacto dos golpes, seu corpo sendo lançado de um lado para o outro como uma folha ao vento. O sangue em sua boca era uma lembrança constante da brutalidade do confronto, mas ele se recusava a desistir.

Com uma determinação feroz, Aeris revidava cada golpe, lançando rajadas de ar cortante e explosões de energia contra seus oponentes. Ele sabia que a batalha era uma luta pela sobrevivência, e estava determinado a lutar até o fim, não importando o custo.

Enquanto a batalha continuava a se desenrolar, Aeris e seus adversários se enfrentavam em uma luta épica pela supremacia. Cada movimento era uma afirmação de sua determinação, cada contra-ataque uma prova de sua vontade de vencer.

No calor da batalha, Aeris desferia uma série de golpes poderosos contra Valeria, seus punhos e rajadas de ar cortante buscando penetrar a defesa da rainha de Sagacia. Cada golpe era impulsionado por sua determinação e coragem, seu desejo de proteger aqueles que amava alimentando sua força.

No entanto, a fúria combinada de Valeria e do dragão era implacável. Aeris sentiu as garras afiadas do dragão rasgando sua pele, o sangue escorrendo de suas feridas enquanto ele lutava para manter-se de pé. Cada golpe era um lembrete brutal da brutalidade do confronto, mas ele se recusava a desistir.

Finalmente, exausto e ferido, Aeris caiu de joelhos no chão, ofegante e enfraquecido. Seus músculos latejavam de dor, seu corpo tremendo com o esforço da batalha. Ele olhou para cima, seus olhos encontrando os de Valeria, que avançava em sua direção com uma expressão de determinação feroz em seu rosto.

Os olhos azuis de Aeris desviaram-se momentaneamente da figura de Valeria para pousar sobre o príncipe caído no canto do salão do palácio. Uma onda de tristeza e pesar varreu seu coração ao ver seu aliado e amigo, agora imóvel e silencioso, vítima da fúria implacável da rainha de Sagacia.

Aeris sentiu um nó apertar em sua garganta ao contemplar a perda de um companheiro tão valioso. Ele lembrava-se dos momentos que compartilharam, das batalhas que travaram lado a lado, e agora tudo isso parecia distante e irremediavelmente perdido.

No entanto, mesmo em meio à dor e ao luto, uma centelha de determinação queimava dentro de Aeris. Ele sabia que não podia desistir, não enquanto houvesse ainda esperança de vencer. Com um suspiro pesado, ele voltou sua atenção para Valeria, sua determinação renovada pela memória de seu amigo caído.

- Uma lastima, não é? – pergunta Valeria com um sorriso em seus lábios. – Mal posso esperar para ver Solumia perecer. – ri de desdém.

- Não será como planeja. – com a voz fraca, quase querendo vomitar sangue, ele diz.

- Ah, você acredita que sua mãe irá me derrotar? – pergunta ao se agachar em frente ao loiro.

- Ela é a Anciã, protetora de todas as nações. – cerra os dentes ao final.

- Você acredita que pode vencer? – pergunta Valeria, com um olhar curioso.

Mesmo diante da exaustão e da dor, um sorriso radiante iluminou o rosto de Aeris enquanto ele encarava Valeria. Com determinação nos olhos, ele proferiu suas palavras com confiança:

- Se você tem dúvidas, é porque sabe da verdade.

Sua voz, embora cansada, carregava um tom de convicção inabalável. Aeris estava ciente do poder da verdade e da força de suas convicções. Ele sabia que, mesmo diante das adversidades mais sombrias, a verdade permaneceria como uma luz guia, orientando seu caminho e fortalecendo sua determinação.

- Então não me resta escolhas. Você contemplará o final disso tudo, caso chegue a tempo. - com essas palavras finais, Valeria desferiu um golpe certeiro contra Aeris, que o atingiu em cheio, fazendo-o desabar no chão do palácio em meio à escuridão que o envolveu.

O impacto do golpe deixou Aeris atordoado, sua visão turva e seus sentidos entorpecidos pela intensidade do golpe. Ele lutou para manter-se consciente, sua mente mergulhando na escuridão enquanto tentava reunir suas forças para continuar a lutar.