Chamas e Brisas

Capítulo 22 - Ousado Amor


A luz suave do amanhecer se entrelaçava com os fios negros de Lyra, criando um contraste deslumbrante contra a pele branca dela. Aeris, movido por um impulso terno, deslizou seu braço esquerdo sob ela com delicadeza. Ao abraçá-la, ele se permitiu um momento para respirar profundamente, enchendo-se do perfume dela que, como uma melodia silenciosa, parecia harmonizar perfeitamente com a serenidade da manhã.

Os dedos de Aeris dançaram entre os fios rebeldes, uma carícia suave que despertou a princesa do fogo. Seus olhos se abriram devagar, encontrando os dele, e um sorriso preguiçoso floresceu em seus lábios. Era um sorriso que falava de noites compartilhadas e promessas silenciosas, um sinal de cumplicidade que apenas eles poderiam entender. E naquele instante, com o sol como testemunha, o mundo de Aeris se encheu com a luz dela, mais brilhante do que qualquer chama que ela pudesse conjurar.

- Bom dia princesa. – diz com a voz suave.

- O que está fazendo? – pergunta enquanto captura a mão que atrapalhará seu sono.

- Não consegui evitar. – solta ao colocar seus lábios no pescoço da princesa, que arrepia ao sentir o beijo.

A respiração da princesa se tornou um sussurro suave, uma resposta silenciosa ao toque dos lábios de Aeris. O arrepio que percorreu sua pele era como uma onda de calor e frio, um contraste que refletia a essência de seu ser de fogo.

- Não precisava evitar. - ela murmurou, a voz tingida com um calor que não vinha apenas do sol, mas também do coração.

Com a delicadeza de uma brisa suave, os dedos da princesa encontraram os fios loiros de Aeris, deslizando por entre eles como se fossem fios de seda dourada. Eles traçaram o caminho até a nuca, onde cada mecha parecia capturar a luz do sol nascente. Com um movimento quase imperceptível, ela o puxou gentilmente para si, diminuindo a distância entre eles.

Seus olhares se encontraram, e por um breve momento, o tempo pareceu parar, suspendendo tudo ao redor em uma quietude expectante. Então, seus lábios se tocaram, um encontro que selou promessas não ditas e sonhos compartilhados. O beijo, terno e profundo, era a expressão pura de um amor que ardia com a intensidade de mil sóis, mas com a suavidade de um crepúsculo sereno.

Num quarto real, sob a luz do amanhecer, Aeris e Lyra se entrelaçam em um abraço terno. Entre lençóis de seda e sussurros de paixão, o amor floresce silencioso. Enquanto Aeris traça caminhos invisíveis pela cintura de Lyra, ela se entrega a risadas suaves, um som que ecoa a alegria e o amor compartilhados. É uma melodia que fala de momentos íntimos, preenchendo o quarto com a leveza de um novo começo.

Com movimentos ágeis, Lyra inverteu as posições, deixando Aeris por baixo e ficando em cima dele, onde ele podia contemplar suas curvas graciosas banhadas pela luz solar. A silhueta de Lyra, delineada pela luz dourada, realçava a suavidade de sua pele e a perfeição de cada contorno. Aeris não conseguiu resistir e deslizou a mão suavemente pela perna dela, sentindo a maciez de sua pele e a firmeza dos músculos sob seus dedos. Os olhos dourados de Lyra brilharam em ousadia, refletindo a luz do sol que entrava pela janela. Com um sorriso malicioso, ela o alertou:

- Não comece algo, que não sabe se pode terminar. – ela diz enquanto desliza seus dedos no peito nu do loiro.

- É um desafio? – pergunta com um sorriso de canto.

Ela arqueou sobre o corpo de Aeris, aproximando seus lábios de sua orelha, onde sussurrou palavras que o incitaram à ação. Com um impulso firme, ele puxou a princesa para mais perto de si, suas mãos segurando-a com desejo. Enquanto seus lábios exploravam o pescoço delicado de Lyra, ela soltava suaves gemidos, respondendo ao toque dele. O quarto estava imerso em uma dança de luz e sombra, onde cada suspiro e movimento parecia intensificar a conexão entre eles.

Após momentos de risos e cumplicidade, Aeris e Lyra deixaram a privacidade de seu quarto, agora vestidos com roupas casuais que refletiam a simplicidade elegante de sua nobreza. Aeris usava uma camisa de linho branca, cujas mangas estavam arregaçadas para revelar a tatuagem tribal que adornava seu antebraço, um símbolo de sua herança e força. Lyra, por sua vez, escolheu um vestido azul claro que fluía como água ao redor de suas curvas, complementando a cor de seus olhos.

