Cenas Inéditas Feliko

Meu quarto, seu quarto



Niko foi pela primeira vez no quarto de Félix. Entrou timidamente e olhou ao redor, Félix sentou na cama e fez sinal para que ele sentasse também. Alguns beijos depois, a coisa esquentou e Félix pediu pra ele dormir lá.
— Liga pra Adriana e avisa. De manhã cedinho você vai pra casa e ainda pega as crianças dormindo.
— Não sei Félix... A sua familia, pode não gostar.
— Não gostar? Carneirinho, todos te adoram! Mamy, Vovotrix, Jonathan... até a cadelinha do Lutero, estão todos felizes porque estou com você.
— É mas... o sei pai não.
— Niko, meu pai nem sabe que você está aqui e vamos deixar assim por enquanto tá? Vamos dar tempo ao tempo... isso a gente resolve um dia. O que importa é o agora, eu estou louco pra que você durma aqui comigo. Fica... hein?
— Mas é esquisito, não é? Eu dormir aqui no seu quarto.
— Não tem nada esquisito, Niko! Pera, já sei. Você vai fazer jogo duro comigo, para se vingar das vezes que eu recusei seu convite pra dormir na sua casa!
— Não Félix - Niko ri. - Mas devia!
— Ai Carneirinho, por favor... - Félix o abraçou, porque estava disposto a convencê-lo e porque tudo que queria era ficar assim por toda a noite. - Fica.
— Félix.
— Hein?
— Era aqui que você dormia com a Edith?
— Que pergunta Niko... onde você acha que ela dormia? No jardim?
— Só perguntei...
— Teve uma época que ela passou no quarto que era da Paloma... Mas mesmo antes não era raro e nos brigavamos... ela dormiu muitas vezes no quarto daquela jararaca, a Tamara... a mãe dela, enfim... Mas sim, aqui era o nosso quarto.
— Hum...
— Alias, você disse bem. Dormia! Eu mais dormia ao lado da Edith do que qualquer outra coisa. Se dependesse dela, eu viveria tal qual um zumbi porque olha... a criatura queria sexo todo dia e eu...
— Ok, não precisa dar detalhes!
— Eu só queria explicar que não rolou tanto assim quanto você pensa...
— Whatever, Félix. Eu não vou me sentir bem aqui nessa cama...
— Oi? Eu ouvi direito?
— Não vou mesmo.
— Não vai me dizer que é por causa da Edith?
— Ah Félix... Pensar que você e ela... aqui nesse quarto... nessa cama...
— Mas eu passei a noite na cama onde você dormia com aquela lacraia, alias não só dormia mas... bem... enfim nem quero pensar nisso... o fato é que eu dormi no seu quarto e não reclamei.
— Mas é diferente... eu troquei a decoração, comprei roupa de cama nova...
— Olha... eu devo ter salgado a Santa Ceia mesmo... Você não vai ficar, por causa de uma bobagem, é isso?
— Félix... não sei...
— Sinceramente Carneirinho... por tanto tempo eu sonhei em ser feliz aqui nesse quarto e nunca fui. Depois que te conheci imaginei nós dois aqui tantas vezes e... enfim... deixa pra la. Vai, quer ir embora por causa disso ... vai.
— Você imaginou eu aqui, no seu quarto?
— Imaginei.
— Assim... fantasiou... comigo?
— Carneirinho... não faça a Sandy, a inocente.
— Jura?
— Ai Niko... criatura, o que você acha? Quantos meses fiquei sozinho, depois te conheci... te encontrava... nada rolava, vinha pra casa... Pelas contas do Rosário, eu não sou de ferro, Niko!
— Ah Félix... tá bom. Eu vou ficar.
— Agora não quero mais.
— Seu bobo, claro que quer.
— Não... acabou o clima, perdi o tesão.
— Não me faça rir, Félix!
— Perdi mesmo.
— Quer que eu prove que você não perdeu?
— Carneirinho...
— Tranca a porta.
— humm, começou a ficar interessante. Vai dormir aqui?
— Vou. Uma cama enorme dessa com lençois de seda pura e Félix Khoury deitado nela, só se eu fosse bicha burra pra dispensar.
— Bom Niko, é realmente uma decisão inteligente! Mas quanto a você ser ou não uma bicha burra... aí já é outro assunto....
— Félix!
— Brincadeirinha!
...
Félix trancou a porta. Fim da cena.