Mary tristíssima com a decisão do Francis. Mas ela era uma mulher forte e iria ultrapassa-la mesmo que não fosse nada fácil! Esta fora a escolha dele. Ela tinha tomado a sua. Mary iria falar com o seu tio para questioná-lo sobre qual nação seria uma boa aliança para Escócia. Que estivesse disposta a aliar-se por casamento. Se Mary tivesse uma opção tomá-la-ia. Ela não queria levar a mesma vida que a mãe de Francis. Mary merecia muito melhor. Ela queria mesmo que fosse ele… o príncipe pelo qual ela estava perdidamente apaixonada! Mary sabia que tinha cometido um erro mas Francis nem a quisera ouvir, e ela não conseguia suportar essa ideia! Isso fez com ela ficasse triste, mesmo muito triste.

Bash não desejava que nenhuma pessoa inocente morresse mas ele tinha de matar. Era a vida Mary que estava em risco, e ele estava perdidamente apaixonado por ela. Depois do confronto com o seu irmão, ele tirou da prisão um velho homem que tinha roubado um mercador. Se fosse a vida dele que estivesse em jogo, ele preferia morrer do que tirar uma vida humana. Mas não era e ele teria de aprender a viver com isso. Então ele entrou na floresta sangrenta e fez o que tinha de fazer. O ladrão gritava para que Bash lhe poupasse a vida, que ele estava verdadeiramente arrependido do crime que cometera mas Bash não tinha outra escolha. Ele amarrou-o e prendeu de cabeça para baixo, e depois cortou a sua garganta.

Francis estava arrependido da forma como agira mas ele estava zangado e consumido pelos ciúmes. Ele queria a Mary somente para ele e ela tinha levado as suas palavras longe demais. Os rumores no castelo diziam que ela andava à procura de uma melhor proposta para casar… com qualquer outro príncipe em vez dele! E, isso consumia-o de uma maneira que ele julgava ser impossível. Como é que ela poderia realmente considerar essa hipótese? Primeiramente, ele tinha sugerido aquela hipótese com intenções verdadeiras, ele queria que ela o tivesse levado a sério, mas agora com a perspectiva de perde-la para sempre… ele estava verdadeiramente arrependido. Francis andou furiosamente até atingir a parte do castelo que era destinada a Mary e pediu uma audiência com ela. O guarda informara-o que ela estava na biblioteca, então, ele virou costas e dirigiu-se na direcção oposta rumo ao seu próximo destino. Pelo caminho encontrou Olívia que tomou a sua atenção.

– Aqui estás tu. – Olívia diz feliz olhando para ele com um grande sorriso no rosto. – Procurei-te por todo o lado. – Ela admite vendo que Francis respira fundo e pára.

– Agora não, Olívia. – Ele diz educadamente. – Eu preciso de tratar de uma situação. – Francis diz evitando-a e continua a sua jornada para a biblioteca. Ele abre violentamente a porta e Mary salta da sua cadeira sobressaltada olhando-o.

– Estás aqui. – Ele diz tentando controlar a sua fúria.

– Aqui estou eu. – Mary responde. – Aconteceu alguma coisa? – Ela pergunta começando a ficar preocupada, olhando para a expressão de fúria na sua cara. Ele parecia demasiado zangado com alguma coisa.

– Não sei… diz-me tu! – Francis pede-lhe, observando-a. Ela espera olhando para ele nos olhos sem perceber aonde Francis queria chegar. Ela não conseguia perceber porque é que ele estava tão zangado. – Ouvi dizer que pediste ao teu tio para analisar propostas de casamento de outras nações. – Ele explica tentando manter a calma.

– Oh! Isso…– Ela diz. – É verdade, eu pedi-lhe para o fazer. Tu libertastes-me. O que esperavas que eu fizesse? Esperasse por ti? – Ela pergunta-lhe mostrando ressentimento pelo que acontecera.

– É suposto casarmo-nos desde que tínhamos 6 anos. – Ele observa.