Eles entraram no salão onde o Príncipe Dorran e Elian compartilhavam uma refeição em silêncio. O salão era vasto, com tetos altos sustentados por colunas de mármore. Tapeçarias ricas pendiam das paredes, e o chão de pedra era suavizado por tapetes luxuosos. A luz do dia filtrava através de janelas altas, jogando padrões de luz sobre a mesa de carvalho onde frutas, pães e queijos estavam dispostos com cuidado.

O tempo parecia ter se estendido, permitindo que Aeris e Lyra desfrutassem de sua manhã sem pressa, mas agora eles se juntavam aos outros, prontos para começar o dia com a mesma harmonia que havia marcado o início de sua manhã.

- Vejo que vestiriam as roupas que as camareiras separaram para vocês. – murmura o Dorran, com após pousar a xicara de café na mesa.

Dorran lançou um olhar para Aeris enquanto ele se acomodava à mesa, notando a ausência de parte do traje formal que havia sido preparado para ele. A informalidade do linho branco contrastava com a expectativa de uma vestimenta mais elaborada, mas havia uma elegância despretensiosa na escolha de Aeris. Era um sinal sutil de sua personalidade independente e talvez um aceno para a liberdade que ele valorizava, mesmo dentro dos muros de uma residência real. Dorran, acostumado com as formalidades da corte, apenas observou, um leve arquear de sobrancelha traçando sua curiosidade e interesse pelo desdobramento daquele dia.

- Uma mensageira fora enviada para a residência de meu irmão. Recebermos a resposta em alguns dias. – solta Dorran, que ganha atenção de Aeris.

Lyra, com gestos graciosos, selecionava cuidadosamente os alimentos da mesa, criando um pequeno banquete para ela e Aeris. Enquanto isso, Aeris e Dorran mantinham uma troca silenciosa de olhares, uma comunicação não verbal que falava de entendimentos mútuos e talvez de perguntas não formuladas.

- Então tirarei o dia para conhecer sua cidade. – solta Aeris, pois nada pudera fazer a não ser esperar a chegada da mensageira. – Onde deseja ir? – pergunta fitando os olhos dourados de sua amada.

Lyra refletiu por um momento, o brilho de uma ideia formando-se em seus olhos. Um sorriso se forma em seus lábios ao dizer:

- Eldoria tem tantos lugares encantadores. Mas há um pequeno café na praça central que sempre me encantou. - sua resposta, leve e alegre, era um convite para descobrir os prazeres simples da cidade juntos.

- Soube que tem uma cachoeira nessa região. – disse Elian.

- Parece divertido, vamos para o Veleiro convidar Luna. – complementa Lyra, agora focada em onde iria começar sua refeição.

- E você príncipe? Se juntará a nós? – pergunta Aeris antes de dar uma mordida em seu café da manhã.

- Vou deixa-los aproveitar a cidade. Temos tempo ainda para conversar depois. – solta o príncipe.

- Levar uma vida seria assim, lhe custará algumas coisas. – disse Aeris com um sorriso calmo.

- Não quero estragar a pequena folga, mas temo ter minhas próprias responsabilidades.

O Príncipe Dorran, com um olhar sério, se retira do salão onde tomavam o café da manhã. Mas o silêncio não dura muito, pois Aeris e Lyra, o casal, conversam e riem enquanto desfrutam do café. Enquanto isso, o Príncipe de Atlantis, Elian, observa ao redor, imaginando como será a cachoeira que visitará naquele dia. Aos seus 16 anos, nunca tinha visto uma cachoeira, então a expectativa o enche de excitação.

Após terminar seu café da manhã, Elian caminhou em direção ao Veleiro de Zara, ansioso para encontrar Luna. O sol brilhava no céu azul, refletindo nas águas calmas do porto enquanto ele avançava com passos determinados. Ao subir a bordo e abrir a porta da cabine, Elian arregalou os olhos, congelado de surpresa. Lá dentro, sob um cobertor macio, Zara e Luna estavam deitadas juntas, seus corpos entrelaçados e as faces relaxadas de quem compartilhou uma noite de amor. Um rubor vermelho subiu pelas bochechas de Elian, que rapidamente fechou a porta, sentindo-se embaraçado e intruso na intimidade delas.

- Elian! – exclama Luna por ter visto de relance o jovem príncipe.

- Pois não? – ele pergunta, voltando colocando apenas a cabeça para dentro, fitando Luna que estava com o rosto tomado pelo vermelho.

