Chamas Voam Quando Estou Perto De Ti

Capitulo 1 - A Chegada da Olivia


Capitulo 1 – Chegada da Olivia

Mary Stuart

Estava tudo como ela queria até à chegada da Olivia. Sabia que ela era uma antiga namorada do Francis e sabia que ele se tinha declarado somente meu mas… aquela situação mudava tudo. E aquela troca de acusações só serviu para piorar o seu estado de espírito. Estava completamente alterada quando beijara o Bash e Mary sabia que não estava certo! Mas ela estava zangada, e só a queria fora da corte o mais depressa possível e, apesar de, ser errado… aquele beijo mexido comigo, ela gostara da sensação. Mary passou os seus dedos pelos lábios…

A porta do quarto abre-se e Mary levanta-se da cama olhando a Greer entrar.

– Desculpa, não pretendia assustar-te. – Greer diz sentando-se um dos bancos. Ao olhar para Mary, ela apercebe-se que se passa alguma coisa. – Passasse alguma coisa? – Ela pergunta enquanto Mary desviava o olhar olhando para o chão num gesto envergonhado.

– Eu beijei o Bash. – Ela confessa depressa num sussurro. Os olhos de Geer esbugalham-se e olha para Mary surpreendida.

– Porquê? – Greer pergunta confusa completamente apanhada de surpresa.

– Eu bebi demais e zanguei-me com o Francis. Por manter a Olivia no castelo. – Mary admite olhando-a nos olhos. – Estava chateada e o Bash estava a confortar-me e eu… beijei-o. – Conta levantando-se da cama. – Estou tão arrependida… só piorei a situação. – Ela confessa agarrando as suas mãos. – A Olivia fica, ele agora passa o tempo todo com ela… O que é que eu faço, Greer? –May pergunta aproximando-se da sua amiga pegando nas mãos dela e olhando-a nos olhos.

– E que tal falares com ele? – Greer sugere apertando a mão da amiga gentilmente. – Parece-me a opção mais sábia.

– Eu já tentei, Greer… mas ele ignorou-me simplesmente deixou-me para ir ter com a Olivia. Tu viste. – Mary relembra-a completamente desesperada. – Mas v…– Quando se preparava para continuar a frase, quando Lola entra no quarto. Ambas se calaram com a sua entrada.

– O que é que se passa? – Lola pergunta alternando o olhar entre Mary e Greer.

– Nada… nada de importante, estávamos só a falar. – Mary responde automaticamente olhando para ela e fazendo um pequeno sorriso. – Eu vou ver se encontro o Francis. – Anuncia deixando o quarto andando pelos corredores daquele enorme e frio castelo, sem rumo certo. E estava mais uma vez naquela torre onde brincara tantas vezes com Francis em criança.

– Como tudo era mais fácil quando éramos apenas crianças. – Suspira passando a pontas dos dedos pela mesa. Depois de um longo suspiro, vira costas e desce as escadas esbarrando com Bash.

– Bash. – Mary diz num tom baixo olhando-o nos olhos desviando depois o olhar. Isto era constrangedor e ela não sabia como haveria agir.

– Mary. – Ele diz fazendo com que ela o encarasse. – Eu não quero aquilo que aconteceu entre nós… nos afaste. – Ele encara-a tentando conter a tentação de lhe tocar na cara. Ele mantem as mãos afastadas do seu corpo.

– Desculpa, Bash…– Mary pede aproximando-se mais dele. – Agi num impulso e magoei-te, nunca foi essa a minha intenção… eu…– ele agarra-me na mão e enquanto eu tentava desviar o olhar, ele coloca a sua mão no meu queixo para o observar.

– Está tudo bem, Mary. – Ele garante enquanto, Mary olha para as suas mãos, e depois, novamente para ele.

– Vamos esquecer o que aconteceu, está bem? – Mary sugere verdadeiramente envergonhada. Ele dá um longo suspiro largando a mão dela e retirando a mão da minha cara.

– Eu sei que tu amas o Francis, Mary mas… eu não posso simplesmente fingir que nada se passou porque eu gosto de ti. Isso pode ser uma solução para ti mas para mim não…– Ele enfrenta-a desagradado com a sua solução, deixando-a sozinha no corredor e partindo apressadamente num andar violento.

Depois de se chatear com Francis só lhe faltava mesmo ter magoado o Bash. Mary encosta-se à janela vendo que o dia estava praticamente no fim. Triste e decepcionada consigo mesma caminha rumo aos meus aposentos. Caminha elegantemente mas de cabeça baixa sabendo que tinha muitas probabilidades de ter mais um encontro que desagradável.