– Ah… agora lembraste-te… talvez, agora seja demasiado tarde porque se eu tiver outra escolha vou agarra-la, Francis! – Mary diz furiosamente e com uma expressão triste. – Eu cometi um erro mas tu não me deste uma oportunidade de me explicar. Simplesmente assumiste o pior. – Ela observa, aproximando-se dele. – Eu não quero mais ninguém, eu não quero casar com qualquer outro homem mas fá-lo-ei se for o melhor para o meu país e para mim. – Ela garante determinada.

– Estás a dizer-me que não sentes nada pelo Bash? – Ele pergunta-lhe.

– Estou a dizer que te amo! Mas não serei como a tua mãe. Eu não vou partilhar o que é meu. – Ela observa, olhando-o firmemente nos olhos. – Mas parece que tu preferiste aproveitar o amor da Olívia do que ouvir-me! – Mary exclama cada vez mais chateada. – Se me dás licença, devo retirar-me para o meu quarto. – Ela acrescenta esperando a sua resposta e via que ele estava numa luta interior consigo mesmo mas esta tinha sido a sua escolha.

– Mary…– Ele diz o seu nome suavemente sem saber o que mais poderia dizer. Ela não disse mais nada e começou a andar em direcção à saída. Francis continua a lutar consigo mesmo mas ele queria-a, ela seria uma grande rainha e ele sabia-o. Mary era mais corajosa do que qualquer outra mulher que ele conhecera, ela questionava-o, ela desafiava-o quando nenhuma outra se atrevia a fazê-lo. E, ali estavam eles, a perderem se um ao outro. Num gesto impulsivo, ele agarrou o seu braço virando-a para ele, apanhando-a completamente de surpresa, beijando os seus lábios suavemente. Francis podia ver que ela desapontada como ele estivera com ela, á uns dias atrás. – Desculpa. – Ele pede tentando recompor as coisas entre eles, mas ele sabia perfeitamente que mesmo que ela estivesse disposta a fazer qualquer coisa por ele, não se convenceria tão facilmente do seu arrependimento.

– Estás verdadeiramente arrependido? – Ela pergunta-lhe pressionando-o. Ele não respondeu e continuou a olhar para os seus olhos castanhos. – Se estás realmente arrependido, pede-lhe para se ir embora! – Mary exige. – Caso contrário eu continuarei a evitar-vos aos dois. – Ela garante. – Como tiveste ciúmes de mim e do Bash, eu tenho ciúmes de que continues a passar o teu tempo livre com ela. – Ela admite virando-lhe as costas e deixando-o sozinho na biblioteca.

“Meu Deus! Porque é que ela não compreende a minha posição?” Francis pergunta-se a ele mesmo. Ele tinha de arranjar uma solução…ambos tinham cometido erros e nenhum dos dois estava disposto a abdicar tão facilmente das suas convicções. Ele respirou fundo mas antes de se retirar da biblioteca, reparou num livro aberto. Francis pegou nele e viu um pequeno papel que lhe pôs um sorriso nos lábios e fê-lo sorrir por dentro. Ele dobrou-o e guardou-o no bolso das suas calças. Francis conseguia-a irrita-la como ninguém, conseguia tirá-la do sério.

“Quem raio pensava ele que era?” Mary pensa para ela mesma andando apressadamente para alcançar as suas câmaras. Finalmente, ela estava sozinha no seu quarto. Ela caminhou em passos lentos para o toucador tentando acalmar-se. Ele não merecia, ela sabia-o bem lá no fundo mas ele tocava-lhe sempre no ponto para a fazer explodir. “Oh NÃO!” Ela pensa lembrando-se do pequeno papel que deixara dentro do livro. “Calma… daquilo que ela se lembrava, ele não apreciava assim tanto, literatura portanto ele iria sair da biblioteca sem reparar no pequeno papel.” Ela agarra-se fortemente ao toucador olhando para o seu reflexo no espelho. “ E se ele visse? Ele perceberia que o que ela escrevera tinha sido escrito a pensar nele?”