- Não deixe Aeris vir. – ela sussurra, com uma vergonha em seus olhos.

Aeris caminhava em direção ao Veleiro de Zara, seu cabelo loiro brilhando sob o sol da manhã. Quando ele se aproximou, Luna o avistou de longe e imediatamente reconheceu a figura familiar. Com um grito apressado, ela implorou:

- Aeris, não entra!

Rindo da situação, Aeris não pôde deixar de brincar, chamando de volta:

- O que vocês estão escondendo aí?

Ele parou ao notar a expressão desesperada de Luna e observou a cena com interesse. Do outro lado do convés, Elian, visivelmente embaraçado, fechava rapidamente a porta da cabine, tentando não encontrar os olhos de Aeris. Aeris, ainda rindo, balançou a cabeça, divertindo-se com o que quer que estivesse acontecendo a bordo do veleiro.

A princesa do fogo, Lyra, se aproximou com um olhar curioso sob o deque, seus passos graciosos quase inaudíveis. Enquanto caminhava, suas mãos delicadamente alisavam o vestido azul que contrastava com o brilho ardente de seus olhos. Ela parou ao lado de Aeris, observando a cena com um misto de curiosidade e preocupação.

- O que está acontecendo aqui? - ela perguntou suavemente, seus olhos percorrendo os rostos tensos de Luna e Elian, antes de pousarem nos de Aeris, buscando uma resposta.

- Minha irmã dançou sob as estrelas. – responde rindo, pegando a mão da princesa em seguida. – Que tal um passeio? Minha irmã vai querer um pouco de privacidade. – ele abre um sorriso.

- Então me guie Mestre do Ar.

Enquanto se afastavam do veleiro, ela lançou um último olhar curioso para trás, antes de se concentrar na nova aventura que a aguardava nas ruas movimentadas da cidade.

Luna suspirou profundamente, tentando acalmar-se, enquanto seus olhos azuis celestes pousavam sobre a pele da moça negra ao seu lado. Ela analisava cada curva da jovem, relembrando o toque delicado e apaixonado da noite anterior. As memórias da intimidade compartilhada faziam seu coração bater mais rápido, mas logo essas lembranças se dissiparam ao perceber algo inusitado. Zara, com um sorriso malicioso no rosto, estava fingindo dormir e mal conseguindo conter o riso.

- Você está acordada esse tempo todo? - Luna perguntou, com uma mistura de surpresa e diversão na voz.

Zara abriu os olhos, soltando uma risada suave.

- Não resisti. - respondeu, puxando Luna para mais perto. - Você fica adorável quando está distraída.

Uma troca de olhares intensos entre elas fez surgir um novo beijo, cheio de paixão e ternura. Entre os beijos, Zara murmurou:

- Não é melhor sairmos?

Luna respondeu apenas com um olhar penetrante, cheio de desejo e determinação, antes de puxar Zara para mais perto e voltar a beijá-la profundamente, como se a ideia de sair fosse impensável naquele momento.

Elian, ao perceber que não sairiam tão cedo da cabine, decidiu caminhar pelo porto, afastando-se do veleiro. Enquanto seus passos o levavam pelas docas movimentadas, ele contemplava o vasto mar de Eldoria, suas águas azul-turquesa brilhando sob o sol. Sua mente vagava, imaginando se a capital Solumia possuía um mar tão deslumbrante quanto aquele, repleto de mistérios e aventuras à espera de serem descobertos.

Uma pergunta surgiu nos lábios de Aeris:

- Onde conseguiu isso?

Ele reconheceu as gravuras no anel e imediatamente seu olhar se voltou para o vendedor, aguardando uma resposta. O vendedor coçou a cabeça, visivelmente desconcertado.

- Eu... eu não sei ao certo. - respondeu ele, com uma expressão incerta. - Adquiri de outra pessoa, não sei a origem exata.

- O que foi? – pergunta Lyra, voltando seus olhos para o anel na palma da mãe do dobrador de ar.

- Ele veem da tribo de minha mãe. – com a voz suave ele analisava a joia.

- Quanto é a joia? – pergunta a princesa, fitando os olhos do vendedor.

- Duas moedas de ouro. – responde com um sorriso ganancioso, pois havia comprado por menos.

Entretanto, Aeris reconhecia o valor daquele anel e, sem hesitar, colocou duas moedas de ouro sobre o balcão. Seus olhos brilharam de satisfação ao ver o anel agora em suas mãos, sentindo uma sensação de conexão inexplicável com a peça. Enquanto isso, Lyra, curiosa com a origem do anel, segurou sua pergunta, decidindo deixá-la para mais tarde, quando estivessem a sós. O momento parecia especial demais para ser interrompido por questões triviais.