***

Ao contrário, do que pensara, a chegada ao quarto correra sem incidentes e encontrando-se agora no seu quarto. Escreveria uma carta para a minha mãe nunca revelando tudo o que se passava na minha vida. Ela não tinha de saber que nem tudo corria como o previsto e tinha um país para se preocupar. Tal como Mary. E, era com isso com que se deveria preocupar agora mesmo que não houvesse tanto perigo de ataque. Ela deita-se na cama e deixo-se envolver no mundo dos sonhos.

Os sonhos tornaram-se coloridos e sombrios… ela estava presa no meio dos dois irmãos com a terrível escolha de poder apenas salvar um. Mary via o Francis tentando alcançar a sua mão e o Bash com aquele olhar penetrante esperando que ela escolhesse o irmão.

– Não, não, não…– Mary diz num sono agitado movimentando-se freneticamente na cama. Acordo sobressaltada e berro com o ar nos meus pulmões ao ver a cabeça de um veado morto por cima da sua cama, mesmo à sua frente. – AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – Grita Mary levantando-se da cama e encostando-se à parede. Os guardas vão ao seu encontro surpreendidos com aquilo que vêm e o general dá ordens para acordarem o príncipe e o rei.

Um dos guardas aproxima-se lentamente de mim, estendendo a sua mão para me alcançar e tirar dali. Aceito sem hesitar e ele leva-me para um banco colocando-me de costas, de maneira a que eu não olhasse mais para aquela cabeça ensanguentada.

Francis entra apressadamente do quarto de Mary e dirigindo-se a ela. Mesmo atrás dele encontrava-se Bash e o último a entrar calmamente tinha sido o rei. O rei falava em voz baixa para os guardas. O rei falava em voz baixa mas autoritária para tirarem a cabeça do animal e questionando a guarda real como é que tal coisa acontecera no seu castelo sem ninguém dar por nada, e ainda por cima nas câmaras da sua convidada.

Mary olha para Francis e para Bash com uma enorme vontade de ser abraçada. A devastação e o medo ainda se encontravam bem visíveis no seu olhar e foi então que Greer entra com um copo de água.

– Bebe, vai-te ajudar a acalmar. – Ela diz estendendo o copo na sua direcção que ela pega sem hesitar e bebe num só golo. Ela estende o copo para a Greer que sai do quarto sem hesitar. Mary segue-a com o olhar, tentando não colapsar em lágrimas. Mary não suporta mais a distância e a frieza entre ambos e num momento de fraqueza levanta-se e abraça Francis.

Bash olha para o lado e afasta-se indo ter com o seu pai e entrando na discussão que ele travava com os guardas.

– Como é que estás? – Francis pergunta com um travo de amargura na voz mas, na realidade, era preocupação.

– Bem. – Ela responde num suspiro suave. Ele tenta lutar contra o impulso de a abraçar de volta mas aquela era a Mary! A pessoa que conseguia tirá-lo do sério, a pessoa com quem era suposto partilhar a sua vida, e sobretudo, ela era a pessoa que ele tentava desesperadamente não se prender e não nutrir sentimentos tão avassaladores como aqueles que sentia. Por isso, ele abraçou-a dando-lhe um beijo no cimo da cabeça tentando confortá-la. Então, ele abraça-a fortemente nos seus braços e beija-lhe o topo da cabeça. Depois daquele instante nos seus braços, ela estava melhor e ela afasta-se embora com medo de enfrentar o seu olhar, mas ela fá-lo. – Obrigada. – Ela agradece olhando na profundidade dos seus olhos azuis. Ela poderia afogar-se neles apenas por olhá-los fixamente. Aquele abraço tinha sido o contacto mais próximo que ambos tinham tido dele mas ela sabia que as coisas entre eles não estavam boas naquele momento. Mesmo assim, ele estava ali com ela. Ela apercebe-se que os guardas já tinham deixado o seu quarto e que apenas só lá se encontravam o rei e o Bash a discutir em voz baixa. Então ela aproxima-se deles para saber qual tinha sido o desfecho daquela situação.

– Ninguém viu ninguém entrar nas suas câmaras. Eu ordenei mais vigilância. Irás ficar bem. – Mary faz uma pequena vénia antes de responder ao rei.

– Obrigada, sua majestade. Eu agradeço. – Ela diz agradecida com o gesto. Ele faz um pequeno sinal de concordância numa forma masculina e abondona as suas câmaras com ambos os filhos.

Mary respira fundo e dirige-se ao quarto de Greer. Ela bate à porta esperando a resposta da amiga para entrar.

– Podes entrar. – Greer diz abrindo a porta do seu quarto deixando Mary entrar. – Como é que estás? – Ela pergunta realmente preocupada.