– Porque é que a minha vida é tão complicada? – Ela queixa-se em voz alta sem saber o que pensar. Mary precisava mesmo de se acalmar porque ela não podia mostrar fraqueza na frente dele. Se Francis realmente a queria… desta vez ele tinha de o provar. Ela não poderia deixar-se levar novamente por aqueles profundos olhos azuis e aquele sorriso maravilhoso, mesmo sabendo, que era praticamente impossível.

***

Bash tinha-se afastado de Mary mas o que realmente lhe importava era a felicidade dela. Ele não podia continuar a negar aquilo que sentia, ele amava o seu irmão mas não conseguia entender como é que ele estava com a Olívia em vez da Mary. Se Bash tivesse na sua posição, ele teria mandando-a embora porque amava-a realmente a Mary. Foi por isso que ele tirou uma vida inocente…para salvá-la. Mesmo que o seu irmão tenha exigido que ele fizesse a coisa certa quando estavam sozinhos nas suas câmaras. Ele fá-lo-ia de qualquer das formas. Poderia não ser certo mas ele tinha de emendar o seu erro.

E, ali estava ela com as suas amigas a coscuvilharem qualquer coisa. Havia uma pequena festa naquela noite e elas estavam a divertir-se como se nada tivesse acontecido. Ele não conseguia tirar os olhos de Mary mas pelo conto do olho, viu que acontecia exactamente o mesmo com Francis. Mas Mary parecia não reparar ou estava a tentar evitá-lo. “Oh deus!” Pensa Bash… porque é que ele tinha de se ter apaixonado pela noiva do irmão? Não era uma situação justa mas o que poderia ele fazer? Era a história da sua vida e ele já estava habituado. Então, ele aproxima-se dela para convidá-la para uma dança. Ela ria-se de qualquer coisa e os seus olhos apanharam o Francis próximo de Oliva mas pela sua expressão, pareciam que as coisas entre eles tinham esfriado. Mas Bash apenas colocou um sorriso no rosto e estendeu a sua mão para Mary.

– Posso convidar-te para uma dança? – Ele convida-a e surpreendida, ela sorri-lhe e agarra na sua mão.

– Claro que podes. – Mary aceita com um sorriso feliz que era tão característico dela.

– Como é que estás? – Bash pergunta movendo-se ao som da música.

– Bem… E não me atreveria a pensar que me convidarias para dançar. – Ela admite deixando Bash guiá-la. – Pensava que me andavas a evitar.

– Eu tinha coisas para resolver. E talvez te devesse evitar… por causa do Francis. – Bash admite olhando-o, vendo que se tentava controlar. Ele estava com ciúmes e atrever-se-ia a apostar que pela sua cara queria ser Francis a estar no seu lugar a dançar com Mary. Mas ele apenas continuava a falar com outro homem como se nada fosse.

– Bash…– Mary diz em tom de aviso. Ela não queria continuar a caminhar naquela estrada constrangedora com ele. Ela gostava realmente dele, ele era uma boa pessoa, Mary realmente desfrutava da sua companhia. Mas era apenas isso. Bem… ela estaria a mentir se não admitisse a atracção que sentia por ele! Ela não era cega, mas mesmo assim, ela estava apaixonada pelo Francis, apesar de tudo o que ele tinha dito e feito. Ela não conseguia evitar não amá-lo, ele era tudo o que sempre sonhara. Ela admirava-o, às vezes, pensava que até demais. - Não te preocupes, eu sei qual é o meu lugar e queria que tu o soubesses. – Ele admite sinceramente. – Como eu disse no dia em que tu chegaste: “Não estás sozinha.” – A música acabou e a Mary sorriu-lhe.

– Obrigada. – Ela estava-lhe realmente agradecida porque sabia que ele estava a ser sincero e frontal, mesmo estando distante, ele estava ali. Eles fazem uma pequena vénia e ele toma o seu lugar… bem, ou pelo menos, ele tentou porque a Olívia agarrou-o pelo braço começando a falar com ele.