Aeris caminhava ao lado de sua amada, Lyra, pelas ruas movimentadas do centro da cidade. Trocavam olhares de sorrisos enquanto passavam por cada loja interessante, admirando as vitrines decoradas com os mais diversos produtos. A cada nova descoberta, o brilho nos olhos de Lyra aumentava, enquanto Aeris se deleitava em vê-la tão feliz.

Finalmente, eles encontraram um café aconchegante, com mesas dispostas ao ar livre, sob guarda-sóis coloridos. O aroma tentador de café fresco pairava no ar, misturado com o doce perfume das flores que adornavam cada mesa. As cadeiras de madeira rústica convidavam os clientes a se acomodarem e desfrutarem de momentos de tranquilidade.

Sentados em uma mesa ao canto, Lyra sorriu para Aeris, lembrando que queria ir mais cedo ao café da manhã naquele dia. Ele retribuiu o sorriso, sentindo-se grato por ter a companhia dela em um lugar tão encantador. Juntos, mergulharam na atmosfera acolhedora do café, desfrutando não apenas das delícias à mesa, mas também da companhia um do outro.

No veleiro, Luna saiu da cabine, sentindo os raios suaves do sol acariciarem sua pele, após mais uma aventura amorosa compartilhada abaixo dos cobertores com Zara. A luz do sol envolvia-a, destacando sua silhueta delicada e os contornos suaves de seu corpo. Enquanto ela se movia pelo convés, a maruja, vestindo sua camisa branca usual, observava-a com um sorriso nos lábios, apreciando a beleza natural de Luna sob a luz do dia. A cena era como uma pintura viva, uma lembrança da paixão que ardia entre elas e da serenidade que encontravam juntas, mesmo em meio às águas agitadas do oceano.

Zara se aproximou do deque, observando Luna enquanto ela procurava sua mochila. A luz do sol refletia nas ondas do mar ao redor delas, criando uma atmosfera serena e tranquila. Luna trajava uma túnica azulada, feita de um tecido leve e fluido que se movia suavemente com a brisa marítima. A cor azul da túnica era tão profunda quanto as águas oceânicas, contrastando lindamente com a pele pálida de Luna e realçando seus olhos azuis como safira.

- Onde vamos? – pergunta Zara.

- Então se juntará? – pergunta Luna com um sorriso ousado.

- Pode ter sido algo num momento ruim, mas com toda certeza não foi um erro. – dispara ao se aproximar de Luna, segurando sua mão e lhe fazendo carinho.

- Antes mesmo que comecem outra vez. Nos vamos a cachoeira. – Elian surge com um sorriso desajeitado, torcendo para que não comecem a se beijar outra vez.

- Cachoeira? Onde fica? – pergunta Luna.

- O príncipe disse que era seguindo o sul, então será uma caminhada.

Elian apontou na direção da montanha mais próxima de Eldoria, com um brilho de entusiasmo em seus olhos. Ele sabia que ali, escondida entre as imponentes rochas, havia uma cachoeira majestosa. Embora não pudesse ser vista do porto onde estavam, a mera menção dela evocava imagens vívidas na mente de todos. O som ensurdecedor das águas caindo em cascata, a névoa refrescante que se espalhava pelo ar e a sensação revigorante de estar tão perto da natureza selvagem. Era um lugar mágico, um santuário de serenidade e beleza intocada, esperando para ser descoberto por aqueles corajosos o suficiente para explorar suas trilhas sinuosas.

- Então estão todos prontos? – pergunta Aeris ao se aproximar do Veleiro junto de Lyra.

Aeris trocou um olhar significativo com sua irmã, Luna, ciente de que havia flagrado uma cena embaraçosa mais cedo. Um sorriso vitorioso e travesso surgiu nos lábios do loiro, enquanto Luna, constrangida, apenas suspirou, tentando evitar o contato visual com os olhos azuis do dobrador de ar. O silêncio entre eles era carregado de uma mistura de desconforto e compreensão mútua, uma espécie de pacto silencioso para deixar o incidente de lado e seguir em frente.

- Se juntará a nós? – pergunta Lyra, à fita os olhos cor de mel da maruja.

- Não vejo como posso recusar. – brinca com um riso ao final.

A brisa fresca do mar acariciava seus rostos enquanto Aeris liderava o grupo em direção à cachoeira escondida nas profundezas das montanhas de Eldoria. Lyra, com seu porte majestoso, caminhava ao lado dele, seus olhos brilhando de curiosidade e antecipação. Zara e Luna seguiam logo atrás, trocando olhares furtivos e sorrisos cúmplices, deixando para trás qualquer constrangimento do momento anterior. Elian completava o grupo, sua presença radiante e otimista contagiando a todos enquanto avançavam pelas trilhas sinuosas.