– Melhor mas… Eu não consigo dormir no meu quarto e pensei que podíamos partilhar o teu como fazíamos no covento. Eu sei que não ficaremos muito confortáveis…– Mary sugere e Greer abre um enorme sorriso no seu rosto.

– Claro que podes ficar aqui. – Ela diz agarrando na mão da Mary e condu-la para a sua cama. Greer estava feliz com o facto de poder ajudar a sua rainha, mais precisamente, a sua amiga. – Deverias tentar dormir porque amanhã tens um longo dia pela frente. – Ela aconselha Mary enquanto coloca a sua almofada numa maneira confortável, deitando-se e fechando os seus olhos.

Mary apenas olha para o tecto. Ela não queria fechar os olhos porque cada vez que o fazia via a cabeça ensanguentada daquele veado e o sangue nos seus lençóis. Mas mesmo assim, ela era uma mulher bastante forte, e por isso, fechou os olhos e adormeceu.

***

Mary acordou um pouco mais tarde que o habitual mas ninguém esperava que ela o fizesse depois do que tinha acontecido na noite passada. Ela estava apressada e pede ajuda às suas amigas para a ajudarem a escolher o vestido que ela deveria usar. Ela queria estar bonita, ela precisa mesmo de resolver tudo com o Francis. Não apenas porque era importante para o seu país mas também porque ela queria imenso reconciliar-se com ele. Então, pela primeira vez, ela foi tomar o pequeno almoço com a família do Francis.

Chegada ao salão tudo era como ela se lembrava: a mesa era enorme e estava recheada de comida e a sala era bem iluminada com grandiosas janelas. Mary estava nervosa e ficou extremamente irritada quando os seus olhos se depararam com Olivia, ali sentada. Isso fê-la sentir-se chateada mas mesmo com aquela pessoa desagradável ali, Mary comportou-se como uma rainha. Ela comeu o seu pão calmamente e bebeu o seu leite. Quando terminou o pequeno-almoço, perguntou cordialmente se podia ir-se embora. Ela não a suportava mais e ela estar ali fê-la com que se sentisse pior! O que era suposto Mary fazer?

Ela anda irritada pela relva e para ao pé do lago absorvendo aquela paisagem. Ela sabia que tinha inimigos fortes e perigosos mas como é a cabeça daquele animal entrara no seu quarto?

– O que é que estás aqui a fazer? – Bash pergunta a Mary. – Estás em perigo.

– Eu não vou ficar fechada dentro do castelo. – Ela diz enfrentando-o zangada.

– Mas devias até esta situação ficar resolvida. – Ele observa importando-se realmente com a sua segurança.

– Bem e quando é que isso vai acontecer? Eu sou a rainha da Escócia, tenho inimigos perigosos em todo o lado. – Ela observou num tom baixo e furioso. E, é então que a expressão na sua cara se sauaviza ao perceber que ele sabia mais do que aquilo que contava. – Tu quem pôs aquela cabeça no meu quarto, não sabes? – Ela pergunta agarrando-lhe o pulso e olhando bem no fundo dos seus olhos.

– Vamos dizer que…– Quando ele se preparava para confessar, Francis aparece do nada. Ela retira a mão do pulso de Bash instantaneamente. Francis olha o seu irmão furiosamente.

– Digamos que o Bash parou um ritual pagão e eles acharam que escolher-te a ti como próxima vítima era uma óptima forma de chegar ao Bash. – Bash encara o irmão nos olhos completamente chateado com ele.

– Eu resolvo isto. – Ele garante afastando-se num passo decidido, deixando-os sozinhos. Mary segui-o com o olhar.

– Nós precisamos de falar. – Francis diz colocando a atenção de Mary nele.

– De facto, temos. – Ela admite. – Desculpa… eu…

– Se me vais dizer que beijaste o Bash, não precisas de o fazer. Eu vi-vos. – Ele revela apanhando-a completamente de surpresa. – Eu só esperava que fosses honesta como eu fui desde a chegada da Olivia. – Ele admite chateado. – Um rei não se pode dar ao luxo de reger pelos seus sentimentos, por isso, vou dar-te a liberdade de conheceres outras pessoas e aceitar qualquer outra aliança que possa privilegiar a Escócia.

– Francis…– Ela apenas diz o seu nome quando ele se prepara para partir talvez para se encontrar com a Olivia e isso partia-lhe o coração. Ela agarra no braço de Francis e ele olha-a nos olhos. – A minha decisão está tomada. – E, assim, com aquela resolução, ele deixou-a sozinha para se encontrar com a Olivia.