Cenas Inéditas Feliko

Apenas mais uma tarde na casa de praia



Em uma tarde tranquila Felix e Niko sentam em uma espreguiçadeira no jardim da casa de Angra, Estão em silêncio, de mãos dadas, descansam e olham o mar. De repente, Félix se vira pro Carneirinho e o observa sem nada dizer.
Até que Niko percebe.
– o que foi, Félix?
– nada...
– tá me olhando de um jeito... - Niko fica vermelho, o que não é incomum.
– não posso?
Niko apenas sorri, Félix decide falar.
– sabe Niko, há algo sobre você que me fascina
– como assim?
– é, me fascina. me enlouquece, me deixa... - suspira
– ai Félix...
– .... você não é o que parece ser.
– oi? não sou?
– você tem esse jeitinho doce, essa carinha de anjo... mas por baixo dessa sua pele de cordeirinho se esconde algo bem diferente
Niko fica mais corado ainda e ri.
– olha só, você fica vermelho, Carneirinho...
– ah, Félix... do que você está falando... - Niko apenas ri docemente e fica mais vermelho porque sabe muito bem à que Félix se refere.
– você é adorável. quem te vê assim não imagina no que você se transforma quando ficamos sozinhos.
– isso é ruim?
– criatura... isso é ó-ti-mo! adooorooo
– tá me deixando sem jeito, Félix...
– sei... você não me engana Carneirinho... você tem o coração puro, o mais puro que eu já vi, precisa de alguem que te proteja e eu estou aqui para isso. Mas quando a porta do quarto se fecha, quem precisa de proteção sou eu, pelas contas do Rosário!
– Félix...
– o mais engraçado, e ao mesmo tempo apavorante, é que eu podia não ter descoberto isso nunca... me arrepio só de pensar
– isso não ia acontecer Félix.
– como assim?
– eu não ia deixar.
– não ia deixar...
– não. no dia que eu decidi que ia ter você, eu decidi. Você não ia fugir de mim de jeito nenhum. Era só uma questão de tempo. Eu ia te dar um cansaço Félix... você ia acabar cedendo, eu tinha certeza! - Niko sorri, orgulhoso e seguro.
– olha só como é convencido!
– sou mesmo, tá?
Félix não diz nada. Por alguns segundos apenas o observa. Até que volta a falar.
– Sabe Niko, se eu tivesse que passar por tudo de novo, sabendo que no final da história eu te encontraria, eu passaria... por tudo.
– Félix...
– mas não só por isso... por causa dessa sua faceta. mas sim por todas as coisas que você é pra mim. Porque você é o único amigo verdadeiro que eu tive, porque você me mostrou que eu podia ser eu mesmo e porque você gosta de mim como eu sou. Te amo, Carneirinho.
– Eu também, Félix. Eu também te amo.
Então os dois voltam a olhar na direção da praia e ficam ali de mãos dadas... só passando o tempo... sentindo o vento, o cheiro do mar e escutando o barulho das ondas... fazendo carinho com o dedo um na mão do outro.
É apenas mais uma tarde na casa de praia.

... Fim da cena ...