O caminho era marcado pelo som suave dos pássaros e pelo aroma fresco das flores silvestres. À medida que se aproximavam, o rugido distante da cachoeira ecoava pela mata, prometendo uma experiência única e revigorante. O sol iluminava as copas das árvores, criando um jogo de luz e sombras que dançava ao redor deles enquanto avançavam.

Finalmente, após uma caminhada revigorante, eles avistaram a cachoeira, uma cortina de água cristalina caindo de alturas impressionantes. O ar estava impregnado com a umidade fresca da neblina que se erguia das quedas d'água. Todos ficaram maravilhados com a cena diante deles, perdendo-se na beleza da natureza selvagem.

Enquanto o dia chegava ao seu crepúsculo dourado, o grupo se divertia à beira da cachoeira, aproveitando cada momento juntos. Aeris segurava Lyra em seus braços sob a sombra reconfortante de uma árvore próxima, observando Luna e Elian se divertindo na água refrescante da cachoeira. Zara estava sentada na ponta, rindo e conversando animadamente com eles, compartilhando histórias e risadas.

Lyra tinha tirado seu vestido, revelando um top que realçava sua silhueta esguia e uma calça dobrada até os joelhos, permitindo-lhe movimentar-se livremente. Seus cabelos fluíam ao vento, capturando a luz do entardecer e criando uma aura mágica ao seu redor. Zara, por sua vez, tinha apenas dobrado a calça até os tornozelos, sua camisa branca mostrando a serenidade e alegria em seu rosto enquanto desfrutava da companhia dos amigos.

Enquanto isso, Luna permanecia na água, vestindo sua túnica azulada que se agarrava suavemente ao seu corpo molhado, destacando sua beleza natural e graça. Aeris, sem a camisa, sentia a brisa suave acariciar sua pele, enquanto observava a diversão ao seu redor. Elian também estava sem camisa, exibindo um porte franzino adornado com pequenos músculos que se contraíam enquanto ele brincava na água, sua risada ecoando pela mata.

- O anel... – murmura Lyra, encostando a parte de trás de sua cabeça no peito de Aeris. – o que ele significa?

Um sorriso suave iluminou os lábios de Aeris, que ergueu a mão de Lyra com delicadeza, entrelaçando seus dedos aos dela com ternura. Com um gesto gentil, ele alcançou o anel guardado em seu bolso, sentindo o metal fresco contra a palma da mão. A luz do entardecer dançava sobre o pequeno adorno, destacando as gravuras tribais que adornavam sua superfície.

Enquanto segurava a mão de Lyra, Aeris sentiu seu coração pulsar com emoção. Aquele momento, cercado pela natureza exuberante e pela presença da mulher que amava, parecia perfeito para o que ele tinha em mente. Com determinação e amor, ele olhou nos olhos de Lyra e sussurrou as palavras que estavam guardadas em seu coração.

Ao ouvir as palavras de Lyra, Aeris sentiu seu coração se encher de uma sensação profunda de significado e destino. Ele abaixou seu rosto, pousando suavemente sobre o topo da cabeça da princesa, um gesto que transmitia uma conexão íntima e um compromisso sincero.

- Na terra de minha mãe, este anel é mais do que uma simples joia," - murmurou ele, sua voz suave carregada de reverência. - "É um símbolo de promessa, um juramento ancestral de união e fidelidade. É o laço que une nossas almas em um só caminho, uma jornada compartilhada pelos ventos do destino."

Lyra olhou para Aeris, seus olhos refletindo a profundidade de seus sentimentos.

— Então que nossas almas estejam eternamente ligadas. - ela sussurrou, sua voz ecoando com uma determinação doce e inabalável.

Com um sorriso gentil, Aeris pegou o anel em suas mãos, sentindo a energia do momento carregar suas palavras com um significado poderoso. Com movimentos delicados, deslizou o anel no dedo anelar de Lyra, selando assim o juramento que fizeram um ao outro.

Quando o anel encontrou seu lugar, Lyra sentiu uma onda de energia percorrer todo o seu ser, uma sensação de calor e conexão que a envolveu completamente. Ela fechou os olhos por um momento, permitindo que os espíritos da natureza testemunhassem o selamento de seu juramento de amor. Era como se os próprios espíritos estivessem ali, abençoando sua união e guiando-os em sua jornada juntos.